PUBLICIDADE Atletismo Paraolímpico A prática dos para esportes ganhou força após as experiências traumatizantes da Segunda Guerra Mundial, que deixou muitos amputados ou paralisados. Praticar esportes se mostrou uma útil forma de inclusão e reparação. Mas para isso, era preciso permitir que as pessoas competissem de maneira justa, com pessoas com as mesmas capacidades físicas. As primeiras tentativas de classificação foram desenvolvidas sobre esse contexto, na Inglaterra, por médicos e especialistas da área de reabilitação, ainda no início dos esportes adaptados, na década de 40. No Brasil, a primeira tentativa de classificação foi em 1984, no campeonato de Basquete de Rodas da ABRADECAR. Na década de 90, com a introdução da classificação funcional no basquete, o atletismo também adotou um sistema de classificação. Categorias e classesAtualmente o Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) reconhece cinco categorias de deficiência para a participação em competições:
Existem ainda as classes, que diferenciam os atletas de acordo com a intensidade com que são afetados pela deficiência, distinguindo por exemplo um atleta totalmente cego, de outro que possui ainda alguma capacidade visual. Para competir, o para atleta passa por uma avaliação medica, por uma equipe de classificação composta por três profissionais da área de saúde: médico, fisioterapeuta e um professor de Educação Física. A classificação é realizada em três estágios: médico, funcional e técnico, ao final das quais o atleta será encaminhado para a classe mais adequada á suas capacidades. Se durante sua vida esportiva ele conseguir progressos físicos ou houver mudanças no sistema de classificação ele poderá ser deslocado de classe. Como os esportes também são diferentes, e com características e exigências diferentes também, cada esporte possui seu próprio sistema de classificação. Assim, se um atleta compete em mais de um esporte, ele terá uma classificação para cada um. No Atletismo Para os esportes ligados ao atletismo, classificação é feita em função da capacidade do atleta de realizar movimentos, as potencialidades dos resíduos musculares, de sequelas de algum tipo de deficiência e dos músculos que não foram lesados. A avaliação é feita através de testes de força muscular, de coordenação (realizado As Classes Quanto menor o número, maior o grau de comprometimento. A classificação é a mesma para ambos os sexos, respeitadas as diferenças fisiológicas, nos lançamentos de dardo e disco, por exemplo, os pesos dos implementos utilizados variam de acordo coma classe de cada atleta. O atletismo utiliza duas classificações, uma para provas de arremesso, com peso, disco, dardo, a classe F; e outra para as provas de pista, T do inglês track, com números indicando o tipo e o grau da deficiência. Por exemplo de 11 a 13 para deficientes visuais.
HistóriaA idéia de criar uma organização que pudesse coordenar o esporte para cegos no Brasil surgiu em 1980, quando se realizaram os Jogos das APAEs no Sul do país. Mas foi em 1981, no Campeonato Nacional de Desportos para Deficientes Físicos, em Curitiba PR, que o projeto amadureceu. Nos anos de 1982 e 83 diversos campeonatos de futebol para cegos foram disputados, acelerando assim a fundação da CBDC. Em 19 de janeiro de 1984, em uma sessão do Conselho Nacional de Desportos (CND), ocorreu a Assembléia definitiva para efetivação da entidade. As instituições consideradas pioneiras do movimento, que participaram dessa reunião, foram as seguintes: Centro Desportivo de Deficientes do Estado do Rio de Janeiro (Cedeverj, RJ); Serviços de Assistência São José Operário (Sasjo, RJ); Associação dos Deficientes do Paraná (Adevipar, PR); União de Cegos Dom Pedro II (Unicep, ES); Sociedade Luis Braile (SELB, ES), e Associação Catarinense para a Integração do Cego (Acic, SC). Nos dias atuais, passou a ter a designação de Confederação Brasileira de Desportos para Cegos (CBDC), após aprovação em Assembléia Geral Extraordinária realizada na cidade de Campinas/SP em 15 de dezembro de 2005. Tendo como diretriz principal fomentar e desenvolver o desporto de cegos e deficientes visuais no Brasil, representando-o nacional e internacionalmente. A CBDC é uma Sociedade Civil sem fins lucrativos, que congrega entidades de/para cegos, atletas cegos e portadores de deficiência visual e técnicos esportivos, constituindo-se em uma entidade de administração nacional do desporto. Reconhecida pela legislação brasileira como uma entidade de caráter confederativo, é a única organização nacional afiliada à International Blind Sports Federation (IBSA), o que a qualifica como responsável pela representação do Brasil nos eventos por ela organizados. Atualmente, são de responsabilidade da CBDC a gestão e o desenvolvimento de seis modalidades esportivas: atletismo, futsal, goalbaIl, judô, natação e xadrez. Este trabalho é desempenhado em diversas frentes como participação e conquista de campeonatos internacionais; promoção de um calendário nacional de competições; treinamento e reciclagem de profissionais; efetivação de parcerias com o poder público, iniciativa privada, instituições de ensino e outras organizações da sociedade civil e um trabalho intenso na mídia. Essas ações possibilitam a inclusão social de várias pessoas ao difundir a prática esportiva pelos cegos em diferentes partes do Brasil, viabilizando assim a inserção destes atletas no calendário internacional. Objetivos principais:
O ATLETISMO O atletismo é hoje o esporte mais praticado nos mais de 70 países filiados à Federação Internacional de Desportos para Cegos (IBSA). Além dos Jogos Paraolímpicos, fazem parte de seu calendário maratonas, jogos mundiais e campeonatos mundiais para jovens. Um dos grandes fatores de difusão da modalidade é o fácil acesso e a naturalidade dos movimentos, já que correr, saltar, lançar e arremessar são atividades inerentes à sobrevivência do homem. O atletismo para deficientes visuais é constituído basicamente por todas as provas que compõem as regras oficiais da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), com exceção de salto com vara, lançamento do martelo, corridas com barreira e obstáculos. As provas são divididas por grau de deficiência visual (B1, B2 e B3) e as regras são adaptadas para os atletas B1 e B2. Para esses, é permitido o uso de sinais sonoros e de um guia, que corre junto com o competidor para orientá-lo. Eles são unidos por uma corda presa às mãos, e o atleta deve estar sempre à frente. As modalidades para os competidores B3 seguem as mesmas regras do atletismo regular. ATLETISMO NO BRASIL A ABDC, atual CBDC, realiza competições nacionais de atletismo desde a sua institucionalização em 1984 e concentra um grande número de atletas praticantes no país. Hoje a modalidade é destaque tanto nacional, quanto internacional. Os excelentes resultados em eventos realizados fora do País e em competições nacionais credenciam o atletismo como o esporte de maior ascensão no cenário paraolímpico brasileiro. Nos Jogos de Atenas, por exemplo, os atletas deficientes visuais conquistaram 12 das 16 medalhas da modalidade. Foram duas de ouro, seis de prata e quatro de bronze. A velocista brasileira Anelise Hermany – B2 foi a primeira medalhista Paraolímpica entre os deficientes visuais. Ádria Santos é a maior medalhista cega da história paraolímpica brasileira. CLASSIFICAÇÃO – ELEGIBILIDADE PARA PARTICIPAÇÃO A delimitação do grupamento de deficientes visuais se dá por duas escalas: acuidade visual, aquilo que se enxerga a determinada distância; e campo visual, a amplitude da área alcançada pela visão, sendo o campo visual normal de 180 graus. Caracteriza-se como cego aquele que possui uma acuidade visual de até 6/60 ou campo visual até 10 graus e, como portador de visão residual (ambliope), aquele que possui acuidade visual de 6/60 ou um campo visual entre 10 e 20 graus. Pedagogicamente, delimita-se como cego aquele que necessita de instrução em braile (sistema de escrita por pontos em relevo) e, como portador de visão reduzida, aquele que lê tipos impressos ampliados ou com o auxílio de potentes recursos óticos (lupa). A caracterização do grupamento de portadores de deficiência visual apresenta-se, pois, como etapa fundamental para a ação educativa (aulas de educação física), visto que orientará a adequação dos conteúdos, objetivos e procedimentos metodológicos, favorecendo as adaptações que se fizerem necessárias. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO ESPORTIVA Será elegível para participar de uma competição para pessoas portadoras de deficiência visual quem se enquadre no seguinte sistema de classificação:
Os atletas deficientes visuais são divididos nas seguintes classes:
Ou
Nas provas de atletismo regidas pelo International Paralympic Commitee (IPC), os atletas portadores de deficiência visual das classes B1, B2, B3 recebem respectivamente, nas provas de pista, a classificação de T10, T11, T12 e, nas provas de campo, F10, F11, F12. Os atletas das classes B1 e B2, nas competições, possuem assistência de um atleta-guia, que corre ao lado do atleta cego, ligado a uma corda no pulso ou na mão; ou correndo ao lado, passando-lhes instruções. E nas provas de saltos e lançamentos são permitidas a utilização de sinais acústicos e orientações verbais do guia. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO Quadro dos sistemas de classificação utilizados pela IBSA e do IPC.
COMPETIÇÕESTipos de competições ou provas oferecidas O atletismo é o esporte mais difundido na IBSA. É praticado em mais de 70 países. As competições são organizadas de acordo com o sistema de classificação da IBSA, usando as três categorias – B1, B2 e B3. Trata-se de uma modalidade oficial constituída basicamente de quase todas as provas que compõem as regras oficiais da Federação Internacional de Atletismo Amador (IAAF); sofrendo algum grau de modificação e adaptação com base no nível da deficiência visual, com o objetivo de estabelecer assim o equilíbrio nas competições. As seguintes provas não são oferecidas nas competições de atletismo da IBSA: salto com vara, corridas com barreiras, corridas com obstáculos e lançamento do martelo. Em algumas destas, já foram feitas tentativas em provas com o caráter de exibição. São completamente observadas as regras do IAAF no caso de atletas B3. ATLETISMO NO BRASIL A Confederação Brasileira de Desportos para Cegos, filiada à IBSA, em sua modalidade de atletismo, concentra um grande número de atletas praticantes no Brasil e possui participação ativa como representante brasileira em competições internacionais. As seguintes provas fazem parte do calendário da CBDC, categoria adulta:
Além dessas provas, disputadas na categoria adulta, a CBDC também promove competições na categoria escolar. ProvasREGRAS DA CBDC (ADAPTADAS) Competições no Brasil CATEGORIAS
CLASSES
PROVAS Infantil (Masc. e Fem.).
Juvenil (Masc. e Fem.).
INICIAÇÃO AO ESPORTEPrincípios de iniciação EDUCAÇÃO FÍSICA PARA DEFICIENTES VISUAIS A Deficiência Visual Segundo CONDE (1995, p.10), O portador de deficiência visual é uma pessoa normal, que não enxerga ou possui visão reduzida, ou seja, nenhuma outra defasagem lhe é naturalmente inerente. Para ele, a pessoa cega é uma pessoa normal desde que não possua nenhuma outra deficiência congênita ou adquirida. Contudo, em função da diminuição de suas possibilidades de experimentação, da subestimulação, de um relacionamento familiar e/ou social inadequado e de intervenções educacionais não apropriadas, poderá apresentar defasagens no desenvolvimento social, afetivo, cognitivo e psicomotor, quando comparados a indivíduos de visão normal da mesma faixa etária. A pessoa com deficiência visual apresenta locomoção insegura, pouco controle e pouca consciência corporal, problemas posturais e insegurança (Seaman & De Pauw, 1982) o que pode gerar comprometimento do equilíbrio (estático), coordenação, agilidade, controle corporal e postura (Adams et al., 1985). O esporte pode ser uma ferramenta para minimizar estes problemas.. O desenvolvimento afetivo e social da criança vai depender principalmente das primeiras percepções que ela possui do ambiente, do sucesso ou insucesso de sua aprendizagem, da riqueza ou carência de sua vivência, da forma como ela é aceita ou rejeitada pelos adultos ou grupos iguais, condicionando a esses fatores seu ajustamento pessoal, social e sua integração ao mundo (SILVA, 1988, p.132) Como acrescenta SILVA (1988), para que uma pessoa cega consiga levar adiante o seu treinamento, é preciso que tenha uma motivação, um objetivo a ser alcançado, e que esteja bem psicologicamente. A partir disso, a criança cega capta o mundo em que vive pela experimentação corporal, utilizando o movimento como base para a apreensão das informações; neste aspecto, sua autoconfiança, autoestima, a diminuição de ansiedades, estão diretamente ligadas às possibilidades de movimentar-se e locomover-se no ambiente. DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA PARA DEFICIENTES VISUAIS Com o intuito de facilitar o entendimento da concepção do atletismo para pessoas portadoras de deficiência visual dentro da educação física nas escolas, relacionaremos alguns procedimentos básicos utilizados no processo de iniciação:
A ação do exercício físico proporciona autoconfiança e determina um estado emocional mais estável e melhoria no seu desenvolvimento psicomotor, aprimorando o desenvolvimento do sistema respiratório. Assim promove-se a integração de crianças portadoras de deficiência visual. ATLETISMO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL O atletismo contribui para o desenvolvimento orgânico e funcional da criança por meio de seu aparelho respiratório e circulatório, melhorando, entre outras coisas, a resistência à fadiga. As situações de múltiplos saltos, lançamentos e corridas permitem às crianças uma melhora geral de sua motricidade, um aprendizado de diferentes percepções e reconhecimento das sensações do movimento e do gesto. A criança inicia-se no atletismo jogando. Com criança de 5 a 7 anos, não se trabalha o atletismo, realiza-se com ela atividades de jogos de corridas, saltos e lançamentos, melhorando suas capacidades psicomotoras. Por isso, deve-se multiplicar situações e graus de dificuldades nos jogos. As sessões serão gerais e diversificadas (corridas e saltos, corridas e lançamentos, corrida-salto e lançamento), favorecendo a movimentação e solicitando a adaptação das crianças em variados esquemas. As capacidades físicas e técnicas terão uma considerável melhora quando trabalhadas no programa de treinamento a orientação espacial e formação corporal: para o cego pela instrumentalização das informações passadas pelo técnico de maneira individualizada, utilizando todos os tipos de informações; para o atleta de baixa visão, as informações serão visuais e outros tipos de informações orientadas pelo técnico. Como em qualquer tipo de treinamento, a aprendizagem da pessoa com deficiência visual no atletismo deve respeitar a individualidade biológica. ATIVIDADES DE ATLETISMO COM ALUNOS DEFICIENTES VISUAIS CORRIDAS O primeiro passo para uma aula de corrida é o reconhecimento do espaço, tanto para o aluno cego como para o de baixa visão, conhecendo as dimensões (largura e comprimento), encontrando os obstáculos e reconhecendo referências para orientação espacial (canalização do vento e/ou direção, sons, cheiros ou luz em determinados pontos),recebendo todas as orientações e informações quanto ao local a ser utilizado, explorando o ambiente e criando um mapa mental de onde será feita a atividade. Toda vez que tiver alguma alteração do meio, o aluno deverá saber desta mudança. Os educativos de corrida podem ser feitos também com o colega-guia. O professor, juntamente com os alunos, pode desenvolver vários tipos de acompanhamentos de como deverá guiar o aluno cego ou de baixa visão. Pode-se guiar com acessórios, tendo uma corda entre as mãos de no máximo 50cm; sem acessórios, pode acompanhá-lo de mãos dadas, segurando a camisa do corredor cego e ou apenas correr ao seu lado com orientações verbais gerais quanto ao ritmo, à direção e outros. Para que isto aconteça, deve existir uma boa coordenação entre guia e atleta, para que haja uma boa performance. Muitos exercícios para desenvolver uma boa coordenação devem ser feitos juntos. Alguns exemplos:
Observação: o professor deve sempre orientar o aluno-guia antes que ele ajude o colega, orientandoo para não puxar ou empurrar o atleta cego, devendo sempre estar ao lado ou um pouco mais atrás. Nos educativos de corrida e coordenação geral, o professor deve ficar aproximadamente a uma distância de 20/30 metros longe do aluno e dar orientações sonoras para que ele venha em sua direção, seguindo a voz ou palmas, fazendo o exercício que foi pedido. Quando estiver em uma quadra de esportes, o professor deve ficar no meio desta e o aluno na parte central; na pista de atletismo, o aluno deve ficar entre as raias de n 0 3 e n 0 4 e o professor nas mesmas raias na distância de 20/30 metros. Exemplos de atividades:
As atividades desenvolvidas podem ser todas encontrados nos livros de atletismo, mas devem sofrer as adaptações que sejam necessárias para sua realização. Estas deverão ser táteis ou sonoras, quando usadas pelas pessoas cegas, e visuais com adaptações de cores em alto contraste, além de estímulos sonoros e táteis, para pessoas com baixa visão. Técnicas básicas de corridas:
Exercícios básicos:
Velocidade: Conceito: É a capacidade de o homem se deslocar rapidamente de um ponto ao outro. As capacidades físicas básicas que devem ser priorizadas para as provas de velocidade:
Erros no trabalho da corrida de velocidade:
Posição do pé do velocista Posição do pé do meio-fundista e fundista Corridas de meio-fundo e fundo As capacidades físicas básicas que devem ser priorizadas para as provas de meio-fundo e fundo:
SALTOS SALTO EM DISTÂNCIA A fase de corrida nos saltos deve passar pelo mesmo processo pedagógico das corridas e arremessos (orientação espacial e dinâmica de deslocamento). O problema fica complexo no treinamento para a chamada (passo que antecede o salto), enquanto na fase aérea do salto o problema é minimizado, pois a questão da orientação espacial não influi mais, já que não se pode mudar o sentido do deslocamento. A chamada é um elemento de precisão que depende de refinamento técnico gerado pela repetição exaustiva. A distância para a chamada deve ser treinada e estabelecida nos treinos. Apesar de a área de impulsão no salto em distância e no triplo, para o B1 e B2, ser de 1m x 1,22m, o aluno precisa ter o referencial espacial muito bem estabelecido, já que o atleta tem de correr na direção certa e ainda acertar a distância da tábua. Independente da ajuda de um chamador, esta ação é de muita complexidade em sua execução. Para o salto em distância, o chamador deverá posicionar-se ao lado da área de impulsão e bater palmas para indicar a direção da corrida. Quando o atleta se aproximar, ele deverá dar sinal que faltam um ou dois passos para o salto. Pode-se usar um outro chamador atrás da caixa de areia dando as coordenadas de direção e o que fica ao lado da área de impulsão só indicará o momento do salto. Esta técnica com dois chamadores é muito útil no salto triplo, em que o atleta durante os três saltos tende a perder um pouco do senso de direção. As capacidades físicas básicas que devem ser priorizadas para as provas de saltos:
A didática do salto em distância para deficientes visuais:
Regras básicas
Fases do salto
Técnica inicial Aprendizado da corrida com chamada e números de passadas, educativos de saltos e exercícios de aprendizagem da figura do salto Exemplos: Salto parado com ambas as pernas: o aluno fica na borda da caixa de salto em distância com as pernas separadas lateralmente, realiza uma pequena flexão de pernas e salta para frente caindo na caixa de areia com pequena flexão de pernas. Salto parado com impulsão na perna esquerda e queda na caixa de areia com ambas as pernas. Salto com uma passada com impulsão na perna esquerda. O professor pode acompanhar o aluno dando orientação verbal ou também acompanhá-lo de mãos dadas. O mesmo salto acima com duas passadas até cinco passadas caminhando. Quando o aluno estiver com confiança e bom direcionamento, pode fazer as passadas correndo com intensidade média até conseguir correr bem direcionado em sua corrida máxima. Trabalho com ritmo de passadas, exemplo corrida crescente. O atleta, no gramado ou na pista de atletismo, corre uma distância pré-determinada pelo técnico e simula a entrada do salto. Fica a critério do atleta e do professor a melhor maneira de realizar o salto com número fixo de passadas ou com o professor (técnico) fazendo a chamada na área de impulsão, avisando o momento em que ele deve realizar o salto Exemplos de atividades para o final do salto
SALTO TRIPLO O salto triplo para deficientes visuais segue o mesmo princípio do salto em distância em relação aos guias, mas o ideal são dois: um deve fica na área de impulsão e outro para orientação da seqüência dos saltos Fases do salto triplo:
Corrida de aceleração:
Hop:
Step:
Jump:
Metodologia:
Educativos da parte final do salto triplo:
A técnica do salto triplo para deficientes visuais:
SALTO EM ALTURA Metodologia do salto tesoura e fosbory:
Metodologia do salto rolo ventral:
A didática do salto triplo para deficientes visuais:
ARREMESSOS E LANÇAMENTOS O reconhecimento espacial do ambiente tem a função de conhecer a área de arremesso e lançamentos, pois é fundamental para o deficiente visual. Enfocar exercícios de equilíbrio , já que nosso principal mecanismo de equilíbrio é a visão. Sem ela, no caso da cegueira, o sistema vestibular e a propriocepção devem ser estimulados para suprirem a ausência da visão. Os arremessos e os lançamentos são constantes processos de perda e retomada de equilíbrio, tanto estático quanto dinâmico. Os lançamentos serão direcionados pelas informações verbais. Para isso, pode-se combinar diferentes informações em um mesmo exercício. Em um exercício de arremesso de peso, o chamador irá atuar da seguinte maneira: posicionar o atleta no setor de arremesso, orientá-lo espacialmente (com informações táteis e sonoras), colocá-lo próximo dos implementos e, após, colocar-se na frente do atleta batendo palmas ou transmitindo informação sonora para indicar a direção do arremesso. Assim, no caso de um giro, o atleta saberá qual a direção correta. Regras básicasO tempo para o lançamento ou o arremesso é iniciado após a orientação espacial do atleta. Atleta e guia são um só de forma que qualquer um dos dois pode invalidar uma tentativa de arremesso, o guia pode orientar espacialmente o atleta a todo momento.. As capacidades físicas básicas que devem ser priorizadas para as provas de lançamento e arremesso:
ARREMESSO DO PESO Técnicas básicas para lançamentos:
Objetivo: empurrar o mais longe possível Fases:
Técnica:
Metodologia:
Técnica (OBrien)
Posição de equilíbrio:
Técnica lateral:
Principais erros do arremesso do peso:
LANÇAMENTO DO DISCO O aluno criará um quadro mental do esquema corporal para a melhoria dos movimentos da figura técnica do lançamento. Técnicas básicas para o lançamento:
Seqüência dos lançamentos:
Metodologia:
Metodologia para realizar o lançamento com giro:
Capacidades Motoras:
LANÇAMENTO DO DARDO Técnicas básicas para o lançamento: Orientar a posição do dardo em relação ao seu esquema corporal, não esquecendo de, juntamente com o aluno, fazer um reconhecimento da área de lançamentos, orientando sobre o corredor de lançamentos e a linha final do lançamento do dardo.
Parte final do lançamento do dardo Principais erros no lançamento do dardo:
Metodologia:
Jogos ParalímpicosVelocidade, força, resistência, superação. Esses são alguns dos ingredientes que fazem do atletismo o esporte que mais atrai público nos Jogos Paralímpicos. As provas são disputadas por homens e mulheres de todos os grupos de deficiência – sejam elas físicas, sensoriais ou mentais, sendo estas como demonstração. Os atletas são separados de acordo com sua habilidade funcional, de forma a haver equilíbrio na competição, e contam com recursos como cadeiras de rodas, próteses ou até mesmo outro atleta atuando como guia. O atletismo faz parte do Programa desde os primeiros Jogos Paralímpicos, em 1960. As provas são divididas em corridas (de curta, média e longa distâncias e revezamento), saltos (altura, distância e triplo), lançamentos (dardo e disco) e arremessos (peso), pentatlo e maratona. Participam atletas com deficiência física e visual, em provas masculinas e femininas, que têm especificidades de acordo com a deficiência dos competidores e se dividem em corridas, saltos, lançamentos e arremessos. Desde os Jogos de Roma, em 1960, o atletismo faz parte oficialmente do esporte paraolímpico. As primeiras medalhas do Brasil em Paraolimpíadas na modalidade vieram em 1984, em Nova Iorque e em Stoke Mandeville, Inglaterra. Nos Estados Unidos foram conquistadas seis medalhas: uma de ouro, três de prata e duas de bronze. Na cidade inglesa, o Brasil obteve cinco medalhas de ouro, nove de prata e uma de bronze. Em Seul (1988), mais três de ouro, oito de prata e quatro de bronze. Na Paraolimpíada de Barcelona, em 1992, os competidores trouxeram três medalhas de ouro e uma de bronze. Em Atlanta (1996), o Brasil conquistou cinco medalhas de prata e seis de bronze. Em Sydney (2000) foram quatro de ouro, quatro de prata e uma de bronze. Mas foi em Atenas, em 2004, que o atletismo brasileiro mostrou sua força: 16 medalhas no total, sendo cinco de ouro. Em Pequim (2008), foram 14 medalhas, sendo quatro de ouro, três de prata e sete de bronze, com destaque para Lucas Prado que conquistou três medalhas de ouro. Nos Jogos Parapan-Americanos do Rio de Janeiro (2007) o Brasil terminou em primeiro lugar geral, com 25 medalhas de ouro, 27 de prata e 21 de bronze, totalizando 73 medalhas na modalidade. O atletismo paraolímpico é a modalidade que mais rendeu medalhas ao Brasil, com destaque para Ádria Santos, a maior medalhista do Brasil na competição conquistando ao todo 13 medalhas em 6 Paraolimpíadas. Logo aos 14 anos, ela esteve em Seul 1988 e conquistou 2 pratas. Em Barcelona 1992, a brasileira ganhou sua primeira medalha de ouro. Em Atlanta 1996 conquistou 3 pratas, mas foi em Sydney 2000, que Ádria teve a sua melhor participação, com dois ouros e uma prata. Atenas 2004 lhe rendeu 1 medalha de ouro e 2 de prata, e na sequência em Pequim 2008, 1 de bronze. Atletas com deficiência física e visual, de ambos os sexos, podem praticar a modalidade. As provas são de acordo com a deficiência dos competidores, divididas entre corridas, saltos, lançamentos e arremessos. Nas provas de pista (corridas), dependendo do grau de deficiência visual do atleta, ele pode ser acompanhado por um atleta-guia, que corre ao seu lado ligado por uma cordinha. Ele tem a função de direcionar o atleta, mas não deve puxá-lo, sob pena de desclassificação. As competições seguem as regras da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), com algumas adaptações para o uso de próteses, cadeira de rodas ou guia, mas sem oferecer vantagem em relação aos seus adversários. No Brasil, a modalidade é administrada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro. ClassificaçãoPara provas de campo arremesso, lançamentos e saltos F Field (campo)
T track (pista)
OBS: A classificação é a mesma para ambos os sexos. Entretanto, os pesos dos implementos utilizados no arremesso de peso e nos lançamentos de dardo e disco variam de acordo com a classe de cada atleta. Regras do Atletismo ParaolímpicoADAPTAÇÕES DAS REGRAS As alterações das regras visam a possibilitar a prática do atletismo pelas pessoas portadoras de deficiência visual. As principais diferenças entre as regras da IAAF e IBSA e suas adaptações em relação às regras do atletismo. A principal diferença entre estes dois tipos de atletismo é que a IBSA apresenta um sistema de classificação de seus participantes (Classes B1, B2, B3), segundo os dados do sistema de classificação. Classe B1 Corridas Os atletas precisam utilizar óculos escuros, vendas ou tamponamento em todas as provas. A corrida é realizada juntamente com um atleta-guia. Saltos A prova do salto em distância e salto triplo tem como principal diferença a utilização de uma área de impulsão que mede 1,22m x 1m, sendo que a distância do salto será aferida a partir do ponto de impulsão na área de impulsão, ou caso esta ocorra antes desta área, será feita a medida na tábua convencional. Nas provas de salto em distância e triplo, o atleta B1 pode utilizar-se de dois guias, sendo um responsável pelo seu posicionamento na pista de aceleração e outro para lhe dar a orientação de direção. Esta configuração do posicionamento dos guias na área de salto não é obrigatória. No entanto, os guias não podem se posicionar dentro da zona de aterrissagem, nem deixar marcas na areia entre o ponto de queda do atleta e a tábua de impulsão. O atleta poderá ter assistência auditiva ou tátil de seus guias, pois nesta prova o atleta poderá ter dois guias para sua orientação espacial. Descrição da área do salto em distância classe B1 e B2 A área em branco é a área de impulsão que mede 1,22m de largura por 1m de comprimento. Na prova do salto em altura, é permitido que o atleta toque o sarrafo antes de saltar. Lançamentos O atleta pode receber orientações sonoras, táteis do guia. Nas provas de lançamento, o guia posiciona o atleta e sai da área de arremesso, esperando em um ponto em que esteja seguro, podendo ainda dar orientação sonora ao atleta em um local seguro. O guia retorna para conduzir o atleta após o levantamento da bandeira de sinalização do árbitro, no entanto deverá retirar o atleta pela área de trás da zona de lançamento. Caso isto não ocorra, será apontada infração. Classe B2 Corridas Os atletas precisam utilizar óculos opacos, vendas ou tamponamento em todas as provas. A corrida é realizada juntamente com um atleta-guia. Saltos A prova de salto em distância e salto triplo, assim como na classe B1, têm como principal diferença a utilização de uma área de impulsão que mede 1,22m x 1m, sendo que a distância do salto será aferida a partir do ponto de impulsão na área de impulsão, ou caso esta ocorra antes desta delimitação, será feita a medida na tábua convencional. O atleta poderá ter assistência auditiva ou tátil de seu guia. Atleta B2 só pode utilizar-se de um guia. Nestas provas, o guia é responsável pelo posicionamento e orientação de sua direção para o salto. O guia pode estar ao lado da tábua de impulsão ou no final da caixa de salto, mas não dentro dela. O atleta B2 pode dispor destes recursos mais a utilização de marcações com cores e bandeiras nas áreas de salto Salto em altura É permitido que o atleta toque o sarrafo antes de saltar. Lançamentos O atleta pode receber orientações sonoras, táteis do guia. Nas provas de lançamento, o guia posiciona o atleta e sai da área de arremesso, esperando em um ponto em que esteja seguro, podendo ainda dar orientação sonora ao atleta em um local seguro. O guia retorna para conduzir o atleta após o levantamento da bandeira de sinalização do árbitro, no entanto deverá retirar o atleta pela área de trás da zona de lançamento. Caso isto não ocorra, será apontada infração. Classe B3 O atleta B3 compete sob as mesmas regras do desporto convencional em todas as situações. As regras são da IAAF. REGRAS E FUNÇÕESO guia nas corridas é o olho do atleta, sendo-lhe permitida a comunicação verbal e física com o atleta. Dentro das técnicas para conduzir o atleta, será permitida a utilização de cordas guias, a condução pelo braço ou pelo uniforme do atleta. No entanto, não é permitido ao guia puxar, empurrar ou propelir o atleta na busca de uma vantagem sobre os outros competidores. O guia deve estar sempre ao lado ou atrás do atleta, não ficando mais de 50cm longe dele. Na linha de chegada, o guia deve posicionar-se atrás da linha do atleta para não atrapalhar a arbitragem. A troca de guias pode ocorrer nas provas com distância acima de 400m. A troca deverá ser notificada à arbitragem antes da largada da prova e a substituição se dará no local designado pela arbitragem. Será permitida apenas uma substituição. Exceção será feita na maratona, onde podem ocorrer três trocas de guias nos quilômetros 10, 20 e 30.O guia não é um competidor, ele é parte de uma equipe na competição. A qualquer infração das regras pelo guia, a dupla será punida. A passagem no revezamento ocorre pelo toque entre atletas, guias, atletas e guias. Não existe zona de aceleração neste tipo de prova. O guia, nesse caso, tem de permanecer na mesma linha ou atrás do atleta, mesmo na passagem. O bastão como elemento simbolizador da passagem, estará sendo adotado em um futuro próximo. O papel do guia nesse evento é fundamental para que as passagens sejam eficientes. GUIA: O ATLETA Ser guia requer um elevado nível de profissionalismo, mesmo quando trabalha como voluntário. Como guia, deve não só ter condutas pessoais e profissionais de qualidade, mas também viver de acordo com elas. A relação entre guia e atleta não se resume apenas à sua preparação para os acontecimentos na competição. É também uma questão de formar atitudes e ser educador no sentido mais amplo da palavra. Por meio do seu trabalho e do modo como o realiza, ele projeta uma imagem para o treino dos atletas, para os técnicos e ainda para aqueles que estão envolvidos no treino. Os guias, devido ao trabalho que desempenham na preparação dos atletas, representam um papel importante na performance final do seu atleta. Sua conduta, aparência pessoal, sua personalidade, seus conhecimentos técnicos, devem corresponder às necessidades dos atletas. Isto sempre irá refletir na confiança que o atleta deposita em seu guia. Ele deve plena observância aos deveres do compromisso assumido. Precisa estar ou manterse sempre disponível dentro e fora dos locais de competição. Não deve esquecer nunca da responsabilidade quanto à pontualidade e quantidade de tempo disponibilizado para as tarefas combinadas. Algumas regras básicas do guia e de sua função:
NOTA: Quando situações acidentais ou extraordinárias induzirem à violação da condição acima será de inteira responsabilidade do oficial técnico da IBSA decidir a favor ou contra a desclassificação do atleta. Os princípios utilizados para tomar tal decisão incluirão consideração sobre algum perigo passado ou desvantagem sofrida por outro competidor na mesma prova. Para as corridas de pista em médias e longas distâncias (acima de 400m), serão permitidos dois guias. Permite-se apenas uma troca de guia para cada corredor. A troca (substituição) deve ocorrer sem prejudicar os demais corredores e deve ser realizada apenas na reta de largada. Os corredores-guias devem vestir colete de cor laranja, para que sejam claramente diferenciados dos competidores. O técnico, em função das regras aqui descritas e pela experiência, procura traçar o que se chama de ideal do perfil técnico do guia. Este atleta em primeiro lugar deve estar consciente de suas funções como guia, já que passará a ser os olhos dos atletas e o responsável direto pela performance do atleta no momento da competição. Para que isto aconteça, é necessário que ele transmita calma e segurança para o atleta e o domínio da situação e das regras. Deve estar integrado no movimento do paradesporto. A atividade do guia inicia já nos treinamentos e não apenas na competição. Ele deve estar presente no dia-a-dia dos atletas e possuir conhecimentos das técnicas do esporte. Fonte: www.informacao.srv.br/turismoadaptado.wordpress.com/www.rio2016.com |