Como o SUS contribui para o aumento da expectativa de vida do brasileiro?

Especialista cita projeto da USP sobre envelhecimento nos centros urbanos da América Latina e Caribe

 18/04/2019 - Publicado há 4 anos

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Como o SUS contribui para o aumento da expectativa de vida do brasileiro?

Como o SUS contribui para o aumento da expectativa de vida do brasileiro?

Entre os anos de 2000 e 2016, a expectativa de vida global aumentou em 5,5 anos; de 66,5 para 72 anos, de acordo com um relatório de estatísticas da Organização Mundial da Saúde. Segundo a OMS, a expectativa de vida continua sendo fortemente afetada pela renda. O relatório analisa países em grupos de renda, conforme a classificação do Banco Mundial. Em países em que a renda é menor, a expectativa de vida é 18,1 anos mais baixa do que a de países mais ricos. O relatório aponta ainda que a expectativa de vida das mulheres é maior do que a dos homens em todo o mundo. O Jornal da USP no Ar conversa com a professora Marília Cristina Prado Louvison, do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, para entender quais os desafios que a longevidade traz para o poder público.

O envelhecimento populacional não poder ser visto como um problema, mas sim como um triunfo, destaca a professora Marília. O aumento na expectativa de vida é resultante do sucesso de várias políticas públicas empregadas ao longo de décadas. No entanto, uma população mais velha implica maiores desafios para o poder público. “O sistema de saúde tem que se preparar para a revolução da longevidade”, diz a especialista sobre as demandas que a terceira idade já está exigindo.

Como o SUS contribui para o aumento da expectativa de vida do brasileiro?
Foto: Georgi C/Flickr-CC

Houve uma diminuição da mortalidade, mas não da mortalidade sem incapacidade. Ou seja, se está vivendo mais, porém com maior tempo de dependência, pontua Marília. “Não estou dizendo que a velhice traz doenças necessariamente”, comenta a professora da Faculdade de Saúde Pública, e completa: “Precisamos de políticas de promoção de saúde que nos façam envelhecer melhor, de maneira saudável”.

A professora Marília explica que a FSP segue um norteamento mundial da chamada “universidade mais amigável ao idoso”. Em resumo, trata-se de um movimento que busca formular uma cultura que possa olhar melhor para o idoso, “trazendo benefícios para a sociedade no sentido de conhecer, compreender e possibilitar que as políticas públicas possam responder às nossas necessidades (envelhecimento da população)”, discorre.

O inquérito Sabe ( Saúde, Bem-estar e Envelhecimento), coordenado pela FSP, investigou a saúde e o bem-estar de pessoas idosas em sete centros urbanos da América Latina e Caribe, dentre eles a cidade São Paulo. A professora Marília expõe que há outras iniciativas na faculdade a fim de compreender a relação idoso-cidade. Uma grande preocupação dessa população é a mobilidade. Os centros urbanos não estão preparados para comportar o idoso: quedas nas calçadas e nos ônibus são recorrentes.

Os governantes precisam estar atentos para questões como seguridade social e o sistema de saúde. É necessário “produzir aquilo que temos chamado de cuidados de longa duração, ou cuidados de dependência”, enfatiza Marília. Trata-se da consolidação de um sistema que garanta: primeiro, um envelhecimento saudável; segundo, dignidade para a pessoa idosa.

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O que contribuiu para o aumento da expectativa de vida no Brasil?

O crescimento econômico do país, acesso à água tratada e esgoto, bem como aumento do consumo, foram alguns dos fatores que elevaram a expectativa de vida no Brasil. A esperança de vida dos brasileiros aumentou, isso segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Que ações na saúde pública permitiu aumentar a expectativa de vida dos brasileiros a partir de 1961?

A coleta de lixo e o tratamento da água também contribuíram, como também a importação de medicamento e as campanhas de vacinação lançadas no país.

Como a medicina aumentou a expectativa de vida?

De acordo com pesquisas realizadas pelo mundo, o aumento de expectativa da população está associado a hábitos como: prática de exercícios físicos, alimentação saudável e avanço da tecnologia e da ciência, que possibilitam novos tratamentos clínicos.

Quais fatores que contribuem para o aumento da expectativa de vida no mundo?

As condições sociais também são importantes para o aumento da expectativa de vida. Lugares que possuem uma melhor condição, como taxas mais elevadas de saneamento básico entre as cidades, maior nível de educação, menor índice de violência e poluição, por exemplo, tendem a ter uma expectativa mais duradoura.