Como se formam os gêmeos univitelinos e os falsos?

O comportamento da sociedade moderna e a sua relação com o nascimento de gêmeos, cada vez mais comum no Brasil e no mundo, são abordados nesta quinta-feira (8), na reportagem de biologia do Projeto Educação. Mas antes de analisar como isso acontece, é preciso entender o que são gêmeos e como eles se formam.

Gêmeos são irmãos que nasceram de uma mesma gestação e que podem ser idênticos ou não. "Pode ser o gêmeo monozigótico e o dizigótico. Quando é formado apenas um zigoto, é o monozigótico. A mulher libera um óvulo e o espermatozóide penetra neste óvulo, são os gêmeos idênticos. Mas tem aqueles gêmeos que é menino e menina ou dois meninos não parecidos; é o gêmeo dizigótico, quando a mulher libera mais de um óvulo durante aquela ovulação. Se a mulher liberou dois óvulos e houver duas fecundações, vão se formar dois zigotos", explica o professor Fernando Beltrão.

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É importante saber que uma gravidez só acontece quando um óvulo recebe um espermatozóide. "Vários espermatozóides no mesmo óvulo não formam bebês, formariam um ser anômalo, triplóide, que não desenvolve. Quando acontece o gêmeo é o que a gente chama de poliembrionia, não poliespermia. Poliembrionia é quando eu tenho mais de um embrião, a partir de um zigoto. O gêmeo monozigótico chamamos de poliembrionia", diz o professor.

Podemos dizer que um gêmeo é clone do outro. "Um gêmeo monozigótico é clone do outro, clone perfeito, natural. Essa história de que o homem aprendeu a fazer clone do outro, aprendeu... Mas a natureza sempre fez e fará. O clone natural é o gêmeo monozigótico ou univitelino", comenta Fernando Beltrão.

Afinal, porque esse tipo de gravidez é cada vez mais comum? "A fertilidade diminui a partir de certa idade e esse aumento na infertilidade faz com que muitos casais só resolvam ter filhos quando a mulher já tem mais de 30, 35, 40 anos, e isso dificulta. Às vezes vem o caso da reprodução assistida, que é quando o médico entra para dar uma mãozinha", conta o professor.

A reprodução assistida pode ser feita de três formas: coito programado, a inseminação intra-uterina e a fertilização in vitro, o famoso bebê de proveta. "Pode ser desde ajudar implantando espermatozóide no útero para promover a fecundação natural, estimulando a ovulação através de medicação. Mas também tem o caso do bebê de proveta, que é pegar o espermatozóide do marido, pegar o óvulo da mulher, tirar o óvulo do ovário e no laboratório juntar os dois", informa Beltrão.

"Fertilização in vitro já é um procedimento de alta complexidade. Ela induz também com medicações diferentes e os folículos são aspirados com ultrassom. Pegamos o óvulo, levamos para o laboratório e aí a fecundação ocorre no laboratório, in vitro. Aí depois transferimos os embriões para o útero", acrescenta a médica Gabriella Collier.

A busca cada vez maior por esses métodos de fertilização faz com que o número de nascimentos de gêmeos aumente. "Como vai ser implantado, existe uma possibilidade de não vingar, de não desenvolver dentro do útero, ser rejeitado e sair. Normalmente, implanta dois fica um, implanta três fica um, mas podem ficar dois, podem ficar três. É possível haver gravidez gemelar nesse caso de gêmeos dizigóticos, é bem mais comum isso, por múltipla implantação", conta o professor de biologia.

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Desenvolvimento

Gêmeos verdadeiros

A gravidez de gêmeos monozigóticos (univitelinos, idênticos ou verdadeiros) forma-se através de um único óvulo fecunda­do por um único espermatozoide, mas, em vez de originar apenas um embrião, o zigoto origina dois ou mais. Isso porque as células formadas nas fases iniciais do desenvol­vimento (até oito dias depois da fecundação) se separam em dois ou mais grupos independentes e cada grupo ori­gina um embrião completo. Esses gêmeos são genetica­mente iguais entre si e, portanto, são sempre do mesmo sexo

Se a separação ocorrer cedo (dois a três dias depois da fecundação), formam-se gêmeos com dois âmnios, dois córions e duas placentas (se a implantação no útero for próxima, o córion e a placenta podem fundir-se). O mais comum, porém, é a separação ocorrer depois e formarem-se duas massas celulares internas, que compartilham o mesmo trofoblasto. Nesse caso, os gêmeos vão compartilhar o córion e a placenta, mas ca­da um estará em uma cavidade amniótica.

Como se formam os gêmeos univitelinos e os falsos?
Formação de gêmeos verdadeiros

Quando a separação ocorre mais tarde, depois do nono dia, os embriões dificilmente sobrevivem ou, se a separação não for completa, podem surgir gêmeos ver­dadeiros presos por uma parte comum do corpo e com­partilhando órgãos; são os irmãos siameses ou xifópagos. Em certos casos, dependendo dos órgãos que tenham em comum, é possível separá-los cirurgicamente.

Gêmeos falsos

Na população humana ocorrem cerca de quatro gê­meos univitelinos em cada mil nascimentos. A maioria dos casos de gêmeos (sete em cada mil nascimentos) ocorre de outra forma: são lançados na tuba uterina dois ou mais óvulos no mesmo ciclo, e cada um é fecundado por um espermatozoide.

Como esses gê­meos se desenvolvem de células-ovos distintas, que vieram da união de gametas com genes diferentes, eles não são tão parecidos quanto os idênticos. Podem ter ou não o mesmo sexo, por exemplo. De fato, podem ser tão dife­rentes quanto dois irmãos não gêmeos. Por isso são cha­mados de gêmeos fraternos, falsos ou, como vieram de zigotos diferentes, dizigóticos (ou plurizigóticos) ou bivitelinos (ou plurivitelinos). Há sempre dois âmnios e dois córions, com duas placentas (se eles se implanta­rem em regiões próximas, pode haver fusão dos córions e das placentas).

Como se formam os gêmeos univitelinos e os falsos?
Formação de gêmeos falsos

A formação de trigêmeos, quadrigêmeos, etc. é bem mais rara e pode resultar da separação de vários conjun­tos de blastômeros, de uma ovulação múltipla ou de am­bos os fatores.

A identificação do tipo de gêmeo pode ser feita por meio de um teste de DNA: somente os gêmeos verda­deiros terão exatamente o mesmo material genético.

Em alguns animais, como o tatu, é usual nascerem de quatro a oito gêmeos verdadeiros em uma ninhada, fenômeno chamado de poliembrionia.

Por: Renan Bardine

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Gêmeos Bivitelinos Também chamados de gêmeos fraternos ou falsos, eles são gerados por dois óvulos e dois espermatozoides e, por isso, são dizigóticos (apresentam dois zigotos ou células-ovo), formando dois embriões. Curioso notar que eles podem apresentar sexos diferentes, ou seja, nascer uma menina e um menino.

O que são gêmeos falsos?

Os gémeos falsos, bivitelinos ou dizigóticos, são os que provêm da fecundação simultânea de dois óvulos diferentes por dois gâmetas masculinos ou espermatozoides, também diferentes.

Como se formam os gêmeos univitelinos e bivitelinos?

Os gêmeos bivitelinos são dizigóticos ou multivitelinos, ou seja, são formados a partir de dois óvulos. Nesse caso, são produzidos dois ovócitos II e estes são fecundados por dois espermatozoides, formando, assim, dois embriões. Quase sempre são formados em placentas diferentes e não dividem o saco amniótico.

Como seria gerado trigêmeos univitelinos e bivitelinos?

1) Univitelinos: um óvulo foi fecundado por um espermatozóide e houve a divisão em três embriões. Neste caso, os 3 são idênticos e dividem a mesma placenta. 2) Trivitelinos: três óvulos foram fecundados por três espermatozóides.