Sabe quando sua cama está tão quentinha, suas cobertas tão acolhedoras, que não dá vontade de sair da cama? Ou quando a chuva lá fora deixa o clima perfeito para uma soneca pós-almoço?
Em pequenas doses, essa preguiça é benéfica. Não querer sair da cama quando se está cansado é uma ótima maneira de renovar as energias e respeitar seu corpo e mente.
Entretanto, você sabe reconhecer quando sua preguiça está indo além do normal, ultrapassando a barreira do saudável?
Quando há um desejo e uma necessidade inexplicável de não levantar da cama, independente da hora ou ocasião, é possível que você esteja sofrendo de clinomania. O distúrbio leva as pessoas a permanecerem deitadas, nem sempre dormindo. A doença tem mais a ver com o fato de não sair da cama do que com o sono, especificamente.
Neste artigo, nós explicamos mais sobre a síndrome, suas causas, sintomas e tratamento.
Clinomania: sintomas e causas
A palavra clinomania é de origem grega: klino significa inclinar e mania pode ser descrita como um estado de obsessão, demência, loucura e vício. Logo, como dito anteriormente, a patologia refere-se ao desejo exacerbado de ficar deitado na cama.
Muitas vezes imperceptível e confundida com outros distúrbios do sono, os principais sintomas da clinomania são: irritabilidade ao sair da cama, falta de vontade de levantar, cansaço e rotina de sono alterada (trocando o dia pela noite).
Quando obrigada a acordar, a pessoa que sofre da doença pode apresentar péssimo humor, falta de vontade para realizar tarefas e desconforto por não estar mais deitado.
Algo curioso da doença é que ela pode acontecer em qualquer faixa etária.
E, das várias causas que podem contribuir para o surgimento do distúrbio, destacam-se a depressão, o uso de medicamentos contínuos e fortes, o abuso de aparelhos eletrônicos e fatores comportamentais. Neste último, é comum os acometidos atribuírem à cama uma sensação de segurança, zona de conforto e paraíso.
Como procurar ajuda? Tratamento e medicamentos
Se está desconfiado de que isso pode estar acontecendo com você, o melhor a ser feito é procurar um especialista em medicina do sono. Alguns exames serão feitos e, junto ao seu médico, vocês chegarão a um diagnóstico.
Importante frisar que a clinomania é uma doença de difícil diagnóstico. Visto que não causa nenhum distúrbio que a diferencie das demais doenças, ela só é considerada depois de realizados vários outros exames. No início, pode-se pensar que é depressão, cansaço mental, fadiga crônica ou só sono excessivo.
Quanto aos tratamentos, tudo dependerá da gravidade do quadro do paciente. Em casos mais graves, é recomendado o uso de remédios para devolver ao paciente a energia que lhe falta para sair da cama.
O acompanhamento psicológico e psiquiátrico, assim como neurológico e demais especialidades, também pode se fazer necessário. Geralmente, a mudança na rotina e a inserção de exercícios físicos e meditação também podem ser sugeridos.
De toda forma, não deixe de procurar ajuda!
Sentir sono é importante e normal, mas não deve atrapalhar seu dia a dia. O conforto e a qualidade de vida devem sempre ser priorizadas.
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Quando o desejo de estar deitado, dormindo ou não, é incontrolável e passa a prejudicar a rotina diária e o convívio social, é possível ser um transtorno raro chamado clinomania. Para entender mais sobre o assunto, os psicólogos André Lucas M. Gonçalves (CRP 08/25446) e Jackeline Corrêa (CRP 08/22340) explicaram o que é, quais os sintomas e como diferenciar da depressão. Acompanhe a matéria!
O que é clinomania
Segundo os psicólogos, a clinomania pode ser caracterizada por transtorno quando é atribuído por um desejo excessivo de estar na cama, atrapalhando significativamente a rotina diária, como nas relações de trabalho, familiar e social. A psicóloga Jackeline informou que “a clinomania não é declarada como transtorno psicológico ou mental pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e não está presente na Classificação internacional dos distúrbios do sono (CID-11)”.
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Entretanto, o psicólogo André ressaltou que a clinomania “pode configurar como um fenômeno psicopatológico contemporâneo, pois o desejo em permanecer na cama, mesmo sem sentir sono, tem se apresentado como uma queixa clínica persistente, levando o sujeito a uma incapacidade crônica de dissentir ao seu desejo de repouso”. Confira abaixo os sintomas mais comuns da clinomania:
- Desejo excessivo de ficar deitado ou dormindo;
- Intensa sensação de bem-estar e prazer quando está na cama;
- A pessoa evita conviver socialmente para permanecer deitado;
- Em dias nublados ou chuvosos, a vontade de ficar na cama é ainda maior;
- Desconforto e irritabilidade ao precisar se levantar.
Embora a clinomania atinja pessoas com idade entre 20 e 40 anos, a condição também acomete idosos. Pois, fatores como o envelhecimento, fragilidade do corpo e problemas de mobilidade podem contribuir para o aparecimento dessa condição nesta faixa etária.
O que causa a clinomania
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Não existe causas específicas, mas existem situações que contribuem para o desenvolvimento da clinomania. Veja algumas delas:
- Realizar atividades na cama: segundo a psicóloga Jackeline realizar atividades na cama pode favorecer essa condição em que “o indivíduo passa a idealizar a cama como espaço para a realização de atividades, como ler, fazer refeições e assistir séries e filmes. Em situações mais graves, ele pode negar encontros sociais para permanecer deitado, utilizando-se como desculpa o tempo e o clima”;
- Uso de aparelhos eletrônicos: o psicólogo André informou que o uso de computadores e smartphones horas antes de dormir e uma rotina de sono descontrolada pode aumentar o desejo de permanecer na cama e desenvolver o transtorno;
- Fatores comportamentais: Jackeline explicou que “pessoas que sofrem de clinomania relatam diferentes motivos por desejarem permanecer deitadas, essas causas normalmente atribuem a ‘cama’ como uma ‘zona de conforto’, um local protegido do mundo externo, uma espécie de útero ou redoma tão confortável que impossibilita de se antepor”.
Os psicólogos alertaram que o desejo em estar deitado pode se tornar obsessivo. O indivíduo pode negar a gravidade de seus sintomas, passando a idealizar a cama como espaço para a realização das atividades do cotidiano prejudicando o convívio social.
Como tratar a clinomania
O diagnóstico da clinomania pode ser confundido com outras causas, como parassonias orgânicas ou depressão. A partir do momento que os sintomas impossibilitam a pessoa de conviver socialmente e cumprir tarefas do cotidiano é importante procurar um psicólogo. “O tratamento busca levar o paciente a descobrir os reais motivos que o levaram a essa condição, estimulando sua interação social, mudança de seus hábitos de sono e elaboração de um novo sentido ao desejo”, orientou Jackeline.
Além disso, André citou a importância de manter uma rotina do sono, estabelecendo um horário para dormir, acordar e evitar o uso de aparelhos eletrônicos enquanto está na cama. “Prefira iluminar o quarto com luzes quentes e, se possível, realize exercícios físicos e tome sol durante o dia. Isso ajudará a regular seu ciclo circadiano (relógio biológico)”, indicou André.
Clinomania X depressão
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A clinomania apresenta um único sintoma: a falta de vontade de sair da cama. Já a depressão, pode apresentar esse sintoma associado a outros. Segundo o psicólogo André, “pode-se dizer que a clinomania é um dos sintomas de um episódio depressivo devido ao quadro de hipersonia, normalmente ligados a fobias e hipocondria”.
Para a psicóloga Jackeline “casos mais agudos de clinomania aumentam os riscos para a depressão, pois procurar permanecer refugiado na cama sem contato social, podendo gerar problemas relacionados à vida social e relacional”. Dessa forma, ambos ressaltaram a importância de consultar profissionais da saúde mental para o diagnóstico clínico correto.
A clinomania em casos mais severos, além do acompanhamento psicológico, pode ser necessário a associação de medicamentos prescritos por um psiquiatra. Por isso, atente-se aos sintomas e busque ajuda médica quanto antes. Aproveite e saiba mais sobre a psicoterapia e os seus benefícios para a saúde mental.
As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.
Erika Balbino
Formada em Letras e pós-graduada em Jornalismo Digital. Apaixonada por livros, plantas e animais. Ama viajar e pesquisar sobre outras culturas. Escreve sobre diversos assuntos, especialmente sobre saúde, bem-estar, beleza e comportamento.
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