Em que casos se faz quimioterapia?

Tipos de tratamento do cancro

( Atualizado a 06/12/2022 )

2 minutos de leitura

O que é a quimioterapia?

A quimioterapia consiste na administração de fármacos que destroem as células cancerígenas, interferindo com os processos de crescimento e divisão das mesmas.

A quimioterapia pode ser administrada:

  • oralmente (comprimidos)
  • por via endovenosa (através de um cateter colocado numa veia)

Esses fármacos evitam também que o cancro se dissemine para outras partes do corpo, mas podem afetar não só as células cancerígenas como também as células saudáveis (por exemplo células sanguíneas e as células que revestem as mucosas da boca, intestino, os folículos capilares, etc).

Quais os principais objetivos da quimioterapia?

A quimioterapia pode ter objetivos distintos consoante o estadio do cancro:

  • quimioterapia adjuvante: é administrada depois de um tratamento com intuito curativo (ex.: quimioterapia após cirurgia ou radioterapia). O seu objetivo é evitar a possível disseminação de micrometástases, através da destruição de quaisquer células tumorais ainda existentes, permitindo eliminar a probabilidade de doença residual
  • quimioterapia neoadjuvante: é administrada antes da cirurgia ou radioterapia. Tem como objetivo diminuir o tamanho do tumor, para tornar possível a cirurgia ou para permitir uma maior remoção de massa tumoral; permite reduzir a “carga tumoral”, ou seja, o número de células tumorais existentes
  • quimioterapia paliativa: é administrada quando o tumor já está numa fase avançada, com metastização noutros locais que não apenas o tumor de origem. O seu objetivo é tratar e aliviar a sintomatologia do cancro, não apresentando intuito curativo

Quais os efeitos secundários da quimioterapia?

Ao interferir com as células saudáveis do organismo, a quimioterapia pode levar ao aparecimento de sintomas indesejáveis como:

  • cansaço
  • náuseas (enjoos)
  • vómitos
  • diarreia

Dependendo do fármaco utilizado, algumas pessoas podem:

  • sentir formigueiros ou dormências nos braços e pernas
  • apresentar queda de cabelo (alopecia)
  • desenvolver úlceras na boca
  • perder o apetite
  • desenvolver uma aversão ao cheiro ou paladar da comida
  • ter anemia (diminuição dos glóbulos vermelhos do sangue)
  • infeções mais frequentes (por diminuição dos glóbulos brancos que são as células sanguíneas que protegem o organismo das infeções)

Felizmente, hoje existem fármacos que provocam menos efeitos adversos, além de se encontrarem disponíveis medicamentos eficazes que ajudam a aliviar esses efeitos.

Fonte: Sociedade Portuguesa de Oncologia

Guardar:

Esta informação foi útil?

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.

Assuntos Relacionados

Cirurgia

Hormonoterapia

Imunoterapia

Radioterapia

Terapêutica alvo

Quimioterapia é indicada a alguns, mas não todos os casos.Quimioterapia é indicada a alguns, mas não todos os casos.| Foto: Bigstock

Quando se fala em câncer, logo vem à mente a palavra quimioterapia e, com ela, a imagem da queda de cabelos, vômitos e dores. O reconhecimento deste que é apenas um dos tipos de tratamento oncológico se deve às várias referências em filmes, séries e novelas de personagens com a doença.

Mas, como os pacientes e especialistas podem comprovar, a quimioterapia não é nem a primeira intervenção, nem a melhor opção para muitos dos casos. Tire as dúvidas sobre esse tratamento, de acordo com as orientações de Bruno Roberto Braga de Azevedo, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, regional Paraná, e cirurgião oncológico do Hospital São Vicente, de Curitiba; e com Johnny Camargo, hemato-oncologista do Instituto de Oncologia do Paraná.

Veja Também:

  • Diagnóstico tardio: o cenário do câncer no Brasil depois da pandemia
  • O que evitar dizer a uma pessoa em tratamento de câncer
  • 7 direitos garantidos a pessoas com câncer e como requerê-los

Como age a quimioterapia?

O câncer, seja do tipo que for, tem uma característica importante: ele se forma a partir do crescimento e da multiplicação desordenada de células. Com essa divisão errada, as células se tornam agressivas e incontroláveis pelo organismo, invadindo órgãos e tecidos. Assim, formam-se os tumores – ou o conjunto dessas células – que rapidamente se espalham para outras partes do corpo.

A quimioterapia é um medicamento, que pode ser ingerido oralmente ou aplicado nas veias, músculos e sob a pele, e cujo objetivo é conter a multiplicação errada das células, destruindo-as.

Quais são os efeitos colaterais da quimioterapia?

Para encontrar o câncer, o medicamento quimioterápico tradicional usa da característica principal dessas células e mira em todas aquelas que se multiplicam mais rapidamente que o normal. Nessa busca, o tratamento acaba atingindo outras células, saudáveis, que também se dividem muito rapidamente, mas que não são cancerígenas, como as células do cabelo, da mucosa da boca e intestino.

“A quimioterapia não age de modo específico na célula tumoral, por isso há os efeitos colaterais de queda de cabelo e ressecamento na boca”, exemplifica Bruno Azevedo. Entretanto, o avanço tecnológico tem trazido medicamentos quimioterápicos que evitam os efeitos colaterais ao mirar e acertar apenas as células cancerígenas.

Os tratamentos oncológicos também são indicados, por vezes, em conjunto. “Todas essas modalidades, a cirurgia, quimio, rádio e imunoterapia, são complementares. Usamos quimio e imunoterapia juntos, ou quimio e radioterapia, cirurgia e rádio. Há ‘n’ formas de combinação”, diz Johnny Camargo.

"Essa diferenciação do estágio do câncer, como inicial, intermediário ou avançado, é essencial para determinar quando será utilizada a quimioterapia", diz Azevedo. "No caso inicial, seria um complemento ao tratamento cirúrgico. No intermediário, ajuda a diminuir o estágio da doença para fazer a cirurgia. No terceiro cenário, a cirurgia não ajuda o paciente, então se escolhe recorrer à quimioterapia", explica o cirurgião oncológico.

Quando a quimioterapia não é indicada?

Há pacientes que, logo de início, têm um estado geral de saúde ruim. Para eles, a quimioterapia, por ser um tratamento que atinge todo o corpo e mesmo células não cancerígenas, pode não ser a melhor indicação.

“Tudo isso precisa ser discutido, e pesados os riscos e benefícios. Em um paciente nesse estado geral ruim, a quimioterapia pode prejudicá-lo e mesmo levar medo a ele. A quimioterapia é voltada a casos em que há o risco de a doença avançar”, diz Azevedo.

E quando é indicada?

Antes de a quimioterapia ser indicada ao paciente, o médico oncologista checa alguns fatores, como estadiamento da doença, ou o estágio que o câncer se encontra: se é inicial, intermediário ou avançado. Além disso, claro, é verificado o estado geral do paciente. Veja como é cada estágio:

  • Estágio inicial: quando o câncer se encontra em um estágio inicial, limitado a um órgão, por exemplo, o primeiro tratamento tende a ser cirúrgico, para a retirada do tumor. Isso não significa que, na sequência, a pessoa não possa receber a quimioterapia, que pode ser indicada para eliminar as células cancerígenas que tenham permanecido. Assim, reduz o risco de retorno da doença. 

    Há doenças, ainda, que apenas o tratamento quimioterápico pode tratar e levar à cura. De acordo com Camargo, o linfoma é um exemplo. “No linfoma, a cirurgia que fazemos é apenas para fazer a biópsia, mas não como tratamento. A doença, sabemos, é sensível à quimioterapia e passível de ser erradicada”, explica.

  • Estágio intermediário: no caso de doenças mais avançadas, mas ainda intermediárias, o médico pode solicitar quimioterápicos de início, que ajudam a conter o avanço da doença e reduzir os tumores e, só então, fazer a cirurgia. Nesse caso, a quimioterapia auxilia na taxa de sucesso da própria cirurgia.
  • Estágio avançado: em doenças com cenário grave, como em casos de metástase, onde o câncer também se encontra em outros órgãos, a quimioterapia pode não ajudar na cura, mas colabora com a qualidade de vida daquele paciente.

Conteúdo editado por:Adriano Justino

Para desmarcar, toque de novo no ícone

As notícias salvas ficam em Minha Gazeta na seção Conteúdos salvos. Leia quando quiser.

  1. Sempre Família
  2. Saúde
  3. Quimioterapia nem sempre é primeiro tratamento contra o câncer

Quando é necessário fazer a quimioterapia?

A quimioterapia pode ser usada em diferentes situações:.
Para reduzir o tamanho do tumor antes da cirurgia ou da radioterapia (terapia neoadjuvante)..
Após cirurgia ou radioterapia para destruir as células cancerígenas remanescentes (terapia adjuvante)..

Que tipo de câncer precisa de quimioterapia?

Os mais comuns são as leucemias, os tumores cerebrais e os linfomas. Geralmente, o câncer na criança é muito agressivo e tem crescimento rápido, mas como a quimioterapia age em células que estão se multiplicando, quanto mais depressa um tumor cresce, mais rapidamente ele é destruído pela quimioterapia.

Quais doenças precisam fazer quimioterapia?

A quimioterapia é um tipo de tratamento utilizado para o tratamento de câncer (quimioterapia antineoplásica), doenças autoimunes e para evitar a rejeição de transplantes.