No século XIX, a Inglaterra pressionou diversos países para acabar com o

Graduada em História (Udesc, 2010)
Mestre em História (Udesc, 2013)
Doutora em História (USP, 2018)

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O século XIX viveu uma ebulição em torno da questão da escravidão. A Revolução Industrial iniciada na segunda metade do século XVIII na Inglaterra já passava a modificar os parâmetros sociais e econômicos e, por isso, a abolição da escravidão – tanto pela Inglaterra como pelas demais nações do mundo – está diretamente relacionada ao processo de industrialização.

Mesmo antes da data oficial do fim da escravidão na Inglaterra já havia um movimento bastante representativo pela Europa e pelos Estados Unidos, que em nome do humanitarismo e da fraternidade cristã – especialmente protestante – e dos princípios da vida moderna, ganharam força e voz e saíram em defesa do fim da escravidão.

O movimento abolicionista se fortaleceu entre os iluministas franceses e entre os intelectuais ingleses e norte-americanos, que tinham como principal lema de luta a ideia de liberdade, propagada após a Revolução Francesa (1789) e a Independência dos Estados Unidos (1776).

Mesmo a Inglaterra tendo sido uma das nações com maior atuação no comércio de escravos entre os séculos XVII e XVIII, no século seguinte a coroa britânica passa a encabeçar a campanha abolicionista e requerer primeiramente o fim do tráfico atlântico e, posteriormente, o fim da escravidão.

Para conclusão de seu projeto de industrialização a modificação das relações de trabalho e de mercado consumidor eram essenciais. Assim, dava-se maior importância à ampliação de mercados e da produtividade. O trabalho escravo e o monopólio – práticas comuns da exploração colonial – pareciam ultrapassados ao novo modelo, fomentado a partir da industrialização.

Neste novo modelo econômico era mais interessante e lucrativo manter os africanos na África, incentivando uma produção de matérias primas baratas. Além disso, o fim da escravidão fazia desses homens e mulheres um mercado consumidor de produtos industrializados em potencial.

É notável a preocupação britânica com as demais nações e suas colônias ao redor do mundo. A abolição da escravidão por lá se deu em 1833, tendo sido sancionada no parlamento e estabelecida em todo o Império, entretanto, já em 1807 o Parlamento aprovou o Abolition Act, que proibia o tráfico de escravos na Inglaterra.

Mesmo com essas medidas era necessário garantir um mercado consumidor e, por isso, durante todo o século XIX os ingleses irão pressionar recentes nações e países cujas colônias ainda mantinham – e dependiam do – o trabalho escravo.

Portugal é uma das nações que foi pressionada pelos ingleses. Em 1810 o Tratado de Aliança e Amizade entre Portugal e Inglaterra é assinado e já previa a abolição gradual. Em 1826 a Inglaterra impõe ao governo brasileiro – já independente desde 1822 – o compromisso de abolir o tráfico de escravos em três anos. Por conta disso é aprovada em 1831 a Lei Feijó que, em tese, proibia o tráfico atlântico e libertava os escravizados chegados ao Brasil após a data. Ficou conhecida como lei para inglês ver pois só surtiu efeitos no papel, enquanto na prática o tráfico continuava acontecendo e só teve seu fim com a Lei Eusébio de Queirós em 1850.

Em 1845 o Slave Trade Supression Act, ou Lei Bill Aberdeen, como ficou conhecido o ato no Brasil, proibiu o tráfico atlântico entre América e África. Este ato foi mais uma das formas de pressão que a coroa britânica fez, ocasionando, no Brasil, na Lei Eusébio de Queirós.

A política antiescravista inglesa foi imposta em diversos lugares. A partir de 1808 o governo britânico vigiou e agiu sobre a costa ocidental africana, patrulhando as negociações do comércio de escravos. Além disso, por via de leis e campanhas diplomáticas, tentavam negociar o fim do tráfico e da escravidão por parte das nações que ainda estavam envolvidas com o comércio de escravos.

Bibliografia:

//www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/cronologia-da-abolicao-da-escravatura

//objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/icon1104317/icon1104317.pdf

MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2013.

Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/historia/abolicao-da-escravidao-pela-inglaterra/

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às áreas temperadas, encontrou na zona da Mata (MG) e na província de São Paulo as condições ideais. Na região do Vale do Paraíba, a produção ocorreu de maneira tradicional, sendo utilizada a mão de obra escrava. Estendendo-se para o interior paulista, a mão de obra do imigrante italiano substituiu a escrava, inicialmente através da parceria e, depois, através do sistema de colonato. 8 – (FGV) – A Questão Christie teve como efeito: a) o exercício de represálias navais inglesas contra o Brasil; b) o rompimento de relações diplomáticas entre o Brasil e a Inglaterra; c) a vitória brasileira no arbitramento do rei dos belgas, Leopoldo I; d) o reatamento das relações entre os dois países em 1865; e) todas as respostas combinadas. 9 – (ENEM) – Ninguém desconhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número de seus trabalhadores. E como até há pouco supriam-se os fazendeiros dos braços necessários? As fazendas eram alimentadas pela aquisição de escravos, sem o menor auxílio pecuniário do governo. Ora, se os fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los ainda, posto que de outra qualidade, por que motivo não hão de procurar alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua custa? Resposta de Manuel Felizardo de Souza e Mello, diretor geral das Terras Públicas,ao Senador Vergueiro. In: ALENCASTRO, L.F. (Org.) História da vida privada no Brasil. São Paulo:Cia das Letras, 1998 (adaptado). O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar do Império refere-se às mudanças então em curso no campo brasileiro, que confrontaram o Estado e a elite agrária em torno do objetivo de: a) Fomentar ações públicas para ocupação das terras do interior. b) Adotar o regime assalariado para proteção da mão de obra estrangeira. c) Definir uma política de subsídio governamental para o fomento da imigração. d) Regulamentar o tráfico interprovincial de cativos para sobrevivência das fazendas. //portal.fgv.br/ //enem.inep.gov.br/ Lista de Exercícios Matéria – História Assunto – Segundo Reinado Projeto Aprovação ENEM e Vestibulares Clique Vestibular Unidos pela Educação cliquevestibular.com.br @pa_enem e) Financiar a fixação de famílias camponesas para estímulo da agricultura de subsistência 10 – (FATEC) – No século XIX, a Inglaterra pressionou diversos países para acabar com o protecionismo comercial e com a existência do trabalho compulsório. Esta situação culminou, em 1845, com o “Bill Aberdeen”. Neste contexto o Brasil sancionou, em 1850, a “Lei Eusébio de Queirós” tratando: a) da extinção do sistema de parceria na lavoura cafeeira; b) da manutenção dos arrendamentos de terras; c) da extinção do tráfico indígena entre o norte e o sul do país; d) da manutenção do sistema de colonato na lavoura canavieira; e) da extinção do tráfico negreiro. Gabarito 1-d 2-a 3-a 4-b 5-b 6-d 7-e 8-e 9-c 10-e //www.vestibularfatec.com.br/

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