A degradação do solo preocupa os produtores não só pelo problema que traz para a produtividade, mas também pelos impactos ambientais atrelados. As causas são variadas, de atividades humanas a processos naturais, o que compromete como um todo a fertilidade do solo e dependendo do nível pode torná-lo improdutivo.
Neste artigo, você conhecerá mais a fundo quais são os principais tipos de degradação e também quais as melhores maneiras de recuperar a área. Antes, porém, vamos contextualizar sobre o que é a degradação do solo!
Índice
- O que é degradação do solo?
- O que causa degradação no solo?
- Tipos de degradação do solo?
- Erosão
- Lixiviação
- Compactação do solo
- Salinização
- Laterização
- Desertificação
- Acidificação
- Como evitar que o solo se degrade?
- Plantio direto
- Adubação verde
- Irrigação
- Rotação de culturas
- Conclusão
O que é degradação do solo?
O processo de degradação do solo está ligado à destruição do mesmo. Um solo nessas condições pode sofrer não só com a perda de nutrientes, mas também de estrutura. Além disso, está mais propenso à salinização, bem como a redução da sua matéria orgânica e permeabilidade.
Todos esses problemas são provocados por fatores de ordem química, física e biológica, o que leva ao esgotamento da área. Isso desencadeia uma série de problemas como a redução da fertilidade, menor retenção de água, perda da produtividade, destruição da fauna e da flora local.
O que causa degradação no solo?
Existem diferentes causas para a degradação do solo, mas três em específico se destacam: queimadas, desmatamento e ações do homem. A vegetação é de suma importância para que o solo fique protegido e os nutrientes continuem a circular nele. Quando há ausência dela, a terra fica desprotegida.
No entanto, é preciso deixar claro que nem sempre é a ação do homem que faz com que a degradação ocorra. As condições climáticas e as próprias ocorrências naturais, como chuvas ácidas, podem resultar no problema.
Tipos de degradação do solo?
Quando se trata da atividade agrícola, a degradação do solo pode acontecer por diferentes meios. A seguir, destacaremos alguns dos principais!
Erosão
O processo de erosão é o mais visível e considerado como o principal quando se trata da degradação. Basicamente, as suas causas estão na ruptura e transporte de sedimentos, devido à ação de agentes externos, como o vento e as chuvas.
A ação humana também pode impulsionar o processo. Desmatamento, monocultura, uso excessivo de fertilizantes e defensivos intensificam a erosão. Quando ocorre em áreas próximas a morros e montanhas pode inclusive fazer com que haja deslizamento de terra. A perda da camada de vegetação quando acontece de forma acelerada diminui o potencial produtivo do solo, levando a perdas na produção agrícola.
Lixiviação
A lixiviação do solo é um processo erosivo causado por uma lavagem da camada superficial do solo, devido ao escorrimento de águas superficiais. Ela costuma acontecer em locais sem a cobertura vegetal, o que com o tempo diminui drasticamente a fertilidade.
É comum que a situação aconteça em solos de regiões tropicais e equatoriais, justamente pois nelas costumam ter chuvas mais abundantes e intensas. Dessa maneira, a água “lava” os solos carregando suas partículas mais finas (argila e silte), a matéria orgânica e os nutrientes disponíveis nele, o que causa o seu empobrecimento.
Compactação do solo
A compactação está ligada pelo aumento da densidade do solo e perda da porosidade. Alguns dos motivos pelos quais isso acontece são pisoteio excessivo do gado, tráfego de máquinas e também o manejo inadequado.
Geralmente, a compactação também está atrelada à impermeabilidade do solo, o que leva ao impedimento da penetração não só da água, mas também dos nutrientes, causando a infertilidade. Todo esse cenário leva a alteração física e química do terreno, uma influência negativa no crescimento, bem como desenvolvimento das plantas ali presentes.
Salinização
A salinização costuma acontecer nas regiões áridas e semiáridas, sendo caracterizada pela concentração de sais e rápida evaporação da água presente no solo, devido a altas temperaturas e baixos índices de precipitação.
Apesar de ser considerado um processo natural, a baixa eficácia da irrigação, com água de má qualidade, e a drenagem insuficiente fazem com que o processo seja acelerado.
Laterização
A laterização é um processo por meio do qual o solo acumula uma grande quantidade dos chamados óxidos hidratados de ferro ou alumínio. Isso faz com que a sua coloração e composição mudem. É muito comum que locais com essas características tenham solo na cor ferrugem, causados pelo intemperismo químico.
Cabe destacar que a laterização leva o solo a se tornar ácido e ter uma redução significativa da matéria orgânica.
Desertificação
Por sua vez, a desertificação está relacionada pela seca excessiva do solo e rápida perda de nutrientes. Ela costuma acontecer em regiões nas quais há uma baixa incidência de chuvas, como aquelas de clima árido e semiárido.
Além de perdas nas áreas agricultáveis, a desertificação reduz os recursos hídricos, elimina a cobertura vegetal e leva o solo ao processo de salinização e alcalinização.
Acidificação
A acidificação é um tipo de degradação no qual há a diminuição do pH no solo e aumento da presença de alumínio tóxico. A acidez na terra limita então a produtividade de culturas, além de dificultar o crescimento da vegetação.
A disponibilidade de nutrientes que são cruciais para as plantas é reduzida na acidificação, além do mais, o processo é prejudicial aos microrganismos que estão no solo.
Como evitar que o solo se degrade?
Apesar de existirem diferentes tipos de degradação do solo, não é impossível encontrar soluções para evitar o problema. Elencamos algumas práticas a serem aplicadas na área degradada e aumentar a qualidade do solo!
Plantio direto
Uma das principais soluções de combate à degradação é o plantio direto. Por meio dele, é possível garantir características físicas, químicas e biológicas do solo por meio de um manejo mínimo. Com isso, são mantidos os resíduos de culturas previamente cultivadas e esses atuarão como camada de proteção da superfície do solo.
Além do mínimo revolvimento, é preciso trabalhar com a manutenção da cobertura do solo e realizar a rotação de culturas, pois ambos fazem parte dos pilares do plantio direto.
Adubação verde
O uso da adubação verde também é amplamente recomendado para áreas degradadas. A base dessa metodologia é usar certas plantas que são capazes de reciclar nutrientes já presentes no solo nas suas camadas mais profundas ou na atmosfera, como as leguminosas, o que ajuda a tornar a área mais fértil e produtiva.
O indicado é que sejam plantas com sistema radicular forte. A partir do momento que as raízes sofrem a decomposição, elas rompem com as barreiras físicas do solo, ajudando na descompactação.
Irrigação
A irrigação também tem um papel importante na recuperação de solos degradados. Especialmente em regiões de clima árido, é importante fazer o uso correto dos recursos hídricos e realizar a aplicação necessária de água no solo.
Dessa maneira, o solo da área em questão não sofre com a seca excessiva ou a falta de nutrientes, além de receber a quantidade de minerais na medida certa, ajudando a combater a salinização, por exemplo.
Rotação de culturas
O sistema de rotação de culturas consiste em alternar anualmente as espécies de vegetais cultivadas em uma mesma área. Vale a pena escolher cultivos de plantas com raízes e necessidades distintas.
Esse processo ajuda não só a diversificar a produção agrícola, mas também auxilia na reposição de material orgânico do solo, bem como melhora as características físicas, químicas e biológicas da área, protegendo assim o terreno.
Conclusão
A degradação do solo é um processo que pode acontecer de diferentes maneiras, levando à perda de produtividade de uma área de cultivo. Portanto, vale a pena conhecer bem as especificidades do local e utilizar o tratamento correto.
Agora que você tem as informações necessárias, não deixe de conferir outros artigos no nosso blog como o calcário no solo e de que maneira ele atua ajudando na produtividade na sua lavoura!