O que causa desperdício de alimentos no Brasil?

Se a quantidade de alimentos que é desperdiçada no mundo e no Brasil é grande, você já deve imaginar que as causas que levam a essa situação também são muitas. Mas o que você tem a ver com isso? De que forma você está ligado a essas causas?

É preciso identificar essas causas para que possamos combater de forma eficiente a perda e o desperdício de alimentos. E, então, propor um amplo conjunto de medidas para reduzir esse problema, transformando-o em uma oportunidade social, econômica e ambiental.

Veja no banner ao lado algumas das principais causas que explicam a perda e desperdício de alimentos. Veja se você tem alguma relação com alguma(s) delas.

Não há solução única. Como as etapas ao longo da cadeia se diferenciam, as causas da perda e do desperdício são variadas também. E para tornar o problema ainda mais complexo, essas causas variam também em função do tipo de alimento. Por exemplo, uma hortaliça exige condições de manuseio, transporte e armazenamento distintos de um laticínio.

Uma causa relevante para a perda de alimentos é a diferença entre o que se oferta e o que se demanda de alimentos. É comum que se produza mais do que o necessário até para que seja garantida a segurança alimentar, dado o grau de imprevisibilidade inerente à produção e ao comportamento do consumo de alimentos. Ninguém quer que falte alimento, certo? Muitos produtores acabam por produzir uma quantidade maior, gerando um excesso de oferta. Essa produção excedente é justificada por vários motivos, entre estes o descarte de alimentos que não atendem critérios estéticos, os chamados alimentos "feios".

Os alimentos “fora do padrão estético comum”, por não serem comprados pelo consumidor, muitas vezes nem chegam ao varejo, sendo descartados ainda no produtor agrícola ou em etapas intermediárias. Produtos com variação de cor, tamanho, um pouquinho mais maduros ficam pelo caminho...

Outra causa de perda de alimentos pode ser relativa a danos que estes podem sofrer no processo de colheita, manuseio e no transporte até o distribuidor, o atacado e o varejo.

No nosso país ainda temos muita ineficiência na logística de transporte e distribuição de alimentos. Temos problemas nas estradas, veículos que não possuem sistemas de refrigeração adequados, sistemas de controle de temperaturas ineficientes, embalagens impróprias e pouco resistentes, como algumas caixas de madeira e de papelão que vemos nas feiras livres, o manuseio impróprio, a falta de mão de obra qualificada, etc.

Percebe-se também uma fraca coordenação entre varejistas, distribuidores, atacadistas e produtores, o que prejudica a comunicação entre os atores e a implementação de esforços conjuntos para melhorias e ajustes dos processos ao longo da cadeia produtiva. E lá se vão muitas e muitas toneladas de alimentos para o lixo todos os dias….Mas não para por ai….

Nos supermercados frutas, hortaliças, legumes e carnes são selecionados e só vão para as gôndolas aqueles com maiores chances de serem comprados. Então, mais alimento que vai embora pro lixo.

Quando comprados os alimentos também são desperdiçados. Em geral, compra-se mais do que o necessário. Falta planejamento na compra pelo consumidor. Sem ser consumido e sem condições próprias de acondicionamento, o alimento vai perdendo a sua “beleza” e o consumidor com medo de que possa fazer mal o descarta sem dó nem piedade, muitas vezes antes do vencimento do prazo de validade. 

É fácil notar como as pessoas se distanciaram do hábito de cozinhar e de comprar alimentos in natura, substituindo-os por alimentos semi-processados ou processados. As pessoas foram perdendo a capacidade de “perceber” o alimento. Quem de nós já não jogou fora um alimento por estar inseguro quanto a sua integridade? Não é fato de que na incerteza jogamos fora? Não temos mais os olhos e mãos de nossas avós que rapidamente julgavam se a cebola estava boa ainda para consumir, se aquele queijo na geladeira ainda serve. Você sabia que metade das hortaliças que compramos é jogada fora?

Perdemos a nossa capacidade de planejamento do que comprar, de como preparar comida para evitar o desperdício e de inventar o que fazer com as sobras.

A falta de um ambiente regulatório que proteja legalmente o doador de alimentos também é responsável pelo desperdício de muito alimento em condições de consumo humano em bares, restaurantes, refeitórios e supermercados. A falta de uma legislação que incentive a doação ("lei do bom samaritano") acaba inibindo a formação de um maior número de bancos de alimentos e de outras iniciativas por esses atores.

Enfim, são muitas as causas para a perda e o desperdício de alimentos. Essas causas podem ser separadas de acordo com a sua natureza: técnica, mercadológica, organizacional, política e cultural. Essas diferentes causas terão um peso maior ou menor dependendo da sua posição da cadeia produtiva. Precisam ser devidamente mapeadas para que soluções sejam desenvolvidas.

É possível afirmar que muitas dessas causas poderiam ser reduzidas, ou até mesmo, eliminadas. Muitas medidas que podem contribuir para a redução das perdas e desperdícios nem exigem tanto investimento assim.

E você? Como você avalia a sua participação nesse cenário em que tanta comida vai para o lixo? Já parou para pensar esse problema de perto? Como você pode cobrar o supermercado onde realiza as suas compras e o restaurante que você frequenta para que não joguem comida no lixo?Você quando vai ao mercado já imaginou que nos bastidores pode ter muito alimento sendo desperdiçado?

Quanto você desperdiça de alimentos em sua casa? O que você pode fazer para reduzir o desperdício na sua casa? Já pensou em buscar receitas para o aproveitamento integral dos alimentos? Procurou saber como conservar melhor o que compra e evitar o desperdício?

Então, o quanto você acha que tem a ver com esse assunto?

Quais são as principais causas do desperdício de alimentos no Brasil?

Quais as principais causas do desperdício de alimentos?

Qual o problema do desperdício de alimentos?

Como é o desperdício de alimentos no Brasil?