O que é é qual a importância da pesquisa científica?

Alexis Bastos, coordenador de programas do Centro de Estudos Rioterra, foi um dos palestrantes da III Mostra Científica “Ciência, Cultura e Diversidade” da Faculdade Sapiens, de Porto Velho.

Ao abordar o tema “Importância da Pesquisa Científica na Formação Acadêmica”, Alexis compartilhou muito de sua própria experiência como pesquisador e apresentou campos de estudo científico a serem explorados sobre a Amazônia e as oportunidades promissoras de empregos e negócios no Setor Florestal e nos chamados “Mercados Verdes”, onde ele próprio atua e desenvolve pesquisas.

A partir da pergunta “Qual a importância da pesquisa científica?”, foi apresentado aos acadêmicos da Sapiens alguns exemplos de como descobertas em diferentes campos do conhecimento humano já transformaram o mundo, possibilitando soluções de problemas profundos da sociedade e a melhoria nas condições de vida da população mundial, como a descoberta de vacinas e de metodologias eficazes para frear o aquecimento global, fenômeno que já impacta milhares de pessoas ao redor do globo e pode gerar uma crise sem precedentes nas próximas décadas.

 

Floresta Amazônica

A Amazônia e suas potencialidades no campo científico e no desenvolvimento de mercados sustentáveis, inclusive com financiamento de organizações internacionais, também serviu de exemplo sobre como a pesquisa científica é fundamental na formação acadêmica e para a trajetória profissional de diferentes áreas do conhecimento.

Foram discutidas com a plenária pesquisas que a equipe do Centro de Estudos Rioterra está desenvolvendo em Rondônia através de projetos que promovem desenvolvimento socioeconômico para povos da região através da conservação florestal e da agricultura regenerativa. Soluções indispensáveis no combate às mudanças climáticas.

Estudos sobre fixação de carbono em florestas nativas e plantadas e em áreas agrícolas; sobre o impacto da instalação de energias renováveis no campo para diminuir emissões de gases de efeito estufa; e da implementação de vitrines tecnológicas para desenvolver e identificar as mais eficazes metodologias de reflorestamento em escala e de plantio de sistemas agroflorestais, com aperfeiçoamento genético de plantas para aumento de produtividade por unidade de área, foram algumas das pesquisas apresentadas do Centro de Estudos Rioterra.

“A pesquisa tem o poder de transformar a vida das pessoas. O pesquisador vive para mudar a vida dos outros e é isso que buscamos fazer na Rioterra, fazer com que nossas descobertas científicas sejam ferramentas para a transformação na Amazônia com foco no desenvolvimento socioeconômico de forma sustentável, com base nos sistemas e metodologias mais eficazes”, enfatizou Bastos.

Geógrafo graduado pela Universidade Federal de Rondônia, Alexis Bastos é mestre pela mesma Universidade, e doutor e pós-doutor pela Universidade Federal do Paraná, tendo pesquisado as dinâmicas de carbono em solos tropicais em seu pós-doutorado.

Pesquisas realizadas através do Plantar Rondônia, como o estudo sobre quantificação de carbono nas áreas reflorestadas em propriedades da agricultura familiar do Estado também foram apresentadas durante a palestra.

O projeto Plantar Rondônia é realizado pelo Centro de Estudos Rioterra em parceria com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (Sedam) e apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) através do Fundo Amazônia em apoio a regularização ambiental de imóveis da agricultura familiar no Estado.

O evento aconteceu no dia 17 de novembro, no auditório do campus Jardim das Mangueiras da Faculdade Sapiens, em Porto Velho.

A pesquisa científica é a capacidade de produzir conhecimento que nos leve à compreensão de determinada realidade, fenômeno ou relação social. Essa pesquisa tem como objetivo resolver problemas e esclarecer dúvidas através de um processo investigativo sistematizado que ao seu final retorna resultados amparados em evidências advindas de observação, experimentação e análise, deixando de lado respostas pré-concebidas ou superficiais.

Na nossa sociedade atual, altamente globalizada e tecnológica, a pesquisa científica é de suma importância, não só porque ela é a força por trás de boa parte da inovação e da modernização dessa mesma sociedade, mas porque ela afeta tantos aspectos de nossas vidas que sem reconhecer o que ela é, como ela funciona e seu modo crítico de raciocínio, seremos incapazes de tomar decisões no nosso dia a dia.

De acordo com o físico e professor da Universidade de Princeton Andrew Zwicker, o conhecimento científico é importante para a nossa sociedade diante de três aspectos principais: 

  • Empregos;
  • Tomada de decisões que afetam o nosso dia a dia; 
  • Tomada de decisões que afetam a nossa comunidade.

O primeiro aspecto, diz respeito à criação de empregos ligados direta ou indiretamente à ciência e à tecnologia que são responsáveis por muitas descobertas tecnológicas, seja na área da saúde, tecnologias da comunicação ou ambiental e que foram responsáveis pelo aparecimento de empregos que nem sonhávamos que existiriam há 50 anos atrás. Além disso, os empregos criados nessa área costumam ser mais rentáveis do que outros, proporcionando maior qualidade de vida aos que se dedicam a eles.

Segundo dados do relatório “O futuro do trabalho” produzido pelo Fórum Econômico Mundial (WEF) em 2018, 65% dos empregos em que crianças que estão nos primeiros anos da escola hoje irão trabalhar ainda não existem. Esses novos empregos serão criados a partir das tecnologias que serão desenvolvidas nos próximos anos.

O segundo aspecto diz respeito à presença dos avanços científicos que já chegaram até nós. Todos os dias temos que tomar decisões que podem ser melhor embasadas se tivermos a cultura do pensamento científico. Alguns exemplos são: devo vacinar meus filhos? O consumo de transgênicos é saudável? Qual a melhor maneira de manter uma dieta equilibrada?

O terceiro aspecto diz respeito ao nosso papel como cidadãos, nas sociedades democráticas, nós somos conclamados a opinar sobre assuntos que dizem respeito não só ao nosso dia a dia mas também ao futuro da nossa comunidade. Temos que decidir sobre medidas e políticas públicas a serem tomadas com relação ao aquecimento global, ao uso da edição do DNA na medicina humana, à regulação do uso de informações privadas na internet.

Todos os aspectos acima reforçam a importância de entender os processos pelos quais a pesquisa científica acontece e desenvolver um pensamento crítico e questionador para responder às mais diversas questões na nossa vida pessoal, profissional e em sociedade.

O interesse pela ciência e o mito do gênio

Em 2015, um estudo feito pelo Centro de Gestão em Estudos Estratégicos (CCGE) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), revelou que 61% dos brasileiros se demonstraram interessados por temas de ciência e tecnologia, porém, o mesmo estudo demonstrou uma falta de conhecimento sobre a ciência produzida no país e dificuldade em ver relação entre a ciência e cotidiano.

Esse resultado parece paradoxo mas tem muito a ver tanto com a falta de divulgação científica para a população em geral como pela forma como estamos ensinando ciências nas escolas.

A visão da ciência para a população ainda é a de um amontoado de fatos, conhecimentos e descobertas que apenas pessoas excepcionais são capazes de realizar. As pessoas não entendem o método científico pelo qual a ciência é produzida e por isso não a percebem pelo que ela de fato é: uma forma de raciocinar e de entender o mundo à nossa volta.

O que move a ciência é na realidade a curiosidade por entender como as coisas funcionam, mas o modo romantizado como grandes cientistas e grandes descobertas são apresentados para as crianças nas escolas e mesmo para a população, faz parecer que apenas pessoas iluminadas foram capazes de ter grandes ideias e transformá-las em invenções e tecnologia convertidas para o bem estar da sociedade, o mito do gênio.

Quando vamos estudar como grandes descobertas científicas aconteceram percebemos que a maioria dos cientistas que as fizeram, na verdade, apenas gastaram mais tempo tentando resolver um problema que se apresentou para eles ou encontraram algo que não funcionava bem para explicar algum fenômeno em teorias já aceitas, pensaram em um novo teste para aquela teoria e acabaram derrubando aquela explicação de “funcionamento de um fenômeno”.

Para pensar cientificamente são necessárias basicamente duas características: curiosidade de saber como o mundo funciona e questionamento daquilo que se apresenta como uma ideia pronta. Isso demonstra que qualquer um pode ser um cientista, basta o treinamento adequado dentro do método que a ciência usa para chegar às descobertas de como as coisas funcionam.

Mas mais importante do que treinar novos cientistas, é treinar os cidadãos da sociedade contemporânea para que eles possam desenvolver o pensamento crítico de avaliar problemas que se apresentam a eles diariamente com um olhar mais científico, questionar em que evidências notícias, fenômenos, medicamentos oferecidos na medicina estão se baseando.

A pesquisa científica na escola

O entendimento de que estamos ensinando ciência da maneira errada nas escolas não é novo. A maioria dos educadores e pesquisadores hoje concordam que as aulas de ciências precisam ser mais dinâmicas, práticas e promover o pensamento crítico.

Segundo a pesquisadora Natália Pasternak, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), a ciência é dada na escola como algo pronto, apresenta-se ali para os estudantes tudo o que já foi feito e não há espaço para questionamento. Este modelo não funciona para os objetivos de formação de cidadãos e profissionais para o século XXI.

Porém, muitas vezes, mesmo com aulas práticas, os professores falham na dinâmica de ensino que deve ser adotada para o desenvolvimento do pensamento crítico. Usar uma experiência para apenas ter um resultado “legal” e esperar uma resposta pronta dos alunos é, ainda assim, usar o ensino tradicional nas aulas de ciências.

Para ensinar o processo pelo qual a ciência acontece, as atividades práticas devem ser propostas de modo a instigar a curiosidade dos alunos e devem oferecer autonomia suficiente para que eles possam pesquisar sobre o problema proposto, formular hipóteses e explicações sobre ele. Além disso, fazer caminhos ou adotar raciocínios diferentes daqueles que se espera, mesmo que “errem” a resposta ou a forma de solucionar o problema é importante, o aluno deve entender que não existe apenas uma forma de pensar e muitas vezes também não existe apenas uma solução para um problema.

A curiosidade, a criatividade e o pensamento crítico não podem ser desestimulados, ao contrário, o papel do professor deve ser promover o debate entre os estudantes, a vontade de fazer perguntas e mesmo quando confrontado sobre algo, o professor deve trabalhar para promover o pensamento crítico, deve levar o aluno a pensar porque ele chegou àquele questionamento ou àquela conclusão, em que ele se baseia para assumir um dado posicionamento, se ele confrontar aquilo com a realidade ou testar aquela hipótese ela continua fazendo sentido?

Embora as aulas de ciências sejam importantes no desenvolvimento do pensamento crítico, essa mesma essência pode ser utilizada em outras disciplinas. Na verdade, aulas que trabalhem temas de forma interdisciplinar são preferíveis pois se queremos aproximar a ciência do dia a dia dos estudantes é importante que entendam que contextos históricos, geográficos, matemáticos, podem interferir ou ajudar a explicar um fenômeno cotidiano. 

Em resumo, as aulas de ciências devem ser ministradas de forma a priorizar o ensino do método científico, que é como a ciência funciona e não descobertas, que são o seu fim, além de estimular o pensamento crítico e a vontade de questionar do aluno.

Se você quer saber mais sobre a importância da ciência e tecnologia no dia a dia, não deixe de nos seguir nas nossas redes sociais Facebook, Instagram e Linkedin!

O que é é qual a importância da pesquisa científica?

Juliana Novo é formada em biologia com doutorado em biodiversidade e saúde pela fundação Oswaldo Cruz. É especialista do TEC em biotecnologia e uma das autoras dos livros da marca.

O que é é qual a importância da pesquisa científica Uniasselvi?

A pesquisa científica proporciona a resolução de problemáticas relevantes para a sociedade. Ou seja, os resultados de um estudo, publicados em artigos ou apresentados em congressos, têm o mesmo objetivo: melhorar algum processo.

Qual é a importância de pesquisa científica?

A pesquisa científica impulsiona o progresso A humanidade mapeou esse progresso graças ao método científico. Além de melhorar a saúde, ele também é responsável pela evolução da tecnologia, que por sua vez orienta o desenvolvimento de quase todos os outros setores na era da automação.

O que é a pesquisa científica?

Pesquisa científica é o processo sistemático, isto é, que segue um passo a passo metodológico bem definido, para construir o conhecimento humano, a partir do qual é possível ampliar, detalhar e até refutar dados e outras informações verificáveis.

O que é é qual a importância da pesquisa científica Brainly?

A pesquisa científica nos ajuda a entender o mundo que nos rodeia. Ela ajuda as pessoas a entenderem como as coisas funcionam e por que determinadas coisas parecem ou se comportam de certa forma. Além de satisfazer a curiosidade, ela também pode ajudar a salvar ou prolongar a vida humana.