No dia 20 de junho tem início o inverno. A estação com temperaturas mais amenas em todo país —e alguns dias bem gelados em alguns pontos — é marcada também pela escassez de chuvas e baixa umidade relativa do ar no período da tarde, nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Esta condição climática é caracterizada pela baixa quantidade de água em vapor na atmosfera, tornando o ar mais seco.
Os ventos calmos, a falta de chuva e a poluição favorecem a formação da bruma, em que substâncias sólidas como poeira e fumaça ficam suspensas no ar e podem causar problemas de saúde.
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Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o nível ideal de umidade relativa do ar para organismo humano está entre 40% e 70%. Abaixo desses valores, o tempo seco provoca o ressecamento das vias aéreas, aumentando as chances de incidência de infecções respiratórias —como resfriado, gripe e pneumonia — e irritações do trato respiratório —tosse, dor de garganta e sangramento nasal.
"Também há um aumento das doenças pulmonares obstrutivas como asma, bronquite e enfisema. Manter o corpo hidratado, estar vacinado e manter as medicações de uso habitual são as melhores formas de prevenir ou reduzir os efeitos do tempo seco no organismo", explica o pneumologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Humberto Bassit Bogossian.
É normalmente no meio do dia, entre 10h e 18h, que o ar fica mais seco e com índices que podem chegar aos alarmantes 30% ou menos de umidade. Na capital paulista, por exemplo, quando este índice é constatado, a Defesa Civil declara estado de atenção. Entre 20% e 12% é decretado de atenção. Abaixo dos 12%, a condição climática é típica de desertos e o estado é de emergência.
Pôr do sol na região do Bairro da Pompeia, zona oeste de São Paulo: clima seco e forte camada de névoa encobre a cidade
Imagem: Foto Marcelo D. Sants/FramePhoto"Para quem pratica atividades físicas, o ideal é escolher os horários extremos. Ou seja, começo da manhã e da noite, quando a umidade do ar aumenta", explica Bogossian. O pneumologista dá ainda outras dicas para evitar danos à saúde:
- Ingerir bastante líquidos
- Manter ambientes limpos e arejados para evitar acúmulo de pó e transmissão de vírus, como o da gripe
- Usar umidificadores para diminuir a secura do ar. Panos úmidos espalhados pela casa são uma opção
- Evitar a prática de atividades físicas entre 10h e 18h
- Evitar banhos muito quentes. Assim como as vias respiratórias, nesta época do ano, a pele fica mais ressecada. Hidratantes corporais ajudam a manter esse equilíbrio
- Limpar olhos e nariz com soro fisiológico para evitar o ressecamento e possíveis irritações.
- Inalação é uma boa alternativa para crianças e idosos. Pode ser feita até três vezes ao dia. E em caso de dúvida sobre como usar, consulte um médico
- Lavar as roupas de inverno antes de usar
(Fonte: Agência Einstein)
A estação está sendo marcada pela forte estiagem na região centro-sul do Brasil, segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A OMS (Organização Mundial da Saúde) estabelece o nível acima de 60% de umidade como o de bem-estar para as pessoas, mas os níveis por aqui andam muito abaixo dessa escala. E as previsões não são boas: o tempo seco deve continuar em grande parte do país até o dia 25 de setembro.
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Enquanto isso, a população sofre com a garganta seca, tosse, catarro, olhos sem lubrificação e dor de cabeça --apenas alguns dos sintomas do tempo seco no corpo, sem falar nas doenças respiratórias como rinite e bronquite, que são agravadas nessa época do ano. Abaixo, veja seis táticas simples para amenizar os efeitos do clima do no corpo:
O umidificador resolve o problema de baixa umidade, mas com ressalvas
Imagem: iStockSoro fisiológico
Essa é uma boa alternativa para respirar melhor e hidratar as mucosas. Pode usar sem medo, de três a quatro vezes por dia, para hidratar o nariz.
Umidificador
A estratégia mais utilizada para evitar o tempo seco são os umidificadores. Eles ajudam pessoas mais sensíveis a respirarem melhor. Contudo, use apenas de três a quatro horas por dia, já que o excesso de umidade pode provocar o aparecimento de mofo e bolor no ambiente. E limpe-o toda semana, para evitar colonização por bactérias e fungos.
Baldes d'água e panos úmidos
Apesar de não ter a mesma eficácia do umidificador, colocar um balde d'água no ambiente ou pendurar uma toalha úmida na janela pode ser uma solução fácil e prática para quem não deseja gastar. A vantagem é que eles podem ser deixados no quarto durante a noite toda.
Beba muita água
O ideal é ingerir cerca de 1,5 a 2 litros de água por dia. Nos dias secos, é muito mais fácil se desidratar pela transpiração.
Pele hidratada
Para evitar a pele seca, prefira sabonetes líquidos em óleo e não deixe de passar hidratante no corpo, que ajudam a mantê-la hidratada. E nada de banhos quentes, já que água quente resseca mais a pele. A dermatite atópica, que tem causa na pele seca e provoca vermelhidão, coceira e descamação, deve ser tratada com produtos que mantêm a cútis hidratada. O óleo ozonizado, de coco e o de copaíba são algumas opções naturais.
Evite a exposição solar
É importante evitar atividades ao ar livre e exposição ao sol entre 10h e 16h em dias de muito sol e calor.
O que a baixa umidade causa no corpo?
Com o tempo seco, o muco que cobre o sistema respiratório fica ressecado, diminuindo o mecanismo de defesa deixando o corpo mais propenso a infecções e à invasão de bactérias e vírus. Além disso, o clima ainda aumenta nossa perda de água pela respiração e transpiração. Fica mais fácil desidratar.
Esse clima também deixa a pele e os olhos mais secos e aumenta o risco de conjuntivite e dermatites. Caso a baixa umidade persista pelo tempo de um mês, por exemplo, ocorre um aumento de uma secreção mais espessa de muco e, com isso, principalmente em crianças e idosos, há maior incidência de pneumonia, crises nas pessoas que sofrem de asma e ainda, em alguns casos, há riscos de infarto e angina para os cardiopatas, causados pelo acúmulo de poluentes na atmosfera. Além disso, há dores de cabeça e irritação nos olhos, nariz e garganta; rompimento de vasos do nariz, provocando sangramento e maior facilidade de se contrair conjuntivite viral, alérgica e síndrome do olho seco.
Fontes: Elnara Márcia Negri, pneumologista do Hospital Sírio-Libanês e Michele Haikal, dermatologista pela Faculdade de Medicina de Harvard.