Por que o Brasil não é afetado por terremotos e vulcões?

As erupções vulcânicas são sempre motivo de preocupações para diversas sociedades ao redor do mundo. Grandes vulcões expelem uma inigualável quantidade de lava, atingindo uma vasta área que, se habitada, pode sofrer inúmeros danos. Esse fenômeno também ajuda a modelar o relevo, pois a lava quente, ao entrar em contato com a superfície fria, rapidamente se solidifica, originando alguns tipos de rochas, geralmente o basalto.

Mas será que existem vulcões no Brasil?

Felizmente, não. Em um passado geologicamente distante, havia uma grande quantidade de vulcões em nosso território, incluindo aquele que é considerado o mais antigo do planeta, formado na Amazônia há cerca de 1,9 bilhão de anos. Os mais recentes não se manifestaram em nossa área continental, mas em regiões oceânicas, originando ilhas pertencentes ao Brasil no Atlântico, incluindo Fernando de Noronha.

Por que o Brasil não é afetado por terremotos e vulcões?

A ilha de Fernando de Noronha é produto de vulcanismos antigos no Atlântico

Atualmente, a não existência de vulcões no Brasil deve-se ao fato de o nosso território encontrar-se em uma área continental das placas tectônicas, isto é, ele está mais afastado da zona de encontro entre uma placa e outra. Além disso, o nosso relevo é considerado geologicamente antigo, de forma que ele já foi muito desgastado pelos agentes erosivos, ao mesmo tempo em que as crateras vulcânicas já deixaram de existir.

Na era Mesozoica, há cerca de 200 milhões de anos, houve manifestações vulcânicas nas regiões sul e sudeste do Brasil, originando formações rochosas do tipo basáltico, conforme explicamos no início do texto. Porém, com o tempo, essas rochas foram sofrendo as ações dos agentes intempéricos (sol, chuva, vento etc.), dando origem a um solo que hoje é chamado de terra roxa, muito fértil.

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Outros indícios de atividades vulcânicas no passado geológico do nosso país são igualmente notados no continente africano, haja vista que em tempos remotos as duas áreas estavam interligadas, formando um único continente.

O suposto vulcão de Santos (SP)

Existem histórias de que poderia existir um vulcão ativo na cidade de Santos, litoral de São Paulo. Em 1896, acreditava-se que haveria um no bairro do Macuco, quando algumas escavações provocaram a insurgência de alguns gases quentes. Posteriormente, no entanto, descobriu-se que esses gases eram oriundos de um poço artesiano.

Recentemente, histórias contadas pela população e também facilmente encontradas na internet afirmam que um grupo de cientistas norte-americanos teria descoberto novamente a existência de outro vulcão na cidade santista. Porém, trata-se de um boato, uma vez que não há publicações em revistas científicas e nem em canais oficiais de comunicação a respeito. Trata-se de uma verdadeira lenda urbana, portanto.

E o vulcão de Caldas Novas (GO)?

Muitas pessoas também acreditam que exista um vulcão adormecido na cidade de Caldas Novas, Goiás. Tal fato deve-se às águas termais existentes na cidade e em seu entorno. Até a década de 1970, os geólogos também acreditavam nessa ideia, que, no entanto, mostrou-se falsa. Jamais houve qualquer tipo de vulcão, nem no presente e nem no passado, na região citada do estado de Goiás. A existência das águas termais em Caldas Novas é resultado do aquecimento geotérmico, o que ocorre em inúmeros outros locais do mundo, incluindo a Antártida.

Terremotos são comumente conhecidos como tremores de terra ou formalmente, abalos sísmicos. Os terremotos podem ser originados de duas formas, por tectonismo e vulcanismo.

O primeiro é oriundo de movimentos das placas tectônicas, esses podem ser convergentes ou divergentes, dessa forma a acomodação dessas placas geram os abalos sísmicos ou terremotos.

O segundo dá origem aos terremotos a partir de erupções vulcânicas, que correspondem à liberação de uma grande quantidade de energia acumulada no interior da Terra.

A ocorrência de terremotos pode ser monitorada, no entanto, é difícil de realizar previsões precisas do lugar e momento exato em que esse fenômeno pode acontecer, porém existem lugares que são mais propícios a incidências de abalos, nesse caso a possibilidade maior são nas bordas das placas tectônicas ou regiões onde elas se encontram.

Os terremotos podem ser medidos, o método de avaliação desse fenômeno foi elaborado pelo sismólogo norte-americano Charles Francis Richter, seu nome é utilizado para designar a escala. Os abalos são medidos em uma escala de 0 a 9, que corresponde à quantidade de energia liberada.

Anualmente são registrados aproximadamente 300 mil terremotos com escalas que variam em uma média entre 2 e 2,9 graus na escala Richter. Desse número alguns acontecem em território brasileiro.

Até pouco tempo atrás se acreditava que o território brasileiro era imune a ocorrência de terremotos, hoje já se sabe que essa informação é um tanto quanto precipitada, uma vez que estudos e pesquisas nesse tema ainda são modestos no Brasil.

Recentemente, o Brasil presenciou dois abalos sísmicos, o primeiro ocorreu em 2007 em um vilarejo localizado ao norte do Estado de Minas Gerais, esse evento gerou a primeira vitima fatal decorrente de terremotos na história do Brasil.

O segundo evento corresponde a três ocorrências em 2008 no norte do Ceará, registrando 3,9 graus na escala Richter. Os moradores dos municípios atingidos ficaram apavorados e passaram a noite acordados na rua.

Segundo o chefe do Laboratório de Sismologia da Defesa Civil, os terremotos vão continuar e alertou que a população deve conviver com o fenômeno.

Diante desses fatos e de outros ocorridos em anos passados fica evidente que o território brasileiro não está totalmente livre da ocorrência de abalos sísmicos, nesse sentido existe uma possibilidade real da incidência de terremotos de maiores proporções em uma das inúmeras cidades do Brasil, a escala mais elevada registrada no Brasil ocorreu em 1955, no Estado de Mato Grosso com 6,6 na Escala Richter.

Toda polêmica acerca da “imunidade” do Brasil em relação à ocorrência de terremotos foi derrubada pelo professor Allaoua Saadi. Através do Departamento de Geografia do Instituto de Geociência, liderado por Allaoua Saadi foram encontradas 48 falhas geológicas em toda extensão do território brasileiro.

São nessas falhas que desenvolvem os terremotos, por meio do movimento das placas tectônicas. As falhas se formaram há milhões de anos em um longo processo geológico. As placas atuais são resultados da junção de placas, uma sobreposta a outra, e muitas vezes a acomodação não realiza um perfeito encaixe, com isso há a formação de trincas, lacunas, rachaduras e falhas, e quando há ruptura resulta em terremotos.

Como foi expresso no texto, não há como prever a ocorrência de terremotos, embora haja maneiras de identificar lugares propícios ao desenvolvimento de tal fenômeno.

Diante dessa pesquisa, Saadi afirmou que a concentração maior das falhas está presente no Nordeste e Sudeste. Apesar das novidades oriundas desse estudo, ainda se tem informações superficiais, uma vez que foram identificadas somente as grandes falhas e existem ainda inúmeras outras pequenas fissuras.

Para a consolidação desse trabalho, Saadi utilizou vários recursos, dentre os principais estão: análise de mapas topográficos e geológicos, imagens de satélites e radar, além de livros e pesquisas sobre o assunto.

O pesquisador em questão relatou que existe a possibilidade de acontecer terremotos, porém com menor freqüência e intensidade em relação a outros lugares do globo.

Por que o Brasil não sofre ameaça de vulcões e terremotos?

Atualmente, a não existência de vulcões no Brasil deve-se ao fato de o nosso território encontrar-se em uma área continental das placas tectônicas, isto é, ele está mais afastado da zona de encontro entre uma placa e outra.

É possível a ocorrência de terremotos no Brasil?

Portanto, o Brasil não está totalmente livre da ocorrência de terremotos, porém, esses tremores ocorrem sem que haja grande destruição de construções e infraestrutura, pois o território brasileiro encontra-se distante da zona de instabilidade tectônica, ou seja, longe das zonas de convergência entre placas.

Onde tem um vulcão no Brasil?

Embora hoje o Brasil não abrigue nenhum vulcão ativo, o país possui o vulcão mais antigo do mundo já descoberto. Com 1,89 bilhão de anos, o que sobrou deste antigo vulcão está localizado na região amazônica, especificamente entre os rios Tapajós e Jamanxim.

Qual é o vulcão mais próximo do Brasil?

Ocorreu também um movimento para registrar o Parque Municipal de Nova Iguaçu à UNESCO como o "Geoparque do Vulcão de Nova Iguaçu". ... Vulcão de Nova Iguaçu..