Por que o processo de independência do Haiti difere dos demais processos de independência da América Latina?

Liderada por escravos e ex-escravos de origem africana, a independência do Haiti resultou também na abolição da escravidão no país. Publicado por: Tales dos Santos Pinto

A luta contra a escravidão nas Américas ocorreu durante todo o período colonial, passando ainda a ser verificada após a independência conseguida das metrópoles europeias. Qual país foi o primeiro a abolir a escravidão em suas fronteiras?

  1. EUA.
  2. Haiti.
  3. Venezuela.
  4. Cuba.
  5. Brasil.

A Independência do Haiti ocorreu em meio a um importante contexto de conflitos sociais que eclodiram no continente europeu, sendo que seus ideais influenciaram intensamente os caminhos tomados pelos revolucionários haitianos. Qual foi o fato que ocorreu na Europa e que influenciou o processo de independência haitiano?

  1. Revolução industrial.
  2. Revolução Francesa.
  3. Unificação Alemã.
  4. Movimento ludita.
  5. Guerras napoleônicas.

(PUC-RIO) Assinale a opção correta a respeito das lutas de independência no Haiti (1791-1804) e nas Treze Colônias Inglesas (EUA - 1776-1783).

  1. Ambas promoveram a instalação de governos republicanos e a imediata abolição do trabalho escravo.
  2. O ideal federalista conformou a implantação do regime republicano no Haiti e nos EUA no momento imediatamente posterior à independência.
  3. As pressões dos grandes proprietários de terras, tanto no Haiti quanto nas Treze Colônias Inglesas, resultaram na manutenção do trabalho escravo.
  4. Diferentemente do que ocorreu nas Treze Colônias, as lutas de independência no Haiti estiveram associadas a uma série de rebeliões escravas que conduziram à abolição da escravidão.
  5. Tanto no Haiti quanto nas Treze Colônias Inglesas, facções da burguesia comercial, na defesa de seus monopólios junto às antigas metrópoles, tentaram impedir a proclamação da independência política.

FUVEST-SP) "Neste território não poderá haver escravos. A servidão foi abolida para sempre. Todos os homens nascem, vivem e morrem livres..."; "Todo homem, qualquer que seja sua cor, pode ser admitido em qualquer emprego". Artigos 3 e 4 da Constituição do Haiti, assinada por Toussaint L’Ouverture, 1801.

Lendo o texto acima e associando-o ao processo de independência das Américas espanhola e francesa, é possível concluir que:

  1. como no Haiti, em todos os demais movimentos houve uma preocupação dominante com as aspirações populares.
  2. a independência do Haiti foi um caso especial nas Américas, pois foi liderada por negros e mulatos.
  3. na mesma década da independência do Haiti, as demais colônias do Caribe alcançaram a libertação.
  4. o movimento de independência do Haiti foi inspirado pelo modelo dos Estados Unidos.
  5. a independência do Haiti foi concedida por Napoleão Bonaparte, com base nos princípios liberais.

respostas

Letra B. O processo de Independência do Haiti, iniciado em 1791, no contexto da Revolução Francesa, resultou no fato de o país ser o primeiro a abolir a escravidão na América.

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Letra B. A Revolução Francesa estimulou a luta pela independência no Haiti, sendo que seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade foram inspiradores das ações dos revolucionários haitianos.

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Letra D. A abolição da escravidão ocorreu apenas no caso haitiano e a formação republicana instaurada no Haiti não adotava o modelo federativo.

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Letra B. A Revolução haitiana foi a única em que os setores das classes dominantes das colônias não participaram, principalmente por terem sido eliminados.

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Revolução HaitianaRevoluções do AtlânticoBeligerantes Comandantes Forças Baixas

Batalha em San Domingo, pintado por January Suchodolski representando uma luta entre as tropas polonesas ao serviço francês e os rebeldes do Haiti
Data 22 de agosto de 1791 - 1 de janeiro de 1804
(12 anos, 4 meses, 1 semana e 4 dias)
Local Saint-Domingue
Desfecho Vitória Haitiana
  • Expulsão do governo colonial francês
  • Massacre dos Franceses
Mudanças territoriais Independência do Haiti estabelecida
1791–1793
Ex-escravos
Monarquistas franceses
Espanha (a partir de 1793)

1793–1798

Monarquistas franceses
 
Grã-Bretanha
Espanha (até 1796)

1798–1801

Lealistas de Louverture

1802–1804
Ex-escravos
Reino Unido
1791–1793
Donos de escravos
Reino da França (até 1792)
República Francesa


Reino Unido[1]

1793–1798

França

  • Ex-escravos

1798–1801

Lealistas de Rigaud
Espanha

1802–1804

França

  • Legiões Polonesas
  • Confederação Suíça
Espanha
1791–1793
Dutty Boukman †
Georges Biassou
Vincent Ogé 

André Rigaud

1793–1798

Paul-Louis Dubuc
Thomas Maitland
Joaquín Moreno

1798–1801

Toussaint Louverture

1802–1804
Toussaint
Louverture 

Jean-Jacques Dessalines
Henri Christophe
Alexandre Pétion
François Capois
John Duckworth
John Loring
1791–1793
Viscount de Blanchelande
Léger-Félicité Sonthonax

1793–1798

Toussaint Louverture
André Rigaud
Alexandre Pétion

1798–1801

André Rigaud

1802–1804
Napoleão Bonaparte
Charles Leclerc †
Visconde de Rochambeau 

Villaret de Joyeuse
Federico Gravina
Exército regular: 55 000
Voluntários: +100 000
Exército regular: 60 000
86 navios de guerras e fragatas
Haitianos: 200 000 mortos
Britânicos:45 000 mortos
França: 75 000 mortos

A Revolução Haitiana (francês: révolution haïtienne; crioulo haitiano: revolisyon ayisyen) foi uma insurreição bem-sucedida de escravos auto-libertados contra o domínio colonial francês em Saint-Domingue, agora o estado soberano do Haiti. A revolta começou em 22 de agosto de 1791,[2] e terminou em 1804 com a independência da ex-colônia. Envolveu participantes negros, mestiços, franceses, espanhóis, britânicos e poloneses - com o ex-escravo Toussaint Louverture emergindo como o herói mais carismático do Haiti. Louverture teve um papel de grande importância na Revolução Haitiana, uma vez que foi o responsável por liderar e por mobilizar a grande revolta negra em prol da necessidade de instaurar a liberdade e a igualdade em Saint-Domingue.[3] A revolução foi a única revolta de escravos que levou à fundação de um estado que estava livre da escravidão (embora não do trabalho forçado)[4] e governado por não-brancos e ex-cativos.[5] É agora é visto como um momento decisivo na história do Novo Mundo.[6][7]

Os efeitos da revolução sobre a instituição da escravidão foram sentidos em todas as Américas. O fim do domínio francês e a abolição da escravidão na ex-colônia foram seguidos por uma defesa bem-sucedida das liberdades conquistadas pelos ex-escravos e, com a colaboração de pessoas de cor já livres, sua independência dos europeus brancos.[8][9][10] A revolução representou a maior revolta de escravos desde a revolta mal sucedida de Espártaco contra a República Romana quase 1 900 anos antes,[11] e desafiou crenças europeias de longa data sobre a suposta inferioridade negra e sobre a capacidade dos escravos de alcançar e manter sua própria liberdade. A capacidade organizacional e a tenacidade dos rebeldes sob pressão inspiraram histórias que chocaram e assustaram os proprietários de escravos no hemisfério.[12]

Desde a chegada dos primeiros escravizados ao ano da Revolução Haitiana, aqueles que acompanhavam, no Ocidente, as revoltas feitas pelos escravizados tratavam essas rebeliões de modo ambíguo: ao mesmo tempo que esses observadores não admitiam essas revoltas - caso contrário, seria conferida "humanidade" aos escravizados, conforme ontologia vigente -, eles também precisavam tomar ações diante dessas rebeliões, a fim de contê-las. Assim, na medida em que a existência dessas revoltas não era confessada, atitudes para suprimi-las também eram engendradas. Desse modo, aqueles que viviam no cotidiano a realidade das experiências escravistas, como os fazendeiros, deixaram diversos registros nos quais eles expõem suas opiniões ambíguas a respeito das revoltas escravas. Todavia esses escravocratas também se utilizavam de crenças fortemente enraizadas sobre as pessoas pretas escravizadas com o objetivo de diminuir e de não admitir a força da agência desses indivíduos.

[13]

Os acontecimentos revolucionários em Saint-Domingue geraram impactos gigantescos na Europa, mas em especial, na França. A própria França dispunha de uma forte dependência em relação à ilha de Saint-Domingue, uma vez que a ilha lhe proporcionava um vantajoso retorno econômico por meio da intensa produção de açúcar, de café e do tráfico de escravizados negros.[14]

Apesar de todas essas relações e conexões entre França e Saint-Domingue, grande parte da historiografia tradicional trata a Revolução Haitiana como um movimento completamente avulso e desagregado do contexto da Revolução Francesa. Com a vitória de Saint-Domingue, a França perdeu uma de suas colônias mais importantes e lucrativas, bem como, durante as batalhas travadas, contou com a perda de muitos soldados franceses.[15] Assim, a Revolução Haitiana foi um acontecimento de grande importância no cenário da Revolução Francesa: ambos os acontecimentos estiveram, de certa forma, intrincados.[16]

Referências

  1. Time to Stop Resisting Haiti’s Resistance
  2. Adam Hochschild (2005). Bury the Chains. [S.l.]: Houghton Mifflin. p. 257
  3. JAMES, C. L. R. Os jacobinos negros: Toussaint L'Ouverture e a revolução de São Domingos. Perdizes: Boitempo, 2000.
  4. Ghachem, Malick W.; Danforth, Susan. «The Other Revolution». John Carter Brown Library. Brown University. Consultado em 11 de março de 2022
  5. Franklin W. Knight (2000). «The Haitian Revolution». The American Historical Review. 105 (1): 103–15. JSTOR 2652438. doi:10.2307/2652438
  6. «Why Haiti should be at the centre of the Age of Revolution – Laurent Dubois». Aeon Essays (em inglês). Consultado em 4 de setembro de 2019
  7. Joseph, Celucien L. (2012). «'The Haitian Turn': An Appraisal of Recent Literary and Historiographical Works on the Haitian Revolution». Journal of Pan African Studies. 5 (6): 37–55
  8. Taber, Robert D. (2015). «Navigating Haiti's History: Saint-Domingue and the Haitian Revolution». History Compass. 13 (5): 235–50. doi:10.1111/hic3.12233
  9. Bongie, Chris (2008). Friends and Enemies: The Scribal Politics of Post/colonial Literature. Liverpool, UK: Liverpool University Press. 45 páginas. ISBN 978-1846311420
  10. Curtis Comstock, Sandra (2012). Incorporating Comparisons in the Rift: Making Use of Cross-Place Events and Histories in Moments of World Historical Change, a chapter in Anna Amelina, Beyond methodological nationalism: research methodologies for cross-border studies. [S.l.]: Taylor and Francis. pp. 183–85. ISBN 978-0-415-89962-8
  11. Vulliamy, Ed, ed. (28 de agosto de 2010). «The 10 best revolutionaries». The Guardian. Consultado em 15 de dezembro de 2015
  12. Philip James Kaisary (2008). The Literary Impact of the Haitian Revolution, PhD dissertation. [S.l.]: University of Warwick. pp. 8–10
  13. TROUILLOT, Michel-Rolph. Silenciando o passado: poder e a produção da história, 1995, p. 140-141.
  14. TROUILLOT, Michel-Rolph. Silenciando o passado: poder e a produção da história, 1995, p. 163-168.
  15. TROUILLOT, Michel-Rolph. Silenciando o passado: poder e a produção da história, 1995, p. 163-168.
  16. TROUILLOT, Michel-Rolph. Silenciando o passado: poder e a produção da história, 1995, p. 163-168.

Porque a independência do Haiti foi diferente das outras independências da América?

Além da agricultura em colapso pelo longo período de guerra, em 1825, os governantes haitianos foram obrigados a reparar os proprietários de escravos. A dívida, de 150 milhões de francos, foi acordada em troca do reconhecimento da independência pelos franceses, o que só ocorreu em 1834.

Por que podemos afirmar que o processo de independência do Haiti se diferencia dos demais movimentos na América Latina?

A independência do Haiti foi diferente das demais na América Latina por ter sido conduzida por escravos e ex-escravos, contando não com a liderança das mais privilegiadas classes sociais, mas sim com a da classe menos favorecida - a dos escravos.

Quais as principais diferenças entre a independência do Haiti e do Brasil?

A principal diferença entre a independência do Haiti e dos demais processos de Independência nas Américas é que no Haiti este movimento foi liderado por escravizados e aboliu imediatamente a prática da escravidão em todo o seu território, enquanto que nos demais os movimentos foram liderados por setores da elite e nem ...

Qual a importância da independência do Haiti para a América Latina?

A independência do Haiti foi o primeiro movimento vitorioso do gênero nas Américas, resultando ainda na abolição da escravidão do país.

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