Por quê os juízes ingleses usam peruca

o vestido de Tribunal de juízes e advogados britânicos (que é o que os britânicos chamam de Advogados) pode parecer direto do Renascimento, mas as perucas e vestes são mais do que apenas uma chance de brincar vestir-se. A tradição de usar uma peruca branca e uma túnica remonta ao século XVII—e não muito do uniforme mudou desde então.,

influência Da Moda

em 1625, um artigo acadêmico chamado O Discurso sobre vestes e vestuário mudou para sempre a maneira como oficiais britânicos da alta corte vestiam. Este trabalho levou à adoção da túnica e da peruca como o uniforme do tribunal para distinguir juízes e advogados de outros membros da sociedade. O discurso sobre vestes e vestuário não só ditou o que poderia ser usado em um tribunal, mas as condições e até mesmo estações para cada vestimenta, também.,

Michael Dodd no

Tribunal de desgaste não é apenas chato preto e branco. As estações e o tipo de caso determinam a cor e o estilo dos juízes vestem. Vestes de violeta, verde, preto e escarlate serviram propósitos diferentes ao longo dos anos, embora os requisitos de cor tenham flutuado muitas vezes nos últimos séculos.,

Michael D Beckwith em Unsplash

Mas, roupões são apenas metade do olhar. E aquelas Perucas? As tendências da moda do século XVII ajudaram as perucas a entrar nos tribunais. Os auscultadores foram totalmente adotados como desgaste legal adequado em 1685 e veio com tantas regras rígidas como vestes. Hoje, juízes e advogados usam perucas, mas cada um tem o seu próprio estilo.,

Tingey Lesão escritório de advocacia em Unsplash

Sala de audiências perucas são brancos, muitas vezes artesanal de crina, e pode custar milhares de libras. Os juízes usavam perucas compridas, enroladas e de fundo até à década de 1780, quando trocavam para perucas de banco mais pequenas. Os advogados usam perucas forenses que consistem numa coroa com quatro filas de sete caracóis nas costas.para quê?muitos se perguntam Por que a tradição do robe e da peruca ficou por tanto tempo., Os tradicionalistas dir-vos-ão que o uniforme tem um sentido de poder e respeito pela lei. As vestes e perucas também tornam mais difícil para os juízes serem identificados por réus criminosos fora do Tribunal.

Jamie Rua Unsplash

no Entanto, o desejo de manter a formalidade e uma homenagem para o tribunal da história tem sido contestada. Em 2007, um caso para mudar o código de vestuário foi levado a tribunal, e ganhou., O Lord Chief Justice, Barão Phillips do Worth Matravers, afirmou que as perucas não seriam mais usadas durante casos civis ou familiares e que os juízes precisam apenas de uma túnica. Phillips ‘ queria simplificar as Políticas de vestuário do Tribunal, relata Reuters.

“actualmente, os juízes do Supremo Tribunal não têm menos de cinco conjuntos diferentes de trajes de trabalho, dependendo da jurisdição em que estão sentados e da época do ano”, disse Phillips em sua declaração sobre o processo. “Depois de uma ampla consulta, foi decidido simplificar isso.,”

As perucas e vestes ainda devem ser usadas durante julgamentos criminais, mas algumas pessoas querem que a tradição seja totalmente apagada dos livros. Um número crescente de advogados sentem que o código de vestuário está desatualizado como uma armadura e acreditam que os tribunais britânicos devem ser mais focados em questões importantes—e não sobre o que os funcionários estão vestindo.

Por quê os juízes ingleses usam peruca

Por quê os juízes ingleses usam peruca

Eu tive, na época em que era de praxe, três processos na Justiça brasileira: dois por atentado à Moral e os Bons Costumes (no Brasil era em maiúsculas) e um por infringir a Lei de Segurança Nacional.

Frescuras da ditadura, comes-e-bebes do regime milico-paisanal.

É que eu trabalhava, cheguei mesmo a editar, dizia o expediente, um jornaleco chamado "Passim", "Purim", "Pasquim", uma coisa assim.

Volta e meia tinha de comparecer no fórum, sempre armado de nosso advogado, uma pessoa esplêndida, que eu e Jaguar, melhor dizendo, Jaguar e eu, transformamos até em personagem de uma tira que fazíamos na época, "Os Chopnics", que chegou inclusive a pegar, na medida em que as coisas pegam no Brasil (aquelas mesmas coisas esquecidas 15 minutos depois, para trabalhar com o lugar-comum legado por Andy Warhol).

Nosso advogado, o do jornaleco e da tira, e que acabou amigo querido, chamava-se Mânlio Marat Aquistapace, cujo simples nome dispensava diploma na parede e, quem nele não confiar, mereceria processo por atentado à Moral e aos Bons Costumes e atentado à Lei de Segurança Nacional.

Marat não usava peruca. Seu único defeito, além de não gostar de chope preto.

Sinto que os processos contra minha pessoa não tenham ocorrido aqui no Reino Unido. Eu dava minha alma a uma masmorra, três dias de solitária e um ano de liberdade condicional só para ver o Marat de peruca branca.

No tal jornaleco, que eu não consigo lembrar o nome, eu vivia botando na página de cartas, que muito me aprazia responder, um pequeno "box" com os seguintes dizeres: "Nossos colaboradores usam perucas Fiszpan".

Não era verdade, mas nunca ninguém reclamou. Acho que, por algum motivo, tinham medo de mim.

Também as perucas Fiszpan (o Z é mudo, possivelmente surdo e puxa um pouco da perna esquerda) nunca me mandaram amostra grátis, ao contrário das fábricas de discos, editoras de livros e moças razoáveis de Ipanema.

Bem feito pra eles, das perucas Fiszpan: só de vingança, não fiquei careca.

Uma profissão emperucada

Ao que interessa, já que 16 linguiças foram devidamente enchidas nas linhas acima. Vocês já devem ter notado, nesses filmes ingleses de tribunal (há poucos, bem sei), que os advogados e os juízes usam uma estetizante peruca branca.

Quando digo advogado, refiro-me ao "barrister", ou seja, aquele que vai diante do juiz e argumenta o caso. Os que cuidam da papelada, de lidar com os culpados (sejamos brutalmente francos: todos nós somos culpados de alguma coisa), são os "solicitors", que eu só não traduzo por "rábulas" para não complicar ainda mais a cabeça de vocês, a minha e as deles.

Ora, pois, pois, conforme se diz nos meios migratórios brasileiros. Ora, pois, pois, não é que, nessa mania de modernizar tudo, os britânicos não estão querendo reformar, no sentido de aposentar, as perucas dos juízes e dos advogados?

Querem que eles, sem peruca branca feita de cabelo dos melhores e mais nobres cavalos, defendam, argumentem, ouçam, decidam, durmam (juiz inglês dorme à bessa – ou “paca”, feito se dizia – lá no seu poleiro jurídico), resumam as coisas para um bando de jurados que nunca entende patavinas ou blicas (sempre populares nos meios a que me referi há pouco) do acontecido e sempre condenam os inocentes e inocentam os culpados, uma premissa básica da jurisprudência universal.

Assim, não. Aqueles lordes, todos de arminho vermelho berrante e peruca branca, fazem parte da Grã-Bretanha, assim como o repertório shakesperiano e a fonte sempre quebrada e cada vez mais cara construída em memória da falecida Diana, princesa de Gales.

Aqueles barristeiros, (traduzo livre como um pássaro doido a voar pelos ares da retórica prosopopaica desta terra), aqueles juízes, sem peruca, de jeito nenhum.

Se fazem questão de marchar com o tempo, adotem a bipolaridade, agora tão em moda. Tudo é bipolar de 2004 para cá. Eu quero, todos nós com mais de 50 anos queremos, peruca.

Eu quero é peruca, como se o primeiro verso de uma marchinha de carnaval dos bons tempos.

 
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