Porque indivíduos de uma mesma espécie possuem características diferentes?

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Depois que a teoria da evolução foi formulada, passamos a entender as espécies biológicas de uma forma completamente diferente. As espécies passaram a ser compreendidas como entidades passíveis de transformações ao longo do tempo. O que é modificado ao longo do tempo é a composição genética das populações. Nesse caso, para enfatizar a questão da composição genética, foi desenvolvido o conceito biológico de espécie, segundo o qual as espécies são grupos de indivíduos que compartilham um mesmo patrimônio genético. O conceito biológico de espécie pode ser assim definido: Espécies são grupos de indivíduos que se reproduzem entre si e que estão isolados reprodutivamente de outros grupos semelhantes.

Assim, para a aplicação do conceito biológico de espécie, é fundamental que fique claro o que seja o isolamento reprodutivo. Trata-se de uma propriedade biológica que impede que indivíduos de uma espécie se reproduzam com indivíduos de outras espécies.


Os mecanismos de isolamento reprodutivo

Indivíduos de espécies diferentes podem não se reproduzir por diferentes motivos. Esses motivos são classificados em mecanimos de isolamento reprodutivo (MIRs) pré-zigóticos e pós-zigóticos. Nos MIRs pré-zigóticos, não existe a possibilidade de formação de um zigoto, ao passo que, nos MIRs pós-zigóticos, o óvulo da fêmea de uma espécie é fecundado por um macho de outra espécie, mas alguma coisa dá errado daí para a frente. Existe um bom motivo para essa classificação. Um indivíduo que participa de uma tentativa de acasalamento, que chega a uma fertilização que não resulta em descendentes, é muito mais prejudicado que aquele que não investe tempo, matéria e energia na reprodução infrutífera.

Vejamos agora alguns MIRs pré-zigóticos:

Isolamento por habitat: Os indivíduos de espécies diferentes sequer se encontram, pois vivem em habitats diferentes. Por exemplo, um inseto que vive nas copas de árvores dificilmente se encontrará com um inseto de outra espécie que habita a região das raízes de árvores, embora possam viver na mesma região.

Isolamento temporal ou sazonal: Os indivíduos de espécies diferentes têm diferenças nos períodos de sua atividade sexual. Por exemplo, plantas que florescem em épocas distintas do ano ou até espécies que apresentam atividade sexual restrita a certas horas do dia.

Isolamento etológico ou comportamental: Muitas vezes, o comportamento sexual implica atividades específicas por parte do indivíduo de um dos sexos para que o outro aceite se acasalar. Isso é notório nos pássaros. Observe, no vídeo a seguir, duas danças de acasalamento de pássaros realmente impressionantes:


Se um indivíduo de uma espécie se comporta de maneira diferente daquela que é esperada pelo indivíduo do sexo oposto, simplesmente não há o acasalamento.

Isolamento mecânico: Se há incompatibilidade entre as morfologias das genitálias de machos e fêmeas, o acasalamento pode ser tentado, mas não há transferência de esperma e, portanto, não há a fecundação. Este tipo de isolamento reprodutivo pré-zigótico é encontrado especialmente em insetos, onde a genitália do macho é formada por uma estrutura quitinosa relativamente rígida, que se encaixa com a genitália da fêmea como um mecanismo de chave-fechadura.

Isolamento gamético: Neste caso, há a cópula e a transferência de esperma, mas o isolamento acaba tornando-se inviável devido a algum tipo de incompatibilidade bioquímica entre o esperma e o ambiente do duto genital da fêmea.

Nos casos acima de isolamento reprodutivo não há formação de zigoto. Nos seguintes casos de isolamento reprodutivo pós-zigótico, chega a haver formação de zigotos:

Viabilidade reduzida do híbrido ou inviabilidade do híbrido: Em algum ponto do desenvolvimento do zigoto formado por um acasalamento entre o macho de uma espécie e uma fêmea de outra espécie, ele não é completado, não resultando em um indivíduo maduro.

Fertilidade reduzida ou infertilidade dos híbridos: Neste caso, o indivíduo resultante do cruzamento de um macho com uma fêmea, de espécies diferentes, torna-se um adulto saudável, mas estéril ou com fertilidade diminuída. Um caso emblemático é o resultado do cruzamento entre duas espécies de equinos, o cavalo (Equus caballus) com o jumento (Equus asinus, também conhecido como jegue ou asno). Quando uma égua é cruzada com um jumento, gera um burro (se macho) ou mula (se fêmea). O cruzamento recíproco, de um cavalo com uma jumenta, também produz descendentes (bardoto ou bardota), mas que, ao contrário do burro e da mula, são menos vigorosos que os pais. Todos esses descendentes são estéreis.

Degeneração de F2: Existe a produção do híbrido; ele é viável e fértil, mas sua descendência apresenta problemas de viabilidade ou de fertilidade.

Na Figura 4 são mostrados os MIRs acima, salientando que os mecanismos pré-zigóticos são mais eficientes no sentido de se evitarem desperdícios de tempo, recursos materiais e energia em uma prole que será fadada ao fracasso.

Porque indivíduos de uma mesma espécie possuem características diferentes?

Figura 4

O conceito biológico de espécies também apresenta problemas. Esse conceito aplica-se somente às espécies com reprodução sexuada. Como o conceito é centrado no isolamento reprodutivo, ele não faz sentido em espécies de reprodução exclusivamente assexuada.

O que caracteriza o fato de indivíduos serem de uma mesma espécie?

De acordo com esse conceito, espécies são agrupamento de populações naturais que são capazes de reproduzir-se naturalmente e são reprodutivamente isoladas de outros grupos. Isso quer dizer que, para organismos serem considerados de uma mesma espécie, eles devem ter capacidade de reproduzir-se em ambiente natural.

Por que existem diferentes espécies?

De acordo com esse conceito, espécies são agrupamento de populações naturais que são capazes de reproduzir-se naturalmente e são reprodutivamente isoladas de outros grupos. Isso quer dizer que, para organismos serem considerados de uma mesma espécie, eles devem ter capacidade de reproduzir-se em ambiente natural.

O que significa dizer que os dois organismos são de espécies diferentes?

Diante disso, espécies diferentes não conseguem se reproduzir ou, se conseguirem reproduzir-se e deixarem descendentes, estes não serão férteis. Segundo o conceito biológico, indivíduos de uma mesma espécie são capazes de se reproduzir e originar descendentes viáveis e férteis.

Como saber se dois seres vivos são da mesma espécie?

Atualmente, aceita-se que organismos de uma mesma espécie são aqueles encontrados em uma mesma população, que se cruzam ou possuem potencial para cruzar e produzem descendentes férteis em condições naturais.