Quais foram os grupos armados que participaram da independência de Angola?

Os três movimentos de Angola declararam a independência a 11 de novembro de 1975: o Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) em Luanda, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) em Ambriz e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) em Huambo. No entanto, a proclamação de independência do MPLA só viria a ser reconhecida pela comunidade internacional.

Angola, uma independência armada

A independência de Angola constituiu desde o início do processo político pos-25 de abril um dos assuntos mais complexos e problemáticos, um dos que gerou maiores tensões entre os militares. Angola era a joia da coroa entre as colónias portuguesas, a mais rica, a que concentrava a maior comunidade de colonos brancos, aquela onde a situação militar era a mais favorável às forças portuguesas e onde, pelo contrário, os movimentos independentistas eram mais fracos e se encontravam em pior situação, divididos e dependentes de apoios externos antagónicos: a FNLA dependente dos EUA e da República do Zaire, o MPLA na órbita da URSS e apoiado pela Zâmbia, a UNITA ligada à China e formalmente aliada do governo português de Marcelo Caetano.

A intervenção das grandes potências na independência de Angola era inevitável e o general Spínola aproveitou uma viagem de regresso da Europa aos Estados Unidos de Richard Nixon para se reunir com o presidente americano a 19 de junho de 1974 nos Açores, numa reunião onde terá abordado a independência da grande colónia.

No território, as tensões e as incertezas provocaram vários incidentes, em particular em Luanda, confirmando os temores de que a descolonização seria dramática. Em 22 de julho e na sequência de vários incidentes em Angola, a Junta de Salvação Nacional criou uma Junta Governativa para administrar o território. O almirante Rosa Coutinho foi nomeado chefe dessa Junta em acumulação com as funções de Comandante-chefe das Forças Armadas.

A 28 de julho, depois do governo português ter reconhecido no dia anterior o direito à independência das colónias, o MPLA e a FNLA concordam em criar uma frente comum para negociar com Portugal a independência de Angola.

O futuro de Angola interessava à comunidade internacional e em particular aos seus vizinhos. A 15 de Setembro, o general Spínola e Mobutu, presidente do Zaire, reuniram-se no Sal, em Cabo Verde, para conversações sobre a independência. Spínola tentava obter um compromisso de não intervenção do Zaire na descolonização de Angola e tinha um plano para declaração de independência unilateral. Este plano assentava nas chamadas «Forças Vivas de Angola», constituídas por dirigentes da União Nacional de Angola, do Partido Cristão para a Democracia e da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda. Os dirigentes destas organizações chegaram a vir a Lisboa a 27 de setembro para receberem o poder das mãos de Spínola, caso este conseguisse impor o seu projeto com manifestação a 28 de Setembro. Em Lisboa encontravam-se também o brigadeiro Altino de Magalhães, Chefe de Estado Maior das Forças Armadas de Angola e o engenheiro Santos e Castro, antigo governador.

Falhada a solução prevista, a 23 de outubro ocorreu em Luanda uma tentativa de golpe de colonos brancos da Frente de Resistência Angolana (FRA), que seria derrotada pelos militares do MFA.

Após a derrota destas tentativas, Kinshasa, passa a ser a plataforma onde se jogam as alianças de ocasião para substituir o governo português em Angola. A 11 e 12 de outubro realizaram-se na capital do Zaire reuniões entre uma delegação portuguesa e Mobutu e também com uma delegação da FNLA, onde foi decidida a cessão das hostilidades. A 21, uma delegação portuguesa terá conversações com uma delegação do MPLA, presidida por Agostinho Neto. Na sequência dela o MPLA anunciou o fim da luta armada. A 23 de novembro, a FNLA reuniu-se com a UNITA também em Kinshasa e estabeleceram um acordo, que deixa o MPLA preocupado. No entanto, também assinara um acordo com a UNITA, a 18 de dezembro.

No final do ano de 1974 os três movimentos de libertação haviam estabelecido acordos entre eles para negociarem com Portugal. A preocupação dos movimentos era a de, dada a sua fraqueza militar e política, ser organizada uma resistência branca em Angola que os impedisse de aceder diretamente ao poder. O acordo entre os três movimentos para negociarem com o governo português foi feito em Mombaça, em 5 de janeiro. Logo a seguir realizam-se as conversações de Alvor que conduzem a um acordo entre Portugal e os três movimentos de libertação.

O processo de transição de Angola para a independência inicia então uma nova fase, com o regresso do almirante Rosa Coutinho a Portugal e a nomeação do brigadeiro Silva Cardoso para alto- comissário e presidente do governo de transição em Angola.

O Acordo de Alvor define um modelo de transferência de poderes e cria os instrumentos-base do esforço comum para que Angola se venha a tornar um estado independente a 11 de Novembro de 1975. Contudo, os interesses brevemente silenciados, não tardarão a fazer ouvir a sua voz, desfazendo em migalhas as esperanças de Alvor. Sem que a data da independência viesse a ser posta em causa, o edifício constitucional laboriosamente construído durante as conversações acabará rapidamente por ruir e o Acordo será suspenso, depois de sistematicamente posto em causa, a partir de Setembro de 1975.

À data da independência, o território angolano encontrava-se dividido entre os três movimentos nacionalistas, pelo que todos proclamaram unilateralmente a independência. O MPLA, depois de vencer a batalha por Luanda, proclamou aí a independência de Angola, pela voz de Agostinho Neto. E só este movimento veio a ser reconhecido pela comunidade internacional, tendo Portugal reconhecido a República Popular de Angola apenas em 22 de fevereiro de 1976, depois de mais de oitenta países o terem feito.

Fonte: Aniceto Afonso, Carlos Matos Gomes e Maria Inácia Rezola.

Aconteceu neste fim de semana
O secretário-geral do Partido Popular Democrático (PPD), Sá Carneiro, em conferência de imprensa no Porto, diz que Portugal vive já em estado de sítio.
No Porto, no seguimento de uma manifestação de apoio às direções do Partido Socialista (PS), Partido Popular Democrático (PPD) e Centro Democrático Social (CDS), a sede da União dos Sindicatos do Porto (USP) é destruída e a sede da União dos Estudantes Comunistas (UEC) é apedrejada.
Álvaro Cunhal, secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), inicia um périplo que passa por cinco países da Europa Oriental: União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), Polónia, Jugoslávia, Hungria e Bulgária.
A radicalização política vivida em Lisboa e a perceção da iminência de um golpe das forças da extrema-esquerda leva os dirigentes partidários do Partido Socialista (PS), Partido Popular Democrático (PPD) e Centro Democrático Social (CDS) a deslocarem-se para o Porto para organizarem a resistência.
Em Lisboa, decorre uma reunião do Grupo dos Nove com os militares que lhe são afetos, entre os quais se contam Ramalho Eanes, Jaime Neves, Loureiro dos Santos, Tomé Pinto e Salgueiro Maia, que deliberam o reforço de posições do grupo, a nomeação de Vasco Lourenço como comandante da Região Militar de Lisboa (RML) e a reafirmação do apoio ao VI Governo Provisório.
O Presidente da República é entrevistado na Rádio e Televisão de Portugal (RTP), reconhecendo a existência de divisões nas Forças Armadas.
O Decreto-Lei N.º 644/75 muda a lei orgânica do Banco de Portugal.A Portaria nº 673/75 expropria prédios rústicos no distrito de Setúbal.

Quais eram os grupos armados que lutaram pela independência de Angola?

A independência de Angola foi estabelecida a 15 de Janeiro de 1975, com a assinatura do Acordo do Alvor entre os quatro intervenientes no conflito: Governo português, FNLA, MPLA e UNITA.

Quais os grupos envolvidos no conflito angolano?

O conflito foi uma luta de poder entre dois ex-movimentos de guerrilha anticolonial, o comunista Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a anticomunista União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).

Quais os principais combatentes do lado dos portugueses?

Angola: Francisco da Costa Gomes..
Guiné-Bissau: António de Spínola..
Moçambique: António Augusto dos Santos (1964–69), Kaúlza de Arriaga (1969–74).

Quantas guerras a Angola participou?

Lista
Conflito
Combatente 1
Combatente 2
Primeira Guerra do Congo (1996–1997)
AFDL Uganda Ruanda Burundi Angola
Zaire ALiR UNITA
Guerra Civil na República do Congo (1997–1999)
PCT (FDU) Milícia Cobra Hutus ruandeses Angola Chade
UPADS MCDDI Milicias Ninja, Cocoye, Nsiloulou y Mamba
Lista de conflitos envolvendo a Angola - Wikipédiapt.wikipedia.org › wiki › Lista_de_conflitos_envolvendo_a_Angolanull