Agência de Vigilância Sanitária mandou retirar do mercado o mais popular medicamento de hipertensão fabricado por vários fabricantes
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou na quinta-feira (23 de junho) a interdição e o recolhimento de centenas de lotes de medicamentos que usam o princípio ativo losartana, o mais popular no Brasil e no mundo no tratamento da hipertensão.
LEIA MAIS: A decisão chamou atenção de representantes da indústria farmacêutica por envolver uma grande quantidade de lotes e de laboratórios. Lotes de medicamentos dos laboratórios Aché; Biolab Sanus; Brainfarma; Cimed; Eurofarma; Geolab; Teuto
Brasileiro; Prati, Donaduzzi e Cia estão na lista dos medicamentos que devem ser recolhidos do mercado, segundo a decisão da Anvisa. Alguns lotes de medicamentos da Geolab aparecem na lista dos medicamentos interditados.
Sede da Anvisa — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os produtos listados pela Anvisa devem ser recolhidos em até 120 dias. A decisão anunciada no dia 23 vinha sendo discutida entre técnicos da Anvisa e representantes dos laboratórios.
Segundo a agência informou, a decisão foi tomada devido à presença de uma impureza chamada azido, que pode surgir durante o processo de fabricação do insumo farmacêutico ativo (IFA).
Veja se o seu remédio está na lista dos lotes recolhidos ou interditados:
Orientações para quem usa losartana
A Anvisa destacou, no entanto, que “os pacientes que usam losartana devem continuar utilizando o medicamento mesmo que estejam usando um dos lados afetados”.
Isso porque pacientes que sofrem de hipertensão e insuficiência cardíaca se expõem a mais riscos se deixarem de tomar medicamento e qualquer alteração no tratamento deve ser feita somente sob orientação do médico.
A Anvisa informou ainda que a medida é preventiva e foi "adotada após novas técnicas de detecção de impurezas".
Indústria quer evitar desabastecimento
Segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), as empresas produtoras de losartana que são associadas ao sindicato estão tomando “todas as providências para evitar o desabastecimento do medicamento”.
O sindicato afirmou também que “a indústria farmacêutica já providenciou junto aos produtores dos insumos farmacêuticos ativos (IFA) a alteração da rota de síntese da losartana para evitar a referida impureza”.
China e Índia despontam como os maiores fabricantes e fornecedores globais de insumos farmacêuticos ativos, não apenas de losartana, mas de medicamentos de uma forma geral.
Embora a presença de azido em amostras dos lotes que devem ser recolhidos ou que foram interditados tenha motivado a medida da Anvisa, “não há um risco imediato em relação ao uso dessa medicação, porque não existem dados que indiquem um aumento dos eventos adversos”, segundo informou a própria agência.