A pr�tica de atividade f�sica � essencial devido ao estilo de vida adotado atualmente que inclui o aumento do sedentarismo e de h�bitos alimentares inadequados, podendo acarretar o excesso de peso. O �ndice de massa corporal (IMC) � um dos procedimentos mais usados para avalia��o do excesso de peso e obesidade em estudos epidemiol�gicos. O objetivo desse estudo � avaliar o estado nutricional com base no �ndice de massa corporal (IMC) de frequentadores de academia em S�o Paulo. Houve a participa��o de 66 alunos, entre eles, homens e mulheres, na faixa et�ria de 18 a 69 anos. O �ndice de massa corporal demonstrou que a maioria dos participantes eram eutr�ficos e sobrepeso, sempre com a porcentagem de ocorr�ncia em mulheres, mais alta em rela��o aos homens, por�m, quando se trata da categoria de obesidade de grau I e II, a porcentagem de homens se destacou em rela��o � porcentagem do n�mero de mulheres. Estudos demonstram que o m�todo de IMC � r�pido, mas quando se trata de desportistas ou atletas, esse tipo de avalia��o n�o � totalmente confi�vel, pois n�o diferencia massa magra de massa gorda. Unitermos
1. Introdu��o O padr�o de beleza valorizado na sociedade associado � magreza acaba por salientar os aspectos relacionados com a forma, desconsiderando a diversidade das constitui��es f�sicas que est�o presentes na popula��o e tamb�m aspectos da sa�de. Indiv�duos obesos apresentam imagens corporais negativas, o que evidencia a composi��o corporal como um dos fatores capazes de influenciar tal percep��o. Essa insatisfa��o tem sido um dos principais motivos que levam as pessoas a realizarem atividade f�sica, o que faz aumentar a procura de academias, clubes ou centros de sa�de (FERMINO; PEZZINI; REIS, 2010). A pr�tica de atividade f�sica (AF) tornou-se essencial devido ao estilo de vida adotado atualmente que inclui o aumento do sedentarismo e de h�bitos alimentares inadequados, podendo acarretar o excesso de peso. Estes s�o alguns dos principais fatores de risco para o desenvolvimento das doen�as cr�nicas n�o transmiss�veis (DCNT) principais causas de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo (SOUSA; NOGUEIRA, 2011). As DCNT acarretam forte impacto sobre a sa�de, a qualidade de vida e longevidade dos indiv�duos e, assim, sobre o desenvolvimento social e econ�mico do pa�s (SOUSA; NOGUEIRA, 2011). Utiliza-se a avalia��o nutricional como um dos indicadores que s�o capazes de fornecer, de acordo com o par�metro utilizado, informa��es sobre a adequa��o nutricional de um indiv�duo ou coletividade em rela��o a um padr�o compat�vel com a sa�de em longo prazo. A antropometria vem sendo apontada como o par�metro mais indicado para avaliar o estado nutricional coletivo, principalmente pela facilidade de obten��o das medidas que podem ser v�lidas e confi�veis (GOMES; ANJOS; VASCONCELLOS, 2010). Ainda no contexto antropom�trico, v�rios indicadores s�o propostos na literatura para a avalia��o do estado nutricional, bem como o diagn�stico de riscos � sa�de por conta de aumentos na gordura corporal. O �ndice de massa corporal (IMC), desenvolvido por Quetelet em 1871, � um dos procedimentos mais usados para avalia��o do excesso de peso e obesidade em estudos epidemiol�gicos (GROSSL; LIMA; KARASIAK, 2010). Para o fracionamento da composi��o corporal, existem diversas t�cnicas laboratoriais como tomografia computadorizada, pesagem hidrost�tica, resson�ncia magn�tica, imped�ncia bioel�trica dentre outras. Estas t�cnicas de avalia��o apresentam alta precis�o em seus resultados, porem, t�m uma utiliza��o bastante limitada em raz�o da dificuldade de incluir os avaliados nas testagens, principalmente pelo seu alto custo (MAINARDES et al., 2009) Dado o alto custo das t�cnicas acima citadas, v�rios estudos incentivam o uso do IMC como um instrumento razo�vel para se identificar pessoas com sobrepeso ou obesidade (OLIVEIRA et al, 2008). O IMC � considerado um indicador limitado principalmente para atletas, pois sua aplica��o n�o � capaz de fornecer informa��es relacionadas com a composi��o corporal, desta forma, pessoas com elevada quantidade de massa muscular podem apresentar elevado IMC, mesmo que a gordura corporal n�o seja excessiva (GIUNTOLI et al, 2012). Contudo, por depender somente de duas vari�veis (peso e estatura), tal instrumento � amplamente usado no meio acad�mico, sobretudo em pesquisas envolvendo amostras maiores (OLIVEIRA et al, 2008). 2. Objetivo Realizar um diagn�stico nutricional atrav�s do c�lculo do �ndice de Massa Corp�rea (IMC) dos frequentadores de uma academia de gin�stica localizada na Zona Sul de S�o Paulo. 3. Materiais e m�todos Trata-se de um estudo transversal realizado em uma Academia de Gin�stica, localizada na Zona Sul de S�o Paulo, no per�odo de 04 de Fevereiro a 20 de Mar�o de 2013. Foram avaliados o total de 66 adultos de ambos os g�neros, com idade entre 18 e 69 anos, que voluntariamente participaram do estudo. Durante este per�odo foram coletados os seguintes dados dos frequentadores da academia submetidos � orienta��o nutricional: g�nero, faixa et�ria, peso e altura, estes foram anotados na pr�pria anamnese nutricional. Os volunt�rios, primeiramente, foram pesados em uma balan�a da marca FILIZONA. O equipamento estava ligado e zerado antes do indiv�duo posicionar-se. Os volunt�rios foram orientados a retirar os cal�ados, subir ao centro da balan�a, eretos, com os bra�os estendidos ao longo do corpo, foram mantidos nessa posi��o at� que o peso se estabelecesse. Ap�s isso, foi mensurada a estatura com o estadi�metro da pr�pria balan�a. A partir dos dados acima foi calculado o �ndice de Massa Corp�rea (IMC) de cada individuo da amostra, utilizando-se a f�rmula: IMC = Peso (kg) / (Estatura)�(m), sendo o estado nutricional de cada um, classificado com base na tabela da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS - 2006), segundo quadro 1. Para a an�lise estat�stica dos dados obtidos, utilizou-se o programa Microsoft Word Excel 2010.Este estudo foi aprovado pelo Comit� de �tica e Pesquisa do Centro Universit�rio S�o Camilo, sob o n�mero COEP 470/05. Quadro 1. Classifica��o do �ndice de Massa Corp�rea (IMC) � OMS, 2006
4. Resultados A amostra do presente estudo constitui-se de 66 alunos, sendo que sua grande maioria � do g�nero feminino, representando o equivalente a 68,2% da amostra, com idade entre 18 a 69 anos. J� o g�nero masculino representou o total de 31,8% da amostra e a faixa et�ria est� compreendida entre 18 a 61 anos. Os dados acima est�o evidenciados conforme o Gr�fico 1. Gr�fico 1. Distribui��o por g�nero dos freq�entadores da academia de gin�stica na Zona Sul do munic�pio de S�o Paulo, ano de 2013 Em rela��o ao estado nutricional, a partir do c�lculo do IMC da popula��o apresentada, verificou-se que 46,7% de mulheres encontravam-se eutr�ficas, 33,3% mostraram sobrepeso, 17,8% estavam com obesidade grau I, 2,2% estavam com obesidade grau II e 0% com obesidade grau III. J� em rela��o ao g�nero masculino, verificou-se que 42,9% encontravam-se eutr�ficos, 28,6% apresentavam sobrepeso,19% estavam com obesidade grau I, 9,5% classificados com obesidade grau II e 0% obesidade grau III, conforme apresentado no quadro 2. Quadro 2. Distribui��o proporcional dos frequentadores da academia participantes do estudo � S�o Paulo, 2013 Observando o estado nutricional conforme o g�nero, nota-se que a preval�ncia de eutrofia e sobrepeso foram maiores no g�nero feminino, j� a obesidade ocorreu, em sua maioria, no g�nero masculino, fato este que pode ser explicado devido ao n�mero de participantes de cada g�nero no estudo, a amostra foi constitu�da de 45 mulheres e 21 homens, ou seja, houve uma participa��o muito mais significativa do g�nero feminino do que o masculino, o que pode vir a influenciar diretamente os resultados dados em porcentagem, conforme observado no gr�fico 2. Gr�fico 2. Classfica��o do �ndice de Massa C�rporea (IMC) dos frequentadores da academia de gin�stica na Zona Sul, do municipio de S�o Paulo, ano 2013 5. Discuss�o Com base nos dados coletados, pode-se afirmar que o perfil antropom�trico da popula��o estudada � considerado eutr�fico, ou seja, apresentam o peso adequado para sua respectiva altura, de acordo com a classifica��o da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS, 2006). No presente estudo houve um maior percentual de mulheres eutr�ficas (46,7%) quando comparado com o percentual masculino de eutrofia (42,9%), fato este se d� por diferen�as no n�mero de volunt�rios de ambos os g�neros. Provavelmente como os indiv�duos estudados praticam atividade f�sica, h� um maior est�mulo da massa magra e consequente redu��o de tecido adiposo, fato este que podem ter influenciado os resultados apresentados. Embora o IMC seja um m�todo internacionalmente aceito para a classifica��o do estado nutricional, n�o � poss�vel avaliar a composi��o corporal. Segundo Costa et al, 2010, torna-se evidente que o IMC n�o � um par�metro adequado para mensurar se os n�veis de gordura corporal est�o adequados em rela��o � sa�de. Uma das limita��es bem conhecidas do IMC � sua n�o associa��o direta com a composi��o corporal, subestimando, muitas vezes o percentual de gordura corporal de indiv�duos classificados como eutr�ficos e, consequentemente, subestimando o risco para desenvolvimento de doen�as cr�nicas n�o transmiss�veis (KESAVACHANDRAN et al, 2012). Ao comparar os resultados obtidos com o presente estudo com os dados da Pesquisa de Or�amento Familiar (POF 2008 � 2009) foi realizado em domic�lios urbanos, verifica-se que os ambos os estudos se contrap�em, j� que pela POF tantos os homens quanto �s mulheres foram diagnosticados com excesso de peso, contudo deve-se levar em conta que esta amostra analisada frequenta uma academia, deste modo, acredita-se que estes resultados demonstram uma melhora na qualidade de vida devido � pr�tica de atividade f�sica. Outro estudo recente, realizado com mulheres indianas, observou que 19% das mulheres avaliadas com IMC dentro da faixa de eutrofia segundo a OMS (18,5 a 24,9 kg/m�) apresentaram percentual de gordura corporal elevado (>25%) e dessas 31% apresentaram algum fator de risco para diabetes mellitus tipo 2 ou hipertens�o arterial, indicando maior sensibilidade da avalia��o de gordura corporal para identifica��o de riscos � sa�de em rela��o ao IMC (COSTA et al, 2010). Esses achados acabam levantando a quest�o do risco � sa�de camuflado pela adequa��o do peso atrav�s do IMC quando a composi��o corporal n�o est� adequada, tendo em vista as evid�ncias de que o elevado percentual de gordura corporal pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de doen�as mesmo em pessoas com IMC adequado, como � sugerido por diversos outros trabalhos(THEODORO; RICALDE; AMARO, 2009) Os homens apresentaram um maior percentual de obesidade quando comparado com as mulheres, por�m deve ser considerada a tend�ncia masculina de desejar um corpo com maior volume e menor quantidade de gordura corporal, intensificando assim a pr�tica de atividade f�sica, principalmente a muscula��o, devido a isso este alto IMC pode ser devido a uma alta porcentagem de massa magra e n�o necessariamente de gordura corporal. Segundo Rezende et al (2010) o IMC maior ou igual a 25 kg/m� apresenta alta sensibilidade ao relacionar sobrepeso e obesidade � adiposidade corporal elevada, sendo adequado para estudos populacionais com objetivo de identificar obesidade abdominal e elevado percentual de gordura abdominal, e coligar estes dados a indiv�duos com risco cardiovascular. Este estudo ressalta ainda a necessidade de combina��es de medidas antropom�tricas na avalia��o do estado nutricional, visto que o mesmo detectou indiv�duos com obesidade abdominal que n�o se encontravam obesos segundo a classifica��o do IMC. Esta falta de congru�ncia entre o IMC e a gordura corporal pode ser explicada n�o s� pela fragilidade deste �ndice, mas tamb�m pelo fato de a gordura corporal estar associada aos n�veis de atividade f�sica ou aptid�o (GIUNTOLI et al, 2012). Portanto, torna-se evidente que o IMC n�o � um par�metro adequado para averiguar se homens e mulheres eutr�ficos possuem n�veis de gordura corporal adequado em rela��o � sa�de, al�m disso, � importante ressaltar que este indicador leva em considera��o uma faixa et�ria muito abrangente (20 a 59 anos) e n�o diferencia a classifica��o segundo o g�nero, o que resulta em maior limita��o do mesmo. Os desportistas podem vir apresentar um IMC dentro do padr�o ideal e, no entanto, possu�rem uma quantidade de adiposidade corporal fora da normalidade, j� que n�o praticam treinos intensos e extremamente regrados (REZENDE et al, 2010). 6. Conclus�o Foi poss�vel verificar atrav�s do �ndice de Massa Corp�rea (IMC) que os frequentadores da academia avaliados, apresentaram em sua grande maioria eutr�ficos. Por�m, o IMC n�o � um indicador considerado fidedigno na classifica��o do estado nutricional, por n�o fornecer dados relacionados � composi��o corporal, deste modo, o mesmo n�o diferencia tecido adiposo de massa muscular, o que pode resultar muitas vezes em uma classifica��o err�nea, mascarando risco de problemas relacionados ao excesso de peso. O mesmo crit�rio se enquadra na classifica��o dos homens com maior percentual de obesidade, onde o IMC pode estar representando um excesso de peso, mas na realidade esse valor est� relacionado � quantidade de massa muscular, decorrente da pr�tica de atividade f�sica. Portanto, � muito importante para a adequada classifica��o do estado nutricional dos frequentadores de academia de gin�stica, a utiliza��o de v�rias t�cnicas antropom�tricas, obtendo assim dados concretos referentes � composi��o corporal dos mesmos. Referencias
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Qual é o melhor método de avaliação nutricional do paciente obeso?A antropometria é o método mais utilizado para o diagnóstico da obesidade, pois, é mais acessível e de simples manuseio. Por esse método afere-se o peso e a altura, os quais serão empregados no cálculo do índice de massa corporal (IMC).
Qual o método mais utilizado para avaliar a obesidade?Um método mais preciso para avaliar a obesidade é a avaliação da composição corporal, obtida pela medição da quantidade de gordura em relação à massa magra. É medida através da somatória das pregas cutâneas ou por Bioimpedância (avaliação da constituição corporal por meio da passagem de corrente elétrica).
Como classificar o estado nutricional de um obeso?Valores de IMC maior ou igual a 18,5 e menor que 25,0: adulto com peso adequado (eutrófico). Valores de IMC maior ou igual a 25,0 e menor que 30,0: adulto com sobrepeso. Valores de IMC maior ou igual a 30,0: adulto com obesidade.
Quais as medidas antropométricas são importantes para avaliação nutricional?As medidas antropométricas tais como peso, altura, circunferência de cintura e circunferência de quadril são utilizados para o diagnóstico do estado nutricional e avaliação dos riscos para algumas doenças.
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