Quais são os fatores que influenciam diretamente no ciclo hidrológico?

CICLO HIDROL�GICO EM �REAS URBANAS

Tatiana Valencia Montero

Engenheira Ambiental pela UNESP � Campus Rio Claro

Diretora da Novos Rumos Educa��o para Sustentabilidade

E-mail: tatiana@novosrumoseduca��o.com.br

Michael C�sar Alves

Bi�logo, P�s-graduando em Educa��o Ambiental para a

Sustentabilidade � Centro Universit�rio Senac

E-mail:

Valdir Lamim-Guedes

Bi�logo e Mestre em Ecologia pela Universidade Federal de Ouro Preto

Doutorando em Educa��o pela Universidade de S�o Paulo

Professor do Centro Universit�rio Senac-Santo Amaro, S�oPaulo-SP

E-mail:

Resumo:O ciclo hidrol�gicoo fen�meno de circula��o de �gua entre a superf�cie do planeta e a atmosfera decorrente, basicamente, da influ�ncia da energia solar. Com o processo de urbaniza��o, devido � redu��o de �reas verdes, o aumento da impermeabiliza��o, canaliza��o de corpos d��gua, entre outras interven��es no ambiente, temos altera��es no ciclo hidrol�gico, como o aumento do escoamento superficial e redu��o da infiltra��o da �gua no solo. As pr�ticas educativas sobre o ciclo hidrol�gico devem considerar tais altera��es. Nesse texto apresentamos uma proposta de atividade pr�tica de educa��o ambiental, na qual aborda-se o ciclo da �gua em cidades, buscando uma maior contextualiza��o no ensino deste tema, para que os alunos possam identificar as a��es antr�picas que causam mudan�as do ciclo hidrol�gico, podendo evit�-las ou mitig�-las.

Palavras-chave: Urbaniza��o; Ciclo Hidrol�gico; Educa��o Ambiental; Planejamento Ambiental; Controle Social.

1.����� INTRODU��O

Na sociedade atual, a �gua passou a ser vista como recurso h�drico e n�o mais como um bem natural, dispon�vel e essencial � exist�ncia humana e demais esp�cies. Seu uso tornou-se indiscriminado e sem uma an�lise das consequ�ncias ambientais e sociais em rela��o � sua qualidade e quantidade (BACCI;PATACA, 2008).Al�m do conhecimento acerca do uso da �gua na sociedade e seus impactos, � de extrema import�ncia discutir as pol�ticas p�blicas existentes sobre o tema e quais as formas de planejamento e gest�o devem ser utilizadas para um bem t�o necess�rio quanto a �gua. Esta an�lise se aproxima da Educa��o Ambiental, quando consideramos que participa��o e controle social s�o essenciais para uma gest�o dos recursos naturais mais justa.

Segundo Santos (2004), planejamento pode ser definido como um processo de coleta, organiza��o e an�lise sistematizadas de informa��es com o objetivo de tomar decis�es ou fazer escolhas acerca das melhores alternativas para o aproveitamento dos recursos dispon�veis. Um exemplo bastante conhecido de planejamento ambiental � a Agenda 21 (ONU, 1992), que visa o desenvolvimento sustent�vel para o planeta.Levando em considera��o a gest�o ambiental, mais especificamente a gest�o da �gua pelas pol�ticas p�blicas, a partir dos anos 1990 evidenciou-se a necessidade de uma gest�o que respondesse �s demandas que se apresentavam e que profissionais da �rea avaliassem diferentes fatores de forma integrada para assim criar a Lei 9433/97 (BRASIL, 1997) que instituiu a Pol�tica Nacional de Recursos H�dricos (PNRH) (RIBEIRO, 2012).

Dessa forma, a quest�o da �gua no contexto educacional pode ser abordada a partir de diferentes perspectivas. Diante da atual crise socioambiental acredita-se que a educa��o para a �gua deve partir do contexto local, uma vez que �a abordagem do local, tendo como unidade de estudo a bacia hidrogr�fica, auxiliada pelos conte�dos das geoci�ncias e por metodologias interdisciplinares, proporciona uma vis�o integrada e contextualizada do tema para a constru��o do conhecimento� (BACCI;PATACA, 2008, p. 226).Ou seja, a quest�o da �gua deve ser abordada pela educa��o ambiental, que a Pol�tica Nacional de Educa��o Ambiental (PNEA) define como os processos por meio dos quais o indiv�duo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e compet�ncias voltadas para a conserva��o do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial � sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999, s.p.).

Este contexto local de an�lise da �gua em �reas urbanas e, consequentemente, do ciclo hidrol�gico, leva-nos a questionar o uso da figura abaixo, representando uma situa��o em �reas naturais:

Quais são os fatores que influenciam diretamente no ciclo hidrológico?

Figura 1:Ciclo Hidrol�gico em �rea Natural. Fonte: Engenharia Onde J� Civil (2011).

O ciclo hidrol�gico, definido como �fen�meno global de circula��o fechada da �gua entre a superf�cieterrestre e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solarassociada � gravidade e � rota��o terrestre� (CARVAHO; SILVA, 2006, p. 11). Este� modificado em �reas urbanas, sendo que no ensino de ci�ncias, biologia ou geografia, dificilmente � representado de forma real�stica para essas �reas, focando somente a an�lise em �reas naturais, como representado na figura 1. Tar�co, Ferreira e Souza (2015, p. 63), que desenvolveram uma pesquisa sobre a percep��o de alunos sobre �reas de risco de alagamento e desbarrancamentos em S�o Jo�o del-Rei, Minas Gerais, afirmam que �a discuss�o do tema risco ambiental na geografia escolar, ainda � incipiente e n�o tem favorecido o esclarecimento efetivo sobre o seu significado�. Estes autores comentam tamb�m que

(...) os conceitos n�o est�o claros entre a maioria. A informa��o � recebida, mas n�o � trabalhada e assimilada completamente. As experi�ncias de cada aluno tamb�m devem ser levadas em considera��o durante os estudos, uma vez que as mesmas podem constituir situa��es conhecidas e vivenciadas por cada um deles de maneira direta ou indireta. O conhecimento que deveria ser resultado de uma experi�ncia escolar est� sendo, nos casos investigados, fruto de not�cias oriundas de ve�culos que defendem opini�es e interesses particulares (TAR�CO; FERREIRA; SOUZA, 2015, p. 62-63).

A an�lise destes autores permite-nos identificar duas quest�es: os alunos obt�m informa��es sobre os riscos ambiental atrav�s dos meios de comunica��o, sobretudo, a televis�o, assim, a participa��o da escola � pequena na compreens�o desta situa��o; deve-se usar as experi�ncias pessoais de cada aluno na an�lise dos riscos ambientais, incluindo aqui as altera��es do ciclo hidrol�gico nas cidades. Nas duas figuras abaixo, s�o apresentadas alguns aspectos que s�o alterados nas cidades.

Quais são os fatores que influenciam diretamente no ciclo hidrológico?

Figura 2: Escoamento em �reas Imperme�veis.Fonte: Santos (2013).

Quais são os fatores que influenciam diretamente no ciclo hidrológico?

Figura 3: ilhas de calor, compara��o entre zona rural e cidade. Fonte:Pivetta (2012).

Neste sentido, percebe-se que o tratamento destes assuntos em sala de aulade forma contextualizadaessencial. Assim, para podermos ter uma vis�o mais real�stica do ciclo hidrol�gico, devemos considerar que a impermeabiliza��o do solo e a aus�ncia de cobertura vegetal, aumentam o escoamento superficial e reduz a infiltra��o da �gua no solo. Isto favorece a ocorr�ncia de inunda��es, assim como a redu��o da absor��o da �gua pelo solo, o que influencia negativamente a recarga do len�ol fre�tico.Como afirma Luiz Roberto Barretti, engenheiro da Secretaria de Planejamento Urbano da Prefeitura de S�o Jos� dos Campos:

Com a expans�o urbana e o consequente aumento das �reas impermeabilizadas nas cidades ocorre grande aumento no volume das �guas de drenagem pluvial e diminui��o no tempo de concentra��o na bacia, o que provoca sobrecarga na macrodrenagem, acarretando quase sempre inunda��es, eros�es nas margens, danos a pontes e estradas, entre outras coisas (AGSOLVE MONITORAMENTO AMBIENTAL, 2007).

A Figura 3 trata do fen�meno das ilhas de calor. Pivetta (2012) apresenta estudos sobre Manaus e Bel�m e compara com a capital paulista, na qual, a urbaniza��o tem aumentado o �ndice de chuvas, consequentemente, amplificado as altera��es no ciclo hidrol�gico:

Um poss�vel reflexo do efeito ilha de calor � alterar o regime de chuvas sobre o territ�rio das duas cidades amaz�nicas. Em S�o Paulo, por exemplo, a quantidade de chuva m�dia anual que cai na maior cidade brasileira aumentou 30% nos �ltimos 80 anos � e parte dessa eleva��o pluviom�trica, particularmente na primavera e ver�o, � creditada por alguns estudos � crescente urbaniza��o de seu territ�rio.

Em termos de planejamento ambiental, a urbaniza��o deve ser feita considerando as caracter�sticas geol�gicas dos terrenos, bem como deve acontecer a implanta��o de infraestrutura, como, por exemplo, a pavimenta��o, e a drenagem das �guas pluviais, pois quando n�o ocorre esse processo, ou seja, quando os fatores geol�gicos n�o s�o avaliados e respeitados, normalmente acontecem acidentes geol�gicos, como eros�o acelerada, �reas urbanas com riscos de afundamento, alagamentos e inunda��o, entre outros (BERT�, 2009). A trag�dia ocorrida em janeiro de 2011 na regi�o serrana do Estado do Rio de Janeiro � um exemplo da necessidade de planejamento ambiental, assim como, de respeito � legisla��o ambiental e das consequ�ncia do escoamento superficial aumentado na paisagem. A exist�ncia de �rea de Prote��o Ambiental (APPs) � prevista em lei (foi mantida no atual c�digo florestal, lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012; BRASIL, 2012). Funcion�rios do Minist�rio do Meio Ambiente realizaram uma inspe��o na �rea atingida e, ao apresentarem isto em um relat�rio (SCH�FFERet al.,2011), deixam claro a necessidade de n�o ocupar as margens dos rios devido ao perigo das inunda��es (veja imagem a seguir).

Quais são os fatores que influenciam diretamente no ciclo hidrológico?

Figura 4: a imagem superior mostra a forma de ocupa��o agr�cola da regi�o de Bonsucesso, Petrop�lis-RJ, numa imagem desat�lite (Google Earth de 13.03.2004); imagem inferior, situa��o ap�s as chuvas de 11 de janeiro de 2011. Fonte: SCH�FFER et al. (2011).

A gest�o dos recursos h�dricos � realizada no Brasil de forma participativa atrav�s dos Comit�s de Bacia Hidrogr�fica (CBH). Os CBHs:

s�o organismos colegiados que fazem parte do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos H�dricos e existem no Brasil desde 1988. A composi��o diversificada e democr�tica dos Comit�s contribui para que todos os setores da sociedade com interesse sobre a �gua na bacia tenham representa��o e poder de decis�o sobre sua gest�o. Os membros que comp�em o colegiado s�o escolhidos entre seus pares, sejam eles dos diversos setores usu�rios de �gua, das organiza��es da sociedade civil ou dos poderes p�blicos. Suas principais compet�ncias s�o: aprovar o Plano de Recursos H�dricos da Bacia; arbitrar conflitos pelo uso da �gua, em primeira inst�ncia administrativa; estabelecer mecanismos e sugerir os valores da cobran�a pelo uso da �gua; entre outros (CBH, s.d., s.p.).

Estes organismo colegiados s�o espa�os para a participa��o e devem influenciar e regular o planejamento dos recursos h�dricos na perspectiva da bacia hidrogr�fica. Somado a isto, estes organismos tamb�m devem desenvolver a��es de educa��o ambiental (para saber mais sobre este assunto acesse os materiais ANA, 2011, 2014).

Nesse texto apresentamos uma proposta de atividade pr�tica de educa��o ambiental, na qual aborda-se o ciclo da �gua em cidades. Estatem como justificava a necessidade de analisar a quest�o dos recursos h�dricos localmente, com destaque para �reas urbanizadas, para que haja uma maior contextualiza��o no ensino do ciclo hidrol�gico. Especificamente neste tema, entende-se como extremamente necess�rio que a sociedade tenha a capacidade de identificar as a��es antr�picas que impactam nas mudan�as do ciclo hidrol�gico, podendo evit�-las ou mitig�-las. Desta forma, espera-se que os alunos tenham maior interesse no debate e na sugest�o de solu��es para os problemas atuais, como a crise de abastecimento de �gua.

2.����� METODOLOGIA

O referencial metodol�gico desta proposta de atividade � a Educa��o Ambiental Cr�tica.

A Educa��o Ambiental Cr�tica objetiva promover ambientes educativos de mobiliza��o desses processos de interven��o sobre a realidade e seus problemas socioambientais, para que possamos nestes ambientes superar as armadilhas paradigm�ticas10 e propiciar um processo educativo, em que nesse exerc�cio, estejamos, educandos e educadores, nos formando e contribuindo, pelo exerc�cio de uma cidadania ativa, na transforma��o da grave crise socioambiental que vivenciamos todos (GUIMIR�ES, 2004, p. 30-31).

Ao longo da trajet�ria da EA cr�tica tem-seum conjunto de no��es principais como: �cidadania ambiental, participa��o/democracia participativa, interdisciplinaridade, socioambientalismo e sociedade sustent�vel que, a meu ver, caracterizam e iluminam a trajet�ria dessa tend�ncia de EA� (LIMA, 2009, p. 147). Assim, no contexto desta proposta de a��o pr�tica, a perspectiva cr�tica � relevante para, partindo de um conhecimento t�cnico � ciclo hidrol�gico -, contextualizado � focado nas �reas urbanas -, permitir uma an�lise da realidade que garantauma melhor compreens�o das consequ�ncias e solu��es para diversos problemas ambientais, como as inunda��es, al�m de uma posi��o que favore�a um planejamento preventivo, n�o apenas de mitiga��o.

3.����� PROPOSTA DE ATIVIDADE

O p�blico alvo dessa atividade s�o os alunos do ensino m�dio ou superior, sobretudo que residam em �reas urbanas, caracterizadas pelo alto porcentual de impermeabiliza��o do solo e poucas �reas verdes.

A partir da abordagem inicial do ciclo hidrol�gico �tradicional� (Figura 1),seguida pela contraposi��o � uma vis�o focada na realidade urbana (Figuras 2 e 3),ser�o apresentados conte�dos relacionados ao tema e iniciadas as discuss�es sobre os mesmos, para que os alunos tenham a capacidade de entender a situa��o local, visualizar os problemas, identificar como contribuem com o mesmo e apresentar formas de mitiga��o e preven��o. Para facilitar o desenvolvimento da atividade, prop�e-se dois encontros.

1� Encontro:Para iniciar a atividade deve-se apresentar o modelo tradicional do ciclo hidrol�gico, ou seja, o ciclo da �gua na natureza, sem as interfer�ncias antr�picas. Um modelo que pode ser utilizado � apresentado na Figura 1. Assim, podem ser tratados alguns conceitos como evapora��o, evapotranspira��o, condensa��o, precipita��o, escoamento superficial e infiltra��o.

Passada essa primeira fase de apresenta��o ou revis�o do ciclo hidrol�gico, iniciam-se os questionamentos de como as cidades influenciam no mesmo: quais mudan�as a cidade traz ao ambiente natural? Quais os impactos dessas mudan�as? Primeiro deve-se realizar um debate em grupo, anotando as respostas no quadro. Para um melhor entendimento e associa��o � realidade, sugere-se que a atividade seja realizada considerando a cidade na qual a escola esteja localizada.

Na quest�o das mudan�as no ambiente natural, devem aparecer as quest�es de desmatamento, grandes �reas impermeabilizadas, ilhas de calor, solo exposto, retifica��o e canaliza��o de rios,capta��o de �gua para abastecimento p�blico, sistemas de tratamento de �gua e esgoto, bem como o retorno das �guas tratadas e n�o tratadas aos recursos h�dricos, dentre outros identificados na regi�o. Em rela��o aos impactos que essas mudan�as trazem �s cidades podem ser mencionados alguns como: enchentes, deslizamentos de terra, possibilidades de falta de �gua e contamina��o dos recursos h�dricos.

Ap�s o debate os alunos devem ser separados em grupos (sugest�o de quatro alunos) e devem fazer a ilustra��o do ciclo hidrol�gico em uma cidade.Essa etapa, como um todo, ser� o diagn�stico da situa��o dos recursos h�dricos na regi�o.

2� Encontro:No primeiro encontro as discuss�es e atividades foram focadas em tra�ar um diagn�stico da situa��o atual da �gua nas cidades, mais especificamente a cidade onde se localiza a escola. Nesta fase, o foco, al�m da unidade pol�tica, ir� considerar a bacia hidrogr�fica a qual a cidade pertence.

Para essa fase a discuss�o ser� baseada no planejamento e gest�o ambiental. Como exemplo de planejamento ambiental pode-se utilizar a Agenda 21 (desde o documento global at� os desdobramentos locais) e, para gest�o ambiental, a Pol�tica Nacional de Recursos H�dricos.

Primeiramente, deve-se propor um debate para que os alunos sugiram a��es para evitar, minimizar e mitigar os impactos e problemas encontrados na fase anterior. Depois os mesmos devem avaliar quem seriam os respons�veis por essas a��es? Elas j� est�o previstas em alguma pol�tica p�blica? Sugere-se fornecer uma c�pia da PNRH e da Agenda 21 para pesquisa, ou acesso a esses e outros documentos por meio de computadores.

Ap�s a avalia��o e discuss�o dos itens acima, solicitar aos alunos que escrevam uma conclus�o do assunto. Caso identifiquem que j� existam as pol�ticas p�blicas necess�rias para a quest�o da �gua, � importante problematizar as limita��es da mesma, assim como os seus avan�os. Caso identifiquem a��es que n�o est�o previstas em documentos, fazer a lista das mesmas e sugerir quem seriam os respons�veis pela implanta��o das mesmas.

A proposta acima pode ser adaptada � realidade do professor e dos alunos, somado a isto, pode-se incrementar com excurs�es a campo, por exemplo, ao entorno da escola; a realiza��o de registros fotogr�fico pelos alunos, pode-se usar os pr�prios celulares com c�mera, seguida por uma pequena exposi��o das imagens obtidas.

Outras quest�es pertinentes � esta atividade s�o; a discuss�o sobre a crise de abastecimento que afeta a Grande S�o Paulo e algumas regi�es dos Estados de S�o Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, desde 2014 e que ainda n�o est� solucionada (LAMIM-GUEDES, 2015); e a discuss�o sobre as causas desta crise, que envolvem altera��es no ciclo hidrol�gico, mas tamb�m problemas de gest�o dos recursos h�dricos. Somado a estes dois aspectos, pode-se tratar de como a popula��o sofre e reage � crise, assim como, as mobiliza��es em torno do tema, por exemplo, como est� retratado na imagem abaixo.

Quais são os fatores que influenciam diretamente no ciclo hidrológico?

Figura 5: propaganda do governo do Estado de S�o Paulo incentivando a economia de �gua com picha��o. Imagem obtida em S�o Paulo-SP, mar�o de 2015. Fonte: Lamim-Guedes (2016, p. 5).

Um grande problema desta crise de abastecimento de �gua � a despolitiza��o do problema. Parece que n�o causa espanto o fato de a crise ocorrer em uma cidade tropical com alto �ndice pluviom�trico. Esta situa��o traz � tona a vis�o malthusiana do conflito entre crescimento humano e uso dos recursos naturais, com o agravamento devido � precifica��o da �gua (MILANEZ, 2015).Somado a isto, temos que questionar a vis�o de que temos uma grande quantidade de �gua no Brasil, como se fosse algo distribu�do em todo o territ�rio de forma semelhante. Na verdade, a maior parte da �gua doce em territ�rio nacional est� na regi�o norte, enquanto as regi�es mais populosas est�o no sudeste. Al�m disto, a �gua dispon�vel � reduzida ou tornar-se mais sazonal com as altera��es no ciclo hidrol�gico, influ�ncias das mudan�as clim�ticas e destrui��o ambiental e pela degrada��o dos recursos h�dricos, incluindo aqui o lan�amento de esgoto nos rios e contamina��o do len�ol fre�tico.

4.����� CONSIDERA��ES FINAIS

Pode-se concluir que � essencial entender como o homem afeta a realidade local. Essa compreens�o na escola, por meio de atividades como a apresentada acima, poder� fazer a diferen�a na forma��o de indiv�duos cr�ticos, participativos, aptos a enfrentar os problemas ambientais e uma poss�vel crise dos recursos naturais dispon�veis, dentre eles a �gua.

Avaliar e planejar o meio ambiente urbano torna-se um desafio, tanto para o poder p�blico como para a sociedade civil organizada, sendo necess�rio a Educa��o Ambiental como meio de interven��o e base para boas pr�ticas, em busca de uma melhor qualidade de vida e desenvolver o meio ambiente sem agredi-lo criando uma vis�o integrada do mundo que nos cerca, uma vis�o que nos leve a compreender as diversas esferas (hidrosfera, biosfera, litosfera e atmosfera) e suas inter-rela��es, bem como as interfer�ncias geradas pelo homem no meio em que vive.

Atrav�s da Educa��o Ambiental o aprendizado construtivo � desencadeado e a aplica��o hol�stica interdisciplinar � estimulada, permitindo a potencializa��o da capacidade cognitiva sobre o ambiente ao entorno, possibilitando o resgate deste elo entre o ser humano e a natureza, enfatizando o desenvolvimento dos princ�pios da Educa��o e Interpreta��o Ambiental (CHUNG; LIMA, 2007).

O envolvimento da sociedade com as quest�es ambientais permite que criem novos conceitos acerca do mundo em que vivem e passem a olh�-lo com outros olhos, possibilitando um replanejamento dos modelos de desenvolvimento adotados, tornando-os respons�veis com o meio ambiente e os ciclos respons�veis pela a manuten��o da vida.

5.����� REFERENCIAS BIBLIOGR�FICAS

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Quais fatores afetam o ciclo hidrológico?

Os fatores que impulsionam o ciclo hidrológico são a energia térmica solar, a força dos ventos, que transportam vapor d'água para os continentes, a força da gravidade responsável pelos fenômenos da precipitação, da infiltração e deslocamento das massas de água.

Como as atividades humanas podem influenciar no ciclo hidrológico?

Nos locais desmatados, a água bate no solo e escoa para os rios, uma pequena parte dela penetra no solo. O resultado é que a água da chuva, além de não abastecer nascentes e nem o subterrâneo, ainda escoa para os rios levando terra e resíduos sólidos, que causam o assoreamento.

Como o ciclo hidrológico influencia o clima?

O ciclo da água está diretamente ligado ao clima. Assim, mudanças no clima que alterem o regime de chuvas podem provocar o aumento da ocorrência de eventos hidrológicos extremos, como inundações e longos períodos de seca. Esses eventos afetam a oferta de água, ameaçando o suprimento de recursos hídricos para todos.