Quais são os principais problemas sociais que surgiram em muitas cidades da região Sul?

A Urbanização do Brasil

A urbanização no Brasil se deve à migração da população do campo para as cidades. O processo de urbanização no Brasil se iniciou no século XX, a partir da industrialização, que constituiu um dos principais fatores para o deslocamento da população da área rural à área urbana.

Quais são os principais problemas sociais que surgiram em muitas cidades da região Sul?

São Paulo

O Brasil é um país urbanizado. Em 1940, apenas 31% dos brasileiros viviam em cidades, enquanto que 69% viviam no meio rural. Em 1980, a situação havia se invertido: 67,5% viviam em cidades e somente 32,5% na área rural.

O País se urbanizou durante a década de 1970. Durante os anos 1940-2000, a população rural brasileira passou de 28,3 para 31,8 milhões de pessoas (um aumento de 12,4%), enquanto que a população urbana passou de 12,8 milhões para 137,6 milhões: um aumento de 1.006%. Hoje, mesmo a Região Nordeste, que é a menos urbanizada do Brasil, apresenta um alto índice de população urbana: 73,1%.

Na última década, houve um acréscimo de quase 23 milhões de habitantes urbanos. Isso resultou no aumento do grau de urbanização, que passou de 81,2%, em 2000, para 84,3%, em 2010. Esse incremento foi causado pelas migrações do campo e pelo crescimento vegetativo nas áreas urbanas.

A região Sudeste é ainda a mais urbanizada do Brasil. Em seguida, estão as regiões Centro-Oeste e Sul. Nas regiões Norte e Nordeste, mais de 25% dos habitantes vivem em áreas rurais.

Rio de Janeiro (96,7%), Distrito Federal (96,6%) e São Paulo (95,9%) são os estados do país com os maiores graus de urbanização. Os estados com os menores graus de urbanização estão localizados nas regiões Nordeste e Norte. Maranhão (63,1%), Piauí (65,8%) e Pará (68,5%) apresentam índices abaixo de 70%.

Histórico da urbanização brasileira

O processo de urbanização no Brasil se iniciou em 1532, com a fundação da Vila de São Vicente, no litoral paulista. A primeira cidade brasileira a ser fundada, em 1549, foi Salvador. No século XVI, havia no Brasil apenas três cidades, todas elas situadas junto ao litoral: Salvador (a capital), Rio de Janeiro e Nossa Senhora das Neves (atual João Pessoa).

O primeiro surto de urbanização ocorreu no século XVIII, devido ao ciclo da mineração. A atividade mineradora resultou na transferência da capital da colônia, de Salvador para o Rio de Janeiro, e causou o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste açucareiro para o Sudeste aurífero e promoveu a interiorização do crescimento econômico do país.

Após a chegada da família real ao Brasil, ocorrida em 1808, e, principalmente após o País obter a sua independência, em 1822, houve uma evolução urbana brasileira: devido à lavoura do café, que se expandia, o sudeste brasileiro, principalmente os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, conheceu um rápido crescimento urbano.

1872, data do primeiro recenseamento oficial no Brasil, o Rio de Janeiro, contendo 275 mil habitantes, era a cidade brasileira de mais destaque: era não apenas a capital, mas também o centro comercial e portuário do país. Já a área central de São Paulo se urbanizou devido às atividades ligadas ao café. No início do século XX, com a instalação de indústrias, a cidade de São Paulo se tornou a líder na vida econômica do Brasil.

Segundo dados do IBGE, em 2000, o percentual de população urbana no Brasil elevou-se para 81,2%: 137,6 milhões de pessoas viviam em áreas urbanas. Esta taxa percentual está próxima a dos países desenvolvidos.

A urbanização brasileira durante o século XX e XXI

Desde o início do processo de colonização do Brasil, as cidades brasileiras foram estabelecidas na faixa litorânea do país. A maioria das cidades brasileiras foram cidades espontâneas, isto é, surgiram de pequenos povoados. No Brasil, há poucas cidades planejadas, como Brasília, Belo Horizonte e Goiânia.

Quais são os principais problemas sociais que surgiram em muitas cidades da região Sul?
 
Vista aérea de Brasília

A partir da década de 1960, o governo brasileiro passou a intervir na organização do espaço do país. O projeto desenvolvimentista do governo objetivava modernizar o território nacional e desenvolver a economia capitalista do país. Para realizar tais objetivos, era necessário expandir a indústria nacional e construir uma sociedade de consumo que fosse urbana.

O Brasil se urbanizou durante a década de 1970. Durante os anos 1940-2000, a população rural brasileira passou de 28,3 para 31,8 milhões de pessoas (um aumento de apenas 12,4%), enquanto que a população urbana passou de 12,8 milhões para 137,6 milhões: um aumento de 1.006%. Hoje, mesmo o Maranhão, que é o estado menos urbanizado do Brasil, apresenta um alto índice de população urbana: 63,1% (Censo 2010).

O maior grau de urbanização ocorre na região Sudeste do país, com 92,9%. Os graus de urbanização das demais regiões do Brasil são: Centro-Oeste (88,8%), Sul (84,9%), Norte (73,5%) e Nordeste (73,1%).

A população rural

A população rural brasileira economicamente ativa é constituída por aproximadamente 25 milhões de pessoas. Contudo, é importante ressaltar que os critérios que distinguem a população rural da urbana são tênues. O motivo disso é que há um grande número de pessoas que trabalha no campo, mas reside nas cidades: os boias frias, por exemplo.

Devido à mecanização do campo e à concentração de terras, até meados da década de 1990, os trabalhadores rurais deixavam os campos e migravam para as cidades. Mas a partir da segunda metade da década de 1990, a população rural se estabilizou. Isso se deve ao programa de reforma agrária e às novas opções de trabalho rural não agrícolas em hotéis fazenda, pesqueiros, pousadas, reservas ecológicas, etc.

A urbanização nas regiões brasileiras

A Região Sudeste é a que concentra o maior parque fabril do Brasil. Por esse motivo, é a região que mais atrai migrantes das outras regiões do país. De fato, a elevada taxa de urbanização na Região Sudeste em 1970, 72,8%, foi o fator que mais contribuiu para transformar o Brasil em um país urbana: a população urbana (56%) ultrapassou a rural (44%). O Censo de 1980 constatou que pela primeira vez na história do Brasil, as demais regiões do país também haviam se tornado urbanas.

Metropolização no Brasil

Desenvolveu-se no Brasil uma urbanização concentradora: foram formadas grandes cidades e metrópoles. No ano de 2000, 67,8 milhões de pessoas, 40% do total do país, viviam em regiões metropolitanas. Contudo, devido às precárias condições de vida e à falta de emprego nas metrópoles brasileiras, houve, na década de 1990, uma reversão no crescimento delas. Esse fenômeno é chamado de desmetropolização. Mais e mais indústrias passaram a escolher localizações alternativas às do Centro-Sul. Empresas nacionais e internacionais se estabeleceram em cidades como Campinas, São Carlos, Ribeirão Preto, Goiânia, Florianópolis e várias capitais nordestinas.

A criação das regiões metropolitanas

As regiões metropolitanas brasileiras foram criadas por lei aprovada no Congresso Nacional, em 1973, e definidas como “um conjunto de municípios contíguos e integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços públicos e infraestrutura comum”. O objetivo dessa lei federal era estudar e solucionar em conjunto, por meio de um planejamento central, os problemas de infraestrutura: transporte, saneamento, etc. A Constituição de 1988 deixou a cargo dos governos estaduais a prerrogativa de reconhecimento legal das metrópoles.

As regiões metropolitanas foram constituídas para oferecer serviços públicos e solucionar problemas de infraestrutura. Contudo, a maioria delas cresceu sem planejamento. Isso gerou muitos problemas urbanos e, consequentemente, agravou as desigualdades sociais no país. A maioria dos migrantes se estabeleceu em relativamente poucas cidades, que acabaram se transformando em metrópoles. Outra consequência negativa do crescimento não planejado das regiões metropolitanas foi a inabilidade de seus governos de resolver problemas como o tratamento de esgoto e a captação de água.

À medida que cidades próximas vão se expandindo horizontalmente, ocorre a conurbação: elas se tornam contínuas, integradas. Por exemplo, a formação da Área Metropolitana de São Paulo (a maior do Brasil) é resultado da conurbação entre São Paulo e cidades vizinhas, como São Caetano do Sul, Santo André, São Bernardo do Campo, Guarulhos e Osasco. No ano de 2000, essa região metropolitana incluía 39 municípios e continha quase 18 milhões de pessoas.

No Brasil, até o ano de 2000, havia 19 regiões metropolitanas legalmente reconhecidas. Duas delas são nacionais, por polarizarem o país inteiro. As outras 17 metrópoles são consideradas regionais, pois exercem seu poder de polarização apenas regionalmente.

As megalópoles

O processo de urbanização nacional ocorrido nas últimas décadas está formando a primeira megalópole brasileira: a aglomeração urbana ao longo do Vale do Paraíba, entre as duas maiores metrópoles: São Paulo e Rio de Janeiro. Essa megalópole envolve mais de 30 milhões de pessoas e deve incorporar outras importantes cidades, como Campinas, Jundiaí e Itu, em São Paulo, e Petrópolis e Teresópolis, no Rio de Janeiro.

A hierarquia urbana é estabelecida de acordo com a capacidade de alguns centros urbanos de liderar e influenciar outros por meio da oferta de bens e serviços à população.

O IBGE identifica a seguinte hierarquia urbana:

1. Metrópole nacional: cidade principal e mais bem equipada, que influencia todo o território;

2. Metrópole regional: cidade importante e mais bem equipada de uma região, que influencia certa região ou área do Brasil.

No Brasil, devido ao processo de urbanização, houve uma intensa metropolização.

São Paulo e Rio de Janeiro são cidades globais, integradas às redes mundiais. Em tais cidades, encontram-se as sedes administrativas das grandes indústrias e bancos do país, os centros de pesquisa mais avançados e os melhores hospitais.

O Brasil possui sete metrópoles nacionais – Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS) –, e três regionais – Manaus (AM), Belém (PA) e Goiânia (GO).

No Brasil, há também as chamadas metrópoles regionais incompletas: Londrina, Campinas e São José dos Campos.

Além dessas categorias, há os centros regionais – cidades que exercem influência sobre as áreas urbanas vizinhas –, como Florianópolis, Santos, Vitória, Campo Grande, Cuiabá, Maceió e Teresina, e os centros sub-regionais ou locais, que são cidades de menor importância.

Brasília e seu conjunto de 13 cidades-satélites estão sob a administração do governo do Distrito Federal. Em 1998, foi aprovado pelo Senado um projeto autorizando a Presidência da República a instituir a Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno (RIDE), sendo constituída pelo Distrito Federal e por mais 21 municípios – 19 de Goiás e dois de Minas Gerais.

Manaus, apesar de abrigar mais de um milhão de habitantes e de exercer poder na vasta área da Amazônia, não possui nenhum município a ela conurbado. Manaus é administrada apenas pelo poder municipal.

A rede urbana brasileira

A rede urbana é caracterizada pela existência de um número expressivo de grandes cidades e metrópoles. A partir da década de 1940, devido à industrialização e à instalação ou melhoria de rodovias, ferrovias e portos, que integravam o território e o mercado consumidor, foi estruturada uma rede urbana em escala nacional. Antes disso, as atividades econômicas que impulsionavam a urbanização se desenvolviam de forma esparsa pelo território nacional. Isso porque as principais atividades do Brasil eram voltadas ao exterior e as oligarquias regionais não tinham muito interesse em integrar o mercado interno. De fato, não era muito significante a integração econômica entre o Sudeste (região voltada ao café), a Zona da Mata nordestina (cana-de-açúcar, cacau e tabaco), o Meio-Norte (algodão, pecuária e extrativismo vegetal) e o Sul (pecuária e policultura). À medida que a economia brasileira foi se modernizando, as regiões Sul e Sudeste formaram um mercado único que, posteriormente, incorporou o Nordeste e, mais recentemente, o Norte e o Centro-Oeste.

Até a década de 1940, houve forte tendência à concentração urbana em escala regional, o que resultou na formação de importantes polos, como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte, Belém, Fortaleza e Curitiba – todas capitais de estados e, posteriormente, reconhecidas como metrópoles. Contudo, a partir da década de 1940, com a implantação de uma política industrial de substituição de importações, foram feitos investimentos estatais em infraestrutura de transportes e comunicações por todo o Brasil. Isso unificou o mercado e promoveu a concentração urbano-industrial na região Sudeste. São Paulo e Rio de Janeiro foram os polos industriais que mais receberam investimentos privados e públicos. A Região Sudeste se tornou, por consequência, o grande centro de atração populacional do país. Mas os migrantes que vieram à Região Sudeste eram, em sua maioria, trabalhadores desqualificados e mal-remunerados. Foram se concentrando na periferia das grandes cidades, em favelas e loteamentos clandestinos – o que veio a gerar graves problemas ambientais urbanos.

Na Região Centro-Sul, onde a rede urbana é mais densa e articulada, as cidades médias e grandes estão bem conectadas. Isso intensifica a troca de mercadorias e informações entre a população e as empresas. Contudo, nas regiões do Brasil mais atrasadas, a rede urbana é desarticulada: a conexão entre as cidades e a relação de troca é menos intensa. De fato, a rede urbana brasileira ainda não alcançou a articulação que existe nas redes urbanas de países desenvolvidos. Há fatores que explicam o motivo por que a rede urbana do Brasil ainda se encontra em processo de formação e consolidação. Esses fatores são a grande extensão territorial e a fraca disseminação da industrialização pelo território nacional.

Em termos gerais, a rede urbana brasileira possui as seguintes características: é pouco desenvolvida, apresentando fortes contrastes entre as Regiões; é pouco densa - há poucas cidades por áreas e há muitos vazios urbanos; há fraca articulação entre os centros urbanos, em termos de comunicações e transportes; e a organização hierárquica não é bem organizada.

Quais são os principais problemas sociais que surgiram em muitas cidades da região Sul?

Relações entre as cidades em uma rede urbana - Esquema clássico

Quais são os principais problemas sociais que surgiram em muitas cidades da região Sul?

Relações entre as cidades em uma rede urbana - Esquema atual

Há poucas áreas no Brasil onde as redes urbanas são bem estruturadas e articuladas, como as de países desenvolvidos. É o caso da Região Sudeste, principalmente do estado de São Paulo.

Em algumas cidades do Brasil, também ocorre o fenômeno da terciarização: a diminuição da oferta de empregos na indústria e o aumento da oferta de empregos no setor terciário (serviços ligados à informática e às telecomunicações).

Problemas da urbanização no Brasil

O Brasil passou por um acelerado processo de urbanização a partir da década de 1950. Em um período de apenas 50 anos, deixou de ser um país de população rural, constituindo-se em um país urbano, com 84,4% de sua população residindo na cidade (IBGE, Censo 2010).

A modernização da agricultura, que ocorreu por meio do emprego de máquinas, equipamentos e insumos agrícolas, eliminou postos de trabalho no campo, forçando a população rural a migrar para os centros urbanos. O êxodo rural e os baixos salários pagos nas áreas urbanas explicam o aumento das favelas. A ocupação desordenada das favelas degrada o meio físico e causa problemas ambientais.

A urbanização do Brasil ocorreu rapidamente, de forma descontrolada, criando metrópoles inchadas sem a devida infraestrutura. As cidades passaram a concentrar focos de pobreza, principalmente na periferia. A concentração não planejada de pessoas levou ao aumento de violência, de pessoas sem moradia, de falta de habitação digna para muitos e de carência de serviços básicos. Além disso, agravou o problema do trânsito, da falta de planejamento e investimento em transportes coletivos e da poluição ambiental.

Na cidade informal, concentram-se os problemas urbanos: o desemprego, o subemprego, a violência, o tráfico de drogas, a prostituição, etc. A cidade formal tenta se proteger da violência por meio de muros, guaritas e equipamentos de segurança. Contudo, essas medidas de segurança não resolvem os problemas urbanos. Estes exacerbam os problemas sociais e econômicos, como a pobreza e exclusão social e o número de favelas e de desabrigados. Também se agravam os problemas ambientais: desmatamentos, poluição, ocupação de áreas de preservação, falta de saneamento e a falta de coleta de lixo.

Problemas ambientais urbanos

Quando a urbanização ocorre de forma rápida, há uma ausência de preocupação com o meio ambiente rural, devido à natureza desordenada da ocupação. Os problemas com o meio ambiente incluem diversos tipos de poluição: da atmosfera, das águas, sonora e visual. O processo de urbanização no Brasil, extremamente rápido e desigual, resultou em muitas consequências negativas – algumas delas até calamitosas – para a qualidade ambiental das cidades brasileiras. 

Além de sofrer aumento populacional, muitas cidades brasileiras vêm crescendo: o perímetro urbano é ampliado e várias áreas são incorporadas às periferias. Esse fenômeno frequentemente ocorre sem que haja controle ou planejamento. As cidades esparramam-se: regiões pouco povoadas se tornam densos aglomerados urbanos. Muitas cidades, São Paulo, por exemplo, praticamente já atingiram seu limite territorial.

As classes sociais menos favorecidas, que não têm condições financeiras de comprar ou alugar um imóvel, são empurradas para espaços ainda não ocupados: morros, mangues e margens de rios. Isso resulta no aumento de loteamentos irregulares.

Um dos problemas mais graves nas grandes aglomerações urbano-industriais é o do lixo sólido. Séculos atrás, antes da Primeira Revolução Industrial, quando o lixo era quase totalmente constituído de matéria orgânica, era comum uma prática utilizada ainda hoje em parte da zona rural e em pequenas comunidades: enterrá-lo. Tal prática é eficiente do ponto de vista sanitário por impedir a proliferação de transmissores de doenças, como ratos, baratas, mosquitos e outros insetos. Contudo, com o avanço da industrialização, e devido ao crescimento populacional e urbano, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, houve um grande aumento no volume de lixo produzido e uma enorme diversificação em sua composição. Passou-se a depositar o lixo em terrenos usados exclusivamente para esse propósito. Atualmente, também é comum depositar o lixo em terrenos baldios, encostas de morros e nos rios e córregos. As consequências do acúmulo de lixo em lugares impróprios são extremamente nocivas, não apenas para o ecossistema, mas para a sociedade também. Essas consequências incluem: a proliferação de insetos e ratos, que são transmissores de várias doenças; a decomposição bacteriana de matéria orgânica, que se infiltra no subsolo e contamina o aquífero; a contaminação do solo com produtos tóxicos; o desmoronamento de encostas; o assoreamento dos cursos d’água e enchentes; o acúmulo de materiais não biodegradáveis; e a deterioração da paisagem. Segundo o IBGE, em 1999, 79,9% dos domicílios brasileiros contavam com coleta de lixo, mas quase 90% do lixo coletado eram despejados em lixões, que são depósitos a céu aberto, e que causam graves agressões ambientais.

A falta de tratamento dos esgotos sanitários nas cidades leva ao lançamento deles no solo. Essa prática causa dados irreparáveis às reservas de água potável, o que compromete usos múltiplos da água.

Outra consequência do crescimento urbano desordenado é a disseminação de doenças. O desmatamento e a diminuição das áreas verdes aumentam a impermeabilização dos solos - reduzindo a infiltração das águas das chuvas -, o que, aliado ao acúmulo de lixo, frequentemente resulta no empoçamento das águas de chuva e na proliferação de epidemias, como a dengue.

Um dos maiores problemas do espaço urbano é a existência de favelas. De acordo com o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há no Brasil 6.329 favelas, localizadas em 323 dos 5.565 municípios brasileiros. De acordo com o IBGE, mais de 11 milhões de brasileiros vivem em favelas.

Outro grande problema do espaço urbano é a violência. A pobreza nas cidades brasileiras é um dos principais motivos pela violência, que se concentra nas periferias dos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro.

Moradia

De acordo com o IBGE, o número de domicílios considerados adequados tem crescido no país. Contudo, o número ainda é muito baixo. Em 2008, 57% dos domicílios eram considerados adequados para moradia. Houve uma significante melhoria: em 1992, eram apenas 36,8%. Adequados para moradia significa que há coleta de lixo (direta ou indireta), abastecimento de água, esgotamento sanitário (por rede coletora ou fossa séptica), e até dois moradores por dormitório. No ano de 2008, 25 milhões de domicílios ainda não atendiam a esses critérios.

É importante ressaltar que 57% é a média nacional. Em São Paulo, esse número chega a 77,3%. Já em Rondônia, apenas 11,9% dos domicílios são considerados adequados para moradia. O problema da moradia adequada é mais grave nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Esses dados levam em conta tanto domicílios urbanos quanto rurais. Portanto, não se trata de um problema causado inteiramente pela urbanização.

Nas cidades, há o grave problema do surgimento de favelas, que aparecem em terrenos públicos ou de terceiros. Em muitos casos, há falta de água encanada, esgoto e energia elétrica.

Infraestrutura e Falta de saneamento básico

De acordo com o IBGE, em 2010, a coleta de lixo esteve presente em 87,9% dos domicílios brasileiros e o abastecimento de água atingiu 84,4% deles. O que é mais preocupante é a quantidade de esgotamento sanitário: atingiu apenas 72,3% dos domicílios. Vale lembrar que condições precárias de higiene podem resultar em doenças graves como a cólera e a dengue. O aumento do saneamento básico é imprescindível para que seja evitada a disseminação de tais doenças.

Aumento do desemprego e do emprego informal

Em 2007, apenas 46,6% dos trabalhadores do Brasil tinha carteira de trabalho assinada. O trabalhador informal, sem carteira assinada, não tem direito à aposentadoria e ao Auxílio-Doença. Também não tem garantido licença maternidade, férias e outros benefícios. O problema do emprego informal no Brasil é, em grande parte, consequência dos altos encargos trabalhistas.

Uma forma de fazer crescer a taxa de empregos formais no Brasil é investir na educação e escolarização da população. O emprego com carteira assinada é fundamental para que os trabalhadores brasileiros possam viver com mais estabilidade financeira e contar com um futuro mais seguro.

O pleno emprego – que ocorre em municípios com taxa de desocupação abaixo dos 3,5% -- concentra-se na região Sul do país. No estado do Rio, apenas um município desfruta de taxa tão baixa; duas de cada três cidades fluminenses têm uma taxa de desemprego acima da média nacional, que é de 7,6%.

Violência

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tinha, em 2007, uma taxa de 25,4 mortes por homicídio a cada cem mil habitantes. Nesse ano, os estados mais perigosos do Brasil – liderando no número de assassinatos em proporção à população – foram Alagoas (59,5 por cem mil), Espírito Santo (53,3) e Pernambucano (53,0). O Rio de Janeiro ficou em quarto lugar: 41,5. As cidades que apresentaram as menores taxas de homicídios em 2007 foram: Santa Catarina (10,4), Piauí (12,4) e São Paulo, que passou de 28,5, em 2004, para 15,4 por 100 mil.

A taxa de mortes por acidentes de trânsitos também é alta: 20,3 por cem mil habitantes.

Tendência

O processo de urbanização brasileira tem visto o crescimento das cidades médias. Isso ocorre devido à reorganização de alguns setores da economia que escapam das desvantagens de estar estabelecido em uma grande metrópole. Um exemplo de tais desvantagens são os altos impostos. Muitas cidades, como Juazeiro do Norte e Sobral, no Ceará, para onde se deslocaram indústrias têxteis e de calçados do sul do país, oferecem isenções fiscais.

Os três municípios mais populosos do Brasil continuam sendo São Paulo (11.253.503 habitantes), Rio de Janeiro (6.320.446) e Salvador (2.675.656). Em 2010, Belo Horizonte passou a ser o sexto mais populoso município (2.375.151), tendo sido superado por Brasília (2.570.160) e Fortaleza (2.452.185).

Entre os 15 municípios contendo mais de um milhão de habitantes, os que mais cresceram em 10 anos foram: Manaus (1.802.014 pessoas, em 2010) – taxa de crescimento de 2,51% ao ano, passou de nono para o sétimo mais populoso; e Brasília (2.570.160) – crescimento médio anual de 2,28%, tendo passado de sexto para quarto. Porto Alegre (1.409.351 pessoas) foi o município desse grupo que menos cresceu: houve um incremento anual de apenas 0,35% ao ano.

Em 2010, Palmas (Tocantins) foi a capital que mais cresceu no Brasil, tendo apresentado taxa de 5,21%.

A Reforma Urbana

Para combater os problemas da miséria e da violência nos grandes centros urbanos, é necessário que haja uma reforma urbana. Esta deve objetivar diminuir as desigualdades sociais e incentivar o desenvolvimento socioeconômico das diversas regiões das cidades, para que haja um crescimento espacial ordenado e equilibrado.

Vejamos algumas medidas que poderiam ajudar a resolver os problemas urbanos.

1. Aumento da escolaridade e de programas educacionais e técnicos, que possibilitem a capacitação profissional.
2. Programas de geração de emprego.
3. Investimentos em saneamento básico.
4. Construção de casas populares.
5. Construção de mais hospitais públicos.
6. Políticas para incentivar a população a se estabelecer no meio rural.

No dia 10 de julho de 2001, foi sancionado o Estatuto da Cidade, que estabelece as diretrizes gerais da política urbana no Brasil e as normas para o estabelecimento e a execução de políticas municipais de desenvolvimento urbano.

Quais os principais problemas sociais que surgiram em muitas cidades da região Sul?

Resposta final: Os problemas sociais que surgiram em cidades da região Sul, decorrentes da migração do campo para a cidade a partir da década de 1970 foram a diminuição da qualidade de vida e das condições de trabalho, criando uma situação de vulnerabilidade social.

Quais os principais problemas sociais que surgiram?

12 principais problemas sociais no Brasil.
Saúde. Embora o Brasil seja o único país com mais de 200 milhões de habitantes com um sistema de saúde pública universal, sabemos que muitas pessoas esperam meses por um atendimento. ... .
Educação. ... .
Moradia. ... .
Desemprego. ... .
Saneamento básico. ... .
Desigualdade social. ... .
Trabalho infantil. ... .

Quais são os principais problemas das grandes cidades?

Nas grandes cidades são comuns problemas como violência, crescimento desordenado, inchaço das cidades, moradias em lugares inadequados, hospitais superlotados, transporte coletivo insuficiente, os diversos tipos de poluição, produção de lixo, educação de baixa qualidade, desigualdade social, entre outros.

Qual é o problema social mais grave enfrentado pelas pessoas nas cidades?

Resposta verificada por especialistas São problemas sociais enfrentados pela maioria das cidades brasileiras: Desemprego. Violência.