Funções no organismo
O zinco está envolvido em muitas etapas do celular. É essencial para a atividade de mais de 300 enzimas e tem um papel importante na função imunitária, síntese proteica, dos hidratos de carbono e lípidos, participa nos processos que medeiam o de algumas vitaminas como o retinol, piridoxina e folato, cicatrização de feridas, síntese do DNA, e , libertação de hormonas (ex. testosterona), transmissão dos impulsos nervosos e promove a ação da insulina1-4.
O zinco contribui ainda para o normal crescimento e desenvolvimento durante a gravidez, infância e adolescência1.
Para além disso, o zinco é um componente essencial para os sentidos do olfato e paladar e tem propriedades antioxidantes1,3,5.
A ingestão de zinco contribui ainda para uma normal função cognitiva, para uma fertilidade e reprodução normal, e para a manutenção de ossos, cabelo, unhas, pele e visão normais6.
Fontes de zinco
O zinco pode ser encontrado numa grande variedade de alimentos: carne vermelha e de aves, feijão, nozes, marisco (ostras, caranguejo e lagosta), cereais enriquecidos, gérmen de trigo, levedura de cerveja, sementes de abóbora, ovos e laticínios1,7.
Os fitatos presentes no pão integral, cereais, legumes e outros alimentos ligam-se ao zinco e inibem a sua absorção, por isso a do zinco a partir de cereais e vegetais é menor do que a partir de alimentos de origem animal1.
Alimento | Conteúdo em zinco |
Marisco | 7,14mg/100g |
Queijo | 2,94mg /100g |
Carne | 2,86mg/100g |
Ovos | 1,04mg/100g |
Peixe | 0,59mg/100g |
Adaptado de: Minerals Basics. Manual. Roche Consumer Health. 19984
Estabilidade
Perdem-se quantidades substanciais de zinco durante o processamento dos alimentos, nomeadamente nos processos de moagem do trigo e refinação do açúcar. Assim, o pão branco, açúcares refinados, vegetais e fruta contêm relativamente pouco teor em zinco10.
Carência em zinco
Não são comuns os casos de deficiência em zinco mas quando ocorre, geralmente deve-se à ingestão ou absorção inadequadas, aumento das perdas de zinco no organismo ou aumento das necessidades1.
A carência em zinco pode ocorrer em casos de doenças associadas ao trato gastrointestinal, vegetarianismo, gravidez e amamentação, ou pessoas que sofrem de alcoolismo e caracteriza-se por atraso no crescimento, perda de apetite e função imunitária alterada1.
Nos casos mais graves pode ocorrer queda de cabelo, diarreia, infeções frequentes, desenvolvimento sexual retardado, impotência, nos homens, danos nos olhos e pele, perda de peso, cicatrização de feridas demorada, alterações no paladar e 1,3.
Valor de Referência do Nutriente (VRN)1
Idade | Masculino (mg/dia) | Feminino (mg/dia) | |
Lactentes | 0-6 meses* | 2 | 2 |
7-12 meses* | 3 | 3 | |
Crianças | 1-3 anos | 3 | 3 |
4-8 anos | 5 | 5 | |
9-13 anos | 8 | 8 | |
Adolescentes | 14-18 anos | 11 | 9 |
Adultos | 19 anos ou mais | 11 | 8 |
Grávidas | Até aos 18 anos | - | 12 |
19 anos ou mais | - | 11 | |
Mulheres a amamentar | Até aos 18 anos | - | 13 |
19 anos ou mais | - | 12 |
* IA: ingestão adequada: não existem estudos que permitam estabelecer o VRN, mas estes valores garantem uma nutrição adequada.
Utilidade terapêutica
Doentes com úlceras crónicas na perna apresentam alterações no do zinco e baixos níveis deste mineral no sangue, por isso, os médicos tratam as úlceras com suplementos de zinco1.
A deficiência em zinco provoca uma alteração na resposta imunitária que contribui para uma maior susceptibilidade a infeções, o que pode aumentar a probabilidade de contrair diarreia, principalmente nas crianças. Assim, a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) recomendam um suplemento diário de zinco de 20mg durante 10 a 14 dias para crianças com diarreia aguda e 10mg para bebés com menos de 6 meses de idade para reduzir a gravidade da situação e prevenir novas ocorrências nos 2-3 meses seguintes9.
Em relação às constipações, foi demonstrado que o zinco é benéfico na redução da duração e gravidade desta situação em pessoas saudáveis, quando tomado nas primeiras 24 horas após o aparecimento dos sintomas. No entanto, são necessários mais estudos para determinar a dose, formulação e duração do tratamento para uma recomendação mais precisa1.
Precauções
A toxicidade causada pelo zinco pode ser aguda ou crónica. Na fase aguda, os efeitos que ocorrem são: náuseas, vómitos, perda de apetite, dores abdominais, diarreia e dores de cabeça1,2.
Nos casos de toxicidade crónica, teremos níveis baixos de cobre, alterações no ferro, redução da função imunitária e níveis reduzidos de 1.
Grandes quantidades de ferro nos suplementos podem diminuir a absorção de zinco e por isso os suplementos de ferro devem ser tomados no intervalo das refeições de modo a diminuir esta interação. Por outro lado, doses elevadas de zinco podem inibir a absorção de cobre1,2.
A deficiência em zinco está associada a uma diminuição da libertação de vitamina A a partir do fígado. Por consequência, ao elevar a ingestão de zinco, torna-se necessário aumentar também a ingestão de vitamina A2.
Há algumas substâncias que inibem a absorção do zinco, como é o caso de: fibras, cálcio, magnésio, fósforo, ferro inorgânico e fitatos; e outras que promovem a sua absorção, como: carne, , cisteína, ácido cítrico e ácido láctico4.
Alguns medicamentos podem diminuir os níveis de zinco, como é o caso da , , diuréticos, IECAs (Inibidores da Conversora da Angiotensina) e de sódio1,5.
Uma vez que o zinco fortalece o sistema imunitário, não deve ser tomado juntamente com medicamentos imunossupressores como corticosteroides ou 5.
Uma vez que o zinco fortalece o sistema imunitário, não deve ser tomado juntamente com medicamentos imunossupressores como corticosteroides ou 5.
O zinco reduz a absorção e a ação da . Para contrariar este efeito, os suplementos de zinco devem ser tomados pelo menos 2 horas antes ou depois da toma de 1.
O zinco atua melhor em associação com a vitamina A, cálcio e fósforo7.