Qual a primeira atitude de um socorrista ao se deparar com uma PCR?

Ao se deparar com vítima de um mal súbito, é comum ficar sem saber ao certo o que fazer. Confira abaixo os três primeiros passos dos primeiros socorros:

1 – Cheque o ambiente. Existe algo que possa colocar a vítima ou você mesmo em perigo? Se vocês estão ameaçados por fogo, fumaça tóxica ou gases, uma construção instável, fios elétricos soltos ou outro perigo, procure por ajuda profissional imediatamente. Lembre-se: os primeiros socorros serão inúteis caso você não possa prestá-los sem se machucar.

2 – Peça ajuda. Autoridades e serviços de emergência sabem exatamente o que fazer e podem até orientar quem está no local. Se você for a única pessoa no local, tente estabilizar a respiração da vítima antes de chamar ajuda, nos casos de atendimento a crianças; caso a vítima seja adulta, busque o atendimento imediatamente. Não deixe a vítima sozinha por muito tempo (o tempo entre buscar ajuda e retornar à cena não deve exceder 10 minutos).

3 – Cuide da pessoa. Isso inclui tanto tratamento físico como apoio emocional. Para quem está em situação de risco, é fundamental ouvir que a ajuda está a caminho e que ficará tudo bem. Por isso, tente permanecer calmo e tente tranquilizar a vítima.

No centro de São Paulo, uma mulher de 50 anos vai ao chão de forma repentina. Um homem se aproxima e percebe que ela não responde a estímulos e está sem respiração. Ao se deparar com a situação, ele liga para o serviço de emergência e inicia a manobra de ressuscitação cardiorrespiratória. Quando o SAMU chega, encontra a mulher consciente.  A situação, embora hipotética, é bastante comum. Seu desfecho mostra a importância das manobras de RCP. Uma técnica que pode salvar vidas em uma parada cardiorrespiratória. 

De acordo com a American Heart Association (AHA), órgão responsável pelas Diretrizes para Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE),  a “parada cardíaca é desencadeada por uma disfunção elétrica no coração que provoca batimentos irregulares (arritmia). Com a atividade de bombeamento prejudicada, o coração não consegue bombear sangue para o cérebro, pulmões e outros órgãos”. A morte ocorre em minutos, caso a vítima não receba atendimento adequado. 

No Brasil, os números de parada cardiorrespiratória (PCR) trazem um alerta e revelam a necessidade da conscientização sobre o assunto. Por dia, são mais de 720 casos no país, segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP). Um total de 262 mil paradas cardíacas no ano.

Como saber se uma pessoa está tendo uma parada cardíaca?

Uma parada cardíaca pode acontecer em qualquer lugar: em casa, no trabalho, durante uma atividade física ou em um momento de descontração. Infarto agudo do miocárdio, arritmia cardíaca, acidentes vasculares, hemorragia, infecção grave, choque elétrico e afogamento estão entre as principais causas. Saber reconhecer uma PCR é o primeiro passo para ajudar uma pessoa nessa condição.

 São 3 os principais sinais para identificar uma parada cardíaca, segundo o Conselho Europeu de Reanimação (European Resuscitation Council, na sigla em inglês): 

1- Responsividade – em casos de PCR, a vítima não responde a estímulos físicos e sonoros. 

2- Respiração –  na parada cardiorrespiratória, a vítima não respira ou tem respiração agônica (ineficaz, com movimentos de curta duração e ruídos, também chamada de Gasping)

3- Pulso – Nos casos de PCR, o pulso central é ausente (não se consegue palpar o pulso)

Manobra de RCP Passo a Passo

Segundo a American Heart, mais de 61% das paradas cardiorrespiratórias acontecem no ambiente extra-hospitalar, isto é, longe dos hospitais. E a taxa de sobrevivência cai 10% após cada minuto sem socorro. Assim, após identificar a PCR, é preciso saber agir. Se executadas rapidamente e com eficiência, as manobras de RCP aumentam, e muito, a chance de recuperação da vítima. Veja o passo a passo e entenda o que fazer: 

1 – Verifique se a cena é segura para você e para a vítima

2- Avalie a  responsividade. Coloque uma mão em cada ombro e chame a vítima até três vezes: “senhor, senhor, o senhor está me ouvindo?”

3- Se a vítima não responder, pode ser uma parada cardíaca. Ligue para  o SAMU (192) ou outro serviço de emergência 

4 – Avalie a respiração. Verifique se a pessoa está respirando. Faça isso em no mínimo 5 e no máximo em 10 segundos. Se a vítima apresentar respiração agônica (gasping), considere como ausência de respiração.

5– Ajoelhe-se ao lado da vítima, na altura do ombro dela.  Estique os braços, entrelace os dedos. Coloque o calcanhar da mão no centro do tórax.

6- Faça compressões fortes e rápidas, com uma frequência de 100 a 120 por minuto (cerca de 5 compressões a cada 3 segundos), em uma profundidade  de no mínimo 5 cm.

Importante! Não pare as compressões até a chegada do atendimento profissional, a não ser que a vítima volte a se mexer ou respirar. Se houver ajuda, a cada 200 compressões, troque o socorrista.

RCP Passo a Passo

           

“É fundamental que a população reconheça, chame socorro e saiba agir. Não espere pelo médico ou qualquer profissional de saúde”, alerta o Dr. Sergio Timerman, cardiologista do InCor e diretor do Centro de Treinamento em Emergências Cardiovasculares e Ressuscitação.

Importância da RCP para os profissionais de saúde

Por ser uma emergência de alta gravidade, a parada cardiorrespiratória demanda dos profissionais de saúde conhecimento técnico, científico e diversas habilidades psicomotoras. 

Além de realizar as manobras de RCP com segurança, deve saber manusear corretamente o DEA (Desfibrilador Externo Automático). Seja no ambiente extra-hospitalar ou dentro dos hospitais, o profissional será responsável pelo atendimento de qualidade à vítima.

“No ambiente hospitalar, não é incomum o profissional de saúde participar de um atendimento de parada cardiorrespiratória. Assim, é de suma importância que ele saiba como identificar a parada e iniciar as compressões e ventilações de alta qualidade”, ressalta a enfermeira Thatiane Facholi, coordenadora dos cursos da American Heart Association (AHA) no Hospital das Clínicas.

Como pólo de referência no ensino em saúde, a EEP HCFMUSP conta com um centro de simulação realística, onde o aluno aprende na prática a atuar com eficiência em emergências cardiológicas. Os cursos contemplam desde o atendimento inicial, como Primeiros Socorros com

Qual é a primeira atitude do socorrista ao se deparar com uma PCR?

Avaliação da responsividade e da respiração; Chamar ajuda; Checar o pulso; e. Realizar compressões torácicas.

Qual o primeiro passo a realizar antes de iniciar a RCP?

O que fazer antes da ressuscitação cardiopulmonar? Primeiramente, verifique o estado de consciência da pessoa, perguntando em voz alta se você pode ajudá-la. Não faça muitas perguntas nesse momento. Mas, verifique se a vítima está respirando e se tem pulso.

Quais os primeiros socorros em caso de PCR?

Mantenha os braços esticados e use o peso do corpo para fazer compressões rápidas e fortes; Inicie compressões com a frequência de 100 por minuto (ou seja, 5 compressões a cada 3 segundos), comprimindo o tórax na profundidade de, no mínimo, 5 cm para adultos e crianças e 4 cm para bebês.

O que o socorrista deve fazer ao encontrar um vítima em PCR?

Todos os socorristas leigos devem, no mínimo, aplicar compressões torácicas em vítimas de PCR. Além disso, se o socorrista leigo treinado puder realizar ventilações de resgate, as compressões e as ventilações devem ser aplicadas na proporção de 30 compressões para 2 ventilações.