Qual a produção diária de uma vaca leiteira?

O maior desafio do produtor é encontrar indicadores que possibilitem aferir se sua propriedade apresenta desempenho eficiente, o que pode ser analisado sob o ponto de vista econômico e técnico. O problema é que, nem sempre, uma propriedade leiteira tem eficiência técnica e econômica ao mesmo tempo. 

Através da interpretação dos índices zootécnicos, que permitem verificar o nível produtivo e reprodutivo do rebanho, é possível buscar o ponto ideal de equilíbrio entre o resultado técnico e econômico, alcançando o sucesso da produção leiteira.  

Dentre os índices produtivos, que incluem produção de leite por lactação e produção diária de leite, efeito da diluição da mantença, período seco, proporção de vacas em lactação, curvas de lactação e persistência da lactação, entre outros, há dois índices que muitas vezes são confundidos e que são extremamente importantes de serem aferidos e corretamente interpretados: período de lactação e dias em leite.

Período de lactação

Tradicionalmente, o período médio de lactação em rebanhos especializados é de 305 dias (ou 10 meses).

Já em rebanhos não especializados, com muito gado mestiço, cruzado, e com alta proporção de sêmen zebuíno e, além disso, sem a oferta de alimentos concentrados, é normal uma maior incidência de lactações mais curtas, de 210 a 240 dias (de 6 a 8 meses).

Em rebanhos especializados e com alta produtividade por outro lado, principalmente naqueles que têm dificuldade de manter o período de serviço de 90 a 150 dias, que é o período de re-concepção da vaca leiteira, é comum a gente ter a situação inversa, ou seja, a extensão do período de lactação dos tradicionais 10 meses até 12 meses (365 dias) ou até mais.

Lembrando que a definição de período de serviço é o número de dias entre o parto e a inseminação ou cobertura de sucesso, que dê início a uma nova gestação.

Dias em leite

Muitas pessoas confundem esse índice zootécnico, Dias em Leite, com o Período de Lactação, mas eles não são exatamente a mesma coisa. Dias em leite é o mesmo que período de lactação corrente do rebanho. Não é a duração total da lactação das vacas, mas sim, é o período em lactação atual que as vacas estão.

Basicamente, é um valor médio do rebanho e considera todas as vacas em lactação, as que estão no início, com poucas semanas pós-parto; as que estão no meio; e as que estão no fim da lactação, próximas a secar.

A meta desse importante índice zootécnico é que esse valor sempre fique, ao longo do ano, inferior a 180 dias.

Se o valor for muito baixo, inferior a 150 dias, é uma situação que, primeiro, é muito rara de acontecer, mas pode ocorrer em épocas do ano em que os produtores de forma proposital ou intencional, concentram um grande número de parições. Isso normalmente ocorre, no sul do país, nas estacoes de outono e inverno, para que se aproveite os melhores preços do leite praticados no meio do ano.

De maneira oposta, quando o valor de dias em leite médio do rebanho é superior a 180 dias, indica o inadequado desempenho reprodutivo, já que há uma menor proporção de vacas no início da lactação. Essa situação é muito comum.

Por que devemos tentar manter um valor médio do rebanho para dias em leite em até 180 dias?

Porque a produção cai em torno de 0,07 litro/dia após os 180 dias em leite. Isso porque há uma maior proporção de vacas do meio para o fim da lactação, fases onde a produtividade é naturalmente menor.

Confira no vídeo abaixo a aula do curso Índices de produtividade leiteira e composição do leite, que faz parte do EducaPoint, em que o especialista em manejo de bovinos leiteiros, Rodrigo de Almeida, professor da Universidade Federal do Paraná comenta sobre esses dois índices:


Além desse curso, Rodrigo de Almeida preparou para o EducaPoint, uma série de outros cursos sobre o assunto. Confira abaixo a lista completa:

Índices nutricionais e de manejo alimentar
Índices reprodutivos e de melhoramento
Índices de produtividade leiteira e composição do leite
Índices econômicos, de criação de animais jovens e de produção sob pastagens 

Participe e conheça os principais índices que devem nortear a produção leiteira em uma propriedade eficiente e lucrativa. Para participar de todos esses cursos, assine o EducaPoint!

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O produtor Vitor Martins de Oliveira mudou-se para Bias Fortes em 2015 e começou a produção leiteira. “O Sítio Engenho é herança do meu pai. Cheguei e vi a necessidade de melhorar o gado. Eram muitos erros e poucos acertos, até que comecei a fazer os cursos oferecidos por meio da parceria entre o Sistema FAEMG/SENAR/INAES e o Sindicato Rural de Barbacena”. Participou de treinamentos de Vaqueiro, Alimentação, Qualidade do Leite e Ordenhadeira. E, em julho de 2019, Vitor entrou para o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Balde Cheio. Tudo isso levou a um crescimento de 64% na produção de leite.

“Consegui uma melhoria significativa na reprodução e na produção por meio do melhoramento genético e da alimentação. Foi no curso Alimentação, por exemplo, que aprendi que qualidade é melhor do que quantidade. Encher o gado é diferente de nutrir. Destaco a parceria com o instrutor Zilberto Martins Pereira, que me auxilia até hoje. Já o ATeG oferece ferramentas fundamentais, como gráficos, nos mostra dados de custo e renda e ajuda a identificar acertos e erros. Passei a ver a propriedade como uma empresa. Tudo graças ao técnico Aloísio Henrique Nogueira Campos.”

Resultados

Os números revelam excelentes resultados. Segundo Vitor, quando assumiu a atividade, 22 vacas rendiam 160 litros de leite ao dia. Em 2016, eram 210 litros produzidos por 31 vacas. No ano seguinte, 35 vacas produziam 300 litros de leite por dia. Já em 2018, eram 500 litros por 45 vacas. Em 2019, já participando do ATeG, 31 vacas produziam entre 580 e 600 litros de leite por dia. “Hoje, 27 vacas em lactação produzem 440 litros de leite. Só não estamos produzindo mais porque os animais estão a pasto”, explicou o produtor.

De acordo com o técnico Aloísio, entre 2019 e 2020, a média de vacas em lactação era de 35, com produção de 11,8 litros por animal. Já entre 2020 e 2021, 30 vacas em lactação produziram 13,9 litros ao dia. “No mês de março deste ano, chegamos a 19,4 litros de leite ao dia por animal, com produção de 25 animais. Tivemos, então, crescimento equivalente a 64%. É importante lembrar que a qualidade do leite produzida já era boa. Trabalhamos para conquistar índices ainda melhores.”

Metas

Um dos objetivos da família é a implantação da sala de ordenha com fosso e ordenha canalizada. “Assim, esperamos alcançar a marca de mil litros de leite por dia. No início do ATeG, já tinha a área para piquete, mas não estava organizada. Agora estou acabando de dividir. Tenho buscado melhorias na parte agrícola, enxugado custos. E já confirmei que ganho mais do que ganhava nas grandes empresas onde trabalhei e ainda tenho garantia de emprego o ano inteiro. Invisto o que ganho em conforto da minha família e dos animais.”

Para Aloísio, o empenho e a dedicação de Vitor farão com que outros bons resultados venham logo. “Ele e a esposa querem melhorar e estão no caminho certo. Um bom exemplo é o fluxo de caixa. Encontramos a propriedade com saldo negativo em 2019. Depois de colocar as contas em ordem, os pagamentos são feitos à vista e o ganho no primeiro trimestre de 2021 foi três vezes maior do que no mesmo período do ano passado.”

Para o presidente do Sindicato Rural de Barbacena, Renato Laguardia, “o ATeG veio para fazer com que um produtor se veja como um empresário rural. Assim, ele entende que sua propriedade precisa ser trabalhada como uma empresa, incluindo lucro, condições de vida melhor para família, evitando a saída do campo.”

Em família

No sítio, trabalham Vitor, a esposa Fernanda e um colaborador, que foi contratado após o ingresso no ATeG. “Minha esposa cuida da parte de dados, da agenda de vacinação, do controle e pesagem dos animais. Tem também meus filhos, Rafaela, de oito anos, e Mateus, de quatro, que estão sempre presentes no curral, ajudando de alguma forma.”

Vitor revelou que tem o sonho de produzir derivados, como queijos e iogurte, entre outros. “Para isso, conto com o envolvimento dos meus irmãos e da minha mãe.” O leite produzido é encaminhado a um laticínio de Barbacena.

Quanto uma vaca produz por dia de leite?

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a média nacional de produção, quando se fala em vacas em lactação, é de 7 a 8 litros de leite por dia.

Quanto uma vaca produz por dia?

A Gir Leiteiro pode chegar até 12 litros por dia. Vacas holandesas, por exemplo, chegam a 26 litros por dia. Contudo, as vacas que atuam em competição ultrapassam e muito esses números. Em 2012, na ExpoInter, uma vaca holandesa chegou a 77 litros em três ordenhas.

Qual vaca produz mais leite por dia?

Só em março do ano seguinte, em 2020, a vaca girolando foi reconhecida oficialmente pelo Guinness, o livro dos recordes, como a vaca brasileira com a maior produção de leite do mundo em um único dia.

Quantos litros de leite produz uma vaca leiteira?

Geralmente uma vaca em período de gestação produz de 7 a 8 litros de leite por dia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrado na média nacional de produção de leite.