Qual a relação da Cordilheira dos Andes com o clima da América do Sul?

Ouça este artigo:

O relevo da América do Sul é fortemente marcado pela cordilheira dos Andes, que percorre o subcontinente em paralelo ao oceano Pacífico, do sul da Chile até a Venezuela, ao norte. A oeste da cordilheira, cruzando-se algumas dezenas de quilômetros, chega-se à costa. Na parte leste, existem imensas planícies aluviais, como as bacias do Orinoco, do Amazonas e do Paraná, que são delimitadas pelo planalto das Guianas e pelo planalto Brasileiro, encontrando o oceano Atlântico.

É possível caracterizar o relevo sul-americano dividindo-o em dois grandes blocos: a porção centro-oriental, formada por planaltos e planícies, apresentando uma grande estabilidade em seus terrenos desde o final do paleozoico; e a porção ocidental, constituída de dobramentos montanhosos recentes, com terrenos caracterizados pela instabilidade. No interior dessas duas porções, identificamos no subcontinente três grandes zonas estruturais: a parte oriental, constituída por planícies e montanhas muito erodidas como, além dos já citados planaltos das Guianas e Brasileiro, também é o caso da Patagônia; as cadeias montanhosas andinas, de formação recente; e as grandes extensões planas situadas entre os maciços orientais e as cordilheiras ocidentais.

A cordilheira dos Andes é a cadeia montanhosa mais extensa do mundo, estendendo-se por mais de 8 mil quilômetros ao longo de toda a América do Sul, dividindo-se em diversos setores e ramificações. É também a segunda mais elevada, depois das grandes cordilheiras da Ásia Central. As regiões que se encontram entre as cadeias paralelas, formadas por numerosos vales e extensos planaltos interiores, recebem o nome de planaltos ou altiplanos, que podem superar os 5.000m de altitude.

Os cumes andinos têm origem vulcânica e aproximam-se dos 7.000m de altitude. Dentre os mais elevados destacam-se o Aconcágua (6,960m), o Ojos del Salado 6.893m), o Huascarán (6.768m), o Llullaillaco (6.723m), o Tupungato (6.650m), o Sajama (6.520m), o Illimani (6.462m), o Coropuna (6.425m) e o Chimborazo (6.267m).

Os Andes têm sua origem no período cretáceo, e a orogênese ocorreu em consequência da subdução da placa tectônica de Nazca com a placa Sul-Americana, gerando o soerguimento desta última. As mesmas forças que causam o choque das placas são responsáveis pelas erupções vulcânicas e terremotos que assolam os países andinos.

Os planaltos são as extensões territoriais elevadas situadas no interior do subcontinente sul-americano. O planalto das Guianas é um escudo cristalino muito antigo, com origem na era pré-cambriana, que forma uma extensa região serrana no norte da América do Sul. É nessa região que se localiza o ponto culminante do Brasil, no norte do Amazonas que é o pico da Neblina, com 2.995m de altitude. Já o planalto Brasileiro é bastante extenso, e ocupa basicamente a porção centro-oeste do país, compreendendo terrenos sedimentares e cristalinos e apresentando relevo tabular (chapadas), serras e também morros arredondados. A Patagônia é outro planalto de destaque, que se estende por grande parte da região sul da Argentina. É limitado pelos Andes a oeste, pelo rio Colorado ao norte e pelo oceano Atlântico, a leste. O estreito de Magalhães e a Terra do Fogo encontram-se no extremo sul da Patagônia.

Entre os maciços orientais e as cordilheiras ocidentais, estão situadas as grandes planícies, constituídas por sedimentos terciários e quaternários, formando as bacias dos grandes rios sul-americanos. A planície Amazônica, por exemplo, constitui uma grande faixa de terras baixas situada entre os planaltos Brasileiro e das Guianas, que apresenta altitudes de até 100m acima do nível do mar. Não muito distante, ao norte do planalto das Guianas, encontra-se a bacia do Orinoco, que é uma extensa planície aluvial limitada pelos Andes venezuelanos. Outras planícies que merecem destaque no subcontinente são as do Paraná, do Chaco, dos Pampas e da Patagônia.

Leia também:

  • Geografia da América do Sul
  • Clima da América do Sul
  • População da América do Sul
  • Vegetação da América do Sul
  • Economia da América do Sul
  • Capitais da América do Sul

Fontes:

ATLAS Geográfico Mundial: para conhecer melhor o mundo em que vivemos. [S.l.]: Sol9o, 2005.

CASTELLAR, Sônia; MAESTRO, Valter. Geografia: uma leitura do mundo. São Paulo: Quinteto Editorial, 2009.

GRANDE Atlas Universal: América do Sul e Central e Antártida. [S.l.]: Sol 90, 2004.

NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Melhoramentos: São Paulo, 1998.

TAMDJIAN, James Onnig; MENDES, Ivan Lazzari. Estudos de geografia: o espaço do mundo I, 8º ano. São Paulo: FTD, 2012.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/relevo-da-america-do-sul/

A Cordilheira dos Andes é o maior conjunto de montanhas do mundo, presente em sete países sul-americanos, com mais de 7000 km de extensão.

Quando se fala em cadeias montanhosas, é impossível não mencionar a Cordilheira dos Andes. Isso porque, os Andes são considerados o maior conjunto contínuo de montanhas do globo terrestre.

Ao todo, a extensão da Cordilheira dos Andes ocupa, praticamente, toda a costa ocidental da América do Sul. Em números, isso significa que o conjunto de montanhas possui mais de 7000 km de extensão, com largura entre 200 e 700 km.

Por conta da gigantesca extensão, os Andes ocupam o territórios de sete países sul-americanos, como Argentina, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Chile e Bolívia. Inclusive, o ponto mais elevado da Cordilheira, o Aconcágua, se encontra na Argentina, com 6962 m de altitude.

De forma geral, as condições climáticas dos Andes são ríspidas e rigorosas. Os habitantes que ocupam a região, conhecidos como quechuas, são descentes dos Incas e possuem, por exemplo, o coração maior que a maioria dos seres humanos. A característica possibilita a maior oxigenação do organismo.

Características da Cordilheira dos Andes

Como as condições de vida nos Andes são extremas, tanto para os nativos da região como para os animais, estes enfrentam obstáculos diversos para manter a sobrevivência.

Qual a relação da Cordilheira dos Andes com o clima da América do Sul?
Portal de Inverno

Sendo assim, as plantas e animais, por exemplo, possuem mecanismos de adaptação próprios para se desenvolver nas montanhas. Um tipo de vegetação muito comum da Cordilheira é o “ichu“, tipo de capim que possui raízes profundas e fortes, que absorvem quantidades mínimas da água do solo.

Além disso, as raízes profundas da vegetação andina protege as plantas dos ventos fortes, comuns na região montanhosa. Dentre os animais, é usual encontrar mamíferos como a lhama, vicunha, alpaca e o guanaco, todos pertencentes à família do camelo.

Durante a existência do Império Inca, por exemplo, a lhama e a alpaca eram animais utilizados para alimentação dos povos. Além disso, serviam como animais de carga. Os Incas também aproveitavam a pele dos animais, no caso, a lã, como forma de se aquecer do frio.

Qual a relação da Cordilheira dos Andes com o clima da América do Sul?
Lugares Lindos

Atualmente, é possível encontrar na Cordilheira dos Andes grandes rebanhos de lhamas e alpacas, animais que suportam altitudes elevadas, que chegam a ser superiores a 4.000 metros. Em geral, são animais de fácil domesticação.

Já a vicunha, classificada com o menor entre os camelídeos andinos, é um animal que sofre o risco de entrar em extinção. Isso porque, por conta da qualidade de sua lã, a vicunha é constantemente perseguida por caçadores.

Localização e clima

A Cordilheira dos Andes fica localizada na América do Sul, mais especificamente na costa oeste do continente. Possui extensão de mais de 7000 km, com largura entre 200 e 700 km e abrange os territórios da Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela e Equador.

A formação dos Andes é advinda de um acidente geográfico. Ou seja, há 65 milhões de anos, mais ou menos, duas placas tectônicas – Placa de Nazca e a Placa Sul-Americana – se encontraram, formando o extenso conjunto de montanhas.

Qual a relação da Cordilheira dos Andes com o clima da América do Sul?
Dallatur

Normalmente, processos geológicos, como o encontro de placas tectônicas, levam milhares e milhares de anos para serem completados. Entretanto, pesquisadores acreditam que, no caso dos Andes, o processo tenha ocorrido de forma repentina e, com o passar dos anos, o tamanho das montanhas tenha aumentado.

Em relação ao clima, o que predomina nos Andes é o frio, além do ar extremamente rarefeito. De forma geral, as temperaturas variam conforme o relevo e a altitude da região. Sendo assim, nos locais onde a altitude é elevada, é comum a presença de neve e temperaturas negativas.

Por conta do frio extremo em determinadas partes da Cordilheira dos Andes, os habitantes da região mascam folha de coca para auxiliar na absorção de oxigênio no organismo. Além disso, possuem o coração maior que a maioria dos seres humanos.

Fauna e Flora

Em síntese, a fauna da Cordilheira dos Andes é considerada diversificada, com animais diversos pertencentes à família dos camelos. Em geral, os animais são utilizados como meio de transporte e alimentação dos habitantes da região.

Qual a relação da Cordilheira dos Andes com o clima da América do Sul?
Flickr

Além dos mamíferos andinos, é comum encontrar na localidade pássaros, macacos, ursos, pumas, dentre outros. Além de utilizados como transporte, os mamíferos andinos também fornecem a lã, utilizada na confecção de acessórios e roupas.

Já a flora é caracterizada pela presença de estepes – tipo de vegetação rasteira, além das plantas com raízes profundas e resistentes aos fortes ventos andinos.

Curiosidades das Cordilheiras dos Andes

A princípio, antes da chegada dos colonizadores, a Cordilheira dos Andes era ocupada por civilizações como Chavin e Chimu, consideradas extremamente avançadas para a época. Inclusive, o conhecimento destes povos era mais elevado que o conhecimento dos colonizadores europeus.

Além do conhecimento, estas civilizações deixaram um vasto legado por meio da construção de cidades misteriosas, como Tiwanaku, bem como pirâmides, templos e palácios.

Qual a relação da Cordilheira dos Andes com o clima da América do Sul?
Discovery Brasil

Um fato interessante é a influência dos Andes no clima da América do Sul. Isso porque, por conta da Cordilheira, a umidade que é produzida na Amazônia consegue ser distribuída para outras regiões do Brasil, por exemplo.

Além disso, é na Cordilheira dos Andes onde se localizam os rios que dão origem ao rio Amazonas. Grande parte dos rios que vem dos Andes são de origem nival, ou seja, se formam a partir do derretimento da neve presente nas montanhas.

O que achou da matéria? Se gostou, aproveita que já está aqui e leia também sobre quais são as Partes de um rio e o que são Queimadas.

Fontes: Info Escola, Toda Matéria e Mundo Educação 

Imagens: Diário do Poder, Portal de Inverno, Lugares Lindos, Dallatur, Flickr e Discovery Brasil

Qual a influência climática da Cordilheira dos Andes para a América do Sul?

Clima da Cordilheira dos Andes O clima dos Andes é tipicamente frio de montanha. As altas altitudes registradas nessa formação montanhosa geram condições climáticas adversas, marcadas por um tipo climático bastante frio ao longo de todo o ano, com forte influência das correntes de ar e da umidade atmosférica.

Qual a importância da Cordilheira dos Andes para o clima?

O clima predominante é o frio de montanha. A Cordilheira dos Andes é importante tanto para as dinâmicas geomorfológicas e climáticas da região quanto para a economia e o turismo nos países da América Andina.

Qual a importância da Cordilheira dos Andes para o clima da América Latina?

Os Andes promovem o surgimento e a manutenção de espécies, pois quando está frio, as espécies ficam na parte baixa e quando está quente elas sobem, permitindo que continuem se desenvolvendo. No entanto, em momentos de mudanças climáticas, os Andes também são responsáveis pela extinção de espécies, dividindo populações.

Como se explica a formação da Cordilheira dos Andes na América do Sul?

A origem da Cordilheira dos Andes se deu através do movimento de placas tectônicas, esse tipo de evento acontece desde o Período Mesozoico. Ela se formou por meio do movimento de sugação que a placa de Nazca realizou sob a placa Sul-americana.