Qual a situação do Brasil com relação ao empreendedorismo?

Após ter perdido 9,4 milhões de empreendedores ao longo de 2020, o Brasil voltou a registrar queda da taxa nacional de empreendedorismo total em 2021. Segundo o relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizado pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade, o número de pessoas entre 18 e 64 anos de idade que, no ano passado, tinham seu próprio negócio formal ou fizeram algo para abri-lo não passou de 43 milhões. Um ano antes, este resultado chegava a 44 milhões. E em 2019, a 53,4 milhões de pessoas.

Qual a situação do Brasil com relação ao empreendedorismo?
Qual a situação do Brasil com relação ao empreendedorismo?

Apesar de “ligeira” se comparada à de 2020, a queda verificada no último ano foi suficiente para que, em 2021, a Taxa de Empreendedorismo Total (TTE) chegasse ao patamar mais baixo desde 2013. A taxa indica o percentual da população adulta ocupada como empreendedor. Em 2021, a proporção foi de 30,4%, contra 31,6% em 2020 e 38,7% em 2019, quando foi registrado o mais alto índice após 2015 (39,3%).

Apesar do resultado negativo, o Brasil ascendeu duas posições no ranking global em termos de taxa de empreendedorismo total, subindo do sétimo lugar ocupado em 2020, para o quinto lugar em 2021, ficando atrás apenas da República Dominicana (45,2%); Sudão (41,5%); Guatemala (39,8%) e Chile (35,9%). Entre 47 países listados no relatório, o Canadá ocupa o oitavo lugar das nações com maiores taxas de empreendedorismo (27,4%); os Estados Unidos a 14ª posição (24,5%) e a Noruega o último lugar, com apenas 6,6% da população adulta empreendendo.

Empreendedores Estabelecidos

Um dado considerado positivo pelo Sebrae foi a volta do crescimento dos chamados empreendedores estabelecidos, ou seja, aqueles que estão à frente de um negócio há mais de 3,5 anos. Após dois anos em queda, a taxa teve um incremento de 1,2 ponto percentual e passou de 8,7% da população adulta, em 2020, para 9,9%, em 2021.

Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, o dado revela que parte dos empreendedores que abriram uma empresa pouco antes do início da pandemia de covid-19 conseguiu sobreviver às consequências econômicas da crise sanitária. Em parte, graças a políticas públicas de acesso ao crédito, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), e de iniciativas como o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm).

“Essas iniciativas deram mais fôlego para os empreendedores e permitiram que eles sobrevivessem aos impactos da pandemia. Esses programas foram essenciais para que muitas empresas se mantivessem abertas”, disse Melles ao apresentar a jornalistas o resultado da pesquisa.

Já a Taxa de Empreendedorismo Inicial (TEA), formada por quem abriu um negócio há menos de 3,5 anos e também por quem realizou alguma ação para ter seu próprio empreendimento ou o tinha inaugurado até três meses antes da data da pesquisa, recuou 2,4 pontos percentuais, passando de 23,4%, em 2020, para 21%, em 2021. Isto apesar dos chamados empreendedores nascentes (os do segundo grupo, que tomaram alguma iniciativa para se tornar dono de um negócio), isoladamente, terem se mantido no mesmo patamar do ano anterior – o que, segundo o Sebrae, “evidencia que ainda há muitas pessoas procurando o empreendedorismo como alternativa de ocupação”.

Maior escolaridade, renda parecida

Por outro lado, o relatório também aponta que, em 2021, diminuiu a taxa de empreendedorismo por necessidade. Enquanto em 2020, 50,4% dos entrevistados afirmaram ter investido em um negócio em busca de uma fonte de renda, no ano passado este percentual recuou para 48,9% - terceiro maior percentual da série histórica (55,4% em 2002 e 50,4% em 2020).

Além disso, a pesquisa aponta que os novos empreendedores têm maior grau de escolaridade que aqueles que os precederam neste setor, pois ao menos 28,5% dos entrevistados concluíram o ensino superior (em 2020, eles eram 24,4%).

O aumento da escolaridade, contudo, ainda não se reflete em um maior ganho de renda: 57% dos empreendedores ganharam, em 2021, menos de três salários mínimos. Em 2019, eram 52%. Na outra ponta, 10% deles afirmaram ganhar mais de nove salários mínimos. Em 2020, eram 10,3%.

5 minutes

Muito tem se falado em empreendedorismo no Brasil e no mundo nos últimos tempos. Em nosso país, o crescimento e diversificação das atividades empreendedoras se devem, em grande parte, à crise econômica, mas também às oportunidades que não param de surgir. Nesse cenário, destacam-se os empreendimentos digitais.

O empreendedorismo tem a capacidade de promover o desenvolvimento econômico em um país. Só no Brasil, dados do Governo Federal apontam o surgimento de cerca de 600 mil empreendimentos por ano. Em 2019, calcula-se que haja mais de 1 milhão e meio de microempreendedores em território nacional.

Neste artigo, vamos fazer uma breve análise básica sobre a situação do empreendedorismo no Brasil, movimento esse que passou a sobressair no cenário econômico nacional na década de 1990. Continue acompanhando e entenda mais sobre o empreendedorismo no Brasil em 2019 e como ele tem influenciado a economia e a sociedade brasileira.

Afinal, o que é empreendedorismo?

O empreendedorismo é, resumidamente, a implementação de novos negócios. Trata-se de uma iniciativa que, em geral, envolve muitos benefícios para o profissional, mas também riscos e incertezas.

Empreendedorismo não é simplesmente abrir uma empresa, mas uma atitude que permite que um problema se torne oportunidade. O empreendedorismo, no Brasil e no mundo, têm um aspecto social e um corporativo ou econômico. Assim, existem duas razões fundamentais para empreender:

  1. oportunidade: desenvolve-se um serviço ou produto a partir da constatação de uma demanda social;
  2. necessidade: é o tipo mais comum de empreendedorismo no Brasil. Ocorre quando pessoas resolvem realizar um investimento em um novo negócio devido à falta de oportunidades de trabalho no mercado formal. Então, registram-se (a maior parte como Microempreendedores Individuais – MEI) e passam a ofertar produtos ou serviços

O ato de empreender, inclusive, sempre vai ser a grande mola propulsora da economia e da sociedade.

No entanto, para se alcançar o sucesso como empreendedor, além de conhecimento e planejamento, são necessárias estruturas psicológica, emocional e, se possível, familiar – o que nem sempre é tão simples de se conseguir.

Histórico do empreendedorismo no Brasil

Os desbravadores foram os primeiros empreendedores do Brasil, buscando recursos naturais como pau-brasil, ouro e animais para levar para a Europa. Com o que traziam daqui, os portugueses e outros povos empreendiam no Velho Continente. O Brasil ficava com o que sobrava.

Em se falando dos maiores empreendedores da história do Brasil, não podemos deixar de citar o Barão de Mauá, que, através de mão de obra escrava, auxiliou muito no desenvolvimento do Brasil, da criação de engenhos de açúcar a de estradas e fábricas. No entanto, o empreendedorismo no Brasil passou a crescer mais a partir do século XX, quando diversas grandes empresas, ativas até hoje, apareceram.

Mas o salto do empreendedorismo nacional se deu mesmo a partir dos anos 1990. Antes disso, devido à falta de informação, o empreendedorismo era pouco praticado.

Na década de 1990, tudo mudou: foram criadas algumas instituições vitais para o empreendedorismo, como o SEBRAE e a Sociedade Brasileira para Exportação de Software (Softex). Portanto, empreendedorismo e SEBRAE estão muito ligados há mais ou menos trinta anos. A organização é, até hoje, uma fonte de informação e apoio contínuo para empreendedores brasileiros.

Hoje, a quantidade de empreendedores no Brasil e no mundo não para de crescer, seja por oportunidade ou necessidade. Isso faz com que a concorrência seja alta. E daí vem a necessidade de o empreendedor nacional ter um planejamento sólido e eficiente do seu negócio, investindo em estratégias de marketing e em inovações que permitam sobressair-se no mercado.

O desemprego no Brasil apresenta índices alarmantes em 2019: dados divulgados pelo IBGE em maio indicam que a taxa de desemprego no Brasil, no primeiro trimestre de 2019, subiu para 12,7%, totalizando 13,4 milhões de brasileiros sem trabalho. Assim, o desemprego e a crise econômica no Brasil são os principais fatores do aumento do empreendedorismo no Brasil, especialmente por necessidade.

Abrir um negócio próprio é não só um sonho, portanto, mas a única saída para muitos brasileiros.

A maioria dos empreendedores em nosso país registram-se como MEI, como falamos anteriormente. Para obter este registro, basta fazer um cadastro online bem rápido. Assim, pagando uma pequena taxa mensal, você também será uma pessoa jurídica, possuindo um CNPJ.  No entanto, é importante ressaltar que o sistema do MEI tem limitações em relação ao número de funcionários e faturamento anual.

Empreendedorismo digital

Um dos melhores nichos de empreendedorismo, tanto no Brasil como no mundo, são os negócios digitais. Tudo graças à facilidade de acesso à Internet e à crescente tecnologia que influencia a sociedade e a economia global.

A Global Entrepreneurship Monitor (GEM) apontou, em março de 2019, que a taxa de empreendedorismo no Brasil atingiu 38% na Taxa de Empreendedorismo Total (TTE). Isso significa que cerca de 52 milhões de brasileiros têm um negócio próprio, número que aumenta a cada dia.

A taxa de empreendedorismo no Brasil é a maior entre os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), ocupando a China o segundo posto. A taxa dos Estados Unidos, por outro lado, é inferior à da China. Assim, pode-se afirmar que os países emergentes como o Brasil têm empreendido mais que as grandes potências.

No entanto, os desafios e riscos do empreendimento no Brasil são significativos.

Desafios do empreendedorismo no Brasil

Apesar das facilidades já concedidas pelo governo, e pelas oportunidades geradas a partir de problemas em nosso país, calcados na crise econômica, quem deseja empreender no Brasil se depara com certos desafios. Especialmente no começo do negócio.

Confira alguns deles:

Burocracia

O Brasil sem dúvida é um dos países mais burocráticos do mundo. O MEI facilitou a formalização de negócios, mas ainda há muitas dificuldades em outras modalidades de empresa.

Pode-se levar cerca de 100 dias para abrir um negócio no Brasil (ou mais). Em países de Primeiro Mundo, esse tempo é de, em média, 5 dias.

Impostos

O Brasil também é um dos países que cobram mais impostos no mundo. Uma microempresa, por exemplo, precisa pagar CSLL, PIS, ISS, COFINS, ICMS e IRPJ, só para citar alguns impostos.

A não realização dos pagamentos, por outro lado, acarreta problemas jurídicos.

Recursos humanos

O empreendedorismo no Brasil também sofre com a falta de recursos humanos nas empresas. Há muitos desempregados, mas a escolaridade e a qualificação, ou simplesmente os talentos necessários ao mercado de trabalho são baixos.

Essa situação é ainda mais grave em negócios inovadores ou em áreas técnicas.

Pesquisa do Índice de Competitividade Global de Talentos (Global Talent Competitiveness Index), realizado pelo Grupo Adecco e o Human Capital Leadership Institute de Singapura, avalia que o Brasil fica na posição 73 no ranking mundial de competitividade global de talentos.

Assim, a falta de capacitação é um dos entraves ao desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil, o que possibilitaria melhores resultados econômicos e sociais em nosso país.

No entanto, o governo brasileiro, como mencionamos, tem procurado incentivar o empreendedorismo no Brasil através de algumas iniciativas.

Como o governo pode ajudar os empreendedores?

O Governo Federal tem tentado contribuir com o empreendedorismo no Brasil, disponibilizando instrumentos de apoio aos empreendedores, prevendo aliviar a crise no país.

Algumas boas notícias são a maior facilidade para conseguir linhas de financiamento para empresas, com taxas de juros diminuídas e maior prazo para pagamento. Instituições que podem garantir recursos financeiros para empreendimentos no Brasil são o Financiamento de Estudos e Projetos (FINEP) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  (BNDES).

Para quem tem ideias inovadoras, há prêmios para ajudar projetos transformadores a serem executados, como o Prêmio Brasil-Alemanha.

Conclusão

O empreendedorismo no Brasil apresenta, como todo empreendimento, em qualquer parte do mundo, vantagens e riscos. A crise econômica oferece oportunidades crescentes para empreendedores, ao passo que o governo procura facilitar o financiamento desses novos empreendimentos como forma de estimular a economia e a sociedade nacionais.

Se você tiver o perfil, pode valer a pena empreender, conquistando sua liberdade com comodidade e flexibilidade de horários, além de perspectivas de altos lucros que um trabalho formal pode não possibilitar. Basta você ter conhecimento, planejamento, foco, um mínimo de recursos e persistência.

Se gostou do nosso conteúdo, compartilhe! Caso tenha dúvidas ou queira dar uma opinião, deixe um comentário!

Como fazer seu dinheiro trabalhar para você?

Aprender a investir melhor seu dinheiro e tomar boas decisões de investimentos, de acordo com seu planejamento pessoal, é a única maneira de fazer seu dinheiro trabalhar para você e de conquistar todos os seus objetivos financeiros.

Quer acelerar a conquista da sua liberdade financeira? Então clique aqui e saiba como fazer o seu dinheiro trabalhar para você agora!

Qual a situação do empreendedorismo no Brasil?

O número de empreendedores brasileiros com empresas com mais de 3,5 anos cresceu no Brasil em 2021. São 14 milhões de pessoas de 18 a 64 anos, ou 9,9% da população adulta, que comandam um negócio do tipo no país.

Como está o empreendedorismo no Brasil em 2022?

O primeiro quadrimestre de 2022 registrou a abertura de mais de 1,3 milhão de empresas no país. O saldo no período ficou positivo, com 808.243 empresas abertas, descontadas as 541.884 empresas fechadas nos primeiros quatro meses do ano. Com esse resultado, o total de empresas ativas no país subiu para 19.373.257.

Como o Brasil é visto mundialmente com relação ao empreendedorismo?

Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) coloca o país na primeira posição, à frente de nações como China, Estados Unidos, Reino Unido, Japão e França. Três em cada dez brasileiros adultos entre 18 e 64 anos possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio.

Qual a importância do empreendedorismo na atual situação do Brasil?

Empreender no momento de crise contribui para a geração de novos empregos e, além disso, incentiva o comportamento criativo da população. No ano de 2020, os setores que mais tiveram um avanço no crescimento percentual de empregos, foram a área da saúde, e-commerce em geral e logística.