Publicidade Publicidade Sim, e isso já é feito por dezenas de países. É a
energia geotérmica, que usa o calor do manto – a camada da Terra que fica entre a crosta e o núcleo. Explico melhor: imaginando que a Terra fosse uma manga, o caroço seria o núcleo, a polpa, o manto, e a casca, a crosta. A crosta não é contínua. É dividida em placas litosféricas, mais conhecida como placas tectônicas. No vão entre essas placas, o magma formado no manto (que nas camadas mais profundas atinge 4 mil °C) pode encontrar
uma brecha e subir – o nome disso é vulcão. As rochas da crosta que estão em volta dessa brecha ficam extremamente quentes, o que ferve por tabela a água de lençóis freáticos próximos. Muitas vezes essa água, sob pressão, escapa em forma de jatos extremamente quentes – os famosos geysers (ou, em português, “gêiseres”). Se você extrai essa água do solo, ela exala vapor sob pressão suficiente para girar as turbinas, que alimentam
um gerador. Bingo: eletricidade. Essa é uma energia renovável, uma vez que o manto da Terra não vai esfriar tão cedo – e que, em alguns casos, é possível reinjetar a água no solo após utilizá-la. Em 2018, projetos de energia geotérmica implantados em sete Estados americanos produziram 16,7 bilhões de kilowatts-hora (kWh). Isso representa 0.4% do total da geração de energia no país. Em 2016, 23 países geraram 77 bilhões de kWh a partir de
energia geotérmica. A vice-líder, atrás dos EUA, são as Filipinas. Em uma nota curiosa, 9 em cada 10 casas da Islândia são aquecidas por energia geotérmica. Por estar distante de falhas geológicas, o Brasil não possui projetos de produção de energia geotérmica. Pergunta de Clóvis Andrade, Taquarituba, SP Continua após a publicidade
- Geologia
- MAGMA
- Terra
- vulcão
O magma pode ser utilizado para gerar energia elétrica?
Sim, é a energia geotérmica. Entenda como funciona – e descubra onde ela é usada.
Transforme sua curiosidade em conhecimento. Assine a Super e continue lendo
A energia geotérmica se caracteriza pelo calor proveniente da Terra, é a energia calorífera gerada a menos de 64 quilômetros da superfície terrestre, em uma camada de rochas, chamada magma, que chega a atingir até 6.000°C. Geo significa terra e térmica corresponde a calor, portanto, geotérmica é a energia calorífica oriunda da terra.
O magma resulta das tremendas pressões abaixo da superfície e do calor gerado pela decomposição de substâncias radioativas, como o urânio e o tório. Encontrando fissuras na crosta terrestre, o magma explode em erupções vulcânicas, ou os gases liberados com o seu resfriamento aquecem águas subterrâneas que afloram na forma de gêiseres ou minas de água quente.
A energia elétrica pode ser obtida através da perfuração do solo em locais onde há grande quantidade de vapor e água quente, estes devem ser drenados até a superfície terrestre por meio de tubulações específicas. Em seguida o vapor é transportado a uma central elétrica geotérmica, que irá girar as lâminas de uma turbina. Por fim, a energia obtida através da movimentação das lâminas (energia mecânica) é transformada em energia elétrica através do gerador.
Os aspectos positivos desse tipo de energia são:
A emissão de gases poluentes (CO2 e SO2) é praticamente nula, não intensificando o efeito de estufa, diferentemente dos combustíveis de origem fóssil.
A área necessária para a instalação da usina é pequena.
Pode abastecer comunidades
isoladas.
Os aspectos negativos:
É uma energia muito cara e pouco rentável, pois necessita de altos investimentos estruturais e sua eficiência é baixa.
Pode ocasionar o esgotamento do campo geotérmico.
O calor perdido aumenta a temperatura do ambiente.
Ocorre a emissão de ácido sulfídrico (H2S), extremamente corrosivo e nocivo à saúde.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola
Fontes de Energia - Geografia - Brasil Escola
Não é só na Eurocopa que a Islândia vem fazendo bonito. A remota ilha, situada a noroeste do Reino Unido, é uma das principais afetadas pelas mudanças climáticas causadas pela emissão de CO2. Com pressa para reverter a situação, os islandeses apresentam um método interessante no combate ao gás: o projeto CarbFix.
Boa parte da produção de energia elétrica da Islândia vem de usinas geotérmicas – ou seja, utilizando o calor proveniente do interior da Terra. Pode parecer uma energia limpa, mas a usina de Hellisheidi, a maior do país, emite 40 mil toneladas de CO2 por ano.
Ainda que isto signifique uma pequena fração da emissão de usinas de combustíveis fósseis do mesmo porte (5%, para ser exato), os islandeses querem fazer a sua parte. Afinal, não é só porque a praia já está suja que você não vai jogar seu copinho fora, correto?
O CarbFix nasceu exatamente na usina de Hellisheidi, fruto de uma parceria entre a companhia nacional de energia e diversas universidades. A ideia é capturar o gás carbônico presente no vapor liberado pela usina e injetá-lo no solo. Como as rochas locais são altamente reativas ao CO2, ele logo se solidifica e se transforma em minerais. Pedrinhas de carbono inofensivas para o meio ambiente.
“Entre 80 e 90% do que injetamos foi mineralizado dentro de um ano. É um método bastante eficiente”, explica Edda Aradotti, gerente da Reykjavik Energy. Soluções criativas na busca por um planeta mais limpo. Que a pequena Islândia sirva de exemplo para o mundo inteiro!
Saiba mais sobre o Carbfix na página do projeto!
Todas as imagens © Divulgação/Reprodução Carbfix.