O preço médio da gasolina comum nas bombas caiu mais 1,4% nesta semana, informou nesta sexta-feira (16), a Agência Nacional de Petróleo Biocombustíveis e Gás Natural (ANP). O levantamento oficial diz respeito ao período entre os dias 11 e 17 de setembro, quando combustível é comercializado a R$ 4,97 por litro, ante R$ 5,04 aferido na semana anterior. Com isso, o preço médio da gasolina nos postos voltou a ficar abaixo de R$ 5,00 pela 1ª vez desde o início do ano
passado. A última vez que aconteceu, informa a ANP, foi em 20 de fevereiro de 2021, quando o litro da gasolina custava, em média, R$ 4,91. Trata-se da 12ª semana consecutiva de queda no preço desse combustível ao consumidor desde o pico histórico de R$ 7,39, registrado na penúltima semana de junho. Desde então, em pouco mais de dois meses e meio, o preço da gasolina já recuou 32,7% nos postos. Antes desse preço começar a cair, porém, a gasolina acumulava alta de 70,6% nos postos
desde janeiro de 2019, início do governo Jair Bolsonaro. Então, a gasolina era comercializada no país a um preço médio de R$ 4,33 por litro segundo a ANP. Na prática, portanto, os esforços do governo ainda não compensaram a escalada de preços experimentadas nos primeiros três anos e meio de governo. A recente trajetória de queda começou em 24 de junho, quando o governo federal sancionou a lei que limitou o ICMS incidente sobre combustíveis a 17% em todo o país. Depois, nos meses de julho,
agosto e setembro, os preços seguiram caindo em função de quatro reduções seguidas nos preços praticados pela Petrobras em suas refinarias, que são aos poucos repassadas às bombas pelos varejistas. A queda desta semana nas bombas ainda se deve ao último reajuste da Petrobras, que reduziu em 7% o preço aos distribuidores em 2 de setembro. A redução de impostos sobre combustíveis e a pressão do governo para a Petrobras diminuir os preços praticados nas refinarias se devem aos esforços
do governo em dar uma resposta ao eleitorado e conter a inflação perto das eleições. Esse processo tem sido facilitado pelo recuo das cotações internacionais do barril de petróleo e seus derivados. Na semana entre 11 e 17 de setembro, informou a ANP, o preço médio do diesel S10 nos postos brasileiros teve ligeira queda para R$ 6,94 ante R$ 6,96 na semana imediatamente anterior, um recuo de 0,2%.Diesel
Desde quando foi imposto o teto de 17% no ICMS, em 24 de junho, o diesel foi reajustado para baixo nas refinarias da Petrobras em duas ocasiões. Assim como a gasolina, ele também caiu por 12 semanas seguidas e acumula queda de 9,6% no preço médio do litro, que variou de R$ 7,68 no início do ciclo para os atuais R$ 6,94.
Etanol
O preço do etanol hidratado nos postos do Brasil também recuou 2,8% nesta semana na comparação com a anterior, segundo levantamento da ANP.
O biocombustível foi vendido a um preço médio de R$ 3,43 o litro ante R$ 3,53 na semana anterior. Trata-se do menor valor desde fevereiro de 2021.
30/12/2022 14:08atualizado em 30/12/2022 14:08
Em um tanque de 40 litros, brasileiro deixará mais R$ 27,60 Bruno de Lima/BR/Divulgação
Com o retorno da cobrança de impostos federais como PIS/Cofins e a Cide em 2023, além do descongelamentos do ICMS, a gasolina certamente ficará mais cara a partir do dia 1º de janeiro. De acordo com o consultor Dietmar Schupp, especializado em tributação de combustíveis, o preço da gasolina vai subir 14,1%.
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Para ter ideia de quanto isso vai custar, o preço médio atual da gasolina no Brasil é de R$ 4,93. Com a reoneração, esse preço irá para R$ 5,62, uma diferença de R$ 0,69.
Então, se atualmente se gasta R$ 197,20 para encher um tanque de 40 litros, volume comum em um carro popular, a partir de 2023 esse valor vai subir para R$ 224,80, um acréscimo de R$ 27,60.
Segundo Schupp, o fim da desoneração ainda vai acarretar o aumento de 8% no preço do diesel e 6,5% no preço do etanol hidratado.
Diferença de preço do litro da gasolina por Estado
Esse é o cálculo para o preço médio da gasolina no Brasil. Porém, o valor muda muito conforme a região do país, por isso aplicamos a reoneração nos Estados em que a Petrobras divulgou a última média de preço da gasolina.
ESTADO | PREÇO ATUAL | PREÇO 2023 |
Minas Gerais | R$ 4,82 | R$ 5,50 |
São Paulo | R$ 4,86 | R$ 5,54 |
Rio de Janeiro | R$ 5,04 | R$ 5,75 |
Alagoas | R$ 4,87 | R$ 5,55 |
Amazonas | R$ 4,64 | R$ 5,29 |
Ceará | R$ 4,90 | R$ 5,59 |
Distrito Federal | R$ 5,15 | R$ 5,87 |
Espírito Santo | R$ 5,02 | R$ 5,72 |
Goiás | R$ 4,91 | R$ 5,60 |
Maranhão | R$ 4,72 | R$ 5,38 |
Pará | R$ 4,82 | R$ 5,50 |
Paraíba | R$ 4,75 | R$ 5,42 |
Paraná | R$ 5,19 | R$ 5,92 |
Pernambuco | R$ 4,91 | R$ 5,60 |
Rio Grande do Norte | R$ 5,31 | R$ 6,05 |
Rio Grande do Sul | R$ 4,77 | R$ 5,44 |
Santa Catarina | R$ 5,07 | R$ 5,78 |
Dos Estados listados pela Petrobras, o que tem o preço da gasolina mais em conta é o Amazonas. Lá, o preço médio da gasolina vai de R$ 4,64 para R$ 5,29 em 2023, aumento de R$ 0,65. O preço de um tanque de 40 litros no Amazonas salta de R$ 185,60 para R$ 211,60, diferença de R$ 26.
Já o Estado onde a gasolina está mais cara é no Rio Grande do Norte, onde o preço médio salta de R$ 5,31 para R$ 6,05 em 2023. A diferença é de R$ 0,74. O preço de um tanque de 40 litros nesse Estado passa de R$ 212,40 para R$ 242, diferença de R$ 29,60.
Entenda a reoneração que ocorre em 2023
A disparada no preço internacional do petróleo, causada sobretudo pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia, fez com que o Governo Bolsonaro zerasse, até 31 de dezembro, os impostos federais sobre a gasolina, o álcool, o diesel e o gás de cozinha.
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O posicionamento atual do Governo de Transição é de que não se prorrogue essa isenção fiscal. A intenção é avaliar o impacto dessa medida, mas não foi descartado um retorno da desoneração. Porém, a volta do PIS/Cofins e da Cide acrescentaria cerca R$ 50 bilhões ao caixa do Governo Federal.