Qual escola teve maior predominância na influência da Contabilidade e por quê?

Por:   •  14/10/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.597 Palavras (7 Páginas)  •  7.522 Visualizações

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Influências das escolas européias e norte-americanas na contabilidade do Brasil

A história da contabilidade no Brasil deriva inteiramente de outras culturas, não temos uma escola de pensamento contábil genuinamente brasileira.

Inicialmente o Brasil teve influência das escolas italianas, que é considerado o berço da contabilidade e que deu origem ao método das partidas dobradas. Dentre as escolas italianas existiam diversas correntes de pensamentos contábeis que se desenvolveram.

 A primeira escola do pensamento contábil foi a escola Contista, surgindo no século XV com um dos principais participantes Matthieu La Porte. O Contismo foi uma escola do período pré-científico, no qual trazia em sua corrente de pensamento noções sobre entidade, separação da empresa com os bens do proprietário. Seus defensores adotam como idéia central o mecanismo das contas, preocupando-se basicamente com seu funcionamento e subordinando-as aos métodos de escrituração, nesse período a contabilidade era tratada como uma ciência de contas e escrituração.

No século XIX começaram a haver questionamentos sobre a escola contista e foram surgindo várias escolas simultaneamente, uma delas foi a escola personalista com seus principais seguidores: Michele Riva, Francesco Bonalumi, Clitofonte Bellini e em especial Franchesco Marchi, o iniciador da escola Giuseppe Cerboni, o construtor da teoria personalista e Giovani Rossi. A escola personalista surgiu em reação a escola contista, pois essa teoria dizia que o foco deveria ser a personalidade jurídica das contas e não o fato contábil, dando personalidade às contas para poder explicar as relações de direitos e obrigações da entidade. Essa escola valorizava o conceito do meu e do seu, ou seja, de que as pessoas estavam inseridas na contabilidade e que deveriam ser abertas contas com seus nomes, sejam ela jurídicas ou fisicas.

Em oposição à escola Personalista surge a escola veneziana ou controlista efetivamente criado por Fábio Bésta e outros estudiosos como Vittorio Alfieri, Carlo Ghidiglia, Franchesco De Gobbis, Pietro Rigobon, Pietro D’Alvise e BenettoLoruso. Diferentemente dos personalistas, os controlistas não usavam o raciocínio jurídico, mas sim uma realidade materialista, por isso os estudos das organizações eram voltados para o controle das riquezas, que eram representados pelos balanços e orçamentos, pelas demonstrações de resultado e contas.

Paralelo a escola controlista tinha a escola aziendalista que em itaiano significa fazenda ou empresa. Seus principais estudiosos eram GinnoZappa, Carboni e Fabio Besta. Essa corrente de pensamento foi a precursora da contabilidade gerencial, pois a contabilidade deveria ater-se a demonstração dos fatos da gestão e não resumir-se apenas a um simples método de registro.

Depois veio a escola patrimonialista cujas idéias e teorias foram definidas pelo estudioso Vincenzo Masi, que dizia que o patrimônio é o principal objeto da contabilidade. Segundo a teoria patrimonialista, o patrimônio é uma grandeza real que se transforma com o desenvolvimento das atividades econômicas, cuja contribuição deve ser conhecida para que se possam analisar adequadamente os motivos das variações ocorridas no decorrer de um determinado período.

Nessa corrente foi onde se introduziu o conceito de estática e dinâmica patrimonial, onde a estática é o Balanço patrimonial e a dinâmica é a geração de despesas e receitas, ou seja, a demonstração de resultados.

A escola patrimonialista serviu de base para que se conseguissem fora da Italia, o que dentro dela não se conseguia, pois a rede universitária era fechada coma corrente aziendalista. O Patrimonialismo obteve grande aceitação no Brasil predominante até hoje, havendo vários adeptos desta escola como, Francisco D’Áuria e Frederico Herrmann Júnior. Francisco D’Áuria foi o precursor do estudo cientifico no Brasil, em 1948 lançou a obra “Primeiros Principios de Contabilidade Pura”, introduzindo o patrimonialismo na contabilidade púbica brasileira. Francisco D’Áuria e Frederico Herrmann Júnior participaram diretamente da fundação do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo, da Revista Paulista de Contabilidade e lutaram pelo reconhecimento da profissão contábil.

Posteriormente o Brasil migrou para o método norte-americano, e essa migração se deu basicamente pelo aspecto prático, que trata dos aspectos gerenciais. A escola americana ao contrário da italiana, enfatizava os relatórios contábeis produzidos aos usuários e não nos estudos de contas e lançamentos contábeis. O fracasso da escola italiana foi o excesso de teoria, os autores da época preocuparam-se mais em mostrar a contabilidade como uma ciência do que comprovar as idéias que surgiam, não haviam pesquisas. A maioria das teorias não tinham aplicação e o uso exagerado das partidas dobradas inviabilizava  a flexibilidade necessária.

No século XX com o aumento desenvolvimento do mercado de capitais e o rápido crescimento do comércio e da indústria proporcionaram o surgimento de um campo fértil para o desenvolvimento das ciências contábeis, pois com o surgimento de grandes corporações industriais e comerciais, com a participação de diversos acionistas, a contabilidade além de se tornar mais complicada, necessitou de um aprimoramento objetivando atender a cada dia uma quantidade elevada de usuários, sejam eles quais forem, empresários, acionistas, governo e outros, que pressionavam as organizações buscando informações com a finalidade de garantir a segurança de seus investimentos e conhecer a verdade sobre o movimento da riqueza das empresas.

A primeira escola a abordar a Contabilidade no Brasil foi a Escola Prática de Comércio, atualmente Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, fundada em 1902, a metodologia italiana explorara exaustivamente a parte árdua da Contabilidade, (escrituração/ajustes/métodos/estudos de conta), não dando ênfase aos objetivos da Contabilidade como objeto de tomada de decisão.

Em 1945 a profissão contábil foi considerada como uma carreira universitária.

Em 1946 foi fundada a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo e nela foi instalado o Curso de Ciências Contábeis e Atuariais, que deu origem ao Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA-USP. Grande parte dos professores do curso de Ciências Contábeis da FEA-USP era da Escola do Comércio Álvares Penteado, proporcionando dessa forma, a continuidade da metodologia italiana no ensino de Contabilidade nessa faculdade. Surge aí, a oportunidade de professores trabalharem em regime de dedicação integral, esses professores concentram seus esforços não só na docência, mas também na pesquisa, constituindo-se o primeiro núcleo de pesquisa contábil do Brasil.

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Qual escola teve maior predominância na influência da Contabilidade?

Inicialmente, como na maioria dos outros países, quem dominava a Contabilidade nacional eram as escolas européias.

Qual escola influenciou a Contabilidade no Brasil?

Para Sá (2010), as primeiras informações sobre a teoria da contabilidade que o Brasil teve, foi à influência da escola italiana, e posteriormente a influência da escola Norte- Americana, em destaque a primeira escola de ensino em contabilidade no Brasil, a Escola de Comércio Álvares Penteado, com data de criação em ...

Quais as escolas que mais influenciaram na evolução do pensamento contábil?

As correntes doutrinárias do pensamento contábil: CONTISMO – precursor: Luca Pacioli. PERSONALISMO – precursor: Francesco Marchi. CONTROLISMO – precursor: Fabio Besta.

Quais as duas principais escolas da Contabilidade?

Após o surgimento do método das partidas dobradas (século XIII ou XIV) e sua divulgação através da obra de Frei Luca Pacioli, a escola italiana ganhou grande impulso e se espalhou por toda a Europa.