Todo mundo que já passou por um médico que pediu exames de sangue, já fez um exame de glicemia. Ele é realizado para mensurar a quantidade de glicose (uma molécula resultante da quebra dos diferentes tipos de açúcar) no sangue. Show A glicemia alta está normalmente relacionada ao diabetes, mas pode estar relacionada a outros problemas de saúde como:
VivaBem conversou com especialistas para entender melhor quais são os valores de referência para glicemia, quando ela está alta ou baixa e como controlar essa medida. Confira: Qual é o nível normal de glicemia? Ao fazer a medição sanguínea da glicemia, ela é considerada normal quando apresenta os seguintes valores:
A glicemia pós-prandial é aquela medida após as refeições, geralmente com o intervalo de duas horas. Já a em jejum é o valor colhido após 8 horas ou mais sem comer. Os valores alterados são: Glicemia em jejum:
Glicemia pós-prandial (120 min):
Além disso, valores de glicemia de jejum abaixo de 70 mg/dL já representam uma hipoglicemia. Considerada de nível 1 até 51 mg/dL, fase em que ainda é assintomática, e nível 2 quando está abaixo de 50 mg/dL, em que apresenta sintomas. Normalmente, pessoas que fazem uso de insulina para o tratamento de diabetes (normalmente tipo 1, mas também em alguns casos de tipo 2), precisam estar atentas ao seu nível de glicemia ao longo do dia, até para ajustarem as quantidades de hormônio que irão injetar antes das refeições. A insulina é responsável por levar a glicose para dentro das células, onde ela será usada como fonte de energia, por isso os níveis de glicemia indicam se foi aplicada. Como medir a glicemia? Normalmente a glicemia é medida pelo sangue, usando os valores de referência que citamos acima. Existem diferentes métodos para medi-la. Conheça os principais abaixo:
A glicemia capilar é o exame em que o sangue é coletado da ponta do dedo e normalmente é feito em casa (ou em mutirões de saúde em locais públicos, entre outros), apresentando resultados um pouco mais altos do que o exame feito em laboratório. Depois de o furo ser feito, uma gota do sangue é aplicada em uma fita reagente, que é inserida em um aparelho eletrônico que realiza a leitura. O sangue pode ser colhido em jejum ou após as refeições e normalmente é feito com frequência por pessoas que precisam controlar seus níveis de glicose diariamente. Este método existe desde a década de 1970 e também é chamado de glicemia de ponta de dedo.
É o nome dado ao exame laboratorial de glicemia feito após oito ou mais horas sem se alimentar. Nele, o sangue é colhido direto de uma veia e a medição é feita pela análise da amostra em laboratório.
Como já explicamos, é um exame feito também em laboratório, como a glicemia em jejum, só que duas horas após uma refeição. Esse é o período de tempo para entender se toda a glicose consumida naquele momento foi corretamente transportada para as células.
A curva glicêmica é um exame laboratorial que avalia amostras de sangue coletadas em jejum e duas horas após a ingestão de 75 gramas de glicose, ou seja, é comparada a glicose em jejum e pós-prandial, para entender como o corpo reage a essa sobrecarga da molécula. De modo geral, a orientação é que o paciente se alimente normalmente nos dias anteriores ao exame. Esse exame é pedido quando o paciente apresenta alguma alteração no exame de rotina de glicemia em jejum. Também pode ser feito em gestantes entre 24 e 28 semanas para investigação de diabetes gestacional.
A hemoglobina glicada também é um exame laboratorial, mas que não mede diretamente a glicose sozinha e, sim, a quantidade dessa molécula que se ligou às hemoglobinas das hemácias, células do sangue responsáveis pelo transporte dos nutrientes e oxigênio pelo organismo. O exame dá o resultado em porcentagem, ou seja, se o resultado é 7%, então esse foi o percentual de hemácias avaliadas com hemoglobina conectada a glicose. Como essas substâncias têm meia-vida de 3 meses, o exame permite que sejam avaliadas a média de glicose no sangue durante esse período, sendo importante para seguimento de pacientes com essa medida alterada, como os diabéticos
Existe um aparelho que é aplicado no braço e mede ao longo de todo dia a glicose intersticial, cujos valores mudam com uns cinco minutos de atraso. No entanto, ele é importante para perceber se há uma queda ou subida muito rápida da glicose e mede sem precisar que o paciente pare o que está fazendo. Quando medir a glicemia? Pessoas insulinodependentes ou com problemas de saúde relacionados a alterações na glicemia devem medi-la em diferentes momentos do dia. Normalmente isso é individualizado para cada paciente conforme as orientações médicas. No entanto, os momentos mais comuns em que as medições devem ser feitas são:
Além disso, em mulheres com diabetes gestacional a indicação é que a medição pós-prandial seja uma hora após a refeição, e não duas O que significa a glicemia alta A glicemia alta pode estar relacionada a diversos quadros já citados: diabetes, sepse, infarto, covid-19, acromegalia, hipertireoidismo e síndrome de Cushing, entre outros. É muito importante buscar um endocrinologista quando percebe-se que os exames de rotina apresentam glicemia de jejum acima de 100 mg/dL. Normalmente, quadros em que a glicemia está acima de 500 mg/dL são considerados emergências médicas. Mas pessoas com valores mais baixos, mas ainda assim considerados altos, podem ter problemas em longo prazo se não reduzirem os valores do seu sangue, já que a glicose pode levar à inflamação crônica dos vasos sanguíneos e dos nervos podendo desenvolver.
Normalmente, pessoas com a chamada hiperglicemia (ou seja, taxas altas de glicose no sangue) apresentam os seguintes sintomas:
Normalmente, a maior parte dos casos de glicemia alta estão relacionados ao diabetes. Esse quadro normalmente é relacionado ao consumo alto de alimentos ricos em carboidratos como doces, pães e farináceos e ultraprocessados. No entanto, outros fatores podem estar relacionados ao seu aparecimento como:
Além disso, situações de estresse, como infecções ou cirurgias, também podem ser causas de descompensação da glicemia não relacionadas ao diabetes O que significa a glicemia baixa A hipoglicemia normalmente começa a causar sintomas quando está abaixo de 50 mg/dL. Nesses casos ela causa sintomas como:
Em casos mais graves de hipoglicemia, a pessoa pode sentir:
Eles ocorrem porque a glicemia é uma importante matéria-prima de energia das células e a falta de glicose no cérebro pode até mesmo levar à morte. A hipoglicemia pode ocorrer devido ao jejum prolongado, excesso de atividades físicas, uso de alguns medicamentos ou mesmo como uma reação após uma refeição com grande quantidade de carboidratos. Normalmente, quando uma pessoa tem uma crise de hipoglicemia, confirmada por um teste de glicemia capilar, é importante seguir os seguintes passos:
O mais comum é a pessoa ter episódios de hipoglicemia por usar insulina. Pessoas que costumam ter crises assim sem uso de remédios para glicemia ou insulina devem buscar aconselhamento médico para descobrir a causa das crises. Como baixar a glicemia alta? Existem inúmeros fatores que podem influenciar na glicemia alta, como:
No entanto, quando pensamos nos fatores mais controláveis da glicose no dia a dia, a alimentação é o que mais vem em mente, por isso vamos abordá-la um pouco mais! Alimentação para reduzir a glicemia Quando pensamos na alimentação, é preciso levar em conta dois fatores importantes do alimento e da refeição como um todo.
Normalmente, é importante que você leve em consideração os dois fatores, afinal uma porção pequena de alimento com alto IG, mas baixo CG, como o abacaxi ou a melancia, acaba não impactando na glicemia da mesma forma. Além disso, é preciso pensar na refeição como um todo, você pode consumir um alimento com alto IG com outro com mais fibras e menos carboidratos, portanto, é importante seguir as seguintes dicas:
Fontes: Cristina Façanha, endocrinologista, diretora do Departamento de Diabetes Mellitus da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e coordenadora do Ambulatório de Gravidez e Diabetes do CIDH-CE (Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão do estado do Ceará); Denise Reis Franco, endocrinologista e membro da diretoria da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes); Jacqueline Rizzolli, endocrinologista do Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e membro da diretoria da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica); Patricia Dualib, endocrinologia. Acesse o link do portal UOL/VivaBem: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2022/11/28/glicemia-o-que-e-e-qual-o-valor-normal.htm Quais os hormônios mantém a glicemia de jejum estável?A insulina e o glucagon mantêm a concentração de glicose no sangue. A insulina através da ação hipoglicêmica enquanto que o glucagon promove o aumento de glicose sanguínea por estímulo da glicogenólise e da gliconeogênese hepáticas. A somatostatina inibe a liberação de ambos.
Qual hormônio que controla a glicemia?A glicemia é regulada por dois hormônios: a insulina e o glucagon, que agem contrariamente. A insulina é responsável pela entrada da glicose nas células, retirando-a da circulação sanguínea, sendo responsável, portanto, pela diminuição desse açúcar no sangue.
Qual hormônio atua no jejum?O glucagon é o hormônio predominante em situações de jejum ou de estresse, enquanto a insulina tem seus níveis aumentados em situações de alimentação recente.
Como se dá a regulação da glicemia no estado de jejum?Quanto ao estado normal de jejum, pequenos aumentos na taxa de glicemia levam à supressão da produção de glucagon e ao aumento da produção de insulina, enquanto as hipoglicemias levam a um aumento na produção de glucagon e à redução da produção de insulina.
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