Índice
- Uso de Anticoncepcional no tratamento da Síndrome de Ovários Policísticos: Benefícios e Malefícios | Colunistas
- Etiologia e Etiopatogenia da doença
- Como você deve fazer o diagnóstico?
- Como é o efeito do anticoncepcional nesse distúrbio?
- Quais os efeitos colaterais?
- Referências
- Qual a melhor pílula anticoncepcional para quem tem ovários Policisticos?
- Quem tem ovário policístico pode tomar anticoncepcional contínuo?
- Quais são os anticoncepcionais mais indicados pelos ginecologistas?
- O que é bom para acabar com ovário policístico?
Uso de Anticoncepcional no tratamento da Síndrome de Ovários Policísticos: Benefícios e Malefícios | Colunistas
Índice
- 1 Etiologia e Etiopatogenia da doença
- 2 Como você deve fazer o diagnóstico?
- 3 Como é o efeito do anticoncepcional nesse distúrbio?
- 4 Quais os efeitos colaterais?
- 5 Conclusão
- 5.1 Referências
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um distúrbio no eixo neuro-endócrino-reprodutor relacionado com alteração morfológica dos ovários e com produção androgênica elevada.
A SOP é o distúrbio endócrino mais comum em mulheres em idade reprodutiva e os anticoncepcionais orais combinados costumam ser o tratamento de primeira linha da síndrome, melhorando o hiperandrogenismo e regulando os ciclos menstruais.
Etiologia e Etiopatogenia da doença
A SOP foi inicialmente descrita por Stein-Leventhal em 1935(9), referindo-se à associação entre a amenorreia e a forma policística dos ovários. O termo “ovários policísticos” significa que existem muitos cistos minúsculos, ou inchaços, dentro dos ovários. Algumas mulheres jovens com SOP têm esses cistos; outras têm apenas alguns.
Vários fatores têm sido implicados na etiopatogenia da SOP, havendo componentes genéticos envolvidos, fatores metabólicos, distúrbios endócrinos hereditários como a resistência à insulina e o diabetes mellitus tipo II, e fatores ambientais (dieta e atividade física).
Dentre os mecanismos endócrinos envolvidos na etiopatogênese da SOP está o padrão de secreção de gonadotrofinas, com hipersecreção característica de LH, com aumento na amplitude dos pulsos e com secreção de FSH baixa ou no limite inferior da normalidade.
Esta secreção aumentada de LH leva à uma hiperatividade das células da teca que produzirão quantidades aumentadas de androgênios, predominantemente testosterona, sem a conversão proporcional deste androgênio em estradiol, dado o desbalanço entre as secreções de LH e FSH, o que explica o hiperandrogenismo característico da doença.
Como você deve fazer o diagnóstico?
É importante que você esteja atento às principais queixas clínicas desses pacientes, que são o hirsutismo, que ocorre em 75% dos casos, acne e alopecia. A irregularidade menstrual é muito comum e está presente em até 85% dos casos e a obesidade acomete até 60% das pacientes.
Além disso, o médico deve avaliar sua história clínica e realizar o exame físico adequado. Outros sintomas comumente vistos na síndrome são: aumento de peso, piora na resistência insulínica e problemas com a fertilidade.
Para ser diagnosticada é preciso que a paciente apresente dois ou três sintomas combinados e que seja excluída outra patologia.
Os sintomas são:
1- Hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial;
2- Irregularidade menstrual/ anovulação;
3- Aumento volume ovariano / alteração na morfologia dos ovários com a presença de cistos.
Como é o efeito do anticoncepcional nesse distúrbio?
Atualmente, as pílulas anticoncepcionais orais são comumente usadas para contracepção, SOP, amenorreia, menorragia, dismenorreia, endometriose, etc.
Na SOP, os anticoncepcionais combinados são empregados a fim de melhorar o quadro de acne, distúrbios menstruais e hirsutismo, derivados do hiperandrogenismo.
Os estrogênios diminuem os níveis androgênicos circulantes ao incrementar os níveis séricos de SHBG e diminuir a atividade da 5α-redutase.
Esta última é também determinada pelo progestagênio, o qual ainda inibe a síntese e a secreção de gonadotrofinas hipofisárias. Com isso, a paciente tem melhora nos seus sintomas com a ação do anticoncepcional.
No entanto, para o tratamento também deve-se levar em conta a mudança comportamental da paciente, com práticas de atividades físicas diárias e uma alimentação balanceada.
Quais os efeitos colaterais?
Os anticoncepcionais orais têm alguns efeitos cardiovasculares e metabólicos que variam entre as diferentes formulações, dependendo da dose e do tipo de componentes do estrogênio e da progesterona.
É possível observar a influência dos ACO nos receptores de insulina, o que leva a uma deterioração do metabolismo dos carboidratos e queda na sensibilidade da insulina. Há também alterações nas vias metabólicas lipídicas, devido ao anabolismo proteico reduzido.
Além disso, as pílulas levam a um bloqueio de sistemas que fazem parte da hemostasia, como anticoagulantes plasmáticos, ao promover a redução da proteína S e a resistência a proteína C ativada, portanto, condicionam a uma tendência pró trombótica e podendo elevar os fatores de coagulação e diminuir os anticoagulantes naturais.
As pílulas reduzem o fluxo sanguíneo por hiperviscosidade estimulando a agregação plaquetária, aumentando a concentração de fibrinogênio e reduzindo a ação da antitrombina.
Enquanto isso, SOP é uma condição complexa com alto risco para dislipidemia, tromboembolismo venoso, doença cardiovascular e síndrome metabólica.
Com isso, pacientes que tem SOP têm alta prevalência de aterosclerose subclínica, refletindo na desregulação da função endotelial, bem como em anomalias na coagulação e no sistema fibrinolítico, aumentando o risco de fenômenos tromboembólicos, cardiovasculares e metabólicos, e, ao utilizar anticoncepcional como forma de tratamento, acabam tendo maior risco de desenvolver essas comorbidades.
Conclusão
Destaca-se a necessidade e importância da individualização na escolha do tratamento e do rastreamento de mulheres com SOP para comorbidades significativas que aumentam o risco de trombose, doenças cardiovasculares e metabólicas.
Também é fundamental o aconselhamento adequado das pacientes com relação aos riscos e benefícios do uso do anticoncepcional como forma de tratamento e, a partir disso, formular um plano de acompanhamento apropriado que inclua não apenas tratamento medicamentoso, mas mudança de estilo de vida, como atividades físicas e alimentação adequada.
Autora: Letícia Freitas
Instagram: @leticiafreitascs
O texto acima é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.
Referências
- Febrasgo
- Scielo( //www.scielo.br/pdf/rbgo/v32n11/v32n11a01.pdf)
- Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
- //docs.bvsalud.org/biblioref/2019/12/1046533/femina-2019-477-426-432.pdf
- Portal regional da BVS
Qual a melhor pílula anticoncepcional para quem tem ovários Policisticos?
Progesterona com ação anti androgênica, como a drosperinona.
Quem tem ovário policístico pode tomar anticoncepcional contínuo?
Em resumo, o anticoncepcional não é o mais indicado para tratamento da Síndrome do Ovário Policístico e você precisa estar atenta a isso, caso esteja vivendo essa situação. Procure conversar mais com seu ginecologista sobre o assunto se mantendo atenta aos sinais que o corpo envia para cada tratamento utilizado.
Quais são os anticoncepcionais mais indicados pelos ginecologistas?
Acetato de ciproterona: Diane 35, a Selene, a Diclin e a Artemidis (possui grande composição estrogênica). Drospirenona: Yasmin, Yaz e Elani ciclo (ótimo para prevenir inchaço antes da menstruação) Clormadinona: Belara (evita problemas de pele associados a anticoncepcionais)
O que é bom para acabar com ovário policístico?
Quais os tratamentos?.
Anticoncepcional oral. O uso de anticoncepcionais por mulheres que não desejam engravidar pode beneficiar na melhora dos sintomas da síndrome. ... .
Remédios para diabetes. ... .
Dietas e exercícios físicos. ... .
Indução da ovulação..