A água é uma substância essencial para a sobrevivência de todos os seres vivos. No homem, ela possui diversas funções importantes, tais como o transporte de nutrientes, excreção de substâncias tóxicas ou em excesso, proteção contra impactos, participação nas reações químicas e regulação da temperatura corpórea.
Para controlar a temperatura, o corpo produz e libera o suor, que é sintetizado pela glândula sudorípara e começa a ser produzido quando o corpo tem a sua temperatura elevada, ficando acima dos 37°C. Isso é comum durante a prática de exercícios físicos ou em locais muito quentes.
O suor é formado em grande parte por água, que representa cerca de 99% da sua composição. O outro 1% restante corresponde à concentração de sódio, cloro, potássio e magnésio. A osmolaridade dessa solução fica em torno de 80-185 mOsm/l, sendo praticamente a metade da concentração osmolar do plasma.
Ao ser liberado na superfície do corpo, o suor inicia um processo de evaporação. Durante esse processo, ocorre a liberação de energia calorífica e, consequentemente, o corpo esfria. Sendo assim, podemos perceber que a produção de suor em si não provoca a diminuição da temperatura corpórea, sendo essa propriedade conseguida com a evaporação dessa substância.
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Apesar da regulação da temperatura ser importante, é fundamental frisar que, ao liberar suor, ocorre uma perda muitas vezes excessiva de água. Esse processo, caso não haja uma hidratação constante, pode levar a uma perda hídrica conhecida como desidratação.
Essa perda de água não pode ser controlada voluntariamente, pois a secreção do suor é estimulada pelo sistema nervoso autônomo. Sua produção varia de uma pessoa para outra, além dos fatores relacionados com a quantidade produzida. Dentre os fatores que interferem na produção dessa substância, podemos destacar o número de glândulas sudoríparas, composição corporal, idade, sexo e condição de hidratação de uma pessoa. Vale ressaltar que a temperatura, velocidade do vento, umidade e radiação no meio ambiente também interferem diretamente na produção de suor.
Algumas pessoas possuem ainda uma condição conhecida como hiperidrose. Nesse caso, observa-se uma sudorese excessiva, mesmo em repouso, que muitas vezes é motivo de constrangimento. Dentre as causas da hiperidrose, podemos destacar os fatores emocionais, genéticos e algumas doenças. O tratamento pode ser feito com o uso de medicamentos, antitranspirantes, procedimentos com toxina botulínica ou cirurgia.
5 de agosto, 2019 às 11:17 | Postado em Gás e vapor, Mudanças de estado da matéria, Termologia, termodinâmica Olá, gostaria de saber qual o processo por trás das situações:
- Quando passamos álcool na pele, sentimos resfriar aquele local.
- Quando estamos com o corpo molhado, ao passar uma corrente de vento, sentimos frio.
*Já li materiais referente ao primeiro caso, em que é explicado que o álcool absorve calor da pele para evaporar-se, porém, penso que não deveria haver troca de calor, dado que não há diferença de temperatura. Obrigado.
Respondido por: Prof. Fernando Lang da Silveira - www.if.ufrgs.br/~lang/O álcool (ou a água) evapora, se resfriando e depois, em contato com a pele que se encontra a uma temperatura mais alta do que o álcool, acaba por absorver energia da pele, resfriando-a também.
O resfriamento por evaporação decorre de que as moléculas da substância líquida que escapam na superfície de interface com o ambiente externo são as mais energéticas, restando no liquido moléculas com menos energia cinética e, portanto, a consequência macroscópica da redução da energia cinética média nas moléculas do liquido é o abaixamento da temperatura.
A perda de massa líquida e de energia por evaporação somente cessa quando o ambiente externo fica saturado de vapor da substância. No caso da água a saturação está relacionada com 100% de umidade relativa conforme discutido em diversas postagens do CREF, a começar em Umidade relativa: o que é e como se determina?
Para exemplificar o resfriamento por evaporação utilizei álcool hidratado 92,8° INPM. O álcool estava estocado em uma garrafa pet hermeticamente fechada e, portanto, o ambiente interno à garrafa estava saturado de vapor de álcool e a sua temperatura era a própria temperatura ambiente de 23°C. O álcool foi depositado em um prato aberto e sua temperatura passou a ser medida por mais de 24 h (repondo álcool quando boa parte já havia evaporado), bem como a temperatura ambiente. Na figura 1 estão representadas as medidas de temperatura por 27 h (o instante zero corresponde às 15h27min do dia 01/08/2019).
Conforme se observa no gráfico, rapidamente (em poucos minutos) a temperatura do álcool diminuiu diversos graus, mantendo-se cerca de 5°C abaixo da temperatura ambiente durante mais de um dia.
O efeito da evaporação da água em um prato aberto é semelhante (um pouco menor) conforme está relatado em UM CICLO DE MODELAGEM SOBRE A LEI DE RESFRIAMENTO DE NEWTON.
O efeito de resfriamento da água por evaporação pode atingir mais de 10°C se a superfície do liquido for aumentada como é o caso descrito em Ventilador borrifador de água baixa a temperatura ambiente?
Retomando a dúvida inicial verifica-se que a afirmação “o álcool absorve calor da pele para evaporar-se” está equivocada pois o álcool evapora, baixando sua temperatura, e depois absorve energia da pele, resfriando-a também.
“Docendo discimus.” (Sêneca)
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