Para os cuidados da saúde, a biomedicina — também conhecida como Ciências Biomédicas — e a medicina são dois campos de atuação profissional complementares, mas que não devem ser confundidos. De forma bastante simplificada, o médico atua, normalmente, em um consultório ou em um hospital e o biomédico trabalha dentro de um laboratório.
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Vale destacar que a biomedicina surgiu no Brasil em 1966, segundo o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM). Por mais que a profissão do biomédico seja pouco conhecida ou que ainda existam dúvidas sobre o limite de sua atuação, a categoria está presente há mais de 50 anos no país.
Em outubro, uma biomédica foi presa no Rio de Janeiro ao se passar por médica. Nesse caso, a questão não era desconhecimento dos limites da biomedicina e da medicina, mas, muito provavelmente, má-fé. Isso porque a falsa médica, presa em flagrante, realizava procedimentos invasivos e prescrevia exames, usando o carimbo de um terceiro. Nada disso poderia ser feito, legalmente, pela profissional.
Qual a diferença entre medicina e biomedicina?
As principais diferenças entre a biomedicina e a medicina estão no foco da atuação do profissional. Enquanto um aprende a atuar no atendimento de pacientes, seja em consultório, hospital, em casa ou no centro cirúrgico, o outro trabalha, basicamente, em laboratório, investigando patógenos, estudando e formulando vacinas e realizando análises histológicas (exames de biópsia, por exemplo) e patológicas (como em exames de sangue e saliva).
O que faz o médico?
De acordo com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o curso de medicina "propicia aos alunos aquisição de conhecimentos nas áreas de cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, clínica médica e saúde coletiva, que os tornam aptos a prestar assistência médica para atuar na promoção da saúde, na prevenção das doenças e na recuperação e reabilitação dos doentes".
Em alguns casos, os médicos podem se especializar em outras áreas, como a pesquisa clínica, e também passam a produzir conhecimento, ou seja, se tornam pesquisadores. Para trilhar esse caminho, este profissional costuma fazer uma pós-graduação stricto sensu, da qual pode obter o título de mestre ou de doutor.
Com a formação, um médico pode ser responsável por:
- Atender pacientes em consultório, pronto-socorro, situações de resgate ou casa;
- Diagnosticar doenças, avaliando sintomas e sinais apresentados pelo paciente;
- Estabelecer o melhor tratamento para cura ou estabilidade de uma doença e acompanhá-lo;
- Solicitar a realização de inúmeros exames;
- Prescrever remédios e estabelecer o período de uso dos medicamentos;
- Realizar cirurgias dos mais diferentes tipos, como transplantes;
- Atuar como pesquisador, quando há especialização, no desenvolvimento de novas terapias, como remédios e vacinas;
- Integrar programas de esclarecimento e/ou prevenção de doenças;
- Realizar exames clínicos, como admissionais e demissionais.
O que faz o biomédico?
A graduação em biomedicina prepara os profissionais para o estudo, investigação e pesquisa das doenças, já que os biomédicos atuam, principalmente, em laboratórios. Por exemplo, são eles que realizam inúmeros exames médicos — como exames de sangue e biópsias —, o que pode confirmar um diagnóstico médico.
Além disso, a profissão atua em pesquisas laboratoriais, fundamentais no desenvolvimento de vacinas. "A biomedicina é uma área do conhecimento voltada para a condução de estudos e pesquisas em interface com medicina, biologia e farmácia-bioquímica, relacionados a doenças humanas, seus fatores ambientais e ecoepidemiológicos, na busca das suas causas, prevenção, diagnóstico e tratamento", destaca a UFMG.
De forma geral, o CFBM e UFMG explicam que o biomédico pode ser responsável por:
- Realizar exames que possibilitem o diagnóstico por imagem;
- Elucidar crimes por meio de análises de tecidos na Polícia Federal ou Civil;
- Realizar exames de biologia molecular;
- Pesquisar e desenvolver produtos obtidos por biotecnologias;
- Identificar, classificar e estudar dos microrganismos causadores de enfermidade;
- Fazer manipulação de microrganismos para que possam ser industrializados como medicamento;
- Executar exames clínicos em laboratórios e hospitais para ajudar a identificação de agentes causadores de patologias humanas.
- Realizar análise ambiental voltada à qualidade da água e do ar;
- Auxiliar na reprodução humana assistida.
Fonte: CFBM e UFMG (1) e (2)
A Biomedicina Estética, e a biomedicina como um todo, possuem uma importância inquestionável na sociedade. Isso porque, a área da biomedicina possui um papel fundamental na saúde pública, estudando a fundo a causa das doenças, fornecendo dados para diagnósticos e realizando descobertas, seja para a cura ou para prevenção de doenças e epidemias. Como uma posição de destaque na área da saúde, o biomédico contribui, da sua maneira, para o avanço da vida em sociedade. Assim, é comum que as pessoas reconheçam a notoriedade desse profissional através da titulação de “doutor”. No Brasil é muito comum que as pessoas se refiram a algumas pessoas como “Doutor” ou “Doutora”. Mas muitos profissionais da Biomedicina Estética ficam em dúvida quando se trata de usar essa titulação. O fato é que, em geral, os brasileiros se referem a profissionais com graduação na saúde, direito e outras áreas sob essa nomenclatura. E quanto à Biomedicina Estética? Confira se o biomédico pode ou não ser chamado de Doutor.
O que significa o título de doutor?
A palavra “doutor” vem do latim doctor, que em tradução livre, significa “aquele que ensina”. É uma variação do verbo docere, que na tradução para o português corresponde ao verbo “ensinar”. Sabendo o conceito por trás da palavra, é possível entender a quem, em teoria, deve ser aplicado o título. No Dicionário Aurélio, a definição de doutor é “aquele que se formou numa universidade e recebeu a mais alta graduação desta após haver defendido uma tese”. Sendo assim, seria necessário concluir o curso superior de doutorado, ou seja, uma pós-graduação stricto sensu realizada após o mestrado. Ao final do período de 4 anos, e se aprovado na defesa da tese, o profissional finalmente se tornaria doutor. Na biomedicina, ao realizar qualquer uma das habilitações disponíveis para o biomédico, o profissional recebe o título de especialista, como no caso da realização de uma pós-graduação lato sensu em Biomedicina Estética, por exemplo. No entanto, o costume de chamar os profissionais da Biomedicina Estética de doutor ou doutora, vem de uma tradição onde o termo passou a ser utilizado como forma de garantir, prestígio, status e respeito na sociedade.
Biomedicina Estética: Profissionais podem sim utilizar o título de Doutor ou Doutora!
O hábito de chamar biomédicos, entre outras profissões na área da saúde, de “doutor” no Brasil, tem mais a ver com a cultura popular do que necessariamente com o grau de formação desses profissionais. Assim, é comum que muitos Biomédicos Estetas utilizem o título em comunicações como cartões de visita, jalecos e redes sociais. Mas essa forma de tratamento não é implicada de forma errônea. De acordo com com o Manual do Biomédico, formulado pelo Conselho Regional de Biomedicina, o uso do termo doutor ou doutora é justificado: “Trata-se de um costume que foi se enraizando ao longo da formação da sociedade brasileira e hoje é plenamente aceito, conforme registra o Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda, Editora Positivo, 4ª edição. Nesse sentido, a anteposição do título ‘Dr.’ ou ‘Dra. ” Ao nome é legitimada pelo direito consuetudinário, ou seja, o direito das tradições e dos costumes”. Portanto aos Biomédicos Estetas que possuíam dúvida sobre o uso do título de doutor na biomedicina, fica dito que por respeito e prestígio a este profissional da saúde, a titulação passa a ser aceita como símbolo de valorização aos profissionais que contribuem tanto para a sociedade.