Quem foi o pesquisador que descobriu os genes ligados ao trabalhar com moscas?

Desde a antiguidade, o homem busca entender como ocorre a transmissão das características de um ser para outro. As primeiras ideias sobre hereditariedade eram bastante simples e apenas afirmavam que os filhos eram semelhantes aos pais, sem entender o mecanismo por trás dessa constatação.

A Genética é a parte da Biologia que estuda a hereditariedade, ou seja, a forma como as características são repassadas de geração para geração. Considera-se que essa ciência iniciou-se com os experimentos e leis propostas por um monge chamado Gregor Mendel, em um trabalho publicado em 1866.

Mendel esperava, com o desenvolvimento de seus trabalhos com ervilhas, entender por que o cruzamento entre híbridos gerava descendentes tão diferentes. Segundo alguns autores, com esses trabalhos, Mendel pretendia criar formas de desenvolver plantas híbridas que conservassem características importantes para a agricultura.

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Mapa Mental: Conceitos em Genética

Quem foi o pesquisador que descobriu os genes ligados ao trabalhar com moscas?

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Para a realização de seus trabalhos, Mendel escolheu ervilhas e analisou sete características: o tamanho da planta, textura da semente, cor da semente, forma da vagem, cor da vagem, cor da flor e posição da flor. A escolha da planta foi essencial para o sucesso de suas pesquisas, uma vez que a ervilha apresenta fácil cultivo, várias sementes e ciclo reprodutivo curto.

Uma das leis propostas por Mendel em seu trabalho foi a segregação dos fatores, conhecidos hoje por genes. Segundo o pesquisador, cada pessoa apresenta uma par de fatores para cada característica que se separa no momento da formação dos gametas. No momento da fecundação, os gametas do pai e da mãe juntam-se, levando consigo suas características.

Mendel contribuiu de maneira grandiosa para os estudos da Genética e, por isso, é considerado hoje o pai dessa ciência. Os trabalhos desse pesquisador, no entanto, ficaram esquecidos por muitos anos, sem nenhuma utilização. Entretanto, em 1900, os pesquisadores Correns, Tschesmak e De Vries redescobriram independentemente os trabalhos de Mendel ao estudar plantas híbridas. Esses três botânicos contribuíram para a aceitação das ideias de Mendel e para o início dos estudos genéticos em humanos.

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Outro trabalho que merece destaque é o de Morgan, que estudou a mosca drosófila e compreendeu que a transmissão de algumas características era determinada pelo sexo. Seu trabalho deu enfoque especial às mutações e sua transmissão para os descendentes. Em 1926, esse pesquisador publicou o livro The Theory of the Gene, no qual explicou que a hereditariedade está ligada a unidades passadas de pais para filhos.

Anos depois, a Genética passou por um grande avanço com a descoberta de que o DNA seria a estrutura-chave que carregava a informação genética. Entre os vários trabalhos com essa molécula, destacou-se o de Watson, Crick, Wilkins e Franklin, em 1953, que demonstrou a estrutura de dupla hélice do DNA.

Após a descoberta da estrutura do DNA, diversos outros trabalhos foram realizados a fim de entender quem era responsável por produzir as proteínas. A ideia de que o DNA seria responsável pela síntese de RNA e de que este, por sua vez, seria responsável pela produção de proteínas foi postulada por Crick, em 1958, e ficou conhecido como Dogma Central da Biologia Molecular.

A partir dessas descobertas, diversos avanços ocorreram na Biologia Molecular e afetaram diretamente o desenvolvimento da Genética. Entre esses importantes avanços, destaca-se a técnica do DNA recombinante, que se caracteriza pela capacidade de isolar um trecho de DNA e colocá-lo em uma bactéria a fim de produzir cópias desse trecho. Com isso, foi possível fazer com que organismos produzam substâncias de interesse econômico.

O avanço da Genética modificou completamente o mundo atual, tornando possível, por exemplo, criar clones, alimentos transgênicos resistentes às pragas, realizar testes de paternidade e solucionar crimes, mapear doenças e realizar aconselhamento genético.

Confira os textos dispostos mais abaixo para conhecer as novidades no campo da genética e entender os princípios que norteiam esse campo de estudos da Biologia.

Gregor Johann Mendel (1822-1884) foi um monge agostiniano bastante conhecido por seus trabalhos envolvendo ervilhas. Reconhecido atualmente como fundador da genética, Mendel conseguiu elucidar como as características eram transmitidas dos pais para os filhos em um momento em que não se tinha conhecimento sobre a divisão celular e tampouco a estrutura do DNA. Infelizmente Mendel não teve seu trabalho reconhecido em vida, mas, sem dúvidas, seus resultados foram essenciais para o desenvolvimento da genética.

Leia também: Conceitos básicos em genética

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Quem foi Gregor Mendel?

Johann Mendel nasceu em 20 de julho de 1822, na Morávia, que até então era parte do Império Austro-Húngaro e mais tarde foi incorporada à Republica Tcheca. Filho de um casal de agricultores, Mendel não teve uma vida de grandes luxos e contava com poucos recursos para investir em sua educação. Aos 21 anos de idade, ele entrou para o Monastério da Ordem de Santo Agostinho, na cidade de Brunn (hoje chamada de Brno), com objetivo de conseguir as condições adequadas para continuar seus estudos. Foi no monastério que Johann foi batizado como Gregor.

No monastério, Mendel realizava uma série de atividades educacionais e teve acesso a uma ampla quantidade de livros da biblioteca do local. O naturalista e abade Franz Cyril Napp foi seu mentor nesse período, e, em 1851, resolveu enviar seu pupilo para um estágio de dois anos na Universidade de Viena, onde estudou física, matemática e história natural. Sem dúvidas, esse estágio foi fundamental para o desenvolvimento de seus trabalhos, uma vez que pôde ampliar seus conhecimentos sobre experimentação e matemática.

Quem foi o pesquisador que descobriu os genes ligados ao trabalhar com moscas?
Gregor Mendel fez importantes contribuições para a ciência, porém seus trabalhos não foram imediatamente reconhecidos.

Quando Mendel retornou a Brunn, ministrou aulas em uma escola local, e, graças a Napp, que construiu uma grande estufa, deu continuidade aos seus estudos iniciados em Viena. Vários trabalhos foram realizados por Mendel, porém o mais importante deles, e que garantiu o reconhecimento do pesquisador, foi o estudo feito com ervilhas (Pisum sativum). Os resultados dele foram apresentados em duas sessões na Sociedade de História Natural de Brunn, em 1865, e publicados, em 1866, nos anais dela.

Apesar de ser um trabalho amplamente conhecido nos dias atuais, seu reconhecimento só ocorreu após 35 anos de sua publicação, quando pesquisadores europeus (Hugo de Vries, Carl Correns e Erich Tschermak-Seysenegg), independentemente, redescobriram o estudo ao procurarem bibliografias para apoiar suas próprias ideias sobre hereditariedade. Mendel chegou a enviar seu trabalho para muitos de seus pares, incluindo Charles Darwin, porém não recebeu nenhuma atenção. Mendel faleceu no dia 6 de janeiro de 1884, antes ter o seu devido reconhecimento.

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As leis de Mendel

No mosteiro onde vivia, Mendel realizou seus famosos estudos com ervilhas, os quais demoraram cerca de sete anos para serem concluídos.

Nos seus trabalhos, o pesquisador analisou sete características da planta: forma da semente, cor da semente, forma da vagem, cor da vagem, altura da planta, cor da flor, e posição da flor na planta. Mendel realizou cruzamentos e analisou os descendentes de maneira muito cuidadosa e seguindo critérios científicos. Também analisou matematicamente seus resultados, em uma época em que essa associação entre matemática e biologia não era comum.

Quem foi o pesquisador que descobriu os genes ligados ao trabalhar com moscas?
Mendel fez vários cruzamentos e analisou diferentes características das ervilhas em seu famoso trabalho.

Em sua época, não se tinha conhecimento de processos como meiose e mitose, DNA e cromossomos, e ele, no entanto, foi capaz de compreender que existiam fatores que garantiam a hereditariedade, mesmo sem conhecer tais processos. Mendel publicou seus trabalhos no ano de 1865, porém eles não foram imediatamente reconhecidos.

Inicialmente ele realizou cruzamentos com ervilhas analisando apenas uma característica. Essa análise levou à formulação da atualmente conhecida primeira lei de Mendel. Posteriormente, ele analisou mais de uma característica em cada cruzamento, sendo essa análise responsável pela sua segunda lei. Veja, a seguir, o enunciado de cada uma dessas proposições:

Qual foi a descoberta de Thomas Hunt Morgan?

Morgan comprovou a realidade dos genes como elementos corpóreos de localização específica nos cromossomos. Descreveu o sistema dos genes em Mechanism of mendelian heredity (Mecanismo da hereditariedade mendeliana), publicado por sua equipe em 1915.

Quem foi Morgan na biologia?

Thomas Hunt Morgan (25 Setembro 1866 – 4 Dezembro 1945) foi um importante biólogo nas áreas da evolução, genética e embriologia. Recebeu o prémio Nobel em Fisiologia e Medicina em 1933 pelos seus trabalhos sobre o papel dos cromossomas na hereditariedade. As suas descobertas vão ser a base da genética moderna.

Por que Thomas Morgan 1866 1945 utilizou mosca de fruta drosophyla melanogaster como modelo para seus estudos?

Morgan escolheu a mosca de fruta, Drosophila melanogaster, para seus estudos genéticos. O que as moscas de fruta não têm de carisma (dependendo de seu gosto em insetos), elas têm de praticidade: são baratas, fáceis, e crescem rápido.

Qual a origem do mapeamento genético nos trabalhos de Morgan?

Por meio de seus estudos, baseados na freqüência com que as características são herdadas em conjunto, Morgan e colaboradores apresentaram o primeiro mapa genético da mosca das frutas descrevendo a posição relativa de genes responsáveis por várias características e as distâncias relativas entre eles.