Quem tem problema na válvula mitral pode fazer exercícios?

Normalmente, muitos associam o sopro cardíaco a uma anormalidade que fragiliza o indivíduo a ponto de impossibilitar a prática de exercícios físicos diários. Na maior parte das vezes, entretanto, o problema é inofensivo.

O sopro, segundo o cardiologista Leandro Santini Echenique, do Hospital Israelita Albert Einstein, é um ruído que ocorre entre as batidas do coração, ou seja, entre cada “tum-tum” característico. “Quando a pessoa tem sopro, podemos ouvir claramente por meio do estetoscópio o barulho da passagem do fluxo de sangue através das estruturas do coração”.

Não existe explicação precisa para o aparecimento dessa condição, mas geralmente ela aparece na infância e, com o tempo, some. Ainda assim, Echenique ressalta que é necessário investigar para ver se por trás do ruído não há nenhum mais grave.  “As doenças das válvulas do coração, como a mitral e a aórtica, podem causar sopros. O cardiologista então vai pedir um ecocardiograma, que é uma espécie de ultrassom do músculo cardíaco, para investigar o motivo desse ruído e a partir daí chegar a um diagnóstico”.

Quando o paciente tem somente sopro fisiológico, o ecocardiograma não mostrará nenhuma modificação, já que o ruído não atrapalha o funcionamento do músculo. Dessa maneira, o médico pode liberá-lo para a prática de atividades físicas variadas, como natação, corrida de rua, caminhada, artes marciais etc.

Entretanto, se houver alguma modificação nas válvulas, como uma estenose, é preciso cautela. Se a doença está em um estágio inicial, o paciente, a princípio, não apresenta sintomas, mas caso ele comece a fazer algum exercício, pode sentir falta de ar, tontura e até desmaiar.

O Dr. Pablius Braga, um dos coordenadores do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital 9 de Julho, explica. “Quando se tem um problema nas válvulas, a passagem do sangue fica dificultada, pois há estreitamento nesses canais, o que interfere em todo processo de bombeamento de sangue pelo corpo”.

Outra doença que pode causar sopro é a insuficiência cardíaca, que faz com que as válvulas não consigam se fechar por completo, deixando uma pequena abertura que permite a volta ou refluxo do sangue. Para avaliar a gravidade, o cardiologista vai solicitar exames mais complexos, pois há possibilidade de não ser grave e a prática de atividade física ser permitida.

“Nestes casos, nós pedimos um teste ergoespirométrico, que é aquele em que o indivíduo corre em uma esteira com uma máscara no rosto. Esse procedimento vai avaliar a resistência do paciente em relação aos exercícios. Com o resultado é possível saber os limites e qual atividade se encaixa melhor no que ele pode executar sem complicações”, afirma Echenique.

O sopro cardíaco é um som que pode ser escutado ou auscultado, em termos técnicos, durante um teste físico médico. “Ele é identificado quando há uma turbulência na passagem do fluxo sanguíneo através das válvulas sanguíneas”, explica o cardiologista Carlos Alberto Cordeiro, especialista em reabilitação cardíaca do Hospital do Coração (HCor), em entrevista ao programa Rota Saudável, da Rádio Estadão. 

O médico afirma que aproximadamente 70% da população é vítima de algum tipo de sopro, que em sua maioria, é inocente, ou seja, não ocasiona nenhuma anormalidade ao organismo. “Os sopros que possuem este perfil só são detectados por cardiologistas experientes”, relata Cordeiro.Por outro lado, aproximadamente 10% das pessoas apresentam sopros patológicos, que exigem um acompanhamento especializado para localização do defeito cardíaco responsável pela alteração. “O problema pode estar em uma válvula ou nas paredes do coração”, destaca.

Segundo o cardiologista, um especialista consegue ouvir este ruído com a utilização do estetoscópio para definir a origem e características da anormalidade. Em seguida, para maior aprofundamento do diagnóstico e orientações de tratamento, é realizado um exame de ultrassom do coração, o chamado ecocardiograma. “Esta avaliação permite o mapeamento das estruturas cardíacas, mostrando as falhas apontadas previamente.”

Cordeiro alerta que os pacientes que têm o sopro inocente estão liberados para a prática de atividades físicas: “Neste caso, não há repercussão funcional importante. Mesmo assim, o indivíduo deve respeitar suas características pessoais e seguir os direcionamentos médicos. Entretanto, o sopro patológico requer maiores cuidados: “Os mais comuns, como o da válvula e o da obstrução mitral, fazem com que a pessoa torne-se inapta às atividades competitivas”, diz. Sendo assim, os exercícios são restritos e exemplificados após exames criteriosos.

A respeito dos sopros inocentes e do prolapso da válvula mitral, que está relacionado ao fechamento incorreto das válvulas cardíacas, o cardiologista enfatiza que deve haver acompanhamento médico em relação a possíveis agravamentos. “Quando ele se transforma em uma insuficiência ou refluxo mais sério, pode comprometer o desempenho do atleta”, observa. 

Ainda neste contexto, Cordeiro afirma que a pessoa deve ter atenção quanto aos métodos de prevenção de infecção nas válvulas, a endocardite bacteriana. “Essa cautela abrange infecções urinárias e cuidados dentários, inclusive”, ressalta.

O cardiologista pontua que, antigamente, uma das causas mais comuns para o surgimento de sopro era o reumatismo no sangue. “Felizmente, com o uso adequado dos antibióticos fez com que este tipo de alteração diminuísse”. Porém, as causas do sopro podem ser naturais ou adquiridas na vida adulta, por degeneração da válvula.

Quem tem problema na válvula mitral pode fazer academia?

O prolapso da válvula mitral é uma entidade extremamente freqüente e, a princípio, naqueles portadores em que não existem complicações associadas, não há contra-indicação para a prática da atividade física, sendo esta condição patológica encontrada, inclusive, em atletas profissionais em franca atividade.

Quem tem válvula mitral pode pegar peso?

Pode fazer musculação, quem tem insuficiência mitral discreta( válvulas normais, sem degeneração.

Como fortalecer a válvula mitral?

Iniciar a prática de exercícios físicos de forma bem assessorada. Consultar uma nutricionista para uma dieta equilibrada e mais saudável. Reduzir consumo de álcool. Procurar levar uma vida com menos estresse.

Quem tem problema na válvula mitral pode fazer caminhada?

Olá, a insuficiência mitral leve não traz contraindicações para realizar atividade física leve como é a caminhada. Inclusive ela está indicada como forma de atingir um estilo de vida saudável.