AS COUSAS DO MUNDO (42)
Neste mundo é mais rico o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa,
Mais isento se mostra o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa
E mais não igo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
Cronica
No Poema Gregório fala sobre as diferenças sociais no mundo.” Neste Mundo é mais rico o que mais rapa”, pensava o autor indignado com as diferenças que o mundo apresenta, e com as injutiças que o mundo apresenta.
“Quem dinheiro tiver, pode ser Papa”, o autor pensava, querendo dizer que quem tem mais dinheiro pode ser o quiser, até mesmo um Papa, isto mostra o quão o homen era contra esses tipos de injustiças.
O autor mostra que as diferenças fazem bem para um mas ao mesmo tempo fazem mal para o outro, e isso esta errado, e é isso que o autor quer mostrar durante todo o poema.
Hoje o mundo é composto por ricos e pobres, os ricos sempre conseguem o melhor e os pobres não conseguem nada, e em varios versos do poema podemos notar que o autor esta mostrando isso.
Gabriel Forte- 14
(Fatec-2002)
AS COUSAS DO MUNDO
Neste mundo é mais rico o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa,
Mais isento se mostra o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa
(Gregório de Matos Guerra, Seleção de Obras Poéticas)
Devido quer aos hábitos linguísticos quer às preferências literárias de sua época, o autor vale-se de algumas palavras e expressões que poderiam ser “traduzidas” para uma forma contemporânea e mais corrente.
Assinale a alternativa em que aparece o equivalente de sentido adequado ao contexto:
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O Velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por Tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa:
Mais isento se
mostra, o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazio a tripa,
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
820 palavras 4 páginas Analise do Poema Gregório de Matos, baiano formado pela universidade de Coimbra, possuía uma boa formação humanística, foram atribuídos a ele poemas líricos religiosos e satíricos. Para alguns estudiosos Gregório teria plagiado os textos de Gongora, Petrarca e Quevedo, pelo fato de dês seus poemas obterem dados semelhantes aos desses mencionados autores.No entanto, é preciso
lembrar que o Barroco faz parte de uma época em que a imitação não tinha um aspecto negativo. O poeta baiano, com as poesias satíricas, registra o cotidiano com mais freqüência e detalhes. Assim, critica tudo e todos como a incapacidade dos portugueses, a nobreza, o clero, a corrupção e o relaxamento dos costumes; alem de abominar a ambição dos colonos e as transgressões morais que comente. Portanto, Gregório critica não só os poderosos mais a todos que realizam tal feito, embora, é bem verdade
que preferia atacar os governantes, os religiosos e as religiosas ou ainda os comerciantes. Segue abaixo o poema a ser analisado: Nesse mundo é mais rico quem mais rapa: Quem mais limpo se faz tem mais carepa: Com a língua ao nobre o vil decepa: O velhaco maior tem sempre capa. Mostra o patife a nobreza o mapa: Quem tem Mao de agarrar, ligeiro trepa Quem menos falar pode mais increpa. Quem dinheiro tiver,pode ser papa. A flor baixa se inculca por tulipa Bengala hoje não mão, hoje garlopa: Mais
isento de mostra o que mais chupa. Para a Tropa do Trapo vazo a Tripa E mais não digo porque a musa topa. Em apa, epa,ipa,opa,upa. O soneto se inicia com uma critica severa a sociedade e esta continua ao longo de dois quartetos. Neles, a preocupação do eu-lirico esta não indignação, na ganância dos colonos e na necessidade de enriquecimento que eles têm. O eu-lirico expõe a visão da arrogância dessa nova nobreza que acredita que pelo simples fato de terem dinheiro são possuidores de poder e
prestigio, podem cometer atrocidades, como podemos notar no verso: “Quem dinheiro tiver pode se Papa” A terceira estrofe é
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