Ao ensejo dos 180 anos de Imigração Alemã no RS, o presente trabalho aborda prioritariamente a imigração alemã ocorrida no RS, com início no ano de 1824 e que perdurou até as primeiras décadas do século XX. Abordou-se o processo imigratório-colonizador, em suas implicações com o meio ambiente, sua labuta material e a cultura aqui construída de uma maneira bastante genuína porque, isolados por décadas da comunidade lusa e “esquecidos” pelo governo, os imigrantes e descendentes tornaram-se autores de um sistema de vida próprio, nos aspectos pertinentes a religião, escola, ao tipo de trabalho, de convivência, de recreação, no modo de constituir família, associações e comunidades.
É enfocado o imigrante desde a Europa, onde múltiplas causas concorreram na sua decisão de emigrar. A difícil despedida da pátria e as incertezas da viagem. A chegada ao Brasil. Finalmente o lote rural, no meio da selva, onde o improvisado colono devia construir um novo lar. Para entender o processo imigratório, é preciso considerar as diferentes épocas de chegada dos imigrantes e as condições peculiares de cada local de assentamento: o vale dos Sinos, onde imigrantes renanos povoaram a Colônia de São Leopoldo (1824-1830); o vale do Taquari, povoado por alemães e descendentes dos primeiros colonos (1844-1875), a conquista do Planalto, quando a presença do imigrante italiano superou a do alemão (1875-1889); a ocupação do Alto Uruguai, com imigrantes e migrantes de várias nacionalidades; os assentamentos na República, até a I Guerra Mundial (1890-1914) e finalmente o período pós I Guerra Mundial, com a imigração superada pela migração interna, e a busca de espaço além-fronteiras.
Cada fase apresenta características locais, dentro da política imigratória oficial e dos recursos disponíveis em cada momento e cada região. O aspecto religioso desde logo veio quebrar o monobloco do catolicismo oficial até então dominante. A escola foi encarada como obrigação dos pais, fato que o governo aceitou pacificamente. O isolamento geográfico e cultural estruturou comunidades teutas com características distintas da realidade lusa. Surgiram associações religiosas, de lazer e econômicas.
O Centro de Estudos Europeus e Alemão (CDEA), o Instituto Histórico de São Leopoldo (IHSL) e a Editora Oikos têm a alegria de convidar para o lançamento da 2ª edição, completa, revisada e atualizada do livro A colonização alemã e o Rio Grande do Sul, de Jean Roche.
A obra é referência para compreender a imigração alemã no Rio Grande do Sul. Além de ser um livro de cabeceira para aqueles(as) que se dedicam ao estudo da imigração, é um clássico divisor de águas na produção historiográfica sobre o tema.
Fruto da parceria do IHSL e da OIKOS, com o apoio financeiro do CDEA, foi possível publicar esta obra clássica, tendo como base a edição original em francês de 1959 e a edição brasileira de 1969.
A programação do lançamento do livro ocorrerá da seguinte forma:
- Dia 27 de julho de 2022, às 19h
Local: Centro Cultural da UFRGS (Antigo Instituto de Química Industrial): Rua Eng. Luiz Englert, 333 – Bairro Farroupilha – Porto Alegre/RS
- Dia 29 de julho de 2022, às 19h
Local: Museu Histórico Visconde de São Leopoldo: Rua Dom João Becker, 491 Centro – São Leopoldo/RS
Para adquirir a obra, basta clicar neste link.
Não há dados estatísticos. Doutorando em História (UNISINOS). Professor de História no município de São Leopoldo – RS Autores
Palavras-chave:
Colonização. Rio Grande do Sul. História Comparada. Resumo
O objetivo principal deste artigo consiste em apresentar um exercício de História Comparada a partir do estudo do conjunto das principais ações políticas que possibilitaram a imigração de alemães e italianos para o Rio Grande do Sul. O artigo está organizado em quatro tópicos específicos: o
primeiro contempla o processo das migrações transoceânicas no seu sentido mais amplo inserindo o sul do Brasil no mapa das grandes migrações europeias; o segundo destaca a formação das primeiras colônias alemãs no período entre 1824 e a década de 1850; o terceiro aborda a ocupação da Serra pelas colônias imperiais povoadas principalmente por imigrantes italianos; e o quarto apresenta o noroeste do Rio Grande do Sul como um “destino em comum” para alemães e italianos analisando o desenvolvimento
das chamadas colônias mistas. Perfazendo esses quatro tópicos, o texto aborda semelhanças e diferenças entre a política de colonização imperial, a provincial e a particular e apresenta analogias entre as primeiras colônias alemãs, as colônias ditas italianas na região da Serra e as colônias mistas no Alto Uruguai. Downloads
Biografia do
Autor
Fabiano Quadros Rückert, UNISINOS
Rückert, F. Q. (2015). A colonização alemã e italiana no Rio Grande do Sul: uma abordagem na perspectiva da História Comparada. Revista Brasileira De História &Amp; Ciências Sociais,
5(10). Recuperado de //periodicos.furg.br/rbhcs/article/view/10541 Como Citar
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