O processo de Enfermagem foi introduzido no Brasil em 1970 por Wanda de Aguiar Horta, sendo um divisor de águas para a Enfermagem moderna. Porém, Florence Nightingale, precursora da Enfermagem, já demonstrava a necessidade e um esboço da sua importância, desde muito antes, ela enfatizava que os enfermeiros deveriam fazer observações e julgamentos das situações, que é justamente o conceito do processo de Enfermagem.
Segundo Wanda Horta, o Processo de Enfermagem é uma dinâmica das ações sistematizadas e interrelacionadas que visa a assistência ao ser humano.
O Processo de Enfermagem, é uma ferramenta que deve ser utilizada pelos enfermeiros no momento de planejamento do cuidado do indivíduo, família ou comunidade. Através dessa ferramenta, temos um auxilio no norteamento do raciocínio clínico, na decisão do diagnóstico e para avaliar intervenções e resultados.
O Processo de Enfermagem, é uma ferramenta intelectual do enfermeiro, logo, o seu registro em prontuário em sua totalidade, não é necessário. O que é exigido legalmente pelo COREN e deve ser descrito em prontuário diariamente para cada paciente é a SAE (Sistematização de Enfermagem) e a mesma é construída através do Processo de Enfermagem.
O processo de Enfermagem se organiza em cinco etapas: Coleta de Dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem); Diagnóstico de Enfermagem; Planejamento de Enfermagem; Implementação; e Avaliação de Enfermagem.
Para uma melhor compreensão do leitor, vou conceituar cada etapa de forma individualizada, mas devemos nos lembrar da explicação de Wanda Horta, onde ela relata que as ações são sistematizadas e são interrelacionadas, ou seja, devemos seguir a ordem metodológica, porém uma etapa depende da outra seja a etapa seguinte ou anterior, algum etapa realizada de forma superficial pode prejudicar todo o processo.
Coleta de dados
Em todo momento o enfermeiro deve coletar dados, embora esse seja o primeiro passo do processo de Enfermagem, a coleta de dados nunca deve parar. Nesse momento é onde o enfermeiro identifica dados objetivos e subjetivos do individuo a ser cuidado.
O enfermeiro deve estar pautado em algum referencial teórico para auxiliar no momento da coleta de dados, ou seja, deve se basear em algum instrumento que facilita identificar os possíveis problemas, geralmente isso já é padronizado pelas instituições. Um exemplo de referencial teórico poderia ser o das Necessidades Humanas Básicas, Teoria de Orem, Padrões funcionais de Gordan, entre outros tantos possíveis.
O objetivo dessas informações é identificar possíveis problemas ou necessidades de saúde do indivíduo, pois é através desses achados que vamos diagnosticar, planejar e intervir, visando melhorar as situações encontradas.
É de grande importância nessa etapa o conhecimento do enfermeiro, sua habilidade técnica e raciocínio clinico. É necessário a percepção da anatomia, fisiologia, farmacologia, epidemiologia, patologia, entre outros conhecimentos. É primordial que se entenda e consiga diferenciar o que é “anormal” do normal, para classificar o que é importante e realmente precisa do olhar do enfermeiro.
Diagnóstico de Enfermagem
O diagnóstico de Enfermagem é o julgamento clínico dos possíveis problemas encontrados na fase anterior. É sobre esses diagnósticos que vamos nos basear para realizar as intervenções e consequentemente avaliar se as mesmas surtiram efeito sobre esse diagnóstico levantado.
Depois do julgamento clínico sobre os achados na coleta de dados e definido as prioridades, é necessário realizar a titulação desses problemas encontrados. Os referencias teóricos mais uma vez vem em auxilio dos enfermeiros para que haja padronização na linguagem utilizada. São exemplos de referenciais teóricos a Classificação de diagnósticos da NANDA-I, CIPE, o Sistema Omaha e o Sistema de Classificação de Cuidados Clínicos de Sabba.
Planejamento
Nessa etapa, o enfermeiro deve levar em conta, os indivíduos a disposição para o cuidado, estrutura disponível, ambiente físico que o individuo se encontra e todos os demais recursos que estejam disponíveis para a intervenção de Enfermagem.
Nesse momento é onde se faz a definição dos diagnósticos de enfermagem prioritários, ou seja, que necessitam primeiro de intervenção. Cria-se metas do cuidados, resultados esperados e a prescrição dos cuidados de Enfermagem.
Para definir os resultados esperados de cada diagnóstico de Enfermagem elencado, o enfermeiro tem como auxilio o referencial teórico Classificação de Resultados (NOC), que estabelece uma língua padronizada no que tange a resultados do plano de cuidados.
Para cada resultado esperado, o enfermeiro deve realizar a prescrição de intervenções de enfermagem que visam zerar ou diminuir os fatores que levam o individuo a apresentar o diagnóstico de enfermagem elencado. No auxilio para realizar essas intervenções, temos como referencial teórico como a Classificação de Intervenções em Enfermagem (NIC).
O Planejamento é uma atividade intelectual, porém suas metas definidas de cuidados devem ser registradas.
Implementação
Nessa etapa, o que é fundamental, além da própria execução das intervenções elencadas, é a anotação de enfermagem de toda a equipe, pois é através dessas informações que o enfermeiro irá se basear no momento de avaliar as intervenções.
Avaliação
Nessa etapa é realizada uma avaliação sistemática das intervenções realizadas. É avaliado se houve alterações em relação ao diagnóstico levantado do indivíduo, família ou comunidade. Determina-se se os resultados foram alcançados ou se existe necessidade alteração das intervenções. Esse momento também é conhecimento como evolução de Enfermagem.
O enfermeiro deve registrar em prontuário sua avaliação, ou seja, se os diagnósticos de enfermagem se mantiveram, melhoraram, foram resolvidos ou se estão piorados. Relatando também alteração ou manutenção das intervenções.
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