As cervejas sem álcool de hoje são bem mais gostosas do que aquelas feitas em um passado recente.
Talvez pelo gosto ruim, doce e lembrando garapa, das cervejas sem álcool de alguns anos atrás haja muita desconfiança em relação à qualidade do produto.
Muita gente pergunta, inclusive, se cerveja sem álcool é de fato cerveja.
Para derrubar alguns mitos e dúvidas comuns de consumidores, preparamos um roteiro de respostas sobre o assunto:
Cerveja sem álcool é cerveja de verdade?
Esta é a primeira das dúvidas: cervejas sem álcool são mesmo cerveja?
A resposta é sim, elas são, porque o álcool é retirado da bebida depois de ela pronta.
Como se retira o álcool da cerveja?
No passado o método utilizado era o da fermentação interrompida. Ou seja, barrava-se a atuação das leveduras na formação do álcool, processo químico que acontece na etapa da fermentação.
Hoje em dia o método utilizado é o da dealcoolização, pelo qual a cerveja depois de fermentada passa por congelamento.
A água presente na cerveja ( 95 % da bebida são formados por água) congela e se separa do álcool, que pode ser retirado por completo.
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O gosto das cervejas sem álcool é diferente das com álcool?
Antigamente, quando o método usado era o da fermentação interrompida, sim – o gosto era diferente e bem ruim.
Era o sabor do mosto cervejeiro, doce e lembrando caldo de cana.
Hoje, com o método de dealcoolização, o gosto é de cerveja mesmo. Há, sim, uma notinha floral, que em muito lembra o mel, mas é um sabor sutil, que passa quase despercebido em temperaturas baixas.
Qualquer pessoa pode beber cervejas sem álcool?
Nem todas as pessoas podem consumi-las.
Grávidas, pessoas em tratamento médico que suprimem o álcool, motoristas ao volante podem beber delas sem medo.
O que não é recomendável é para crianças e adolescentes, que poderiam ser estimulados a consumir bebidas alcóolicas tendo as cervejas sem álcool como porta de entrada.
Pessoas com restrições e alergias ao glúten também não podem consumir as sem álcool, afinal a proteína do grão continua presente nesse tipo de cerveja.
Quais são as opções disponíveis no mercado?
Poucas cervejarias artesanais produzem cervejas sem álcool. E as que o fazem têm um porte fabril maior, como é o caso da Dádiva de SP ou da Wals de BH, esta pertencente à Ambev.
Marcas multinacionais e de grande porte são as líderes de mercado nessa modalidade.
Confira algumas das marcas mainstream sem álcool que podem ser encontradas no mercado brasileiro:
- Heineken 0.0
- Estrella Galícia 0.0 ( em três versões: Pilsen, Tostada e Black)
- Brahma Zero
- Itaipava Zero
- Erdinger Alcohol Frei
- Paulaner Alcohol Frei
- Wals Session Free
- Bavaria 0.0%
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
A maior curiosidade sobre a cerveja sem álcool está no nome, mas há muitas outras características que fazem desta uma das 'cervejas da moda'. Fica a conhecer a bebida que celebra um século e que nasceu do outro lado do Atlântico.
Se a necessidade aguça o engenho, a abstemia reinventa a cerveja. Foi na sequência do National Prohibition Act (conhecido como Volstead Act), aprovado pelo congresso norte-americano em outubro de 1919, que surgiu a primeira cerveja sem álcool. À luz desta legislação, nenhuma bebida podia conter mais de 0,5% de álcool em volume, o que fez com que as cervejeiras começassem a produzir cervejas mais pálidas e de sabor suave. Em 1933, a proibição foi retirada, mas o gosto de muitas pessoas por esta cerveja mais ‘leve’ manteve-se.
Hoje, a cerveja sem álcool é não só uma presença incontornável no portfólio das principais marcas, como representa um segmento de mercado em ascensão. É certo que o seu sabor foi criticado por palatos mais conservadores, mas os processos de desalcoolização têm vindo a ser aperfeiçoados. Como resultado temos cervejas sem álcool cada vez mais variadas e de sabor autêntico, ainda que a designação continue a gerar algumas dúvidas.
3 factos sobre cerveja sem álcool
1. A cerveja sem álcool não tem álcool?
Na realidade, a cerveja sem álcool tem uma quantidade residual de álcool. Desde logo, porque esta é uma consequência natural do processo de fermentação. Por definição, a cerveja sem álcool é toda a bebida proveniente da fermentação do mosto cervejeiro que teve o seu teor de álcool reduzido.
Segundo a legislação portuguesa, para ter esta designação a cerveja deve ter menos de 0,5% de álcool em volume, um limite de teor alcoólico que é o mesmo para a generalidade dos países. Pode ainda parecer um volume alcoólico significativo, mas na realidade é tão pequeno que chega a ser comparável com a quantidade de álcool presente em alimentos comuns. Fica a saber que, por exemplo, uma banana madura contém aproximadamente a mesma quantidade de álcool presente numa destas cervejas.
Os números mostram que a venda de cervejas sem álcool e de baixo teor alcoólico na Europa Ocidental cresceu 18% nos últimos 5 anos (até 2018). E, até 2022, prevê-se que cresça mais 12%. Neste cenário, importa perceber o que se altera em
termos de processo produtivo quando se fabrica cerveja sem álcool.
2. Como é que a cerveja fica “sem” álcool?
Não é um segredo bem guardado porque hoje são
muitos os métodos para retirar o álcool à cerveja. No entanto, cada cervejeira tem vindo a aperfeiçoar os seus próprios processos. Em termos gerais, existem duas abordagens:
Primeira | Foca-se em alterações biológicas ao processo tradicional de produção de cerveja, que podem ser, por exemplo, ao nível da moagem ou da fermentação interrompida dos cereais, com o objetivo de limitar a formação de álcool.
Segunda | É a mais usada, focada em retirar o álcool da cerveja tradicional. Tal é feito através de destilação - como se fosse para fazer licor, mas em vez de se preservar a parte alcoólica, é esta que é eliminada. Há duas formas de conseguir este efeito sem aquecer a cerveja, o que é essencial para preservar o seu sabor:
Destilação a vácuo: A cerveja é colocada sob vácuo. A alteração de pressão atmosférica permite que o produtor ferva os líquidos da cerveja a baixa temperatura e destile o álcool.
Osmose reversa: A cerveja é passada através de um filtro através do qual só o álcool, a água e alguns ácidos conseguem passar. O álcool é destilado, enquanto a água e os ácidos remanescentes são adicionados à mistura que ficou do outro lado do filtro.
Qualquer que seja o método, os ingredientes principais que conferem aromas e sabores à cerveja são os mesmos para a cerveja sem álcool: lúpulo e malte. E, com o crescente interesse do público, as cervejeiras investem cada vez mais no aperfeiçoamento das misturas de lúpulo e malte utilizadas. O resultado são cervejas cada vez mais saborosas, que dificilmente se podem comparar às cervejas sem álcool dos tempos do proibicionismo.
Em 1992 começou a ser comercializada a primeira cerveja sem álcool em Portugal. A Unicer lançou a marca Cheers e, mais tarde, criou a Super Bock Twin para o mesmo segmento de mercado.
No Reino Unido, a cerveja com teor alcoólico inferior a 0,5 é designada “de-alcoholised beer”. A “alcohol-free beer” tem menos de 0,05% de álcool em volume. Existe, ainda, a
“low-alcohol beer”, com menos de 1,2%.
3. A cerveja sem álcool é mais saudável?
Por ser uma bebida com uma percentagem de álcool relativamente baixa, considera-se que a cerveja pode integrar um estilo de vida saudável numa população adulta, desde que bebida com moderação.
Na cerveja sem álcool, acrescem os benefícios do baixo (ou inexistente) teor alcoólico. É o caso, por exemplo, do menor número de calorias, refere o site do Reino Unido Drinkaware. No entanto, é necessária mais investigação sobre os efeitos da cerveja sem álcool na saúde.
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