O daltonismo é um distúrbio de visão caracterizado pela dificuldade em diferenciar as cores, especialmente o verde e vermelho. O diagnóstico precoce é fundamental para que o paciente desenvolva estratégias e alternativas para a realização de tarefas corriqueiras.
Para a maioria das pessoas, diferenciar as cores é quase tão natural quanto conversar, se alimentar ou dormir. Este discernimento é essencial para a realização de inúmeras atividades cotidianas, desde a percepção de que é preciso parar no sinal vermelho até a escolha de peças de roupa que combinem entre si. Para os daltônicos, no entanto, reconhecer e distinguir cores são tarefas bem mais complicadas.
Diagnóstico
De acordo com o oftalmologista, é comum que o problema passe despercebido nos três primeiros anos de vida, quando a criança tem dificuldades de se expressar. “Geralmente pais e educadores começam a perceber a deficiência durante a execução de atividades escolares mais complexas, quando já é exigido que a criança discrimine cores, objetos e formas”, observa. A indefinição de cores, sequências de cores ou de tonalidades específicas são as primeiras pistas de que a criança pode ser daltônica.
O diagnóstico precoce é fundamental para que o paciente desenvolva estratégias e alternativas para a realização de tarefas corriqueiras. “A família tem mais possibilidades de aprender a lidar com a deficiência, ajudar a criança a fazer adaptações e ensiná-la que as cores existem, sozinhas ou em sequência, ainda que elas não possam enxergar”, orienta.
Testes
Após a suspeita do problema, é preciso consultar um oftalmologista, que irá aplicar os testes necessários. A criança deve passar por um exame oftalmológico completo que, entre outras funções, inclui a avaliação do senso cromático. Atualmente, a maioria dos testes realizados aplica-se a crianças a partir de três anos e trabalha com sequências de cores e números, que exigem conhecimento prévio para nomear os elementos.
Para permitir a avaliação de crianças mais novas, em fase pré-verbal, o Setor de Baixa Visão Infantil do Hospital das Clínicas da UFMG está desenvolvendo um novo teste, com foco no comportamento cotidiano. “A proposta é trabalhar com o pareamento de cores iguais, sem a necessidade de que a criança saiba o nome delas. Estamos estudando a utilização de tampinhas de garrafas PET para que o custo seja baixo”, adianta Galton Vasconcelos. Apesar de não definir o diagnóstico, o novo teste fornecerá pistas contundentes para a suspeita de daltonismo.
Herança Genética
Se há casos de daltonismo na família, o cuidado deve ser maior. Isto porque o daltonismo é um problema genético ligado ao cromossomo sexual X. Os homens só apresentam um cromossomo deste tipo, e caso carreguem o gene, fatalmente a doença se manifestará, o que explica o que explica a maior incidência na população masculina.
Por outro lado, as mulheres têm dois cromossomos X, sendo possível carregar a informação genética para o daltonismo em apenas um deles e enxergar normalmente. Para serem daltônicas, elas devem ter o gene nos dois cromossomos.
Com a percepção alterada de algumas coresPor Diego Garcia Atualizado em 4 jul 2018, 20h18 - Publicado em 18 dez 2015, 16h14
Com a percepção alterada de algumas cores. Principalmente do verde, vermelho e azul – e das cores derivadas deles. Isso porque a discromatopsia, também conhecida como daltonismo, afeta células localizadas na nossa retina, chamadas de cones, que são as responsáveis por percebermos cada uma dessas cores. O daltonismo é uma anomalia recessiva do cromossomo X. Não existe tratamento ou cura, porém é possível encontrar lentes e óculos que ajudam a minimizar o problema.
Curiosidade: Na visão normal, os pigmentos verde, vermelho e azul são bem definidos
Cada um com sua cor
Tipos de daltonismo afetam diferentes tons
SANGUE SÉPIA?
Tipo – Protanopia
É quando há diminuição ou ausência total do pigmento vermelho. No lugar dele, o daltônico pode enxergar tons de marrom, verde ou cinza. Varia de acordo com a quantidade de pigmentos que o objeto possui. O verde tende a parecer semelhante ao vermelho. É como se a visão do vermelho e suas misturas fossem enxergadas como sépia
– Como surgiram os nomes das cores?
ESPERANÇA MARROM
Tipo – Deuteranopia
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Um daltônico com deuteranopia não vê a cor verde! Mas o resultado final é semelhante ao da protanopia, ou seja, os tons vistos são puxados para o marrom. Assim, quando ele observa uma árvore, enxerga tudo em apenas uma cor, com uma pequena diferença de tonalidade entre tronco e folhas
Curiosidade: Alguns daltônicos têm problemas com dois cones e percebem apenas uma cor. O vermelho e o verde são as mais comuns
MUNDO ROSA
Tipo – Tritanopia
A espécie mais rara de daltonismo interfere na visão das cores azul e amarelo. Não se perde a visão total do azul, mas as tonalidades enxergadas são diferentes. O amarelo vira um rosa-claro. Já o laranja não existe
Será que você é?
Faça nosso teste
Desenvolvido em 1917 pelo médico japonês Shinobu Ishihara, o teste que leva seu sobrenome é um dos mais utilizados no mundo para detecção da doença. O método é composto de um conjunto de 38 placas com pontos coloridos em intensidades diferentes e, ao centro, há um numeral com uma cor que o daltônico não pode identificar. O resultado é fácil de notar: se você enxergar o número no centro, não é daltônico. Se não enxergar, melhor procurar um especialista. As cores variam para diagnosticar o grau de daltonismo do paciente.
Curiosidade:Quer simular como você enxergaria se tivesse daltonismo? No site bit.ly/testedalton, é possível escolher uma imagem, selecionar um tipo da doença e simular!
FONTESDr. Giovanni Colombini, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Oftalmologia e chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Unirio