1 hora aqui é 7 anos na Terra

Há quem diga que este é o melhor filme de ficção científica da atualidade – e com razão. Dirigido por Christopher Nolan, Interestelar é um filme que se passa em um momento não muito bom da Terra, onde o planeta está sendo devastado por pragas em todas as plantações. Sem solução aparente, os alimentos tendem a acabar em pouco tempo e a única solução é encontrar uma outra casa no universo. Adentrando o espaço profundo, quatro astronautas embarcam na missão para encontrar um novo planeta para a humanidade.

Este é, sem sombras de dúvidas, um filme mais próximo da realidade. Seguindo premissas reais da física, separamos alguns fatos interessantes e científicos sobre Interestelar.

1 – Poderá ser usado em universidades

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Foi investido tanto na representação do Gargantua, o buraco negro mostrado no filme, que as imagens podem ser usadas em universidades. Não é atoa que o longa foi inspirado e teve ajuda do físico teórico Kip Thorne.

2 – Aquilo não é uma simples onda

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Lembra da cena que uma “onda” se aproxima dos astronautas no planeta de Miller? Pois bem, a montanha de água do planeta é constante. Acontece que a atração gravitacional do buraco negro estica tanto o planeta que forma aquela abundância de água. Esse também é provavelmente o motivo do planeta ser tão raso e os astronautas conseguirem andar, afinal, boa parte da água é concentrada na “montanha”.

3 – Cada segundo, um dia

Ainda neste planeta, a trilha sonora traz um tique-taque constante, antes da montanha de água aparecer. O filme é tão genial que cada toque desse dura 1,25 segundo e representa um dia inteiro se passando na Terra. Afinal, caso você se não se lembre, cada hora neste planeta é equivalente a 7 anos na Terra.

4 – Usando o mínimo de computação gráfica

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O diretor foi tão afrissurado em fazer algo próximo da realidade, que são pouquíssimas cenas em fundo verde usando computação gráfica. A cena da tempestade foi feita colocando uma câmera no bico de um avião que realmente voou dentro de uma tempestade para fazer a cena ser o mais real possível.

5 – As tempestades de poeira na Terra também são “reais”

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O reais entre as aspas querem dizer que ao mesmo tempo que não foi criada em computador, a equipe de produção levou ventiladores gigantes que recriar realmente uma mini tempestade de poeira.

Viu só? Interestelar é a prova de como a ficção pode não ser tão ficção assim. Como diriam algumas pessoas: Interestelar, 3 horas de filme com gostinho de quero mais. Se você ainda não viu, não perca tempo.

Nordestino arretado, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.

1 hora aqui é 7 anos na Terra

Por Dylan Lu
Publicado no Humanities House

Interestelar é um filme épico de ficção científica de 2014 dirigido, coescrito e coproduzido por Christopher Nolan e fala sobre uma equipe de exploradores que viaja por um buraco de minhoca no espaço em uma tentativa de garantir a sobrevivência da humanidade. Apesar de possuir cenas magníficas e enredos fascinantes, Interestelar também enfatiza sua precisão científica. O diretor Nolan convidou o físico teórico da Caltech, Kip Thorne, como consultor científico para garantir a racionalidade do filme. Neste artigo, vamos ilustrar um conceito físico interessante por trás do filme: o efeito de dilatação do tempo.

1 hora aqui é 7 anos na Terra
O efeito de dilatação do tempo é o fenômeno em que dois objetos se movendo um em relação ao outro (ou mesmo apenas numa intensidade diferente do campo gravitacional um do outro) experimentam diferentes taxas de fluxo de tempo. O tempo pode mudar em um objeto que tenha velocidade relativa em relação aos observadores ou que esteja situado próximo a um buraco negro.

1 hora aqui é 7 anos na Terra
Por exemplo, o tempo para um relógio em movimento é mais lento do que para um relógio estático. Em 1970, dois cientistas, Joseph C. Hafele e Richard E. Keating voaram em aviões ao redor do mundo com relógios atômicos a bordo. Quando as viagens foram concluídas, os relógios foram comparados com os relógios de referência nos EUA. Verificou-se que os relógios dos aviões estavam 273 ± 7 nanossegundos atrasados em comparação com os relógios de referência dos EUA.

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O efeito de dilatação do tempo é incorporado em uma parte impressionante da trama do filme: para recuperar os dados de Miller, Cooper e Brand permanecem no planeta, que fica perto de um buraco negro (o Gargantua), por horas. No entanto, depois de retornar à nave Endurance, eles descobriram que 23 anos se passaram na Terra, e a filha de Cooper, Murphy, passou a ter a mesma idade de seu pai.

1 hora aqui é 7 anos na Terra
Esse fenômeno é causado pelo fato de que o tempo decorrido no planeta Miller é extremamente mais lento que o da Terra, devido à sua proximidade com o Gargantua: aproximadamente uma hora gasta no planeta é igual a sete anos na Terra!

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Por que o tempo decorrido em um objeto próximo ao buraco negro é diferente daquele para nós na Terra? Para melhor explicar esse fenômeno, é necessário primeiro fornecer uma definição de buraco negro: o buraco negro é uma região do espaço-tempo super compacta, tão compacta que dobra tanto o tempo no espaço que até a luz não consegue escapar dele. Além disso, gera um forte campo gravitacional, que é a região do espaço em torno dele, na qual outro corpo experimenta uma força de atração gravitacional.

1 hora aqui é 7 anos na Terra
O princípio básico [sobre a dilatação do tempo] é que, devido à curvatura do espaço-tempo em torno de um buraco negro, a quantidade de distância que um feixe de luz deve cobrir é maior perto de um buraco negro. No entanto, para que um observador nesse campo gravitacional continue a perceber a velocidade da luz como sendo 300.000 km/s, o tempo precisa diminuir para esse indivíduo em comparação com alguém fora desse campo gravitacional.

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Para completar, o ponto principal é que a velocidade da luz sempre é de cerca de 300.000 km/s em todas as circunstâncias. No entanto, perto do buraco negro onde o espaço-tempo é dobrado, é necessário um feixe de luz para percorrer uma distância maior do que no caso normal. Sabe-se que a distância é igual a velocidade vezes o tempo. Para manter a velocidade da luz constante, o tempo em si deve ser reduzido perto do buraco negro.

1 hora aqui é 7 anos na Terra
Décadas depois da missão no planeta Miller, Cooper acorda numa estação espacial da NASA, um cilindro de O’Neill que orbita Saturno e serve de base para a humanidade viajar pelo buraco de minhoca. Cooper que envelheceu apenas alguns anos, devido à relatividade temporal, reencontra Murphy, já mulher idosa, que havia liderado a espécie humana em seu êxodo.

1 hora aqui é 7 anos na Terra

Quanto tempo Cooper ficou no espaço?

Pós-NASA. Desanimado com sua carreira de astronauta, Gordon Cooper retirou-se da NASA e da Força Aérea – com a patente de coronel – em 31 de julho de 1970, ainda durante os voos do programa Apollo, acumulando 222 horas no espaço.

Quanto tempo se passa em Interestelar?

Ao voltarem para a Endurance, Cooper e Amelia descobrem que 23 anos se passaram. Na Terra, Murphy, agora adulta, trabalha como cientista da NASA ajudando Brand na equação que permitirá o lançamento de uma enorme estação espacial usando a gravidade.

Qual a lógica do filme Interestelar?

Uma viagem que demoraria um tempo enorme - que os astronautas não tinham - acabou por ser encurtada graças ao buraco de minhoca. No filme de Nolan, o buraco de minhoca foi uma solução encontrada pelos cientistas que precisavam de uma saída rápida para criarem uma alternativa ao planeta Terra.

Onde fica o planeta Miller?

O planeta Miller, que orbita o imenso buraco negro, como nota-se em Interstellar, possui uma característica um tanto quanto incomum se comparado a planetas do nosso sistema solar, sua localização é muito próxima ao buraco negro Gargântua, e mesmo assim possui uma órbita estável.