A fronteira que separa a.europa d.nordeste.da.africa mantem a.mesma abertura

Tendo em vista a dinâmica mundial dos movimentos migratórios na atualidade, qual das afirmações abaixo pode ser considerada correta?

  • As graves crises econômicas e políticas, que estão ocorrendo na África, têm feito com que as fronteiras de alguns países sejam palco de afluxo de milhares de refugiados, produzindo o que podemos chamar de “fronteiras em caos”.

  • A fronteira que separa a Europa do Noroeste da África mantém a mesma abertura da década de 50 e essa situação é de suma importância para o fluxo migratório em direção à Europa.

  • Na África, as migrações entre países pobres não encontram impedimentos por parte dos Estados, fato que provoca uma grande mobilidade da população em todo o território africano.

  • As migrações oriundas da região do Caribe, em direção à América do Norte, não conhecem nenhum tipo de obstáculo, fato que tem contribuído para o aumento dos fluxos migratórios.

  • As “fronteiras abertas” dos países da Europa Ocidental têm permitido o livre fluxo de imigrantes oriundos, principalmente, dos países do Caribe e da África que apresentam graves problemas econômicos.

Como podemos notar através do mapa acima, a Espanha integra a parte do continente europeu que se separa da África pelo Mar Mediterrâneo. No Estreito de Gibraltar, há um pequeno intervalo separando as duas regiões, ponto onde se localiza a cidade de Ceuta e, mais a leste, a cidade de Melilla. Essas duas cidades são de domínio da Espanha, que afirma possuir esses territórios antes mesmo da constituição de Marrocos, país onde tais cidades estão situadas.

A fronteira que separa a.europa d.nordeste.da.africa mantem a.mesma abertura

Mapa de maior escala com a localização de Ceuta e Melilla ¹

Desde a sua entrada na União Europeia, a Espanha passou a reforçar as suas fronteiras nessas duas localidades com o território marroquino para evitar ou ao menos conter a entrada de imigrantes advindos da África no espaço espanhol e, consequentemente, em toda a Europa. Com isso, foram construídos os muros de Ceuta e de Melilla para barrar integralmente a presença de marroquinos nas áreas fronteiriças.

Se observarmos a posição dessas cidades nos mapas acima, é possível perceber a sua localização estratégica tanto no que diz respeito aos seus acessos ao Mar Mediterrâneo quanto à sua proximidade com o continente europeu. Com isso, a Espanha, com o respaldo da União Europeia, faz questão de continuar com a posse dessas áreas, embora seus solos não sejam muito férteis, além de, economicamente, as cidades não serem, em tese, muito rentáveis.

As fronteiras entre Marrocos e Espanha são pequenas, consideradas umas das menores do mundo. Por isso, para os espanhóis, a construção dos muros de Ceuta e Melilla é considerada viável, além de ser entendida como fundamental para conter as tentativas frequentes de imigrações ilegais na região e de garantir a soberania desse território. Ambas as cidades são alcunhadas de “entrada dos fundos” da Europa para as imigrações ilegais.

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A fronteira que separa a.europa d.nordeste.da.africa mantem a.mesma abertura

Imagem do Muro de Ceuta ²

A fronteira que separa a.europa d.nordeste.da.africa mantem a.mesma abertura

Imagem do Muro de Melilla ³

Os muros construídos, no entanto, parecem não funcionar de maneira totalmente efetiva na contenção de imigrantes ilegais, que buscam a Europa com vistas a melhores oportunidades de renda e emprego. Em 2014, por exemplo, o centro de acolhida de imigrantes de Melilla apresentou um índice de lotação quase quatro vezes maior que a sua capacidade. Além disso, em fevereiro de 2014, 15 imigrantes morreram ao tentar entrar a nado na Espanha, saindo da cidade de Ceuta, fato que gerou duras críticas ao governo espanhol, uma vez que indícios apontaram que as forças militares do país atacaram as populações com balas de borracha durante o trajeto.

Por isso, o governo espanhol, novamente respaldado pela União Europeia, decidiu pelo reforço dos dois muros em Ceuta e Melilla, que somam aproximadamente 20 km de extensão, o que inclui a construção de um portão hidráulico em uma área de córrego em Ceuta.

O que se pode concluir com essa questão dos muros de Ceuta e Melilla – que se somam a outros muros, como o do México, o extinto Muro de Berlim e o Muro de Israel – é que tais barreiras não são somente uma demarcação territorial, mas uma divisão simbólica em termos da divisão entre o mundo desenvolvido e o subdesenvolvido, resumida na separação entre norte e sul que demarca a ordem mundial atual.

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¹ Créditos da imagem: Anarkangel / Wikimedia Commons

² Créditos da imagem: Xemenendura / Wikimedia Commons

³ Créditos da imagem: Ongayo / Wikimedia Commons


Por Me. Rodolfo Alves Pena

Porque a maior parte da migração do Norte da África se dirige para Europa?

Muitas vezes, movidas pela necessidade de escapar às dificuldades económicas, conflitos militares e políticos, e perseguições a minorias étnicas e religiosas, estas pessoas – neste contexto, designadas de refugiados1 pela Convenção de 1951 relativa ao Estatuto dos Refugiados – procuram, para além de uma vida estável, ...

Quais são as principais rotas de migração da Europa?

Exploração das principais rotas de imigração formadas para entrada na Europa..
Rota do Mediterrâneo Central..
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O que significa a migração pendular?

A migração pendular se refere aos deslocamentos diários dos indivíduos para realizar ações de sua vida cotidiana como: trabalhar, estudar, lazer entre outros.

Qual a relação do Mar Mediterrâneo com a migração europeia?

Fluxos migratórios na rota do Mediterrâneo Central. Os migrantes e requerentes de asilo utilizam a rota do Mediterrâneo Central para entrar irregularmente na UE. Empreendem viagens longas e perigosas desde o Norte de África para atravessar o mar Mediterrâneo e chegar à Europa.