A lepra e o mesmo que hanseníase

Antigamente, era conhecida como lepra. A hanseníase é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen.

A doença tem cura, mas o importante é tratá-la, para não haver sequelas.

• Forma de transmissão:

Por meio de convivência muito próxima e prolongada com o doente na fase em que há transmissão do, chamada multibacilar, e que o paciente ainda não se encontra em tratamento.

A transmissão é pelo contato com gotículas de saliva ou de secreções do nariz.

O período de incubação pode ficar entre seis meses a cinco anos.

• Tipos de hanseníase:

− Hanseníase paucibacilar

Estágio inicial da doença, com surgimento de poucas manchas pelo corpo e sem comprometimento neural ou até um nervo inflamado.

− Multibacilar

Manchas e placas, acima de cinco lesões, comprometimento de dois ou mais nervos.

Quando se está em uma fase mais avançada, há dificuldade de separar a pele normal da danificada.

• Sintomas:

Geralmente, a pessoa apresenta manchas mais claras, vermelhas ou mais escuras, que são pouco visíveis, com alteração da sensibilidade no local associado à perda de pelos e à ausência de transpiração.

Se o nervo da área for afetado, pode apresentar dormência, perda de tônus muscular e retração dos dedos e na fase mais crítica, caroços, inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelha, mãos, cotovelos e pés.

• Diagnóstico:

Geralmente é realizada avaliação clínica dermatoneurológica no paciente, por meio de testes de sensibilidade, palpação de nervos e avaliação da força motora.

Se for preciso, o paciente será encaminhado para a realização de baciloscopia, que corresponde à coleta da serosidade cutânea, colhida em orelhas, cotovelos e da lesão de pele, e ainda pode ser realizada biópsia da lesão ou de uma área suspeita.

• Tratamentos:

É gratuito e realizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Pode variar de seis meses nas formas paucibacilares a um ano nos multibacilares, podendo ser prorrogado ou feita a substituição da medicação em alguns casos.

Após a primeira dose da medicação, não há mais risco de transmissão.

Durante o tratamento, o paciente pode conviver com outras pessoas normalmente. 

• Prevenção:

Optar por hábitos saudáveis, como alimentação mais natural, praticar atividade física, evitar o álcool e o tabaco, e manter as condições de higiene. Essas ações dificultam o adoecimento pela hanseníase. 

Sempre priorize sua saúde! Mantenha-se informado e cuide-se!

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O que é hanseníase?

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, um tipo de bactéria transmissível de pessoa para pessoa. A hanseníase também conhecida como lepra, morfeia, mal de Hansen ou mal de Lázaro.

O mal de Hansen é uma das doenças mais antigas da humanidade, havendo descrições suas com mais de 3000 anos. O nome lepra sido evitado devido ao estigma de uma doença deformante, contagiosa e incurável que a doença carrega.

Felizmente, desde a segunda metade do século XX, com a introdução do coquetel de drogas para hanseníase, a imagem histórica da lepra não corresponde mais a realidade. Para se ter ideia da mudança na história natural da hanseníase, em 1985 ainda existiam 5,4 milhões de casos em todo mundo; 20 anos depois, o número de pessoas contaminadas já havia caído para pouco mais de 200 mil.

Atualmente, 90% dos casos de lepra estão restritos a 11 países. As 6 nações com mais casos registrados são: Brasil, Índia, Madagascar, Moçambique, Miamar e Nepal.

Transmissão

O modo exato de transmissão da hanseníase ainda não foi identificado. Atualmente acredita-se que seja pela via respiratória, semelhante ao que ocorre na tuberculose, que também é causada por uma micobactéria (leia: SINTOMAS DE TUBERCULOSE). As secreções respiratórias, principalmente nasais, carregam uma grande número de bactérias. A transmissão pode ser por tosse, espirro ou perdigotos da fala.

Acredita-se também que possa haver transmissão pela pele através das feridas, e por contato com alguns animais que também carregam a micobactéria, como o tatu, por exemplo.

É importante destacar que a hanseníase não é transmitida com tanta facilidade como infecções respiratórias comuns tipo gripes e resfriados (leia: DIFERENÇAS ENTRE GRIPE E RESFRIADO). É necessário contato íntimo e prolongado que só ocorre em pessoas que moram na mesma casa. Contato esporádico com pessoas contaminadas apresenta risco insignificante de contágio.

O tempo de incubação, ou seja, da contaminação até o surgimento dos sintomas, é em média de 2 a 5 anos. Portanto, uma doença de evolução extremamente lenta.

Outro fato importante de ser destacado é que mais de 90% da população é naturalmente resistente ao bacilo da lepra. Mesmo sendo contaminado, a imensa maioria das pessoas irá se curar sozinha sem necessidade de atendimento médico.

Portanto, a antiga prática de isolar compulsoriamente doentes com lepra e evitar seu contato com a população era apenas uma prática discriminatória causada pela ignorância.

Sintomas

A hanseníase se manifesta principalmente acometendo a pele e os nervos. A lesão típica é uma mancha hipopigmentada (mais clara que a pele) associada a perda de sensibilidade no local.

A hanseníase é classificada de acordo com a resposta do nosso organismo à presença do bacilo.

Hanseníase indeterminada: É aquela que apresenta uma lesão única e evolui para cura espontaneamente na maioria dos casos. São 90% dos casos.

Hanseníase paucibacilar ou tuberculoide: São os pacientes com 5 ou menos lesões de pele, onde não se consegue detectar a bactéria quando se retira amostras da lesões. São pacientes que apresentam resposta imune parcial ao bacilo. Não conseguem destruí-lo, mas também não o deixam se alastrar pelo corpo.

Hanseníase multibacilar ou lepromatosa: É a forma mais grave. Pacientes apresenta-se com 6 ou mais lesões de pele, com amostras positivas para o bacilo de Hansen. São doentes com sistema imune ineficaz contra a bactéria.

A lepra e o mesmo que hanseníase
Lesões da lepra

Nas formas indeterminadas e paucibacilar as lesões são hipopigmentadas ou avermelhadas com bordas levemente elevadas.

A forma multibacilar, como já explicado, ocorre naqueles pacientes que apresentam o sistema imune incapaz de controlar a proliferação do bacilo da lepra. Formam-se várias lesões avermelhadas, elevadas, e, em casos mais graves, em forma de nódulos que podem ser deformantes. É muito comum o acometimento do lobo das orelhas e do cotovelo.

Uma característica de todas as lesões da hanseníase é a perda da sensibilidade. No início a dormência é restrita a lesão, mas se não tratada pode destruir nervos levando a perda completa da sensibilidade e paralisia nos membros e face.

A falta de sensibilidade nos membros faz que o paciente perca a capacidade de sentir dor, o seu principal mecanismo de alerta para agressões. Com isso, é possível que ocorram mutilações, principalmente nas extremidades, por lesões repetidas que não são percebidas pelos doentes. O paciente não sente queimaduras, cortes nem traumas nos locais onde os nervos foram destruídos pela hanseníase.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito clinicamente e laboratorialmente. Um dos exames físicos que pode ser feito é testar a sensibilidade para temperatura com 2 tubos de vidro. Um com água fria e outro com água quente. A sensibilidade tátil pode ser testada com um fina mecha de algodão e a sensibilidade para para dor com a ponta de uma caneta esferográfica.

Amostras das lesões de pele podem demonstrar a presença do bacilo nas formas multibacilares. A ausência de bacilos nas lesões descarta a forma multibacilar, mas não a forma paucibacilar.

Tratamento

A hanseníase tem cura. As primeiras drogas efetivas surgiram na década de 1940. Desde então, o tratamento tem ficado cada vez mais eficaz.

O tratamento com o coquetel de drogas, chamado de poliquimioterapia (PQT) consiste no uso conjunto de Rifampicina, Dapsona e Clofazimina.

O esquema terapêutico varia de acordo com o tipo de hanseníase:

Hanseníase paucibacilar

Rifampicina 1 vez por mês + Dapsona 1 vez por dia por 6 meses.

São fornecidas 6 cartelas com os medicamentos. Uma vez por mês o paciente precisa se encaminhar ao posto de saúde para tomar a dose mensal da rifampicina e pelo menos uma da dapsona sob supervisão médica.

Hanseníase multibacilar

Rifampicina 1 vez por mês + Clofazimina 1 vez por dia + Dapsona 1 vez por dia por 12 meses.

São fornecidas 12 cartelas, e do mesmo modo, 1 vez por mês uma dose de rifampicina + Clofazimina + Dapsona é feita sob supervisão no posto de saúde.

A vacina BCG, a mesma usada para tuberculose, também parece oferecer proteção parcial contra a hanseníase. Por isso, indica-se a sua utilização em todos as pessoas que dividam o mesmo domicilio de um paciente portador da doença.

Acredita-se que após o início do tratamento o paciente contaminado já não seja mais capaz de transmitir a doença.

Um dos grandes problemas do tratamento da hanseníase é a alta taxa de reações as drogas, que pode ocorrer em até 25% dos casos.

A lepra e o mesmo que hanseníase

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

Qual a diferença de lepra e hanseníase?

Também conhecida como lepra ou mal de Lázaro, a hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, que afeta os nervos e a pele e é causada por um bacilo chamado Mycobacterium leprae.

Qual o nome da lepra atualmente?

A hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode afetar qualquer pessoa.

Porque a hanseníase também é conhecida como lepra?

A hanseníase também conhecida como lepra é uma doença tão antiga quanto a história da humanidade. Caracteriza-se por ser uma doença infectocontagiosa de evolução crônica, com via de transmissão predominantemente respiratória, sendo o seu agente etiológico o Mycobacterium leprae (M. leprae) (EIDT, 2004).

Quais são os 4 tipos de hanseníase?

A doença pode apresentar principalmente 4 formas clínicas: indeterminada, borderline ou dimorfa, tuberculoide e virchowiana. Em termos terapêuticos, somente 2 tipos são considerados: paucibacilar (com poucos bacilos) e multibacilar (com muitos bacilos).