Foto: Pixabay Show
A população do maior felino das Américas está caindo. A onça-pintada, um carnívoro que pode chegar a até 135 kg e 75 cm de altura, já é considerada oficialmente extinta nos Estados Unidos e está sob ameaça em outros países. No Brasil, a espécie é vulnerável, mas o status de avaliação muda conforme o bioma no qual ela vive. A situação é mais delicada na caatinga, onde o animal está criticamente ameaçado de extinção. Para ajudar na preservação do animal na caatinga, o governo federal criou em abril de 2018 o Parque Nacional do Boqueirão da Onça, com 347 mil hectares, e a área de proteção ambiental (APA), de 505 mil hectares. Leia tambémConhecida cientificamente como Panthera onca (sem cedilha), a onça-pintada é uma das prioridades da Red List (Lista Vermelha, em inglês), da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN). No Brasil, ela está presente em quase todos os biomas e está ameaçada em todos eles (veja quadro abaixo). Embora o número de onças-pintadas seja igualmente crítico na mata atlântica e na caatinga, a situação é pior no bioma do semiárido porque, ele mesmo, não é alvo de conservação. DEVASTAÇÃO No caso das onças, que são territorialistas, a preservação do ambiente está diretamente ligada à manutenção da espécie, que pode ocupar até 495 km2. Mas, segundo pesquisadores, 50% da área de vegetação nativa da caatinga já foi devastada. Além disso, a escassez da cobertura vegetal pode afetar as nascentes da região, tornando o acesso à água ainda mais difícil para a onça. A estimativa é de que existam menos de 250 indivíduos na região. “É uma espécie ecologicamente importante porque é topo da cadeia alimentar. A extinção desta espécie leva ao aumento de outras, que antes eram suas presas, e provoca o desequilíbrio ambiental”, diz Rogério Cunha, coordenador substituto do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), ligado ao Ministério do Meio Ambiente. Um exemplo, conta Cunha, foi o que aconteceu no Oeste de São Paulo. Um estudo de impacto ambiental sobre a construção de uma hidrelétrica mostrou que as onças-pintadas, que antes viviam na região, foram mortas por fazendeiros após atacar o gado. Com o sumiço das onças, aumentaram as capivaras, que antes eram suas presas. “As onças foram acompanhadas com coleiras de monitoramento. Com isso, vimos que as que foram para as áreas secas, após o alagamento, começaram a atacar o gado, porque as presas que ela comiam morreram afogadas no lago da hidrelétrica. Os fazendeiros passaram a matar as onças. A população de capivaras aumentou de forma assombrosa. Elas passaram a comer as plantações, aumentaram os casos de febre maculosa, que é transmitida pelo carrapato-estrela, que se hospeda na capivara. Foi um efeito cascata”, explica Cunha. A devastação ambiental e o avanço da agricultura são ameaças constantes para as onças em todos os biomas. Conforme a presença humana avança sobre as áreas nativas, a onça recua para se afastar do convívio. “Ela é muito sensível à presença humana. Precisa de grandes áreas nativas bem preservadas para sobreviver. É um animal solitário e territorialista que precisa do seu espaço”, diz Cláudia Bueno de Campos, bióloga e coordenadora do Programa Amigos da Onça, do Instituto para a Conservação dos Carnívoros Neotropicais – Pró-Carnívoros. CONFRONTO Na caatinga, a criação extensiva dos rebanhos de ovinos, caprinos e bovinos traz um novo agravante: o confronto com os humanos, que temem o ataque das onças aos animais. “São rebanhos criados soltos na caatinga, para se alimentar da própria mata nativa, principalmente na época de seca. E, como eles andam bastante, isso pode fazer com que os animais sejam perdidos pelos criadores, seja por doença, ataque de cobra, furto de outros criadores, ou até mesmo o ataque das onças. Mas, por causa da fama que os predadores naturalmente têm, a culpa de todas as perdas sempre sobra para elas”, diz. (G1) Temas relacionados:
Ver comentáriosA onça-pintada (Panthera onca) é uma espécie de felino de corpo robusto e musculoso encontrada em praticamente todos os biomas brasileiros, com exceção do Pampa.Esse mamífero carnívoro é considerado o maior felino das Américas e o maior animal carnívoro da América do Sul. Atualmente, tem sido ameaçado em virtude da caça e da destruição de seu habitat. Tópicos deste artigo
→ Características da onça-pintadaA onça-pintada, assim como leão, tigre, leopardo-das-neves e leopardo, é um animal do gênero Panthera. Esses animais apresentam uma marcante característica em comum: a capacidade de produzir um som bastante grave chamado esturro, que atua na comunicação. A onça-pintada destaca-se como o único representante do gênero Pantherano nosso continente. É um animal de grande porte e, por isso, é considerado o maior felino das Américas e o maior carnívoro da América do Sul. Segundo o Instituto da Onça-Pintada, seu peso varia entre 35 kg e 130 kg, e seu comprimento pode variar de 1,7 metro a 2,4 metros.
Uma das características mais marcantes desse animal é sua pelagem. A pelagem da onça varia de amarelo-claro a castanho e destaca-se pela presença de várias manchas em formato de roseta. Essas manchas apresentam tamanhos variados e funcionam como se fossem a impressão digital do animal, o que significa que as manchas tornam cada onça única. Pesquisadores podem, por exemplo, fotografar esses animais em uma área e conseguir diferenciá-los por meio da análise de suas manchas. Leia também: Tigre Existem outros animais que apresentam manchas semelhantes àquelas presentes na onça-pintada. É o caso, por exemplo, do leopardo e da jaguatirica. O leopardo é um animal presente na Ásia e na África. Já a jaguatirica é encontrada no continente americano e apresenta um tamanho bem menor que a onça-pintada, possuindo um peso que varia entre 11 kg e 16kg. A onça-pintada é um animal que apresenta, principalmente, hábitos crepusculares, porém é descrito, muitas vezes, como um animal de hábito noturno. Em alguns locais, no entanto, essa espécie é ativa tanto durante o dia quanto durante a noite, como é o caso das onças-pintadas encontradas na Mata Atlântica. → Habitat da onça-pintadaSegundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a onça-pintada apresenta como área de distribuição do “norte do México ao noroeste da América do Sul (Colômbia e Equador), leste do Peru e Bolívia (leste dos Andes), por todo Paraguai e Brasil e norte da Argentina”. Vale salientar que essa espécie vem diminuindo suas populações nessas áreas em virtude, principalmente, da ação humana, que destrói o habitat desse animal e realiza a caça predatória.
Nos países em que são encontradas, as onças-pintadas ficam em ambientes de florestas e em ambientes abertos. No Brasil, podemos observá-las, por exemplo, na Amazônia, na Mata Atlântica, no Pantanal e no Cerrado. Leia também: Mamíferos do Cerrado → Alimentação da onça-pintadaA onça-pintada é um animal carnívoro, ou seja, que se alimenta de outros animais. Geralmente, seus alimentos são animais silvestres, como veados, queixadas, catetos, tatus, veados e jacarés. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) É importante salientar ainda que as onças-pintadas podem alimentar-se de animais domésticos, entretanto, esse tipo de alimentação não é comum, ocorrendo, geralmente, como consequência da perda de habitat. O maior problema de alimentar-se de animais domésticos está no fato de que a onça é vista, por isso, como um perigo, tornando-se, então, vítima da caça predatória.
→Reprodução da onça-pintadaAs onças-pintadas vivem, geralmente, de maneira solitária, interagindo com indivíduo de outro sexo apenas no período de reprodução. Geralmente, a fêmea atinge a maturidade sexual entre 2 anos e 3 anos de idade, e o macho entre 3 anos e 4 anos. No período reprodutivo, os machos são atraídos pelo odor produzido pela fêmea e pela vocalização por elas produzida. Os machos e fêmeas interagem por alguns dias e copulam nesse período. Após a fecundação, inicia-se a gestação, que pode durar entre 90 dias e 110 dias. Normalmente, uma onça dá à luz um ou dois filhotes, podendo nascer até quatro. A mãe cuida de seus filhotes até que eles atinjam cerca de dois anos, período utilizado para garantir que conseguirão sobreviver sozinhos no meio. → Extinção da onça-pintadaNa Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), a onça-pintada está classificada, atualmente, como quase ameaçada. Essa classificação indica que, provavelmente, essa espécie, em um futuro próximo, estará em perigo. A classificação nessa categoria ocorre, principalmente, em virtude da destruição do habitat desse animal e da caça predatória, que tem reduzido de maneira significativa as populações de onças. Leia também: Tráfico de animais → Curiosidades sobre a onça-pintada
A onça-pintada é uma espécie bastante emblemática do nosso país e encanta por seu tamanho e por suas cores marcantes. Vamos conhecer a seguir algumas características curiosas que tornam a onça-pintada ainda mais interessante:
Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos Qual é o nicho ecológico das capivaras?É fácil encontrar esse roedor em regiões da América central e do sul. Nicho ecológico: as capivaras utilizam a água como estratégia para se defender dos predadores. Elas se alimentam de capim, ervas, entre outras vegetações encontradas nas margens de rios e lagos.
Qual é o nicho ecológico da onça?O nicho ecológico se refere ao papel que a espécie ocupa no meio em que vive. A onça pintada é uma espécie carnívora e alimenta-se, principalmente de capivara,veados,antas e outros mamíferos de pequeno porte.
Qual é a relação entre a onça e a capivara?Predatismo. Olá! ... Isso porque podemos evidenciar que a onça atua como predadora e a capivara por conseguinte, atua como presa em tal relação.
Qual o habitat e nicho ecológico da onça pintada?As onças-pintadas vivem geralmente em densas florestas. Estão espalhadas na América do Norte, Central e Sul. Em seus habitats naturais elas vivem cerca de 15 anos. Se criadas em cativeiro, a expectativa de vida pode aumentar aproximadamente 10 anos.
|