Como são definidas as taxas de mortalidade e natalidade de um país?

Segundo os dados divulgados pela ONU, em 2020, sobre a população e a taxa de natalidade dos 194 países do mundo, incluindo respectivos 8 territórios e regiões administrativas, o aumento estimado da população mundial atual de 7,76 bilhões, terá média, na presente década, da ordem de 75,0 milhões/ano.

A evolução projetada da população mundial, segundo os países e continentes é, sem dúvida, importante para conhecer e projetar as atividades necessárias ao atendimento de tais crescentes necessidades alimentares mundiais, em particular as da produção agropecuária.

A necessidade alimentar decorrente do aumento populacional dos diferentes países nos diversos continentes, constitui, pois, informação e conhecimento fundamental dos países produtores de alimentos, como o Brasil. Conhecer sua evolução, onde se localizarão, e qual o ritmo de crescimento é pilar básico para a produção e a logística necessárias a seu atendimento.

Na década de 70, o Brasil era forte dependente de importação de produtos alimentares e da importação de petróleo, cujo preço passou, de out/1973 até março/74, de US$3 pra US$12 por barril, ou seja, aumento de 400% neste primeiro choque.

Este choque sobre os preços do petróleo e a dependência alimentar da população brasileira de produtos importados, foram, segundo Ministro Alysson Paolinelli, as principais razões que embasaram a adoção dos programas e medidas de apoio e estímulo à produção agrícola nas terras do cerrado brasileiro. Neste contexto é que foi autorizada a criação da Embrapa pela Lei n. 5.851, de 7/12/72, sendo instituída nos termos do Decreto n. 72.020, de 28/3/73.

O envio de mais de 1,4 mil engenheiros agrônomos brasileiros para programas de cooperação com universidades dos países detentores das melhores tecnologias existentes no setor agrícola, à época, como Estados Unidos e Países Europeus, foram as bases para a ocupação agrícola dos cerrados. O desenvolvimento de tecnologias e práticas agrícolas adequadas às áreas semitropicais e tropicais foram e são os fundamentos da agricultura sustentável e produtiva desenvolvida no Brasil, que hoje lidera a produção de alimentos a partir desse sistema agrícola.

O presente trabalho visa trazer dados e informações dos 194 países do mundo e respectivos territórios sobre sua população, taxa de crescimento populacional anual e respectivo IDH – Índice de Desenvolvimento Humano (dados de 2019), além dos dados do PIB nominal de 2020, divulgados pelo FMI.

  1. População mundial.

Segundo os dados da ONU, os censos e estimativas oficiais dos países, de 2020, registravam população mundial de 7.741,8 milhões de habitantes, estando distribuída pelos 5 continentes segundo dados da Tabela 1 a seguir.

 Tabela 1.População – 2020Continentes População Partic. %Americano       1.019.407.443                 13,2Europeu           848.137.221                 11,0Africano       1.340.423.604                 17,3Asiático       4.492.096.282                 58,0Oceania              41.799.118                   0,5MUNDO       7.741.863.668               100,0

Os países do continente asiático totalizam 58% da população mundial, vindo a seguir os países do continente africano com 17,3%; em terceiro lugar, com 13,2%, as nações do continente americano e a seguir, com 11,0 %, as do continente europeu, ficando os países da Oceania com 0,5%.

Mais da metade da população mundial está localizada nos 46 países do continente asiático, sendo que somente dois países, China e Índia, reúnem 36% dos habitantes do planeta ou seja 2,79 bilhões. Ambos os países somam mais habitantes que a soma de todos os 76 países da América e da Europa. Ambos totalizam mais do que o dobro da atual população dos 55 países da África.

Outro aspecto, diz respeito à distribuição dos países segundo o tamanho de sua população, conforme Tabela 2 a seguir. Dos 202 países e territórios, 126 apresentam população inferior a 12,5 milhões de habitantes e 76 países acima. Países com mais de 100,0 milhões de habitantes somam 14. O Brasil, com população de 213,3 milhões, ocupava o sexto lugar.

Tabela 2. Distribuição dos países segundo a populaçãoMil Habitantes   DeAtéPaísesHabitantesPart. %                     2         12.500                   126       493.635.093                  6,36        12.501         25.000                      21       395.936.972                  5,10        25.001         50.000                      26       909.243.710               11,72        50.001         75.000                      10       592.796.900                  7,64        75.001      100.000                         5       439.015.700                  5,66     100.001      200.000                         7       892.909.000               11,51     200.001  1.000.000                         5   1.245.320.000               16,05 > de  1.000.000                         2   2.791.784.000               35,97                   202   7.760.641.375            100,00
  1. Crescimento populacional

Após a visão global sobre a população mundial de 2020, outra variável importante a ser conhecida é a atual taxa de natalidade registrada em cada país. A reunião dessas informações, por país, regiões e continentes indicará a potencial demanda alimentar futura, de países e regiões continentais segundo as respectivas taxas de natalidade.

Para tanto, serão apresentados os dados da população e taxa de natalidade em 2020 e o decorrente aumento dos habitantes nos diversos países. Tais informações, estimadas por país, estarão consolidadas segundo as regiões dos continentes onde se localiza o país.

Quanto à taxa de natalidade, é registrada a menor e a maior observadas em país do continente ou região; já a taxa média é aquela resultante da aplicação da taxa de cada país. Aplicando a taxa de natalidade dos países, o aumento da população em 2021 seria de 95.401.967 habitantes, resultando em taxa média anual mundial de natalidade de 1,228%, conforme exposto na Tabela 3.

Tabela 3. População e crescimento populacional Taxa de natalidade Aumento/anoParticipação % Continentes Países – nº Habitantes 2020menor maior média Habitantes Em 2020 No aumento América                   35      1.019.407.443–    0,290    2,470        1,150        11.725.200      13,136         12,290 Europa                   51           848.137.221–    0,900    1,770        0,131           1.110.765      10,929            1,164 África                   55      1.340.423.604     0,490    4,500        2,273        30.462.989      17,272         31,931Ásia46      4.510.873.989–    0,290    3,850        1,144        51.583.296      58,125         54,069Oceania15              41.799.118     0,290    2,380        1,243               519.717         0,539            0,545MUNDO – 2020                202      7.760.641.375–    0,900    4,500       1,228        95.401.967        100,0           100,0

Observa-se a ocorrência de taxas negativas de natalidade em 19 países da Europa, cujos habitantes somam 45,9% da população europeia; as reduções de população nesses 19 países somam 1,8 milhões de habitantes/ano. Já na América, apenas um país tem taxa negativa (Dominica, população de 71.986 habitantes) e na Ásia dois países: Japão, com 126.476,4 mil habitantes e taxa de -0,02%/ano; e Kuwait com população de 4.270.571 habitantes e taxa de -0,29%/ano.

O maior crescimento da população é observado nos países da África que apresentam taxa média de natalidade de 2,273%, vindo a seguir a Oceania com 1,243%, a América com 1,15%, a seguir a Ásia com 1,144 % e, ao final, a Europa com crescimento populacional de 0,131%/ano.

Como se pode concluir, nas próximas décadas as taxas de natalidade levarão a aumento significativo da população no continente africano e acentuada queda na população do continente europeu.

Assim, considerando a população de 2020 e o crescimento decorrente das taxas médias de natalidade dos respectivos continentes, até 2030 haverá aumento de 1,026 bilhões de habitantes no mundo ou seja de 13,161%, elevando a população mundial para 8,782 bilhões de habitantes, segundo a composição da Tabela 4 a seguir.

Tabela 4. Evolução da população mundial até 2030.

Em 2020Em 2030 ContinentestaxaPopulaçãoPart.%Aum. NºPopulaçãoPart.% América           1,150      1.019.407.443  13,136        123.488.448     1.142.895.891      13,014 Europa           0,131           848.137.221  10,929           11.176.324         859.313.545         9,785 África           2,273      1.340.423.604  17,272        337.808.485     1.678.232.089      19,110Ásia           1,144      4.510.873.989  58,125        543.436.817     5.054.310.806      57,553Oceania           1,243              41.799.118     0,539              5.496.094            47.295.212         0,539Mundo           1,228      7.760.641.375     100,0   1.021.406.168     8.782.047.543      100,00

Aborda-se a seguir a composição populacional e as respectivas informações sobre taxas de natalidade e aumento anual de habitantes de cada um dos continentes, estando tais informações distribuídas segundo os países que compõem cada uma das regiões continentais.

Segundo a classificação utilizada pela ONU os países da Europa se distribuem por quatro macrorregiões definidas a partir de critérios de proximidade territorial, cultura e classificação econômica: Mediterrânea/Meridional; Central/Ocidental; Leste/Oriental; Nórdica/Setentrional. Os países, incluindo também o Vaticano, totalizam 51.

Tabela 5. Europa Taxa de natalidade Aumento/anoAumento Partic. % Regiões Países – nº Populaçãomenor maior média Habitantes Mundo EuropaMediterrânea18           153.126.681–    0,270    1,060          0,348             533.401               0,6         48,021Central/Ocidental12           289.300.203–    0,290    1,770          0,255             739.006               0,8         66,531Oriental16           378.515.666–    0,900    1,260–         0,072–            271.799–              0,3–        24,469Nórdica5              27.194.671     0,210    0,840          0,405             110.157               0,1            9,917 Europa51           848.137.221–    0,900    1,770          0,131         1.110.765         1,164           100,0

 

Dos 18 países da região Mediterrânea, cuja taxa média de natalidade é de 0,348, apenas 3 países – Croácia, Kosovo e Montenegro -, que representam 4,28% da população da região mediterrânea, apresentam taxa negativa de natalidade. Os 5 com maior população – Itália, Espanha, Grécia, Portugal e Sérvia –  representam 88 % da população da região mediterrânea, com taxa de natalidade variando de 0,13 a 0,77. A maior taxa de natalidade desta região, de 1,06, é de Chipre, cuja população soma 900,0 mil habitantes, sendo que os maiores aumentos da população ocorrem na Espanha, Itália, Portugal, Grécia e Albânia.

Dentre os 12 países da região Central ou Ocidental da Europa, com taxa de natalidade média de 0,255, 3 países apresentam taxas de natalidade negativa, e reúnem 36% da população da região – Alemanha, Hungria e Tchecoslováquia. A taxa positiva de outros 6 países varia até 0,49, enquanto outros 3 países apresentam taxa de natalidade superior a 0,49, a saber – Irlanda, Liechtenstein e Luxemburgo – cujos habitantes somam 5,5 milhões, 1,9% da região.

Já na região Oriental ou Leste, formada por 16 países que somam 378,5 milhões de habitantes, ou seja 44,6% da população da Europa, a taxa média de natalidade é de -0,072, portanto negativa. Apenas 3 países desta região apresentam taxa de natalidade positiva: Azerbaijão, Eslováquia e Turquia que, juntos, somam 99,9 milhões de habitantes equivalente a 26,4% daquela da região. Os outros 13 países, com 278,57 milhões de habitantes, equivalente a 44,6% da população do Continente Europeu, tem taxa de natalidade negativa. A redução anual de habitantes nestes 13 países soma a 1,4 milhões, ocorrendo as maiores reduções na Rússia e Ucrânia, equivalente a – 1,076.644 habitantes/ano, sendo que sua população somava 189,6 milhões em 2020, ou seja, 50,1% dos habitantes desta região e 22% da população do continente europeu.

Quanto aos 5 países da região Nórdica, são os de menor quantidade populacional, 27,1 milhões de habitantes, equivalente a 3,2% do continente europeu. A taxa média de natalidade desta região, de 0,405 é a maior do continente, variando de 0,21 a 0,84.

2.2 América

Os 35 países que compõem o Continente Americano estão distribuídos em três regiões: a América do Norte, com 3 países e uma população de 498,1 milhões, equivalendo a 48,9% do continente; a América Central com 20 países e 89,99 milhões de habitantes, ou seja, 8,3% da população da América; e a América do Sul com 12 países em que habitam 431,2 milhões de habitantes, correspondente a 42,3% da população do Continente. A taxa de natalidade média na América é de 1,150, sendo de 1,004 na América do Norte, de 1,487 na América Central e de 1,15 na América do Sul, conforme Tabela 6.

Tabela 6. América Taxa de natalidade Aumento/anoParticipação % Regiões Países – nº Populaçãomenor maior média Habitantes Mundo América América do Norte                      3           498.124.188     0,900    1,120       1,004           4.998.784               5,3                     42,6 América Central                   20              89.995.979–    0,290    2,470       1,487           1.337.978               1,4                     11,4América do Sul12           431.287.276     0,560    2,410       1,150           5.388.438               5,7                     46,0 América                   35      1.019.407.443–    0,290    2,4701,150        11.725.200            12,3                 100,0

Do aumento anual de 11,7 milhões de habitantes da América, 42,6% ocorre nos 3 países da América do Norte, à razão de 4,998 milhões de habitantes a mais por ano, sendo que 2/3 desse crescimento populacional se dá nos Estados Unidos. A taxa de natalidade nestes 3 países varia de 0,90 no Canadá a 1,12 no México, e 0,97 nos Estados Unidos, gerando taxa média anual de 1,12.

Nos países da América Central, cuja população soma 89,99 milhões de habitantes, ou seja 8,8% da população do Continente, a taxa de natalidade média é de 1,487, figurando um país com taxa de natalidade negativa, a Dominica, mas cuja população é de apenas 71.986 habitantes. Já a maior taxa de natalidade é a de Honduras com 2,47, seguida de Belize com 2,08 e Honduras com 1,95. Com a taxa média de natalidade na América Central de 1,487 superior à das outras regiões, o crescimento anual da população é de 1,33 milhões de habitantes.

A América do Sul, onde a menor taxa de natalidade de 0,29 é no Uruguai e a maior de 2,41 ocorre na Guiana, registra taxa média de natalidade de 1,15 decorrente de aumento de 5,38 milhões de habitantes/ano, ou seja 46% do aumento populacional do Continente. O Brasil, com taxa de natalidade anual de 1,26 gera crescimento de 2,68 milhões/ano de habitantes, equivalendo a 49,9% do aumento anual da América do Sul e 22,9% do aumento anual de todo o Continente Americano.

2.3 Oceania

Na Oceania localizam-se 15 países com população de 41,8 milhões de habitantes, 0,54% da população mundial. Apenas 3 países têm mais de 1,0 milhão de habitantes – Austrália, Papua Nova Guiné e Fiji –, que totalizam 93,9% dos 41,7 milhões de habitantes.

As taxas de natalidade são positivas em todos os países, conforme dados da Tabela 7, havendo aumento populacional anual de 519,7 mil ou seja de 0,5% do crescimento mundial.

Tabela 7. Oceania Taxa de natalidade Aumento/anoParticipação % Regiões Países – nº Populaçãomenor maior média Habitantes Mundo OceaniaOceania15              41.799.118     0,290    2,380       1,243               519.717               0,5                  100,0

 

2.4 Ásia

Os 46 países que integram o Continente Asiático, tem seus dados populacionais e de natalidade reunidos, conforme Tabela 8, em 5 macrorregiões. Além dos países do Continente Asiático ocuparem a maior área terrestre, de 43,81 milhões de Km², neles habita 58,02% da população do planeta e nestes países ocorre também crescimento populacional anual de 51,5 milhões de habitantes, mais da metade, 54,24%, do crescimento populacional.

Apenas 2 desses países apresentam taxa de natalidade negativa: Japão, na região Oriental e Kuwait da região Ocidental, somando 130,7 milhões de habitantes, ou 2,9% do Continente, com redução de -37,6 mil habitantes, decorrente da taxa de natalidade de – 0,029/ano nestes 2 países.

Tabela 8. Ásia Taxa de natalidade Aumento/anoParticipação % Regiões Países – nº Populaçãomenor maior média Habitantes Mundo ÁsiaSudeste11           668.619.840     0,660    3,500       1,279           8.550.715               9,0                     16,6Central5              74.339.950     0,710    1,510       1,225               910.675               1,0                        1,8Meridional7      1.817.448.317     0,470    1,970       1,522        27.657.981            29,1                     53,6Oriental8      1.650.545.843–    0,020    1,000       0,511           8.438.658               8,9                     16,4Ocidental15           299.920.039–    0,290    3,850       2,009           6.025.267               6,3                     11,7Ásia46      4.510.873.989–    0,290    3,850       1,144        51.583.296            54,2                 100,0

 

Dentre os países da região Sudeste, 3 concentram 480,4 milhões de habitantes, ou 71,86% da população da região, apresentando os mesmos – Indonésia, Filipinas e Vietnã – taxa de natalidade superior a 1,16. Em relação ao crescimento populacional, estes 3 países respondem por 6,5 milhões equivalente a 76,48% do aumento anual regional. A taxa média de natalidade nesta região é de 1,279, gerando aumento anual de 8,5 milhões de habitantes, atrás apenas da região Meridional, equivalendo a 16,6% do acréscimo da Ásia e 8,96% do crescimento populacional do mundo.

Os cinco países situados na Ásia Central, tem população de 74,3 milhões ou 1,65% dos países asiáticos, com taxa média de 1,225, gerando acréscimo de 910,6 mil habitantes/ano. Estes países estão situados no meio das divisas: mar Cáspio no Oeste, Rússia ao Norte, China ao Leste e ao Sul, Afeganistão.

Já a região Meridional tem o maior número de habitantes de todas as regiões continentais, com população equivalente a 23,4% dos habitantes do mundo, apresentando os 7 países taxa média de natalidade de 1,522, e respondendo por 29% do crescimento populacional mundial. À exceção da Sri Lanka, com taxa de 0,47, os demais 6 países da região têm taxas de natalidade superior a 1,46, que é a taxa de natalidade da Índia, o segundo país em população do mundo e o mais populoso da região; sua população em 2020 foi de 1,38 bilhões de habitantes, ou 17,8% da mundial, e lidera o crescimento mundial de população com 20,1 milhões de habitantes/ano, equivalente a 21,1% do acréscimo anual mundial. Dois outros países da região – Paquistão e Bangladesh – se seguem, reunindo 385,5 milhões de habitantes, 21,2% da região, e acréscimo anual de 6,8 milhões de habitantes ou 25% do acréscimo observado nesta região.

A segunda região da Ásia com maior população é a Oriental, equivalendo a 21,3% dos habitantes do planeta; apresenta, porém, taxa média de natalidade de 0,511, ou, apenas 1/3 da taxa da região Meridional, respondendo por acréscimo anual de 8,4 milhões de habitantes, equivalente a 8,8% do acréscimo mundial, sendo assim a terceira região mundial de maior crescimento da população. A China é, hoje, ainda o país com a maior população do mundo, com 1,41 bilhões, isto é 18,2% da mundial; mas, sua taxa de natalidade é de 0,58, gerando anualmente 8,1 milhões de habitantes, ou 15,9% do acréscimo mundial. O segundo em população na região Oriental é o Japão, mas com taxa de natalidade negativa de – 0,02, ou seja, – 25 mil habitantes/ano a menos.

Em 2020, os dois países mais populosos do mundo – China na região Oriental da Ásia e Índia na região Meridional – reuniam população de 2.791.784.385 habitantes, ou 36% da mundial. Já a taxa de natalidade da Índia, de 1,46, importa em aumento anual de 20,1 milhões de pessoas, acréscimo anual de 11,96 milhões a mais de habitantes que o aumento da população da China. Desta forma, segundo esses índices de natalidade, já no ano de 2023 a Índia deverá ter população de 1.441,3 milhões contra 1.436,4 milhões da China, passando a ser o país com maior população do mundo.

A região Ocidental asiática formada por 15 países apresenta a quarta maior taxa de natalidade das regiões do mundo, sendo superada apenas pela taxa de 3 regiões da África. Embora com população de 299,9 milhões, ou seja 6,6% da população da Ásia, o acréscimo de 6,0 milhões de habitantes/ ano representa 11,7% do aumento populacional na Ásia. Os países da região Ocidental com taxas de natalidade superiores a 1,5/ano, estão se distribuem segundo sua taxa de natalidade: Afeganistão e Jordânia com taxa superior a 3,0/ano; Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Iêmen e Catar, taxa acima de 2,0/ano; e Bahrein, Iraque, Israel e Omã com taxa acima de 1,5/ano. Somada, a população desses 10 países equivale em 2020 a 60,8% da região Ocidental; devido à sua maior taxa de natalidade, porém, o seu aumento populacional equivale a 80,2% do aumento desta região. Importante registrar que, embora esteja incluída a população em 2020 da Palestina e Síria, por ausência de dados sobre a taxa de natalidade, o aumento populacional destes 2 países não está incluído.

Em 2020, os países do Continente Asiático reuniam 58,1% da população mundial e 54,1% do aumento populacional mundial. Os países com maior taxa de natalidade são aqueles situados na região Ocidental, com taxa média de 2,009, seguindo-se a região Meridional com taxa média de 1,522 e, após, a região Sudeste com taxa de 1,279. Somente estas 3 regiões asiáticas, respondem por acréscimo anual populacional de 42,2 milhões de habitantes, ou seja, respondem por 81,9% do aumento no continente asiático e nada menos d 44,3% do crescimento anual da população do mundo.

2.5      África.

O continente africano, com área de 30.370.000 Km², hoje ocupado por 55 países, distribuídos por 5 regiões, e tem a segunda maior população do planeta, 1,34 bilhões de habitantes, equivalente a 17,3% da mundial.

Tabela 8. África Taxa de natalidade Aumento/anoParticipação % Regiões Países – nº Populaçãomenor maior média Habitantes Mundo ÁfricaSetentrional7           246.232.518     1,080    2,220       1,682        4.142.622               4,4                     13,6Meridional10           152.005.502     0,550    2,570       1,332        2.024.312               2,1                        6,6Central7           177.972.991     1,480    3,220       2,831        5.039.299               5,3                     16,5Ocidental18           404.476.981     1,610    4,500       2,431        9.834.324            10,3                     32,3Oriental13           359.735.612     0,490    3,900       2,619        9.422.431               9,9                     30,9 África55      1.340.423.604     0,490    4,500       2,273     30.462.989            32,0                 100,0

 

Em relação à taxa de natalidade, no continente não há registro de país com taxa negativa e os países apresentam as maiores taxas, formando taxa média de 2,273/ano, que é 97% superior à do continente americano, que é de 1,15, e 98,7% maior da taxa de 1,144 do continente asiático. Em relação ao continente europeu, o crescimento anual da população na África é 17 vezes superior.

Na região Setentrional localizam-se 7 países, 5 dos quais margeiam o Mar Mediterrâneo; o país Saara Ocidental, margeia o Atlântico abaixo de Gibraltar, e o Sudão margeia o Mar Vermelho, tendo o Egito como limite setentrional. Da população de 246,2 milhões, igual a 18,4% da do continente, 41,6% se localiza no Egito com 102,3 milhões de habitantes; Argélia e Sudão registram cada um população de 43,8 milhões, seguindo-se em tamanho populacional o Marrocos com 36,9 milhões. Já em relação à taxa de natalidade, a menor é da Tunísia com 1,08, seguida daquela do Marrocos com 1,2. A maior taxa de natalidade, de 2,22 é a do Sudão seguida da Líbia com 1,97 e do Egito com 1,76. Com a taxa média de natalidade em 1,682 o aumento anual na região é de 4,1 milhões de habitantes.

Já na região Meridional situam-se 10 países, com população de 152,0 milhões de habitantes, que registram taxa média de natalidade de 1,332, levando a acréscimo na população de 2,0 milhões de habitantes/ano. É a região com a menor taxa média de natalidade, embora superior à média mundial de 1,229. A África do Sul é o mais populoso com 59,3 milhões, seguindo-se Moçambique com 31,2 milhões, Malawi com 19,1 milhões e Zâmbia com 18,3 milhões. Em relação à taxa de natalidade, os países com taxa superior à média regional de 1,332, são: Malawi com 2,57 e Comores com 2,46, seguindo-se Moçambique com 1,95 e Zâmbia com 1,91.

Na região Central localizam-se 7 países com população de 177,9 milhões de habitantes, ou seja de 13,3% daquela do continente. Os países com maior população são a República Democrática do Congo com 89,5 milhões, seguindo-se Angola com 32,8 milhões e Camarões com 26,5 milhões. No tocante à natalidade, a região Central da África apresenta a maior média de todas as regiões no mundo, de 2,831/ano. Esta taxa assim se compõe: Gabão e República Centro Africana com taxas de 1,48 e 1,83; Camarões e Congo, com taxas de 2,0 e de 2,11 respectivamente; Angola com 2,78 e Chade com 2,88, ficando a maior taxa de 3,22 com o país mais populoso desta região, a República Democrática do Congo. Quanto à região Ocidental, onde se situam 18 países, com 30,2% (404,4 milhões) da população do continente africano, cabe destacar que é a região mais próxima do Brasil e que apresenta uma taxa média de natalidade igual a 2,431/ano ou seja 93% superior à do Brasil e mais do que o dobro da taxa de natalidade do continente americano. A propósito, nesta região se localiza o país mais populoso do continente africano, a Nigéria, hoje com 206,1 milhões e taxa de natalidade de 2,27 gerando aumento anual de 4,67 milhões de habitantes. Quanto à taxa de natalidade, a menor taxa é de 1,61 em São Tomé e Príncipe sendo a maior a da Libéria com 4,50. Os países Níger, Mali e Benim tem taxa de natalidade superior a 3,0; 5 países com taxas maiores que 2,5; 6 com taxa superior a 2,0 e 3 países cuja taxa supera 1,61/ano. Desta forma, os países da região Ocidental respondem por aumento de 9,8 milhões/ano de habitantes, ou 32,3% do acréscimo do continente e 10,3% do aumento populacional anual mundial.

Na região Oriental estão situados 13 países com população de 359,7 milhões de habitantes, equivalente a 26,8% do continente africano e com taxa de natalidade média de 2,619/ano, a segunda maior das regiões da África e do mundo. Em relação à população atual, Etiópia conta com 114,9 milhões, seguida de Tanzânia com 59,7 milhões e Quênia com 53,7 milhões, além de Uganda com 45,7 milhões. Quanto às taxas de natalidade, Ilhas Seichelles, com população de 98,3 mil habitantes, têm a menor taxa de 0,49, vindo a seguir Djibouti com taxa de 1,74; outros 6 países, incluídos os mais populosos da região, tem taxa de 2,47 a 2,92, e 3 países com as maiores taxas, a saber, Eritréia e Uganda com 3,24 e Burundi com 3,90. Desta forma, o aumento populacional anual dos países nesta região alcança a 9,4 milhões, ou 30,9% do registrado no Continente e 9,88% do aumento da população no mundo.

  1. Agricultura e projeções de necessidades alimentares.

A demanda futura de produtos agrícolas para alimentação humana está diretamente ligada à população, às mudanças demográficas, à evolução e distribuição da renda, bem como aos preços. Outros fatores a serem considerados são os padrões alimentares, e, em especial, a urbanização e a participação das mulheres no trabalho.

Quanto aos produtos agrícolas não utilizados diretamente na alimentação humana, dois eixos importantes a considerar: o primeiro, a demanda desses produtos para a criação de animais – bovinos, frangos, suínos e peixes, bem como sua utilização para geração de combustíveis, como etanol e biodiesel; e o segundo, a estrutura, a eficiência e sustentabilidade do sistema produtivo.

Na corrente década de 2020/30 segundo as projeções da OECD/FAO (2021), “OECD-FAO Agricultural Outlook”, não haverá modificações significativas na composição das alimentações, tanto na humana, em que continuam a ser os produtos mais utilizados: trigo, arroz, legumes, raízes e tubérculos, lácteos, carnes, óleos vegetais e açúcar; como na alimentação dos animais e peixes destinados ao consumo humano, para o que continuam a ser mais bases: milho, soja, sorgo e milheto.

O crescimento da demanda mundial dos cereais estima-se, para a década, será à taxa de 1,2 %/ano, abaixo do crescimento de 2,2%/ano ocorrido na década 2010/20. A projetada redução da taxa de consumo de cereais deve-se à queda na taxa de aumento da demanda chinesa que passa de 2,7%/ano na década 2010/20 para 0,8% a.a., além da demanda de outros países emergentes e da estimada redução na demanda por biocombustíveis uma vez que seu crescimento foi muito forte na década 2010/20 (OECD-FAO Agricultural Outlook, pg. 30).

Segundo a OECD/FAO, o crescimento populacional continuará a ser o fator determinante para a demanda da corrente década 2020/30, e o volume adicional de demanda se originará nas regiões com maiores taxas de crescimento populacional do Continente Africano e Asiático, à exceção dos lácteos cuja maior demanda ocorrerá na Índia.

E o relatório OECD-FAO acrescenta: a taxa de crescimento da demanda alimentar mundial está estimada em 1,3%/ano segundo as taxas de crescimento populacional e de renda per capita. Mas, saliente que este acréscimo de demanda se originará principalmente nos países de baixa e média renda. Estima ainda que dois terços (2/3) desta demanda adicional por cereais, legumes, raízes e tubérculos se originará das regiões da África e da Ásia com maiores taxas de crescimento populacional.

O aumento na demanda alimentar mundial decorre também do crescimento da renda per capita nestes países, projetada à taxa de 5,3%/ano na China, de 5,8%/ano na Índia e de 4,1% ano nos países do Sudeste Asiático. Assim, para 2020/30, o cenário é que a China representará 43% da demanda mundial por cereais e de 33% das carnes incluído peixes. Adicionalmente, o crescimento da renda per capita da Índia será responsável por 50% da demanda adicional dos lácteos e dos óleos vegetais.


Fontes:

Países segundo índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – Relatório do PNUD da ONU, com base em dados de 2019 e publicado em 15/12/2020.

Lista de países por PIB nominal – FMI (2020).

Agricultural and food markets: Trends and prospects – OECD-FAO, Agricultural Outlook 2021-2030.


Eloy Corazza, entrou em julho/1970 como AFTF no Ministério da Fazenda, primeiro Coordenador de Cursos da ESAF (1976-79); Diretor Geral de Pessoal, Secretário de Controle Interno do Min dos Transportes, Secretário de Normas da STN – Secretaria do Tesouro Nacional, Secretário Geral-Adjunto de Administração do MF, Secretário de Recursos Humanos do Poder Executivo, Secretário Executivo do Min. de Transportes e Comunicações (1992); Secretário de Controle Interno do Ministério do Planejamento e, após aposentado, Diretor Financeiro da Rede Sarah de Hospitais e Presidente do Sarahprev; além de Secretário Geral do Conselho de Arquitetura (CAU) e Diretor Financeiro da CODHAB/DF. Formado em Economia, Filosofia e Pedagogia. Professor de Economia, da Faculdade Católica/Bsb e da Unisinos, no período de 1972 a 1985.


“Os conteúdos dos textos publicados, artigos e notas, além dos comentários do público, são de responsabilidade exclusiva de seus autores e signatários, não envolvendo ou refletindo posicionamentos ou opiniões do CORECON-DF.”

Como são definidas as taxas de mortalidade é de natalidade de um país?

Taxa de natalidade (TN): indica a número de nascimentos por mil habitantes no período de um ano. Taxa de mortalidade (TM): corresponde ao número de óbitos anuais por mil habitantes.

Como são calculadas as taxas de natalidade e mortalidade de uma população?

O cálculo é realizado com base na relação entre o número de óbitos antes do primeiro ano de vida e o número de nascimentos a cada mil crianças nascidas vivas. O resultado é expresso em porcentagem.

O que é a taxa de natalidade e mortalidade?

Os estudos sobre mortalidade analisam a relação entre a ocorrência de óbitos e o tamanho da população, levando em consideração ou não, outras características da população. Natalidade é estudo que relaciona a ocorrência de crianças nascidas vivas com a população total.

Como é calculada a taxa de mortalidade?

O coeficiente geral de mortalidade, ou taxa de mortalidade geral, refere-se a toda população e não ao total de óbitos. É calculado dividindo-se o total de óbitos, em determinado período, pela população calculada para a metade do período.