Da onde é a vacina astrazeneca

03/03/2022 08:33

Cristine Rochol/PMPA

Da onde é a vacina astrazeneca

Vacina de Oxford/AstraZeneca pode ser utilizada na dose de reforço

A partir desta quinta-feira, 3, as unidades de saúde podem utilizar o imunizante de Oxford/AstraZeneca na aplicação da dose de reforço (terceira e quarta dose) na população. 

A medida leva em conta o baixo estoque do imunizante da Pfizer no município e a orientação do Ministério da Saúde, que permite a aplicação da dose de reforço com vacinas de qualquer laboratório: Butantan/Sinovac, AstraZeneca/Fiocruz ou Pfizer/Comirnaty. Na última sexta-feira, 25, a capital recebeu 28.930 doses de AstraZeneca.

A aplicação da dose de reforço continuará disponível nas mesmas 33 unidades de saúde que já vinham realizando a aplicação, além do Shopping João Pessoa (confira os locais aqui). “A transição irá ocorrer gradualmente, conforme forem acabando as doses de Pfizer destinadas a terceira e quarta doses nos pontos de imunização”, explica a diretora da Atenção Primária à Saúde, Caroline Schirmer.

Caroline esclarece que a vacina da Pfizer está garantida para a segunda dose de adultos e adolescentes vacinados com a primeira dose do imunizante e para situações de contraindicação de uso da vacina de Oxford: gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto), pacientes que sofreram trombose venosa e/ou arterial importante em combinação com trombocitopenia após vacinação com qualquer vacina para a COVID-19 e pessoas com histórico de síndrome de extravasamento capilar. “Nestes casos, será mantido o uso do imunizante da Pfizer”, afirma Caroline.

Podem receber a dose de reforço todas as pessoas acima de 18 anos vacinadas com a segunda dose há pelo menos quatro meses, e imunocomprometidos com a segunda dose há 28 dias. Já a quarta dose está disponível para pessoas imunocomprometidas acima de 18 anos com a terceira dose aplicada há pelo menos quatro meses.

Para receber a terceira ou quarta dose, é necessário apresentar documento de identidade com CPF e carteira de vacinação. Imunocomprometidos devem apresentar também comprovante da condição de saúde, por meio de atestado médico, nota de alta hospitalar ou receita de medicação.

Luize Baini

Andrea Brasil

Abstract

Este documento de referência foi preparado pelo Grupo de Trabalho sobre Vacinas contra COVID-19 do Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (SAGE) para orientar as discussões do SAGE em sua reunião extraordinária de 8 de fevereiro de 2021, que resultou na publicação do documento da OMS de 10 de fevereiro de 2021 Recomendações provisórias para o uso da vacina AZD1222 [ChAdOx1-S (recombinante)] contra COVID-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca. Os dois documentos estão disponíveis na página sobre COVID-19 do SAGE: https://www.who.int/groups/strategic-advisory-group-of-experts-on-immunization/covid-19-materials. Têm sido usados vetores de adenovírus deficientes na replicação contendo um transgene específico do patógeno como novas vacinas devido à sua capacidade de induzir respostas humorais e celulares fortes. No entanto, a imunidade preexistente pode reduzir a imunogenicidade dos vetores derivados de vírus humanos, de modo que pode ser preferível o uso de adenovírus de símios. A vacina contra a COVID-19 da AstraZeneca, também conhecida como AZD1222 ou ChAdOx1-S (recombinante), foi desenvolvida pela Universidade de Oxford, Reino Unido, e pela AstraZeneca, sendo uma vacina de vetor de adenovírus de chimpanzé deficiente para replicação que expressa a sequência completa do gene da glicoproteína da espícula do SARS CoV-2.

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Subject

Os efeitos colaterais da vacina da AstraZeneca passaram a ser relatados com mais frequência. Por quê?

Dor no corpo e no local da aplicação, calafrios, febre, náuseas, cansaço. Esses são alguns dos efeitos colaterais relatados por pessoas que tomaram a vacina contra a covid-19 da fabricante AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Veja também: Artigo do dr. Drauzio sobre a proteção das vacinas

Mas se a vacina já vem sendo aplicada no Brasil desde janeiro de 2021, por que temos a impressão de que só agora o imunizante tem causado efeitos colaterais? Essas reações são prejudiciais à saúde?

Mais jovens

Em pessoas mais jovens, é mais comum que ocorram reações após a vacinação porque a resposta imunológica provocada pelos imunizantes é mais robusta nessa população.

Como a vacinação no Brasil começou com os grupos prioritários, entre eles as pessoas acima de 65 anos, os relatos de efeitos colaterais eram mais raros. A vacinação avançou entre os que têm menos de 60 anos apenas nos últimos dois meses, assim os relatos de reações desagradáveis se tornaram mais frequentes.

Isso não significa, no entanto, que a vacina seja mais “agressiva” para os jovens, apenas que a resposta desse grupo costuma ser mais potente e os efeitos colaterais, mais comuns e intensos. O próprio laboratório relatou isso na publicação dos estudos de fase 3 da vacina.

Dos imunizantes disponíveis no país, o que costuma causar menos efeitos colaterais é a CoronaVac, da Sinovac/Instituto Butantan. No entanto, a ocorrência ou ausência de reações após a vacinação não tem nenhum significado relevante em relação à eficácia das vacinas.

As demais vacinas contra a covid-19 podem causar reações tanto na primeira quanto na segunda dose, às vezes em ambas, com intensidade variável.

“Todas as vacinas podem causar efeitos colaterais, como dor no local da aplicação e alguns efeitos que chamamos de sistêmicos, como dor no corpo, dor de cabeça e febre. Esses efeitos são transitórios, começam entre mais ou menos 24 e 48 horas após a vacinação, duram uns dois dias e melhoram sozinhos. É bem melhor passar por eles do que passar pela covid-19”, explica a dra. Vivian Avelino-Silva, infectologista, pesquisadora e professora da FMUSP e da Faculdade Albert Einstein.

Sintomas da vacina ou de covid-19?

É importante dizer que as vacinas disponíveis não utilizam vírus vivo atenuado, como a vacina contra a febre amarela. Portanto, elas não têm capacidade de causar covid-19.

Contudo, como as taxas de transmissão da doença estão muito altas no país, uma pessoa pode estar, infectada pelo vírus ao tomar a vacina ou contrair a covid-19 nos dias seguintes à vacinação, confundindo os sintomas e atribuindo-os erroneamente à vacina.

“Os efeitos da vacina são leves e transitórios. Se os sintomas persistirem por mais de 48 horas, aí vale procurar um médico, mas não é para deixar de tomar vacina por causa disso”, conclui a dra. Vivian.

Qual o país que produz a vacina AstraZeneca?

Duas versões da vacinaproduzidas pela AstraZeneca-SKBio (República da Coreia) e no Instituto Serológico da Índia– foram incluídas na lista da OMS para utilização de emergência. Quando a vacina foi estudada pelo SAGE, já tinha sido analisada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA).

Qual é o princípio ativo da vacina AstraZeneca?

A vacina da AstraZeneca é composta por vetor viral não replicante, que consiste em um vírus defeituoso (adenovírus), sem capacidade de se multiplicar e que contêm pequeno segmento (pedaço) do genoma do vírus da COVID-19 (SARS-CoV-2), responsável pela produção da estrutura presente na superfície viral (proteína S; Spike ...

Qual é a base da vacina AstraZeneca?

Cada frasco-ampola contém 10 doses da vacina covid-19 (recombinante). Cada dose de 0,5 mL contém 5 × 1010 partículas virais (pv) do vetor adenovírus recombinante de chimpanzé, deficiente para replicação (ChAdOx1), que expressa a glicoproteína SARS-CoV-2 Spike (S).

Como funciona a vacina da Fiocruz AstraZeneca?

Num estudo feito no Reino Unido, a dose de reforço da AstraZeneca aplicada ao menos seis meses após o esquema vacinal completo aumentou significativamente o nível de anticorpos e manteve a resposta das células T (com funções imunológicas relacionadas a respostas antivirais).