Feminicídio no brasil dados 2022

O número de feminicídios em Campinas nos sete primeiros meses de 2022 já supera em 60% o total de casos de todo o ano de 2021. Uma mulher de 58 anos, morta com facadas no peito na tarde de quinta-feira (28), é a oitava vítima do ano. Em 2021, foram registrados cinco casos de feminicídio no município, dois a menos do que em 2020.

O autor do homicídio de quinta-feira foi identificado como José Gilberto dos Santos, de 50 anos, preso em flagrante. O crime aconteceu no bairro DIC 1, onde o casal vivia. A vítima, Ivani Carvalho de Souza, recebeu atendimento do Corpo de Bombeiros, mas os agentes constataram a morte ainda no local, na Rua Pirajá. O suspeito teria avançado sobre a mulher com a faca durante uma discussão.

Segundo as informações iniciais, eles estavam juntos havia alguns anos, mas as brigas eram constantes e o homem abusava do álcool.  O crime foi registrado como feminicídio na 2° Delegacia de Defesa da Mulher.

Mortes

O ano de 2022 começou violento em Campinas. Quatro casos de feminicídio ocorreram em janeiro, no intervalo de menos de 24 horas. Manuella Bernardes Santana, de 3 anos, Claudia Bernardes Santos, de 34, e Creuza Aparecida Bernardes, de 71, foram mortas com golpes de pá e enxada entre a noite do dia 17 e a madrugada do dia 18. Miqueias da Silva Santana, de 30 anos, autor do crime, era pai de Manuella, marido de Cláudia e genro de Creuza.

No dia 18 de janeiro, à tarde, Geucirlene Barbosa de Oliveira, 39 anos, foi morta pelo namorado Felipe Gomes de Oliveira, de 30 anos, foragido da justiça, na casa onde moravam, no Jardim Itatinga.

Em 15 de março, Carla Cristiane Ramos da Silva, de 31 anos, foi assassinada pelo companheiro Felipe Domiciano Vieira, de 29. Carla foi morta no Jardim Guarani, a golpes de faca, por Felipe, que em seguida tentou o suicídio. Segundo a Guarda Municipal, após cometer o crime, ele manteve o corpo da mulher na residência por algumas horas. Depois ligou para um familiar para pedir desculpas pelo crime.

No dia 16 de junho, no Jardim Monte Cristo, em Campinas, a vítima foi Tatiane Cristina dos Santos, de 36 anos. O ex-namorado é suspeito do assassinato.

Em 17 de julho, Adriana Tavares, de 34 anos, foi assassinada a tiros pelo ex-, no Jardim Rosália IV, em Campinas, enquanto tomava banho. A mulher já tinha medida protetiva contra o suspeito, que se matou na sequência.

Agosto Lilás

A crescente violência contra as mulheres é tema da Campanha Agosto Lilás. A Secretaria Municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos de Campinas organiza nesta segunda-feira (1º), às 10h, uma caminhada na Praça Carlos Gomes para marcar o primeiro dia de atividades do mês voltado ao enfrentamento da violência contra a mulher. A programação completa do evento pode ser consultada no hotsite, que também contém material informativo dedicado a conscientizar sobre a violência contra a mulher.

O slogan desse ano é “Todos contra a violência”. No dia 1º de agosto, à noite, o Paço Municipal será iluminado de lilás e ficará assim até o fim do mês.

Qual a posição do Brasil em relação ao feminicídio?

Com o passar dos anos, os números de feminicídio seguiram em alta, e o Brasil ocupa hoje a 5ª colocação no ranking mundial de Feminicídio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).

Quais as principais causas de feminicídio no Brasil?

A lei que considera esse tipo de crime hediondo, um agravante à pena, existe desde 2015. As situações devem envolver violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher. São crimes motivados por ódio ou sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres.

Qual o número da lei de feminicídio no Brasil?

Em vigor há seis anos, a Lei do Feminicídio (13.104/2015) prevê circunstância qualificadora do crime de homicídio e inclui o feminicídio no rol dos crimes hediondos.

Quais são os tipos de feminicídio?

Íntimo e Familiar Denomina-se feminicídio íntimo aquele cometido pelo companheiro ou ex-companheiro da vítima, seja qual for a situação legal entre eles. Por sua parte, quando o assassinato da mulher ocorre dentro do seu círculo familiar, cometido por parentes ou amigos próximos da vítima.