Gilberto braga morreu de que

Morreu o pai das maiores vilãs da história da teledramaturiga brasileira: Gilberto Braga.

Criador de Odete Roitman e mestre em retratar a sociedade decadente, Braga criou obras-primas da dramaturgia como Dancin' Days (1978), Vale Tudo (1988) e Celebridade (2003). Considerado um dos maiores nomes da teledramaturgia do país, Gilberto Braga morreu nesta terça-feira (26), aos 75 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada oficialmente.

Gilberto estava doente havia pelo menos cinco anos, recluso em seu apartamento no Rio. Braga sofria de Alzheimer e estava internado fazia dias com uma infecção causada por perfuração no aparelho digestivo.

Em 2016, Braga passou por uma cirurgia no cérebro para tratar de hidrocefalia.

Em suas produções, Gilberto trazia reflexões importantes para a sociedade brasileira. Por muitas vezes, quebrou padrões, como na novela Corpo a Corpo, em 1984, quando levantou discussões sobre racismo em horário nobre na televisão.

O autor escreveu mais de 20 novelas. As mais famosas eram marcadas por assassinatos misteriosos, cuja autoria era revelada sempre no último capítulo. Entre seus maiores sucessos estão Dancing Days (1978), Corpo a Corpo (1984), Anos Dourados (1986), Vale Tudo (1988), Dono do Mundo (1991) e Celebridade (2003). Em 2008, ele venceu o Emmy Internacional de Melhor Telenovela com Paraíso Tropical. Seu último trabalho na Globo foi Babilônia (2015).

Gilberto era casado com o decorador Edgar Moura Brasil.

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Autor de telenovelas como "Escrava Isaura", "Dancin' Days", "Vale Tudo" e "Paraíso Tropical", Gilberto Braga morreu na noite desta terça-feira, aos 75 anos. Ele estava internado no hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, devido a uma infecção gerada por uma perfuração do esôfago. O dramaturgo, que era casado com o decorador Edgar Moura Brasil, não resistiu às complicações.

Rosa Maria Araújo, historiadora e irmã de Braga, confirmou a morte e lamentou a perda do primogênito da família. "O Gilberto era o sonho de consumo de qualquer irmão, muito afetuoso, estudioso e inteligente. Foi ele que nos apresentou ao cinema, ao teatro e à televisão. Vai fazer, realmente, muita falta", diz.

Braga começou a carreira de dramaturgo nos início dos anos 1970, quando assinou dois episódios do seriado "Caso Especial", que trazia diferentes histórias com equipe e elenco variados. Na mesma década, trabalhou em adaptações de obras clássicas, com destaque para "Escrava Isaura", de 1976, marco da televisão brasileira que teve Lucélia Santos como protagonista do romance de Bernardo Guimarães.

Mas foi com o sucesso retumbante de "Dancin' Days", de 1978 —com Sônia Braga, Antônio Fagundes e Joana Fomm no elenco— que Braga consolidou as bases das telenovelas contemporâneas em horário nobre —e, de quebra, influenciou até mesmo o que os brasileiros vestiam, numa produção lembrada também pelos figurinos coloridos e inspirados nas discotecas.

A ela se seguiram "Água Viva", de 1980, que mostrou com pioneirismo o uso da maconha na televisão brasileira, dentro do contexto do cotidiano de personagens de classe média alta, "Brilhante", "Louco Amor", "Corpo a Corpo", "Anos Dourados" e "O Primo Basílio".

Foi em 1988, no entanto, que seu maior sucesso foi ao ar. "Vale Tudo" se tornou um fenômeno da Globo e alçou o autor carioca ao panteão da teledramaturgia brasileira. Na reta final do folhetim, mobilizou a população brasileira com a pergunta "quem matou Odete Roitman?". As tentativas de decifrar o assassinato da vilã vivida por Beatriz Segall geraram um dos mais eficazes "quem matou?" da nossa televisão —no fim, descobrimos, Leila, personagem de Cassia Kiss, havia dado um fim à personagem.

​"Eu gosto muito de herói, mas talvez eu escreva melhor os vilões", costumava dizer Braga, que eternizou no imaginário popular figuras desprezíveis, mas também fascinantes, como a própria Odete Roitman e também Maria de Fátima, vivida por Glória Pires na mesma novela.

Em "O Dono do Mundo", de 1991, o carioca criou para Antônio Fagundes o médico Felipe Barreto, um tipo cafajeste que tentava seduzir uma jovem virgem às vésperas de seu casamento, só para ganhar uma aposta.

Braga também foi o autor de "Anos Rebeldes", "Pátria Minha", "Labirinto" e "Força de um Desejo". Nos anos 2000, lançou outros folhetins que, hoje sabemos, se tornaram novos clássicos da nossa teledramaturgia —"Celebridade", de 2003, e "Paraíso Tropical", de 2007.

O primeiro foi responsável por apresentar uma nova vilã emblemática —Laura Prudente, personagem de Cláudia Abreu que se aproximava de Maria Clara Diniz, vivida por Malu Mader, uma ex-modelo e empresária. A rivalidade das duas criou a receita para a trama, que tem como uma de suas cenas mais icônicas uma violenta briga num banheiro, que hoje ganhou sobrevida nas redes sociais e virou meme.

Já "Paraíso Tropical" rendeu a Braga uma indicação ao Emmy Internacional, ao acompanhar as histórias das gêmeas Paula e Taís —vividas por Alessandra Negrini—, do ambicioso empresário Olavo —Wagner Moura— e da prostituta Bebel —Camila Pitanga.

Seus últimos trabalhos como autor principal, ambos na Globo, foram em "Insensato Coração", de 2011, e "Babilônia", de 2015.

"Se alguém um dia fez com que a telenovela passasse a representar não histórias idealizadas, mas 'a vida da gente', esse alguém foi Gilberto Braga", diz Zeca Camargo, apresentador e colunista deste jornal. "Gênio não só nas tramas, mas na transformação da nossa vida cotidiana em ricas narrativas televisivas, Gilberto marcou mais de uma geração de telespectadores."

"Gilberto Braga ajudou a inovar a teledramaturgia brasileira", diz Lisandro Nogueira, ex-diretor da Cinemateca e autor de uma dissertação sobre o dramaturgo. "Foi ele que trouxe para o horário nobre temas novíssimos no final dos anos 1970 —foi o primeiro a mostrar um homem em crise de identidade e mostrar sua fragilidade abandonando o machismo em vigor nas novelas."

Ainda segundo Nogueira, ele contribuiu para desmontar a ditadura militar com temas políticos em novelas como "Dancin' Days" e ''Vale Tudo". "Tinha um texto original alternando o coloquialismo com a erudição de personagens que valorizavam a literatura e o cinema. Era tão forte dentro da TV Globo que escalava atores e músicas. Com ele, João Gilberto e Tom Jobim tiveram vez nas trilhas das novelas. Hoje, quase impossível de isso acontecer. Culto e leitor obsessivo de Machado de Assis atualizou o melodrama e o sofisticou."

Qual a causa da morte de Gilberto Braga?

Gilberto Braga estava internado no hospital Copa Star e morreu na noite de terça-feira (26) em decorrência de uma infecção generalizada.

O que aconteceu com Gilberto Braga?

Gilberto Braga morreu aos 75 anos na última terça-feira após complicações de uma infecção sistêmica.

Qual doença tinha Gilberto Braga?

O autor Gilberto Braga, morto nesta terça-feira (26/10) aos 75 anos, sofria da doença de Alzheimer. Ele estava internado no hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, desde a última sexta-feira (22/10), em decorrência de uma infecção sistêmica, causada por uma perfuração no esôfago, e acabou não resistindo.

Desde quando Gilberto Braga estava doente?

Gilberto estava doente havia pelo menos cinco anos, recluso em seu apartamento no Rio. Braga sofria de Alzheimer e estava internado fazia dias com uma infecção causada por perfuração no aparelho digestivo. Em 2016, Braga passou por uma cirurgia no cérebro para tratar de hidrocefalia.