O evento que encerrou a Idade Média e, consequentemente, a baixa Idade Média foi

A Baixa Idade Média foi o segundo período da Idade Média, compreendido entre os séculos XI e XV, que correspondeu à desagregação do sistema feudal e a consequente transição para o sistema capitalista.

Com a integração dos mundos romano e germânico e a formação de novos reinos europeus, a cultura medieval atingiu seu apogeu.

Características: Resumo

As principais características da Baixa Idade Média foram:

A Crise do Feudalismo

O sistema feudal, também chamado de feudalismo, tinha por base principal a exploração servil, entrou em processo de desagregação a partir do século XI.

O fim das invasões germânicas, ocorridas na Alta Idade Média, resultou em condições mais estáveis de vida e um crescimento gradativo da população e consequentemente o aumento do consumo e a necessidade de implementar a produção agrícola.

A ampliação das áreas produtivas e o desenvolvimento de técnicas agrícolas, com o uso de arado de ferro e o aperfeiçoamento dos moinhos hidráulicos, gerou um excedente de produção que passou a ser comercializada. Fato que contribuiu para a transformar as sociedades rurais europeias.

As Cruzadas

As Cruzadas foram expedições militares, organizadas pela igreja, contra o avanço dos muçulmanos e a retomada do Santo Sepulcro, em Jerusalém, como também o interesse em dominar as rotas comerciais de mercadorias orientais, controladas pelos muçulmanos e pelos bizantinos.

As cruzadas se transformaram em uma série de oito expedições à Terra Santa, realizadas entre os séculos XI e XII.

Leia também o artigo sobre a Igreja Medieval.

Renascimento Comercial

Na Baixa Idade Média, as rotas comerciais do Mediterrâneo, antigo caminho das cruzadas, logo se tornaram importantes e lucrativas.

As cidades italianas, Gênova e Veneza eram ponto de partida para os centros comerciais do Mediterrâneo Oriental, como Alexandria, Trípoli, Tiro, além de Constantinopla, porta de entrada para o mar Negro e parte da Europa Oriental e Ásia Ocidental.

A partir do século XI formou-se na Europa, um grande mercado consumidor de luxuosos produtos orientais, como seda, tapetes, joias e principalmente especiarias, como cravo, canela, pimenta-do-reino, gengibre, etc.

Renascimento Urbano

A vida urbana começou a ressurgir na Europa a partir do renascimento comercial, no século XI. Novas cidades se edificaram às margens dos rios, nos litorais e principalmente nas proximidades dos burgos fortificados, onde geralmente havia uma catedral, o palácio do bispo ou um castelo senhorial.

O evento que encerrou a Idade Média e, consequentemente, a baixa Idade Média foi
Cidade Medieval de Carcassonne, França

Fixar-se perto de um burgo significava, para os comerciantes, segurança e proteção contra salteadores. Nascia uma nova classe social, a burguesia, formada por artesãos, mercadores, banqueiros e donos de companhias de comércio.

A medida que as cidades cresciam e as relações feudais se transformavam, um novo sistema econômico começou a despontar na Europa: o capitalismo.

Para saber mais, leia também o artigo: Renascimento Cultural.

Peste Negra

A população urbana cresceu até o século XIV, quando veio a peste negra, entre 1346 e 1353, que dizimou grande parte da população europeia, levando a violenta retração dos mercados consumidores e da atividade comercial. Uma recuperação da economia só iria ocorrer do século XV em diante.

Outros fatos históricos importantes que ocorreram na Baixa Idade Média foram:

  • A Formação das Monarquias Nacionais
  • A Guerra dos Cem Anos
  • As transformações religiosas e culturais da Baixa Idade Média.

Veja também:

  • Cultura Medieval
  • Joana D'Arc
  • Carta Magna
  • Marco Polo

A Idade Média é o nome do período da história localizado entre os anos 476 e 1453. A nomeação “Idade Média” é utilizada pelos historiadores dentro de uma periodização que engloba quatro idades: Antiga, Média, Moderna e Contemporânea. Quando nos referimos à Idade Média, geralmente referimo-nos a assuntos relacionados, direta ou indiretamente, com a Europa.

A Idade Média iniciou-se com a desagregação do Império Romano do Ocidente, no século V. Isso deu início a um processo de mescla da cultura latina, oriunda dos romanos, e da cultura germânica, oriunda dos povos que invadiram e instalaram-se nas terras que pertenciam a Roma, na Europa Ocidental.

Desse período destacam-se o processo de ruralização que a Europa viveu entre os séculos V e X; o fortalecimento da Igreja Católica; a estruturação do sistema feudal, não apenas economicamente mas também política e socialmente. A partir do século XI, o renascimento urbano e comercial abre caminho para a crise do século XIV, que determina o fim da Idade Média.

Acesse também: Escolástica: uma importante corrente filosófica da Idade Média

Tópicos deste artigo

  • 1 - Quando começou e quando terminou a Idade Média?
  • 2 - Por que o nome “Idade Média”?
  • 3 - Feudalismo
  • 4 - Principais acontecimentos
  • 5 - Fim da Idade Média

Quando começou e quando terminou a Idade Média?

Como mencionado, a Idade Média é assim chamada dentro de uma periodização, estipulada pelos historiadores, que a determina entre os anos de 476 e 1453. O que estipula o início da Idade Média é a destituição de Rômulo Augusto do trono romano, em 476, e o que estipula seu fim é a conquista de Constantinopla pelos otomanos, em 1453.

A Idade Média é dividida pelos historiadores em duas grandes fases, que são:

  • Alta Idade Média: século V ao século X;

  • Baixa Idade Média: século XI ao século XV.

Durante a Alta Idade Média, a Europa passava pelas transformações derivadas da desagregação do Império Romano e o feudalismo estava em formação. A Baixa Idade Média foi o período auge do feudalismo e no qual a Europa começou a sofrer transformações oriundas do renascimento urbano e comercial.

Por que o nome “Idade Média”?

O evento que encerrou a Idade Média e, consequentemente, a baixa Idade Média foi
A Idade Média durou de 476 a 1453, e seu nome foi resultado de uma visão negativa que os renascentistas tinham do período.

O nome Idade Média, usado para referir-se a esse período entre 476 e 1453, foi uma invenção dos renascentistas. Uma das primeiras menções a essa época como “tempo médio”, segundo o historiador Hilário Franco Júnior, remonta ao bispo italiano Giovanni Andrea|1|. Essa ideia popularizou-se no século XVI, durante o renascimento.

O sentido por trás dessa nomenclatura era pejorativo, uma vez que, na visão dos renascentistas, a Idade Média teria sido um tempo marcado pela interrupção da tradição clássica, isto é, greco-romana. Nessa perspectiva, tal tradição estava sendo retomada na época deles, inclusive, por isso, eles chamaram seu próprio período de “renascimento”.

Eles acreditavam estar vivendo um momento de renascimento intelectual, científico e artístico. Isso nos leva a concluir que, na ótica renascentista, a Idade Média era um período ruim, de atraso e de interrupção no progresso humano. Outros grupos, conforme seus interesses, teciam suas críticas a essa Idade, sempre a taxando como “ignorante”.

Essa visão negativa fez com que muitos a chamassem de “Idade das Trevas”, um termo negativo e rechaçado pelos historiadores. A primeira menção à Idade Média dessa maneira remonta a Francesco Petrarca, que, no século XVI, já a chamava de “tenebrae”.

Acesse também: A história de Jerusalém, cidade sagrada para os cristãos medievais

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Feudalismo

O feudalismo é o termo que usamos para toda organização social, política, cultural, ideológica e econômica que existiu na Europa durante a Idade Média. Esse conceito explica a estruturação da sociedade da Europa Ocidental, e a organização que ele representa existiu, na sua forma clássica, entre os séculos XI e XIII, aproximadamente.

Do século V ao século X, o feudalismo estava em processo de estruturação, uma vez que as relações políticas características da vassalagem estavam em formação, o poder da Igreja Católica estabelecia-se aos poucos, e a ruralização e feudalização da Europa desenvolviam-se.

Do século XI ao século XIII, o feudalismo estava no seu auge, sobretudo nas regiões que hoje correspondem à Alemanha, à França, e ao norte da Itália e da Inglaterra. A partir do século XIV, o sistema feudal entra em decadência, uma vez que a Europa urbanizava-se e o comércio ganhava importância.

O evento que encerrou a Idade Média e, consequentemente, a baixa Idade Média foi
No feudalismo, os castelos eram um importante centro de poder, pois neles viviam os senhores feudais. [1]

No aspecto econômico, podemos dizer que o feudalismo era um sistema baseado na produção agrícola e na exploração servil dos camponeses. Com o fim do Império Romano, a Europa Ocidental ruralizou-se e as pessoas empobrecidas passaram a estabelecer-se nas cercanias de grandes propriedades rurais, à procura de comida e proteção. Dessa situação criou-se a relação de dependência entre o senhor feudal e o camponês.

O senhor feudal, dono das terras, permitia que o camponês ficasse nelas, desde que este cultivasse-as e entregasse parte do que tinha sido produzido àquele. O camponês era sujeito a uma série de tributos a serem pagos aos senhores feudais, tais como a corveia, a talha e a banalidade. O senhor feudal, por sua vez, tinha como obrigação proteger aqueles instalados em sua propriedade.

No âmbito religioso, a Igreja Católica era dona de grande influência, uma vez que seu poder chegava a atingir decisões do poder secular. A Igreja também elaborava a construção ideológica que justificava as desigualdades do mundo feudal. Na visão estipulada por ela, e abraçada pela nobreza, os servos cumpriam seu papel por uma designação divina.

O evento que encerrou a Idade Média e, consequentemente, a baixa Idade Média foi
A relação de suserania e vassalagem existente entre reis e nobres medievais era uma das principais formas de organização política na Idade Média.

A sociedade feudal era estamental, isto é, dividida em classes com funções muito bem definidas, e na qual a ascensão social era bastante difícil. Nela existiam três grandes classes sociais:

  • Nobreza (bellatores): classe privilegiada, detentora de terras, que tinha como função, dentro da ideologia medieval, proteger a sociedade;

  • Clero (oratores): membros da Igreja Católica que cumpriam funções religiosas. Também era uma classe privilegiada, uma vez que a Igreja detinha riqueza, poder e terras;

  • Camponeses (laboratores): grupo empobrecido que sustentava a sociedade feudal por meio de seu trabalho e dos altos impostos que pagava.

No aspecto político, a vassalagem era uma das grandes manifestações do feudalismo. Essa estrutura surgiu por volta do século VIII e estabelecia as relações de poder entre rei e nobres de cada reino.

Por meio da vassalagem, o rei (suserano) e os nobres (vassalos) realizam um acordo estabelecendo laços de fidelidade entre si. Os vassalos recebiam um feudo (terra) e tinham como obrigação auxiliar o seu suserano na execução da justiça, na administração do reino e na guerra, se necessário.

Principais acontecimentos

A Idade Média foi muito longa e, logicamente, impactada por diferentes acontecimentos importantes para a história humana. A Idade Média, em si, é fruto do fim do Império Romano do Ocidente, após o qual uma série de reinos germânicos estabeleceu-se na Europa Ocidental.

O caso mais simbólico foi o dos francos, povo germânico que se estabeleceu na Gália e formou um reino governado, primeiro, pelos merovíngios e, depois, pelos carolíngios. Estes foram a primeira grande dinastia a governar um reino na Europa, e, por meio de Carlos Magno, seu principal rei, formaram um império com um território bastante vasto.

O surgimento do islamismo no século VII marcou um rompimento do Ocidente com o Oriente, sobretudo quando os muçulmanos conquistaram a Península Ibérica. O avanço muçulmano na Europa só foi interrompido por Carlos Martel, em 732. Séculos depois, a Igreja Católica encontrou na guerra contra os muçulmanos uma forma de estender sua riqueza até o Oriente.

O evento que encerrou a Idade Média e, consequentemente, a baixa Idade Média foi
A Inquisição foi um dos eventos mais importantes da Idade Média. Nela, todos aqueles que não seguiam a doutrina da Igreja eram perseguidos e mortos.

As Cruzadas ocorreram do século XI ao século XII e mobilizaram tropas cristãs contra os muçulmanos, na Palestina e no norte da África. Ao todo foram nove cruzadas, sendo a primeira delas convocada pelo Papa Urbano II, em 1095. A nona Cruzada foi encerrada em 1272, e o objetivo inicial dos cristãos (conquistar Jerusalém) não foi alcançado.

Outros destaques que podem ser feitos sobre a Idade Média são o Império Bizantinoe o estabelecimento da Inquisição. Assuntos também relevantes são a cultura e a ciência medievais, geralmente pouco estudadas.

Acesse também: Os cátaros - saiba como a Igreja tratou esse grupo considerado herético

Fim da Idade Média

O fim da Idade Média tem relação com o renascimento urbano e comercial que a Europa experimentou a partir do século XI. Novas técnicas agrícolas permitiram o aumento da produção de víveres, gerando um excedente que pôde ser comercializado. O aumento na produção de alimentos garantiu um aumento populacional, mas também do comércio e, consequentemente, da circulação de moeda.

Com o aumento populacional, o número de pessoas mudando-se para as cidades aumentou e a quantidade de comerciantes ao redor delas também. O século XIII intensifica esse processo de êxodo rural, pois as produções agrícolas ruins fizeram com que muitos buscassem sobreviver nas cidades.

O evento que encerrou a Idade Média e, consequentemente, a baixa Idade Média foi
A Peste Negra causou a morte de cerca de 1/3 da população europeia ao longo do século XIV.

O século XIV é quando os historiadores estipulam a fronteira final da Idade Média. Trata-se de um século de crise, caracterizado por guerras que causaram destruição e geraram mais fome, e isso resultou na Peste. O século XIV é marcado pela famosa Peste Negra — surto de peste bubônica responsável pela morte de 1/3 da população europeia ao longo desse período.

A fome gerou grandes revoltas de camponeses, sobretudo a partir do século XIII, e o crescimento urbano colocou fim no isolamento feudal. Revoltas também aconteceram nas grandes cidades, principalmente pela falta de empregos. Novas estruturas de poder começaram a surgir, a organização política dos reinos modificou-se e, assim, surgiram os Estados nacionais.

O enfraquecimento do feudalismo e o fortalecimento do comércio resultaram no mercantilismo. Quando Constantinopla cai e o comércio com o Oriente fecha-se, a Europa volta-se para o Oeste. A exploração do Oceano Atlântico abriu novas fronteiras e consolidou o fim da Idade Média.

Notas

|1| JUNIOR, Hilário Franco. A Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2006, p. 11.

Crédito da imagem

[1] Lucamato e Shutterstock

Por Daniel Neves
Professor de História

Qual foi o evento que encerrou a Idade Média?

A Idade Média começou com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C., e se encerrou com a tomada da capital do Império Bizantino, Constantinopla, pelos turcos-otomanos, em 1453.

Qual foi o evento que encerrou a Idade Média e consequentemente a Baixa Idade Média?

Foi convencionado pelos historiadores que o marco do fim da Idade Média e, por consequência, da Baixa Idade Média, teria sido a conquista de Constantinopla, em 1453. Esse acontecimento, além de registrar o fim do medievo, simbolizou o fim do Império Bizantino. A cidade de Constantinopla foi conquistada pelos otomanos.

O que se passou durante a Baixa Idade Média?

Baixa Idade foi uma das fases da Idade Média e correspondeu ao período iniciado no século XI e encerrado no século XV. Nela houve inúmeras mudanças para o continente europeu: a população cresceu, as cidades e o comércio renasceram, e isso resultou em transformações na forma como a sociedade europeia organizava-se.

Quais foram as principais transformações que ocorreram no final da Idade Média?

Baixa Idade Média compreendeu o período entre os séculos XI e XV. Foi caracterizada por transformações na Europa Medieval que culminaram no surgimento da Idade Moderna. Durante a Baixa Idade Média, as cidades voltaram a se movimentar por causa do aumento populacional e do renascimento comercial.