FONÉTICAÉ a parte da gramática que estuda os sons da fala humana, ou seja, os fonemas. Show
1. Fonemas Fonemas são sons da fala humana que, sós ou combinados, formam as sílabas que, por sua vez, formam as palavras. 2. Fonemas e Sílabas - Diferença Não há que confundir fonema e sílaba, coisas bem diferentes. Uma sílaba pode conter um (a-go-ra), dois (a-go-ra), três (es-tre-la), quatro (cris-tão) e até cinco (felds-pa-to) fonemas. 3. Letras Letras são as representações gráficas (símbolos convencionados) dos fonemas.
Fonema pronuncia-se e ouve-se; letra escreve-se e vê-se. Uma palavra pode ter igual número de fonemas e letras: cabelo - 6 letras e 6 fonemas. O número de letras pode ser maior do que o número de fonemas: hoje - 4 letras e 3 fonemas, pois o “h” não é pronunciado; guerra - 6 letras e 4 fonemas, pois os dígrafos “gu” e “rr” representam apenas um fonema cada um; tanto - 5 letras e 4 fonemas, pois o “n” apenas faz com que o “a” seja nasalizado. Há, ainda, palavras que possuem mais fonemas do que letras: tóxico - 6 letras e 7 fonemas, pois o “x” equivale a /ks/. Por outro lado, um mesmo fonema pode ser representado por letras diferentes, como podem, também, fonemas diferentes ser representados por uma mesma letra: mesa, beleza - as letras s e z representam o mesmo fonema /z/; texto (x = /s/), exame (x = /z/), sexo (x = /ks/), máximo (x = /ss/), lixo (x = /ch/) - em cada uma o “x” representa fonemas diferentes. Por aí se vê que não há, rigorosamente, um símbolo gráfico (letra) para cada fonema de nossa língua. Essa discrepância entre fonemas e letras é a responsável pela maior parte das dificuldades ortográficas que enfrentamos. 5. Nome da letra Não se confunda o nome da letra com o fonema respectivo. Assim, ele, eme, erre, cê são os nomes das letras l, m, r, c. Os fonemas são os sons que a leitura dessas letras produz na palavra. 6. Classificação dos Fonemas a) VOGAIS Não são simplesmente as letras a, e, i, o, u. Em quilo, a letra u nem é fonema. A vogal é fonema básico de toda sílaba. Não há sílaba sem vogal e não pode haver mais de uma vogal numa sílaba. Por outra, o número de vogais de um vocábulo é igual ao número de sílabas; inversamente, o número de sílabas é igual ao número de vogais. b) CONSOANTES Como o próprio nome sugere (com + soante = soar com), consoantes são os fonemas que, para serem emitidos, necessitam do amparo de outros fonemas, ou seja, das vogais. Cabe relembrar que, para haver consoante, é necessário o fonema (ruído) e não a letra (escrita). Assim, em “hipótese”, não há a consoante “h”, mas apenas essa letra; em “ilha”, a consoante única é o fonema representado pelas letras “lh”; em “manga”, o “n” não é consoante, porque não constitui fonema, mas apenas indica a nasalização do “a”. c) SEMIVOGAIS Constituem os fonemas intermediários entre as vogais e as consoantes: não têm a fraqueza destas nem a autonomia daquelas. São, na prática, o “i” e o “u”, quando, ao lado de uma vogal autêntica, soam levemente, sem a força de vogal. O “e” e o “o”, sempre que, na mesma circunstância, forem pronunciados, respectivamente, como “i” e “u”, também serão semivogais. Comparem-se as diferenças de intensidades dos fonemas grifados, nas palavras que seguem:
Observações: 1ª) O a é sempre vogal, aberto ou fechado, oral ou nasal. 2ª) Qualquer uma das letras a, e, i, o, u, isolada ou entre duas consoantes, será vogal. 3ª) O fonema que receber o acento tônico será obviamente vogal. 4ª) Pode haver duas vogais juntas, mas jamais se juntarão duas semivogais. 7. Grupos ou Encontros Vocálicos Chamam-se assim os grupos ou encontros constituídos de dois ou mais fonemas vocálicos (vogais e semivogais). a) DITONGO É o grupo constituído de uma vogal e uma semivogal ou vice-versa. O ditongo pode ser: crescente - quando a semivogal vem antes: série, água, vítreo, nódoa, quando, freqüente; decrescente - quando a semivogal vem depois: leite, baixo, céu, herói, mão mãe, põe, muito. Qualquer ditongo ainda pode ser: oral - quando emitido sem a participação das fossas nasais: série, água, vítreo, nódoa, quase, leite, baixo, céu; nasal - quando há participação das fossas nasais: quando, freqüente, põe, muito. Na prática, os ditongo nasais são: 1 - os que levam o til: sabão, anões, mãe, cãibra; 2 - os que vêm seguidos de “m” ou “n” na mesma sílaba: quando, guampa; 3 - o “ui” de mui e muito; 4 - os grupos “em”, “en”, “ens” e “am” no final de vocábulos: também, éden, edens, armam. b) HIATO É o encontro de duas vogais: pessoa, guria, saúde, saída, coordenar. Observação: Todas as vogais repetidas constituem hiatos e, por isso, devem ser pronunciadas separadamente: crêem, caatinga, vôo, niilismo. c) TRITONGO É o grupo formado por uma vogal entre duas semivogais: quais, saguão. Observação: Uma vogal ladeada por semivogais é o único jeito possível de haver tritongo. Acautele-se, pois, o leitor contra a falsa impressão de tritongo que podem dar palavras como “raio”, “tamoio”, “veraneio”, “bóia”, “idéia”. Observe-se que não há tritongo pelo simples fato de que é uma semivogal que está entre duas vogais. Tem sido norma gramatical separar as sílabas dessas palavras assim: rai-o, ta-moi-o, ve-ra-nei-o, bói-a, i-déi-a, formando, portanto, ditongos decrescentes. Os tritongos podem ser: orais - quando emitidos sem a participação das fossas nasais: Uruguai, desiguais; nasais - quando emitidos com a participação das fossas nasais: saguão, saguões, enxáguam, ágüem. 8. Encontros Consonantais São as seqüências de duas ou mais consoantes: vidro, digno, escrita. Observação: Os encontros consonantais disjuntos (separados silabicamente), como os de “advogados”, “ritmo”, “opção”, “digno”, por serem de difícil elocução, têm proporcionado verdadeiras aberrações fonéticas e até ortográficas. É comum ouvirmos e às vezes até vemos tais palavras escritas assim: “adevogados”, “rítimo”, “opição”, “diguino”. Note-se que, assim, são acrescidas de um fonema e uma sílaba. 9. Dígrafos São os grupos de duas letras representando um fonema apenas. Não confundamos dígrafo (2 letras = 1 fonema) com encontro consonantal (cada letra = 1 fonema). Estes são os dígrafos: ch, lh, nh ¾ cheio, filho, ninho; gu, qu, (com o u mudo) ¾ guindaste, querido, requinte, segue; rr, ss ¾ terra, morro, isso, passa; sc, xc (antes de e e de i) ¾ piscina, exceto; sç ¾ nasça, desça; am, an, em, en, in, im, om, on, um, un, desde que não sejam ditongos nasais (ver ditongo nasal) ou façam parte de tritongo nasal (ver tritongo nasal) ¾ também, canto, sempre, entre, ímpio, pintura, combate, onda, álbum, funda. Em outras palavras: as vogais seguidas de m ou n na mesma sílaba, uma vez que estes, nesse caso, são meros índices de nasalização. SEPARAÇÃO SILÁBICA 1 - A divisão de sílabas se processa pela silabação das palavras, jamais pelos elementos constitutivos de sua formação. Sabemos, por exemplo, que bisavô se forma de bis + avô, mas, na silabação, teremos bi-sa-vô, sendo esta a separação correta. 2 - Toda consoante precedida de vogal forma sílaba com a vogal seguinte: janela ............... ja-ne-la ético ................ é-ti-co desumano ....... de-su-ma-no subumano ....... su-bu-ma-no subabitação ..... su-ba-bi-ta-ção superativo ........ su-pe-ra-ti-vo hiperácido ........ hi-pe-rá-ci-do Observação: Como vimos nos dígrafos, as letras m e n muitas vezes são índices de nasalização da vogal anterior. Para efeitos fônicos, é como se fossem til: transandino, consorte, sentido, bomba, campo, lindo. Por isso, justificam-se por essa mesma regra as separações: tran-san-di-no, tran-sa-ma-zô-ni-co, con-sor-te, sen-ti-do, bom-ba, cam-po, lin-do. 3 - O que se pode e o que não se pode separar: Não se separam:
c) os encontros consonantais no início de palavras: gno-mo, mne-mô-ni-co, pneu-má-ti-co, psi-có-lo-go;
Separam-se: a) os hiatos: vô-o, ga-ú-cho, fi-lo-so-fi-a, ca-no-a, a-í, Le-o; b) os dígrafos “rr”, “ss”, “sç”, “sc” e “xc”: bar-ro, os-so, des-ça, nas-ce, ex-ce-to; c) os encontros consonantais pronunciados disjuntamente: ad-vo-ga-do, dig-no, ar-te, per-cus-são, sub-di-re-tor, sub-li-nhar (pronuncia-se como sub-lo-car); d) as consoantes duplas: oc-ci-pi-tal, fric-ção; e) os encontros consonantais (de mais de duas consoantes) em que aparece “s” separam-se depois do “s”: es-tre-la, des-pres-tí-gio, in-ters-tí-cio, felds-pa-to, pers-cru-tar, ins-tru-ir. 4 - É claro que, se a palavra já for separada por hífen, essa separação será respeitada, e, na passagem de uma linha para a outra (translineação), tal hífen até deve ser repetido: ..................................... ex- -atleta .................................. ................................... disse- -nos ..................................... .................................... obra- -prima .................................. .................................... auto- -retrato ................................ 5 - Na translineação, devem-se evitar separações de que resultem, no fim de uma linha ou no início da outra: a) letras isoladas: ......................................... e- duca................................... ....................................... ba- ú .......................................... b) termos grosseiros: .....................................cus- toso ..................................... ....................................puta-tivo....................................... ................................... após- tolo ...................................... TESTES 1) Analise a classificação incorreta: a) piscina, carro ......... dígrafos b) legião ..................... tritongo c) pessoa .................... hiato d) porém ....................... ditongo decrescente e) farmácia, padaria ..... ditongos crescentes 2) Assinale o único conjunto em que há erro de separação silábica: a) jói-a, co-mé-dia, cres-ce-mos b) de-sa-jus-ta-do, sa-guão, sec-ção c) mne-mô-ni-ca, trans-al-pi-no, ra-i-nha d) su-pers-ti-ção, e-gíp-cio, res-sur-gir e) su-ben-ten-der, gra-tui-to, ab-di-ca-ção 3) A alternativa em que há um erro de divisão silábica, no que se refere à escrita é: a) cai-ar, jói-a, gló-ria b) Sa-a-ra, tê-nue, á-gua c) sé-rie, ma-io, bi-sa-vô d) co-lap-so, par-tiu, fri-ís-si-mo e) sub-le-var, subs-cre-ver, pror-ro-gar 4) Nas palavras AINDA e BEIJÁ-LA há, respectivamente: a) ditongo crescente e ditongo decrescente b) hiato e ditongo crescente c) ditongo crescente e hiato d) hiato e ditongo decrescente e) ditongo decrescente e ditongo crescente 5) O vocábulo “sossegue” tem a) nove fonemas b) oito fonemas c) sete fonemas d) seis fonemas e) cinco fonemas 6) A alternativa em que há um erro de divisão silábica, no que se refere à língua escrita, é: a) in-te-rur-ba-no, su-bes-ti-mar b) lí-rio, subs-tân-cia, c) a-lhe-io, ex-ce-ção d) du-as, tê-nue
7) A alternativa em que há um erro de divisão silábica é: a) en-sai-ar, al-ca-téi-a, ví-treo b) an-ta, prê-mio, tá-bua c) lap-so, frei-o, su-pe-ra-ti-vo d) sub-ins-pe-tor, sub-de-le-gar e) re-crei-o, fri-o, áu-rea 8) Assinale a alternativa cujos encontros vocálicos correspondem, na mesma ordem, aos seguintes: JUIZ - QUEIXO - COMPÕE - ÁREA a) vôo - quais - coração - hábeis b) coroa - raio - porém - quase c) mais - queijo - quando - série d) A, B e C correspondem. e) n.d.a. 9) A separação das palavras subinspetor, abscissa, fortuito e sublinhar está correta em : a) sub-ins-pe-tor, abs-cis-sa, for-tui-to, su-bli-nhar b) su-bins-pe-tor, abs-cis-sa, for-tui-to, sub-li-nhar c) sub-ins-pe-tor, ab-scis-sa, for-tui-to, su-bli-nhar d) su-bins-pe-tor, abs-cis-sa, for-tui-to, su-bli-nhar e) su-bins-pe-tor, abs-ci-ssa, for-tu-i-to, sub-li-nhar 10) Quanto à translineação, assinale a alternativa em que há apenas uma palavra que não deve ser separada onde está o hífen: a) i-déia, alegri-a, indis-por b) sub-linhar, intu-ir, auto-controle c) fede-ral, após-tolo, furi-bunda d) de-satenção, con-torcer, cus-tar e) circu-ito, recre-io, feld-spato 11) Indique a alternativa em que há erro de partição silábica: a) a-do-les-cen-te, p-neu-má-ti-co, ab-di-car b) ét-ni-co, ra-iz, ins-cre-ver, c) pers-pi-caz, fri-ís-si-mo, tran-sa-ma-zô-nia d) bis-ne-to, in-te-res-ta-du-al e) rai-as, ar-roi-os, ca-iu 12) No vocábulo preguiçoso, temos: a) dois encontros consonantais b) um encontro consonantal e um dígrafo c) dois dígrafos d) um encontro vocálico e) um ditongo 13) Marque a relação incorreta: a) prosódia - um encontro consonantal e um ditongo b) ruim - hiato c) bênção - ditongo oral d) cachorro - dois dígrafos e) palha - dígrafo 14) Numa das seqüências, todas as palavras apresentam hiato: a) leoa, pessoa, fiéis b) coroa, boa, mágoa c) prováveis, razoável, dêem d) violento, suor, pais e) boa, hiato, cooperar 15) Para responder a esta questão, examinar as afirmativas referentes ao valor de letra “x”: I - o “x” representa os fonemas /ks/ na palavra “tóxico”; II - o “x” representa os fonema /ks/ na palavra “intoxicar”; III - o “x” representa o fonema /z/ na palavra “inexaurível”; IV - o “x” representa o fonema /z/ na palavra “exorcismo”; V - o “x” representa o fonema /s/ na palavra “extirpar”. Pelo exame das afirmativas, verifica-se que: a) apenas uma está correta b) apenas duas estão corretas c) três estão corretas d) quatro estão corretas e) todas estão corretas RESPOSTAS 1- E 2- C 3- C 4- D 5- D 6- C 7- D 8- B 9- B 10- D 11- A 12- B 13- C 14- E 15- E PROBLEMASORTOGRÁFICOS
1. Terminações -ez (-eza), -ês (-esa) Observe os exemplos: Grupo 1 Grupo 2 gentil ........ gentileza campo.......camponês, camponesa belo .......... beleza barão........ baronesa mole ......... moleza burgo ........burguês, burguesa fluido ........ fluidez Pequim......pequinês, pequinesa insensato .. insensatez Portugal.....português, portuguesa No Grupo 1, a palavra primitiva é adjetivo, e a derivada, substantivo. No Grupo 2, a palavra primitiva é substantivo, e a derivada, adjetivo. Portanto, usa-se -ez(-eza), quando a palavra deriva de um adjetivo, e -ês(-esa), quando a palavra deriva de um substantivo. 2. Terminação -oso(s), -osa(s) Essa terminação (sufixo) forma muitas palavras adjetivas na Língua Portuguesa. É desnecessário dizer que ela será sempre com “s”: bondoso(s), bondosa(s); gasoso(s), gasosa(s); bilioso(s), biliosa(s); maravilhoso(s), maravilhosa(s). O substantivo gozo(s) e todas as formas do verbo gozar (eu gozo, tu gozas, ele goza etc.) são com z, mas não constituem exceção, porque essas palavras não têm sufixos, isto é, não são derivadas de outra menor. 3. Teminações -izar, -(is)ar Com a terminação izar (sufixo com z), formam-se muitos verbos na Língua Portuguesa: canal ......... canalizar bárbaro ..... barbarizar nacional .... nacionalizar estilo ......... estilizar humano ..... humanizar Observe-se que, realmente, acrescentamos -izar, retirando, quando muito, uma letra da palavra primitiva. Há alguns verbos que, aparentemente, apresentam a terminação -isar (com “s”): análise ...... analisar paralisia .... paralisar pesquisa .... pesquisar friso ............ frisar Observe-se que, nestes exemplos, acrescentamos apenas -ar, pois is já estava na palavra primitiva, o que significa que não existe o sufixo -isar, e sim -ar. - IZAR - quando a palavra primitiva não oferece IS. - ISAR - quando a palavra primitiva oferece IS. Nota: A conjugação desses verbos, bem como as palavras que se formam a partir deles, evidentemente, mantêm o z ou o s, conforme o caso: canalizar - canalização, canalizado, canalizamos etc; paralisar - paralisação, paralisado, paralisaremos, paralisando etc. 4. Terminação -inho Esse sufixo liga-se ao radical por duas maneiras:
curral + inho = curralinho, dent(e) + inho = dentinho, nariz + inho = narizinho, barc(o) + inho = barquinho, cant(o) + inho = cantinho, lag(o) + inho = laguinho. As consoantes finais do radical l, z, t, c, (transformada em qu) e g (transformada em gu)] permitem que esta ligação direta aconteça. Isso igualmente acontece, quando a consoante final da palavra primitiva, tomada no singular, for o “s”. Por isso, temos: país + inho = paisinho, mes(a) + inha = mesinha, pes(o) + inho = pesinho, Luís(a) + inha = Luisinha. Nestes exemplos, seria tão absurdo substituir o s por outra letra (z), como seria absurdo substituir as consoantes dos exemplos anteriores.
pai + z + inho = paizinho, mãe + z + inha = mãezinha, guri + z + inho = gurizinho, árvore + z + inha = arvorezinha. - (S) INHO- quando o radical oferecer S. - ZINHO- quando o radical não oferecer S ou outra consoante. Observação: As palavras formadas com sufixos como -ito, -al, -ão, arão, -arrão obedecem à mesma norma ortográfica: piá + z + ito = piazito, pai + z + ão = paizão, capim + z + al = capinzal, homem + z + arrão = homenzarrão; lápis + ito = lapisito, Luís + ão = Luisão, cas(a) + arão = casarão. 5. Terminações -agem, -igem, -ugem Eis terminações que geralmente se grafam com g: garagem, a viagem, fuligem, ferrugem, vertigem. Todavia, os verbos em -ajar, -ijar e -ujar (viajar, alijar, enferrujar etc.) mantêm, na conjugação, o j. Por isso, temos: que eles viajem, que eles alijem, que eles enferrujem etc. Nota: As pessoas mais desavisadas têm certa dificuldade em distinguir, na frase, o substantivo viagem (com g) do verbo viajem (com j). A elas basta que se diga que o substantivo admite o plural viagens e que o verbo pode mudar para qualquer outra pessoa (viaje, viajemos etc.); Que viajem! Na próxima vez, viajem vocês. (Que viagens! Na próxima vez, viaje você.) 6. Terminações -ear, -iar Muitos são os verbos terminados em -ear e -iar. Eis alguns: campear passear financiar veranear acarear aviar estrear negociar amaciar recear acariciar copiar Como evitar trocas entre e e i na hora de empregar essas formas infinitivas? Conjugando o verbo na primeira pessoa do presente do indicativo: se esta terminar em -eio, o infinitivo será com -ear; se terminar em -io, o infinitivo será com –iar:
Observação: Apenas cinco verbos fazem “eu -eio”, apresentando, contudo, o infinitivo com -iar. São os da “Regra do MÁRIO”: mediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar. 7. Terminações -(e)eiro -(e)eira, -(i)eiro, -(i)eira Às vezes, surgem dúvidas entre o emprego de e ou i antes das terminações -eiro, -eira. A dúvida desaparece, se atentarmos para a origem da palavra formada com essas terminações, pois a letra da dúvida (e ou i) será a mesma que estiver na palavra primitiva:
8. Terminações -am, -ão Nas formas verbais, a terminação será -am (e não -ão), se a sílaba tônica for a penúltima (paroxítona): captaram, fizeram, comeram, realizaram. Se a sílaba tônica for a última (oxítona), a terminação será -ão: cantarão, venderão, farão, comerão.
1. X
caixa, faixa, peixe, ameixa, frouxo.
mexer, mexerica, mixuruca. Exceção: a mecha.
enxada, enxergar, enxurrada, enxame. Observação: Se a palavra derivar de uma que tem ch, este se mantém: enchavear (en+chave+ar) 2. Correlação nd x ns Escreva ns e não nc, se houver outra da família com nd: compreensão (compreender), extensão (estender). 3. Correlação c x z Na dúvida entre z ou s em certos vocábulos, basta ver se há uma família que se escreve com c: atroz, (atrocidade), falaz (falácia), vizinho (vicinal). 4. Correlação t x c(ç) Outra correlação entre palavras da mesma família que soluciona muitas dúvidas: exceção (exceto), torcer, torção (torto). 5. Correlações ced x cess, prim x press, gred x gress, tir x ssão concessão (conceder), excesso (exceder), agressão (agredir), progressivo (progredir), opressivo (oprimir), impressão (imprimir), discussão (discutir), repercussão (repercutir). 6. “H” mudo no meio só na bahia dos baianos desonesto, desonra, subumano. 7. K, W, Y São usadas apenas em abreviaturas (W.C. - “water-closet”), símbolos (kg - quilograma) e nomes próprios (Kant, Byron) ou palavras derivadas deles (kantismo, byroniano). 8. S e NÃO Z
lousa, maisena, Sousa, náusea, Neusa.
ourives, lápis, ônibus, Álvares, Ramires, Rodrigues. III - PALAVRAS E EXPRESSÕES
3. Se laranja é com j, laranjeira também será. Se cume é com e, cumeeira manterá o e. Se candeia tem e depois do d, candeeiro manterá o e. E, assim, a grafia correta de muitas palavras depende apenas de observação inteligente. 4. A FIM DE - Se há DE separado, separe o A. AFIM (junto) significa afinidade e, geralmente, é usado no plural: Nós temos idéias afins. 5. QUIS (com S) e FIZ (com Z). Por quê? Ligue-se no infinito, no nome do verbo. Se este contiver Z, está na cara que ele não deve ser trocado por S na conjugação. Se o infinitivo não contiver Z, então, na conjunção, devemos usar S:
PÔR (certo) - pus, pôs, pusemos, pusera etc. 6. EXPECTATIVA (com X), que significa espera. 7. Os verbos terminados em uir mantêm o i na 3ª pessoa do singular: possui, constitui, constrói, anui, rui, flui. 8. PRIVILÉGIO (com i) vem de PRIVADO (com i). 9. CONSCIÊNCIA todo mundo sabe que é com sc; logo, os derivados serão com sc: conscientizar, inconsciência, conscientização etc. 10. ATRASADO, segundo o Prof. Édison de Oliveira, é quem escreve atrasado com z. 11. EXCESSO - Não confundir com exceção. 12. A PAR x AO PAR - A expressão de uso comum é a par. Ao par usa-se no mundo financeiro para indicar equivalência de moedas e títulos. A par de (=ao lado de) é sinônimo de de par com: A par da (ou De par com a) beleza, devemos ressaltar sua inteligência. 13. AFORA Andava pelo mundo afora. Afora o líder, todos riram. Existem de fora, por fora, em fora; mas não existe à fora. É, pois, erro grosseiro escrever: “Andava pelo mundo à fora”. 14. TAMPOUCO x TÃO POUCO - Tampouco significa também não: Não fuma, tampouco bebe. Tão pouco traz a idéia de muito pouco: Ele estuda tão pouco, que não passará. 15. TÃO-SÓ e TÃO-SOMENTE - São expressões que tão-somente servem para reforçar somente. Empregam-se com hífen. 16. ACERCA DE x HÁ CERCA DE x A CERCA DE - As três expressões são usadas: a primeira significa a respeito de (Só falava acerca de suas aventuras); a segunda indica tempo transcorrido, em que há é igual a faz (Há cerca de dez anos, estávamos no início desta obra); a terceira indica um tempo futuro (Daqui a cerca de três meses iniciaremos a obra). 17. IR AO ENCONTRA DA NAMORADA ou IR DE ENCONTRA À NAMORADA? É muito melhor ir ao encontra da namorada. Ir de encontra a significa chocar-se, abalroar: O automóvel foi de encontro ao barranco. 18. AO INVÉS DE x EM VEZ DE - Aproximam-se no significado, mas não são exatamente iguais. Ao invés de traz a idéia de ao contrário de: Quando ouviu a piada, ao invés de rir, chorou. Em vez de significa em lugar de: Em vez de trabalhar, foi ao cinema. 19. PORVENTURA Significa acaso, por acaso. Não se separa. 20. EMPECILHO (com e e lh) - Vem de empecer, que significa estorvar, criar obstáculos. IV - EMPREGO DO HÍFEN1 - Certos prefixos, às vezes, exigem hífen. Examinemos este quadro:
Exemplos: a) pseudo-homem, auto-retrato, neo-sectário, infra-assinado, supra-renal, extra-oficial, (“extraordinário” é a única exceção desse quadro), proto- -história, intra-uterino, contra-revolucionário, ultra- -som, semi-reta, semi-índio; b) circum-adjacente, circum-hospitalar, pan- -amaricano, pan-helenismo, mal-estar, mal- -humorado; mas: circunsessão, circunrodar, pansexual, panruralismo, malroupido, malsão; c) ante-histórico, ante-sala, ante-republicano, arqui-rabino, arqui-secular, sobre-humano, sobre- -restar; mas: anteontem, antiimperialista, arquiavô, sobreaviso, sobreeminência. d) super-homem, super-resistente, inter- -humano, inter-radical: mas: superativo, superinfluente, superunião, interurbano, interagir, intersindical. e) sub-reitor, sub-ramo, sub-base, sub-biblioteca; mas: subalimentado, subalugar, suboficial, subumano, subsolo, subseção. Observação: Atente-se bem para o fato de que todos esses prefixos se unirão à palavra radical, se esta não começar por vogal, h, r, ou s (HORAS - o e a representam as vogais).
Neoclássico, autodidata, internacional, pseudo-progresso, superbase, infravermelho, circumpolar, malcriado, supermercado, subchefe, subdiretor, antebraço, anticristo. 2 - Sempre exigirão hífen: a) prefixos tônicos, com acento: além, aquém, recém, pré, pró, pós, grã, grão: além-túmulo, além-mar, aquém-fronteira, pró-creches, pós-guerra, grão-mestre, grã- -finagem. b) soto, sota, vice: soto-mestre, sota- -piloto, vice-governador, vice-almirante. c) bem, sem: bem-humorado, sem- -vergonha, bem-amado, bem-estar, sem- -cerimônia. d) ex, significando estado anterior, que já foi: ex-colega, ex-presidente, ex- -empregado. e) não, quando empregado como prefixo: não-agressão, não-alinhado, não- -violência. 3 - Nunca exigirão hífen outros elementos de composição que não têm vida própria na língua, tais como: micro, macro termo, bi, tri, tetra, penta, hexa, hepta, aero, angi, bio, cis, ego, eletro, fisio, hemi, hidro, mono, multi, mini, maxi, neuro, oni, psico, quadri, radio, retro, sesqui, tele, termo, turbo, zoo: microônibus, macroatacado, termodinâmica, bicampeão, aeroespacial, anfiteatro, bioexaustor, cisplatino, egocentrista, eletromagnético, fisioterapia, retropropulsor, telejornalismo, turboélice, zoobotânica. Observação: Quando os elementos que não exigem hífen se ligam a palavras iniciadas por h, r, e s poderá ser necessário fazer adaptação ortográfica: sub + humano = subumano (não há “h” mudo no meio), turbo + hélice = turboélice, mini + saia = minissaia (sem “ss” teríamos de ler “minizaia”), radio + repórter = radiorreporter. V - POR QUE - POR QUÊ - PORQUE - porquÊ(s)Não se trata, como dizem por aí, da mesma palavra com grafias diferentes; trata-se, na verdade, de palavras de categorias diferentes, cujo emprego depende da frase em que se inserem. Vejamos cada caso: POR QUE Funciona como advérbio interrogativo, nas frases interrogativas diretas ou indiretas: Por que discordas de mim? (interrogativa direta) Gostaria de saber por que discordas de mim. (interrogativa indireta) Por que há tanta celeuma? (interrogativa direta) Dize-me por que há tanta celeuma. (interrogativa indireta) Pode ser, ainda, a preposição por e o pronome relativo que. Ora, se pode ser pronome precedido de preposição, à semelhança de a que, de que, em que etc., está errado quem diz que se usa por que somente nas perguntas: A causa por que lutamos vencerá. Os caminhos por que andamos são tortuosos. Comprova-se, na prática, o uso de por que (preposição e pronome separados), substituindo-os pela expressão PELO QUAL (PELOS QUAIS, PELA QUAL, PELAS QUAIS): A causa pela qual lutamos vencerá. Os caminhos pelos quais andamos são tortuosos. Embora não seja necessário, porque as frases interrogativas são fáceis de reconhecer, artifício semelhante pode ser aplicado ao advérbio interrogativo: Por qual razão há tanta celeuma? Dize-me a razão pela qual há tanta celeuma. Resumindo, usa-se por que, sempre que for possível substituí-lo por uma expressão onde apareça QUAL ou QUAIS. POR QUÊ Só pode ser advérbio interrogativo: Vieste tão tarde, por quê ? Podes sair, mas quero saber por quê. Por quê, afinal ? O acento se justifica pelo fato de o quê haver adquirido tonicidade, o que acontece quando for insulado ou está em final de frase. Pelos exemplos, observa-se que é muito freqüente nos diálogos das narrativas. Seu reconhecimento, na prática, faz-se pelo mesmo artifício do anterior. Receberá o acento, se bater num sinal de pontuação. PORQUE É sempre conjunção. Em geral, é substituível por POIS e nunca é substituível por uma expressão em que aparece QUAL ou QUAIS: Trabalha, porque o trabalho enobrece. Há pessoas que não se abatem, porque possuem muita força de vontade. Na prática, se não for substituível por POIS, reconhece-se pela exclusão de POR QUE e POR QUÊ: Neste capítulo, há muitos porquês, mas é porque ele versa sobre eles e não porque o autor seja maníaco PORQUÊ(S) Trata-se de uma substantivação. Como ocorre com os substantivos em geral, admite ser pluralizado, ao contrário dos casos anteriores em que temos palavras invariáveis: Não é fácil compreender o porquê desse comportamento. Eram tantos os porquês, que começamos a duvidar. Se o pomos ou podemos pô-lo no plural, usemos PORQUÊS ou PORQUÊ. VI - QUE, QUÊ(S)O “que” é a palavra que mais funções pode exercer na frase. Isso, entretanto, não nos interessa analisar aqui. Para os objetivos deste capítulo, basta que saibamos os raros casos nos quais deve ser acentuado por adquirir tonicidade. Esses casos, podemos reduzi-los a dois: 1)quando encerra a frase ou for exclamativo, circunstâncias em que virá necessariamente seguindo de ponto: Disseste o quê? 2) quando for substantivado, caso em que admite ser pluralizado: Tinha um quê estranho no olhar. TESTES1) Uma das palavras está grafada incorretamente em: a) insensatez, consulesa b) improvisado, ajuizado c) descortezia, atrasaram d) propusemos, quisemos e) formalizaram, paralisaram 2) Idem: a) excessões, utensílios b) trigésimo, concessões c) inadmissível, necessidade d) transgressões, percurso e) desclassificaram, assessoraram 3) Idem: a) cochilaram, encorajei b) enxergavam, linchavam c) trajetória, relaxaram d) homenageiam, regeitavam e) contagiante, majestoso 4) Uma das palavras está grafada incorretamente em: a) hesitamos, seiscentos b) asterisco, idoneidade c) sessenta, repercução d) aeroporto, beneficente e) meteorológico, madeireira 5) A única palavra que não se escreve com - X -, na série abaixo, é: a) bruxulear b) enxumaçar c) debuxo d) mexilhão e) enxame 6) Assinale o item em que o emprego da letra Z num vocábulo está incorreto: a) catequizar, abalizar, rezar b) matizar, modernizar, agonizar c) ajuizar, finalizar, simbolizar d) granizar, amenizar, frizar e) suavizar, fiscalizar, anarquizar 7) As ........................... passara ficaram gravadas em seu .............................. . a) vississitudes porque subconsciente b) vicissitudes porque sub-consciente c) vississitudes por que sub-consciente d) vicissitudes por que subconsciente e) vicissitudes porque subconsciente 8) Somente em um dos termos seguintes, está correto o uso do hífen: a) super-produção b) super-humano c) super-bomba d) super-confiante e) super-potente 9) Pense nos ideais ...................... batalhamos há tanto tempo, e diga-me ................. fracassamos. Será ............ fomos incapazes ou descuidados em algum ponto? a) por que por que por que b) por que por que porque c) porque porque porque d) porque por que porque e) por que porque por que 10) Então .............não posso ir também? Só ............. sou mais novo? Responda, ou não vai me dizer ....... ? a) porque porque porque b) porque por que por quê c) por que por que por quê d) por que porque por quê e) por que por que porque 11) Assinale a alternativa correspondente à grafia correta dos vocábulos: 1. desli_e 2. vi_inho 3. atravé_ 4. empre_a a) z z s s b) z s z z c) s z s s d) s s z s e) z z s z 12) Em solenidade realizada no .............. . do Palácio Piratini, dentro da programação .......... à Semana Farroupilha, o Governador procedeu ao ............... do ............. crioulo. a) saguão aluziva acendimento candieiro b) sagüão alusiva ascendimento candeeiro c) saguão alusiva acendimento candeeiro d) sagüão aluziva ascendimento candieiro e) saguão aluziva assendimento candieiro 13) Como resultado das reformas da Igreja Católica ............, lançaram-se as bases de uma das mais .......... experiências educacionais, que atenuaram a ............. pedagógica ............... . a) pos-conciliar profícuas cisudez vijente b) pós-conciliar proficuas sizudez vigente c) pósconciliar profícuas sisudês vijente d) pós-conciliar profícuas sisudez vigente e) posconciliar profícuas sisudêz vijente 14) Ao dedor, a testemunha ............ propor uma ............. fiel dos fatos e conseguiu realizar a .......... perfeita dos acontecimentos. a) quis discrição recreação b) quis descrição recriação c) quiz descrição recriação d) quiz descrição recreação e) quiz discrição recriação 15) Se qui_esse, o vice-diretor da Revista enviaria o escritor para uma via_em ao e_trangeiro. a) z j x b) s g s c) s j x d) z g s e) s g x 16) Olhando, pesqui_ando, anali_ando e refletindo, o homem descobrirá os ideais ...............................deve lutar. a) z z porque b) s s porque c) z z por que d) s s por que e) s z por que 17) O amor verdadeiro provoca sempre alegria. ..................? ................ é crescimento, realização, dom de vida. No entanto, você poderia perguntar ............... sofrem aqueles que amam. a) Porque Por que porque b) Por quê Por que porque c) Porque Porque por que d) Por que Porque por que e) Por quê Porque por que 18) É ............. a condição em que vivem as famílias............................... a) subumana superpobres b) subhumana superpobres c) sub-humana super-pobres d) sub-humana superpobres e) subumana super-pobres 19) Assinale a alternativa em que não há erro quanto ao hífen:
anticonvencional, antedata
sub-chefe
bi-campeão, micro-ônibus
super-resistente, super-homem
pré-cabralino 20) Há erro de grafia na alternativa:
d) Eu ignoro por que você se decidiu cursar Comunicação Social. e) Você se decidiu cursar Comunicação Social só por que pensa que o curso oferece boas perspectivas? 21) A manifestação do Ministro foi contundente: “............ dar................ aos ............... ?” a) Por que subsídios privilegiados b) Por que subsídios previlegiados c) Porque subisídios privilegiados d) Por que subisídios privilegiados e) Porque subsídios previlegiados 22) Indique a alternativa onde todas as palavras estão corretas: a) vice-reitor, pré-carnavalesco, anti-comunista b) super-produção, auto-didata, ultra-saudável c) pseudo-profeta, inter-resistente, pós-guerra d) sobre-humano, intra-muscular, ante-sala e) ante-republicano, neo-humanismo, semi-reta RESPOSTAS 1- C 2- A 3- D 4- C 5- B 6- D 7- D 8- B 9- B 10- D 11- A 12- C 13- D 14- B 15- B 16- D 17- E 18- A 19- A 20- E 21- A 22- E PROSÓDIAObjetivo da prosódiaProsódia é a parte da fonética que se ocupa principalmente do estudo da sílaba tônica dos vocábulos. Sílaba TônicaÉ a sílaba que recebe o acento tônico. É oportuno lembrar que existem algumas palavras que não têm sílaba tônica, constituindo o grupo das palavras átonas. São elas: - os artigos: o. a os, as, um uma, uns, umas;
- algumas conjunções: e, nem, ou, porque, se, que, como; - quaisquer combinações dessas classes: do (de+o), duma (do+uma), pelos (por+os); lha (lhe+a), no-lo (nos+o) etc. Acento Tônico Quase toda palavra possui uma sílaba que é mais forte — a sílaba tônica — a qual recebe um impulso de voz maior do que despendemos com as outras sílabas. Esse impulso de voz a mais que concentramos na sílaba tônica é o que chamamos de acento tônico. Vogal Tônica É a vogal da sílaba tônica. Há palavras que, conforme deslocarmos a sílaba tônica, mudam o significado: SÁ-bia (inteligente), sa-Bi-a (verbo "saber"), sa-bi-Á (pássaro). Acento GráficoÉ o sinal (´) ou (^) que indica, por escrito, a posição da sílaba tônica. Não se confunda acento gráfico (grafado) com acento tônico (pronunciado). Assim, nas palavras azul e esquecido existe acento tônico, mas não existe acento gráfico; já na palavra esplêndido existem acento tônico e acento gráfico. Modernamente, o acento grave (`) é empregado apenas para indicar o fenômeno da crase. Sílaba Subtônica É a primitiva sílaba tônica dos vocábulos que recebem o sufixo -mente ou tem sufixo introduzido pela letra Z (-zinho, -zito, -zal, -zeiro etc.). a m a r g a + m e n t e = a m a r g a m e n t e ÝÝÝ sílaba tônica sílaba sílaba subtônica tônica Classificação das Palavras Segundo a Posição da Sílaba Tônica A sílaba tônica só pode ser a antepenúltima, a penúltima ou a última. Se a sílaba tônica for a antepenúltima, a palavra se chamará PROPAROXÍTONA: esplêndido, médico, árvore, lâmpada, íamos, fôssemos. Se a sílaba tônica for a penúltima, a palavra se chamará PAROXÍTONA: esquecido, somente, cafezinho, janela, fácil, órgão. É costume entre gramáticas classificar as PAROXÍTONAS terminadas por ditongo crescente também como PROPAROXÍTONAS RELATIVAS ou EVENTUAIS, porque tal ditongo pode ser pronunciado separadamente (di-vór-ci-o, tê-nu-e, O-Ií-vi-a), embora não possa ser separado graficamente (di-vór-cio), tê-nue, O-lí-via). Se a sílaba tônica for a última, a palavra se chamará OXÍTONA: azul, jacaré, português, veloz, Juvenal, desesperação. Erros Comuns de Prosódia (ou Silabadas) Quando alguém, ao pronunciar uma palavra, coloca o acento tônico numa sílaba que não é a tônica, dizemos que cometeu uma silabada. Segue-se uma relação de palavras, cuja vogal tônica grifamos, comumente mal pronunciadas: avaro decano nenúfar ágape edito (decreto, lei) Normandia aríete édito (ordem judicial) Nobel aziago estratégia novel alcíone fortuito pântano aerólito filantropo pegada arquétipo gratuito perito batavo grácil pudico bávaro ímprobo refém barbaria inaudito revérbero barbárie ínclito ruim bímano intuito rubrica boemia ínterim sátrapa cartomancia ibero trânsfuga ciclope lêvedo ureter circuito maquinaria zênite crisântemo misantropo zéfiro ACENTUAÇÃO GRÁFICAAdvertência A solução, em termos gerais e definitivos, do problema de acentuar depende da assimilação o aplicação correta de um pequeno conjunto de regras. Evidentemente, essa aplicação correta só a consegue aquele que tiver conhecimentos básicos de Fonética e Prosódia. É preciso, pois, se necessário, revisá-los, porque de nada valem as regras de acentuação para quem, por exemplo, não sabe achar a sílaba tônica. Aliás, indicá-la é o fim exclusivo da acentuação gráfica. Por isso, qualquer acento colocado numa sílaba não-tônica (átona ou subtônica) constitui erro muito grave. 1 - Regra das Proparoxítonas Coloca-se acento gráfico sobre a vogal tônica de todas as proparoxítonas, todas, sem exceção: médico, árvore, lâmpada, estilística, incômodo, incólume, dermatológico, cantássemos, vendêssemos, cantaríamos, revólveres, líderes. 2 - Regra das Paroxítonas Coloca-se acento gráfico sobre a vogal tônica das paroxítonas terminadas por:
b) ã, ãs: ímã, sótãos, órgão, órfãs: ão, ãos: sótão, sótãos, órgão, órgãos; ei, eis: jóquei, pônei, pôneis, hábeis, vendêsseis; i, is: táxi, táxis, júri, júris, lápis; om, ons: iândom, rándom, prótons, nêutrons, íons; um, uns: álbum, álbuns, fórum, vade-mécum, factótum; us: bônus, ônus; c) I, n, r, x: fácil, réptil, móvel, cônsul, inconsútil, hífen, éden, sêmen, próton, nêutron, íon, líder, fêmur, revólver, caráter, tórax, ônix, látex. d) ps: bíceps, fórceps, Quéops. Observações e artifícios: 1) Há um caminho prático o eficiente para o reconhecimento das paroxítonas terminadas por ditongo crescente. São palavras que apresentam duas letras vogais no fim (seguidas ou não de s), e a vogal tônica está na sílaba anterior. Veja-se bem: duas letras-vogais no fim e vogal tônica antes: gló-ria, á-rea, fá-tuo, Ê-nio, ex-ce-lên-cia. Se a vogal tônica for uma das últimas (Fi-lo-so-fi-a, ca-no-a, pe-ru-a, en-vi-e, ja-mais, a-ção), ou se houver mais de duas letras-vogais no fim (rai-o, estei-o, tamoi-o, a-rei-a), não teremos paroxítona terminada em ditongo crescente. 2) Observe-se, para memorizar, que as vogais a, e, i, o, u estão presentes, pela ordem, nas terminações do item “b”. 3) As terminações do item “c” podem ser lembradas pelos iniciais do seguinte órgão fictício: Liga Nacional do Raio X. 4) Os prefixos latinos terminados em i e r não levam acento: semi-rico, anti-semita, super-homem, inter- -resistente. 3 - Regra das Oxítonas Coloca-se acento gráfico sobre a vogal tônica das palavras oxítonas terminadas por: a) o, os: avó, avó, avós, cipó, cipós, propôs, pó, pós, Feijó; e, es: ipê, ipês, pé, pés, cem, cafés, vê, vês, descrê, português; a, as: cajás, pá, pás, fará, farás, atrás, má, más; b) em, ens (com mais de uma sílaba): além, porém, armazém, armazéns, parabéns, aquém. Artifício: As terminações do item “a” podem ser lembradas pela O.E.A. (Organização dos Estados Americanos). Observações:
2) A 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter, vir e seus derivados (reter, conter, advir, provir etc) recebe acento circunflexo. As demais formas submetem-se à regra, item “b”. (tu) tens vens conténs provéns (ele) tem vem contém provém (eles) têm vêm contêm provêm 4 - Regra da Quebra de Ditongo Coloca-se acento gráfico sobre a vogal tônica dos hiatos formados por vogal + i(s) ou u(s), para evitar que sejam confundidos com ditongos. Comparemos: ai x a-í pais x pa-ís mau x ba-ú ruivo x ru-í-do Por outras palavras: acentuam-se o i e o u, quando preencherem, simultaneamente, as três condições seguintes: - forem tônicos; - vierem antecedidos de vogal; - formarem sílabas sozinhos ou com s. miúdo, gaúcho, faísca, balaústre, juízes, Grajaú, Tramandaí, saída, uísque. Observação:O i seguido de nh não leva acento, por causa da nasalização: rainha, tainha, bainha, fuinha, ventoinha. Também não se acentuam o i ou u tônicos, mas sem vogal antes, ou formando sílaba com outra letra que não o s: item, idem, ali, bauru, tatu, urubu, jacu, Cairu, juiz, Raul, sair, ruim, caiu, saiu. 5 - Regra dos Hiatos OO e EE Coloca-se acento gráfico sobre a 1ª vogal dos hiatos oo e ee, se ela for tônica: vôo, enjôo, perdôo, lêem, vêem, crêem, descrêem, antevêem, relêem. Observação: Os verbos ler, dar, ver e crer (Leda vê, crê!) e seus derivados são os que ainda apresentam êe na terceira pessoa do plural. 6 - Regra dos Ditongos Abertos Coloca-se acento gráfico sobre a vogal tônica dos ditongos eu, ei, oi (Eu sei, boi!), quando forem abertos: chapéu, fogaréu, réus, céu, idéia, protéico, rói, heróis, heróico, bóia, paranóia, estóico. 7 - Regra do Trema O trema depende de uma condição básica: u precedido de q ou g, seguido de e ou i. Sem essa condição, abandona-se a hipótese de trema. É fácil de entender: o trema é sinal de sonorização do u. E só há necessidade de indicar tal sonorização, quando houver o risco de não ser pronunciado. Esse risco só existe naquela condição básica. Fora disso, será sempre pronunciado. Assim, por exemplo, qüinqüenal, sem os tremas, poderíamos ler kinkenal, mas aguada, aquoso, quórum não correriam risco de deformação. Resumindo: coloca-se trema sobre o u, quando, entre q ou g e e ou i, for pronunciado: tranqüilo, sagüi, conseqüência, agüentar. Fora da condição básica ou mudo, nada leva. Se, havendo a condição básica, o u for tônico, substitui-se o trema por um acento agudo: obliqúes, argúem. Observações: 1) Algumas palavras admitem duas pronúncias; por isso, dupla grafia: líquido, líqüido. 2) Uma palavra não admite dois acentos, mas admite tantos tremas quantos forem necessários e também o acento: qüinqüegenário, qüinqüelíngüe, lingüística. 8 - REGRA DO ACENTO DIFERENCIAL
b) Acentuam-se as seguintes palavras para diferenciá-las de correspondentes átonas: pôr (verbo) pára (verbo “parar”) pélo, pélas, péla (verbo “pelar”) péla, pélas (substantivo = jogo) pêlo, pêlos (substantivo = cabelo) pôlo, pôlos (substantivo = ave) pólo, pólos (substantivo = extremo ou jogo) pêra (substantivo = fruta ou barba) côa, côas (verbo “coar”). Correspondentes átonas: por (preposição) para (preposição) pelo, pela, pelas (prep. + artigo) pela, pelas (preposição + artigo) pelo, pelos (preposição + artigo) polo, polos (prep. + artigo – antiga) pera (preposição antiga) co’a, co’as (preposição + artigo). Observações: 1) Note-se que, no item “a”, o acento diferencia pronúncias (aberto-fechado), ao passo que, em “b”, indica palavra tônica em oposição a palavra átona de mesma grafia. 2) São apenas esses os acentos diferenciais remanescentes da Lei nº. 5.765, de 18 de dezembro de 1971. NOTA FINAL - Os nomes próprios estão sujeitos às mesmas regras. A gramática não cuida de questões herdadas ao arrepio do vernáculo. NOTAÇÕES LÉXICASSão os sinais de que nos servimos, na escrita, para indicar a pronúncia correta da palavra. Além do acento agudo (´), do acento circunflexo (^) e do trema (¨), são notações léxicas: a) o til - indica a nasalização das vogais a e o: maçã, ação, mãe, põe, corações; b) a cedilha - indica que o c tem valor de ss antes de a, o e u: raça, baço, caçula; c) o apóstrofo - indica a supressão de fonema: pau-d'arco; d) o hífen - usa-se nas derivações prefixais, nos compostos e para ligar os pronomes oblíquos ao verbo; e) o acento grave - modernamente, apenas se usa para indicar a crase. TESTES 1) Há erro de acentuação num dos conjuntos seguintes: a) grátis - jibóia - jutiti - altruísmo b) aqui - Nobel - também - rubrica c) apóio - item - espelho - tênue d) ávaro - íngreme - trégua - caráter e) circuito - boêmia - ínterim - Nélson 2) Apenas num dos conjuntos seguintes existe erro de acentuação: a) urubu - juriti - júri b) baú - Tramandaí - admiti-lo c) rubrica - bílis - suéter d) você - pólens - Lindóia e) item - independência - Leo 3) A alternativa em que há um erro de acentuado gráfica é: a) seriamente - caju - sabê-lo-emos - tranqüilo b) repor - abençoa - movê-lo-ias - tínheis c) vezes - abençôo - feri-lo - ventoinha d) retém-no - têxtil - pô-lo-á - éter e) for - descrêem - contratá-lo-iamos - heroína 4) A alternativa em que todas as palavras obedecem à mesma norma de acentuação é: a) distraída - dói - alumínio b) público - pálida - espírito c) experiência - série - distraída d) célula - indústria - também e) líder - fácil - heróico 5) O barulho ............. que o ouvido humano tolera é de cento e trinta ..............., .............. de um jato no aeroporto. a) maximo - decibéis - ruído h) maximo - decibeis - ruido c) máximo - decibeis - ruido d) máximo - decibéis - ruído e) máximo - decibéis - ruido 6) Argumentando com........., o promotor exige que ......... a exatidão das declarações do depoente. a) eloquencia - averígüem h) eloqüência - averíguem c) eloquência - averiguem d) eloqüência - averigúem e) eloqüencia - averigüem 7) O ........ resulta da ............ entre alga e fungo. a) líquen - simbiose b) liquen - simbiose c) liquem - simbiose d) líquen - simbióse e) líquem - simbióse 8) Todos os carros ........... forçosamente ............ ponto, porque as obras da estrada........... a passagem. a) param - naquele - obstruíram b) param - naquêle - obstruíram c) páram - naquele - obstruíram d) páram - naquele - obstruiram e) param - naquele - obstruiram 9) A séria em que há erro de acentuação é: a) ácido, prótons, ítens h) fácil, ruído, através c) fez, trem, caracu, d) otário, heróico, sagüi e) perdôo, ipê, índio 10) A alternativa que apresenta todas as palavras com acentuação gráfica correta é: a) pálido - cafézinho - femur b) chapéu - umbú - eles provém c) sozinho - pôr (verbo) - averigúe d) mágoa - serio - biceps e) porem - esplendido - úmido 11) Aceita um ............. ? Então ponha o ............ na ............... a) cafezinho - açucar - xicara b) cafezinho - açúcar - xícara c) cafézinho - açucar - xícara d) cafèzinho - açúcar - xícara e) cafézinho - açúcar - xicara 12) Há ERRO relacionado com a acentuação gráfica numa das palavras em: a) prejuízos - reduzi-lo-iam b) (as) rubricas - destroem c) (os) mistéres - itens d) aperfeiçoe - predispõem e) apóiem - proporás 13) Há ERRO relacionado com a acentuação gráfica em: a) Deverias pôr as barbas de molho. b) As indústrias têxteis estavam em grande expansão. c) A localização dos polos petroquímicos provocou grande discussão. d) As raízes das árvores rasgavam o solo. e) Os contribuintes consideram muito elevadas as alíquotas. 14) Todas as palavras devem ser acentuadas na alternativa: a) pudico - pegada - rubrica b) gratuito - avaro - policromo c) abdomen - itens - harem d) magoe - perdoe - ecoa e) contribuia - atribuimos - caiste 15) A série em que nem todas as palavras se acentuam pelo mesmo motivo é: a) juízo, aí, saúde, baús b) poética, árabes, lírica, metáfora c) glória, apóia, série, inócuo d) réptil, fêmur, contábeis, ímã e) assembléia, dói, papéis, céu 16) A vogal tônica está destacada incorretamente numa das palavras em: a) mistEr, filantrOpo b) a rUbrica, gratUito c) decAno, uretEr d) novEl, ruIm e) pudIco, fortUito 17) Somente o singular exige acento gráfico em: a) consul - consules b) carater - caracteres c) lider - lideres d) sofrivel - sofriveis e) pulover - puloveres 18) Somente o plural exige acento gráfico em: a) refem - refens b) hifen - hifens c) mes - meses d) textil - texteis e) cascavel - cascaveis 19) Ocorre erro de acentuação gráfica em: a) quilômetros b) mercantis c) ônus d) aspéctos e) logaritmo RESPOSTAS 1- D 2- D 3- E 4- B 5- D 6- D 7- A 8- A 9- A 10- C 11-B 12-C 13-C 14-E 15-C 16-B 17-B 18-E 19-D SEMÂNTICA A semântica trata do significado das palavras através do tempo e do espaço. Nesse chão, estudam-se:
São palavras relacionadas por um sentido comum, mas diferentes na forma. Os sinônimos são perfeitos, quando o sentido é igual: alfabeto = abecedário brado = grito extinguir = apagar adversário = antagonista contraveneno = antídoto Os sinônimos são imperfeitos, quando a significação é semelhante: bela - formosa livro - volume caridade - bondade 2. Antônimos São palavras de significação oposta: ordem x anarquia soberba x humildade louvar x censurar A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido contrário ou negativo: bendizer x maldizer simpático x antipático progredir x regredir concórdia x discórdia explícito x implícito ativo x inativo esperar x desesperar simétrico x assimétrico
Diz-se da palavra que é empregada na sua significação natural. É, em última análise, o sentido que a palavra tem originalmente. 4. Sentido Figurado Ocorre quando a palavra está empregada em sentido translato, ou seja, quando, por um processo de analogia, é empregada em sentido diverso do próprio: A dama trazia uma flor nos cabelos. (sentido próprio) A dama pertence à flor da sociedade. (sentido figurado) À noite, no campo, podemos admirar as estrelas. (sentido próprio). “A lua (... ) salpicava de estrelas o nosso chão".(sentido figurado) 5. Denotação e Conotação É conveniente guardar estas duas palavras: DENOTAÇÃO (= sentido próprio) e CONOTAÇÃO (= sentido figurado). Nos textos dissertativos (artigos, monografias e teses), narrativas de fatos (noticiários, reportagens) e livros científicos, predomina a linguagem denotativa, que é racional, lógica, objetiva. Já nos textos literários em geral, principalmente na poesia, o artista usa, com freqüência, linguagem figurada, subjetiva, sentimental, isto é, conotativa. 5. Homônimos Se duas palavras de significados diferentes são iguais na grafia, ou na pronúncia, ou nas duas coisas, tais palavras são HOMÔNIMAS: o porto (substantivo) - eu porto (verbo) cozer (cozinhar) - coser (costurar) ser (verbo) - o ser (substantivo) Relação de palavras homônimas: acender (atear fogo) – ascender (elevar-se) acento (sinal gráfico) – assento (banco) acerto (precisão) – asserto (afirmação) apreçar (marcar o preço de) – apressar (acelerar) caçar (apanhar, perseguir – cassar (invalidar) animais) cegar (privar da visão) – segar (ceifar) cela (cubículo) – sela (arreio) censo (recenseamento) – senso (juízo) cerrar (fechar) – serrar (cortar) cessão (ato de ceder) – seção/secção (parte, sessão (reunião) setor) concertar (harmonizar) – consertar (remendar, arrumar) incipiente (principiante) – insipiente (ignorante) tacha (prego) – taxa (imposto)
São palavras apenas semelhantes, sem nenhuma igualdade, mas a semelhança faz com que a gente embarque na canoa de usar uma peja outra: retificar (corrigir) - ratificar (confirmar) imergir (submergir) - emergir (vir à tona) mal (contrário de "bem") - mau (contrário de "bom") Relação de palavras parônimas: acidente (desastre) - incidente (acontecimento inesperado) atuar (agir) - autuar (processar) casual (ocasional) - causal (relativo à causa) cavaleiro (homem que - cavalheiro (homem cortês) anda a cavalo) delatar (trair) - dilatar (aumentar) descrição (ato de des- - discrição (qualidade de ser crever) discreto) descriminar (inocentar) - discriminar (diferenciar) despercebido (desatento) - desapercebido (desprevenido) eminente (notável) - iminente (imediato, prestes a) infligir (aplicar (pena) - infringir (violar) pleito (eleição) - preito (homenagem, respeito) prever (antever) - prover (abastecer) ratificar (confirmar) - retificar (corrigir) sortir (prover) - surtir (produzir efeito) tráfego (trânsito) - tráfico (comércio ilícito) vestiário (recinto para - vestuário (traje) troca de roupa) vultoso (grande) - vultuoso (inchado) TESTES 1) Devemos alterar, ou seja, ............... agora este projeto, porque, após, não serão permitias ................ a) ratificar - ratificações b) retificar - retificações c) ratificar - retificações d) retificar - ratificações 2) ............. as minhas palavras iniciais, pois não sou homem de fazer modificações no que está feito. Acho que tenho o equilíbrio suficiente para não ............ certas normas. a) Ratifico - infringir b) Ratifico - infligir c) Retifico - infringir d) Retifico - infligir 3) No .......... do violoncelista ......... havia muitas pessoas, pois era uma ......... beneficente. a) conserto - eminente - sessão b) concerto - iminente - seção c) conserto - iminente - seção d) concerto - eminente - sessão 4) O submarino .............. do mar. a) holandês imergiu b) holandez imergiu c) holandês emergiu d) holandez emergiu 5) .......... sem licença; teve a licença ............ a) Caçava - caçada b) Caçava - cassada c) Cassava - caçada d) Cassava - cassada 6) Dê o sinônimo da palavra "propensão": a) vontade b) tendência c) indiferença d) firmeza e) indisposição 7) Aponte o antônimo do vocábulo "sucinto": a) conciso b) inerente c) ampliado d) breve e) eficaz 8) Assinale o homônimo de "censo": a) senço b) cenço c) sensso d) cenzo e) senso RESPOSTAS: 1-B 2-A 3-D 4-C 5-B 6-B 7-C 8-E MORFOLOGIA (AS 10 CLASSES GRAMATICAIS) 1. Substantivo Substantivos são as palavras que representam os seres em geral, quer sejam concretos (livro), quer sejam abstratos (liberdade), quer sejam comuns (rio, cidade, homem) quer sejam próprios (Jacuí, Porto Alegre, José), quer sejam termos primitivos (sapato), quer sejam derivados (sapataria), quer sejam termos simples (flor, sol), quer sejam compostos (beija-flor, girassol), quer sejam coletivos (bando, enxame). Mas qualquer palavra pode ser substantivada, desde que exerça função de substantivo na frase. Por exemplo, "sábio" é adjetivo, porque podemos dizer "homem sábio", mas, em "O sábio estuda", passa a ser substantivo, porque exerce função (sujeito) típica de substantivo. Nessa condição, aceita até ser adjetivado: "O sábio responsável estuda". Em "Viver alegre contrapõe-se a morrer triste", "viver" e "morrer" são verbos substantivados, porque exercem, respectivamente, as funções de núcleo do sujeito e núcleo do objeto indireto. 2. Adjetivo É a palavra que expressa uma qualidade e "encaixa diretamente" ao lado de um substantivo. Tomemos a palavra "bondoso" para exemplo. É, com efeito, um adjetivo, porque, além de expressar uma qualidade, pode ser “encaixada diretamente” ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa Já com a palavra "bondade", embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, moça bondade, pessoa bondade. "Bondade", portanto, não é adjetivo, mas substantivo, porque admite o artigo: "a bondade". O substantivo encaixa ao lado de outro substantivo, mas não diretamente e, sim, através de uma proposição: homem de bondade, moça de bondade, pessoa de bondade. 3. Pronomes PESSOAIS Os pronomes pessoais, que tomam o lugar da pessoa que fala (1ª pessoa), da pessoa com que falamos (2ª pessoa) ou da pessoa de que falamos (3ª pessoa), podem ser:
EMPREGO (CERTO X ERRADO) a) Eu e tu x mim e ti - Se houver preposição antes, devemos usar mim e/ou ti, e não eu e/ou tu: Entre mim e ti não há desavenças. Sobre Joana e ti nada se pode dizer Devo a ti esta conquista. Constrói esta casa para mim. Se, todavia, acrescentarmos um verbo no infinitivo, devemos usar eu e/ou tu: Constrói esta casa para eu morar. Ele disse que é para eu e tu partirmos. b) Si e consigo - Estes pronomes somente podem ser empregados, se se referirem ao sujeito da oração: Joana só pensa em si. ("Si" refere-se a "Joana": sujeito) O poeta gosta de ficar consigo mesmo. ("Consigo" refere-se a "poeta": sujeito.) Estão erradas, portanto, frases como estas: Creio muito em si, meu amigo. Quero falar consigo. "Si" e "consigo" estão referindo-se à pessoa com quem falamos, o não ao sujeito de "creio" e "quero", que é "eu", subentendido. Para corrigi-las, basta substituir "si" e "consigo" por "você", "senhor", "V.Sa." etc., conforme exigir a situação: Creio muito em você, meu amigo. Quero falar com o senhor. c) Conosco e convosco - Se vierem seguidos de uma expressão complementar, desdobram-se em "com nós" e "com vós": Esta missão é com nós mesmos. Com vós, jovens, sempre estou bem. d) Ele(s), ela(s) x o(s), a(s) - Não raras vezes ouvimos: "Vi ela no teatro", "Não queremos eles aqui", frases em que o pronome reto, erradamente, está exercendo a função de objeto direto. O certo é: "Vi-a no teatro", "Não os queremos aqui". b) DE TRATAMENTO São pronomes de tratamento você, senhor, senhora, senhorita, fulano, sicrano, beltrano e as expressões que integram o quadro seguinte:
4) Papa; 5) Cardeal; 6) Arcebispo e bispo; 7) Autoridade religiosa inferior às acima citadas; 8) Religioso sem graduação; 9) Rei e imperador; 10) Príncipe, arquiduque e duque. Observação: Todas essas expressões se apresentam também com SUA para cujas abreviaturas basta substituir o "V" por "S". EMPREGO a) Vossa Excelência etc. x Sua Excelência etc. - Os pronomes de tratamento com "Vossa(s)" empregam-se em relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro. Com "Sua(s)" são empregados, quando falamos a respeito da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade. b) 3ª pessoa - Os pronomes de tratamento são da 3ª pessoa; portanto, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa; Basta que V. Ex.as cumpram a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhes fiquem reconhecidos. c) Uniformidade de Tratamento - Quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de "você", não poderemos usar "te" ou "teu", o os verbos, evidentemente, vão para a 3ª pessoa. Eis um texto errado, do tipo, aliás, muito freqüente em nossa música popular: Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. Não mais permitirei que te afastes de mim. Ou corrigimo-lo assim: Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. Não mais permitirei que se afaste de mim. Ou assim: Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. Não mais permitirei que te afastes de mim. POSSESSIVOS Com eles indicamos a coisa possuída e a pessoa gramatical possuidora. No quadro abaixo, vemo-los relacionados aos respectivos pronomes pessoais:
EMPREGO a) Ambigüidade - "Seu", "sua", "seus" e "suas" têm dado origem a frases como estas: O policial prendeu o ladrão em sua casa. O jovem foi com a namorada para o seu colégio. A casa é a do policial ou a do ladrão? É o colégio é o do jovem ou o da namorada? Corrigem-se, substituindo o pronome por outro ou aproximando a coisa possuída do possuidor: O policial prendeu o ladrão na casa deste. O jovem foi para o seu colégio com a namorada. b) "Machuquei a minha mão" - Não se usam os possessivos em relação às partes do corpo ou às faculdades do espírito. Devemos, pois, dizer: Machuquei a mão. (E não "a minha mão") Ele bateu a cabeça. (E não "a sua cabeça") Perdeste a razão? (E não "a tua razão") RELATIVOS São as palavras que, quem, qual, cujo, onde, como, quando, quanto, desde que: a) tenham como precedente um substantivo e como conseqüente um verbo; b) possam ser substituídos, sem quebra de sentido, por uma expressão onde aparece qual ou quais: Os livros que li ajudaram-me. (Os livros os quais li ajudaram-me.) A casa onde moro tem goteiras. (A casa na qual moro tem goteiras.) DEMONSTRATIVOS São os que localizam ou identificam o substantivo.
Ainda são demonstrativos O, A. OS, AS, quando antecedem o QUE e podem ser substituídos por AQUELE(S), AQUELA(S), AQUILO: Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) Esta rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que te indiquei.) EMPREGO Este(s), esta(s), isto indicam que o ser está próximo da pessoa que fala: Este livro que tenho aqui em minha mão esclarece o assunto. Esse(s), essa(s), isso indicam o ser que está próximo da pessoa com quem falamos: Essa caneta com que escreves pertence a mim. Aquele(s), aquela(s), aquilo indicam o ser que estiver longe de ambas as pessoas: Aquele quadro que vemos na parede é antigo. Agora, prestemos atenção a estes exemplos: 1) "A mim só interessa isto: realizar os meu ideais." "Realizar os meus ideais: isso é o que me interessa." Isto (ou este, ou esta) indica uma idéia que ainda não foi expressa. Isso (ou esse, ou essa) indica uma idéia que já foi expressa. 2) "As palavras afetuosas e os ditos irônicos são como as flores e os espinhos: aquelas perfumam; estes ferem.(ou estes ferem; aquelas perfumam.)" Ao nos referirmos a duas idéias anteriormente expostas, este(s), esta(s), isto (jamais esse ... ) indicam a idéia mais próxima, isto é, a última; aquele(s), aquela(s), aquilo indicam a idéia mais afastada, isto é, a primeira. 3) "Esta seção precisa de papel." "Esperamos que essa seção atenda ao nosso pedido." Este(s), esta(s), isto indicam o local (cidade, rua, repartição, estado etc.) de onde escrevemos. Esse(s), essa(s), isso indicam o local em que se encontra o nosso correspondente. 4) "Neste século XX, vimos coisas de espantar." "Naquele (ou Nesse) tempo, dizia Jesus..." Em relação a tempo, este(s), esta(s) indicam o presente; o passado indica-se por esse ou aquele. Observação: Os pronomes demonstrativos podem combinar-se com preposições: neste, desse, naquele etc.), o que em nada modifica os empregos referidos. INDEFINIDOS São os que determinam o substantivo de modo vago, de maneira imprecisa. LISTA DOS INDEFINIDOS
INTERROGATIVOS Chamam-se interrogativos os pronomes que, quem, qual o quanto, empregados para formular uma pergunta direta ou indireta: Que trabalho estão fazendo? Diga-me que trabalho estão fazendo. Quem disse tal coisa? Ignoramos quem disse tal coisa. Qual dos livros preferes? Não sei qual dos livros preferes. Quantos passageiros desembarcaram? Pergunte quantos passageiros desembarcaram. DIFERENÇA ENTRE OS PRONOMES SUBSTANTIVOS E OS PRONOMES ADJETIVOS Pronomes adjetivos são aqueles que simplesmente acompanham os substantivos: Este moço é meu irmão. Estes dois simpáticos e elegantes moços são meus irmãos. Pronomes substantivos são aqueles que substituem ou representam tão bem o substantivo, que é como se ele estivesse presente: Nem tudo está perdido. (Nem todos os bens estão perdidos.) Os pronomes "fanáticos" são os pessoais e os relativos. Eles são sempre substantivos; por isso, dispensam essa classificação. Basta chamá-los simplesmente pronomes pessoais e pronomes relativos. Os outros ora são pronomes substantivos, ora são pronomes adjetivos. Sendo assim, nos exemplos seguintes, eles se comportam como: A caneta é minha. minha – pron. subst. possessivo. Minha sogra é um anjo. minha – pron. adj. possessivo. Aquilo que fizeste não se faz. aquilo – pron. subst. demonstrativo. Aquela criança veio ao mundo por acidente. aquela – pron. adj. demonstrativo. Ninguém entra em fria por querer. ninguém – pron. subst. indefinido. Nenhum homem conseguirá convencê-la. nenhum – pron. adj. indefinido. Que queres comigo? que – pron. subst. interrogativo. Quantas moedas vais oferecer? quantas – pron. adj. interrogativo. 4. Artigo É artigo a palavra que, vindo (diretamente ou não) antes de um substantivo, indica se o mesmo está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. É por isso que os artigos se subdividem em: a) Artigos definidos - o, a, os, as - porque deixam definido, determinado o substantivo a que se referem. Ao dizermos: "Mário, joga fora o cigarro!" estamos nos referindo a um cigarro determinado: aquele que Mário provavelmente estaria fumando. b) Artigos indefinidos - um, uma, uns, umas - porque deixam indefinido, indeterminado, vago o substantivo a que se referem. Quando dizemos: "Mário, dá-me um cigarro!" estamo-nos referindo a um cigarro indeterminado. Mário nos daria qualquer um dos que ele tivesse no maço. Mas eu e Mário teríamos o mau hábito (definido) de fumar 5. Numeral É a palavra que indica uma quantidade exata ou um lugar numa série. Os numerais podem ser: a) Cardinais - quando indicam um número básico: um, dois, trás, cem mil... b) Ordinais - quando indicam um lugar numa série: primeiro, segundo, terceiro, centésimo, milésimo... Segue uma lista dos ordinais que mais se erram: 40º - quadragésimo 300º - trecentésimo 50º - qüinquagésimo 400º - quadringentésimo 60º - sexagésimo 500º - qüingentésimo 70º - septuagésimo 600º - sexcentésimo 80º - octogésimo 700º - septingentésimo 90º - nonagésimo 800º - octingentésimo 100º - centésimo 900º - nongentésimo 200º - ducentésimo 1.000º - milésimo c) Multiplicativos - quando indicam uma quantidade multiplicativa: dobro, triplo, quádruplo... d) Fracionários - quando indicam parte de um inteiro: meio, metade, dois terços... 6. Advérbio É a palavra invariável que se relaciona ao verbo para atribuir-lhe uma circunstância. Segundo a nova nomenclatura gramatical brasileira, os advérbios podem ser: a) de afirmação - sim, certamente, efetivamente etc.; b) de dúvida - talvez, quiçá, porventura, acaso, provavelmente etc.; c) de intensidade - muito, pouco, assaz, bastante, mais, menos, tão, tanto, quão etc.: Nota: É de observar que as palavras "muito", "pouco" o "tanto" também podem ser pronomes indefinidos. A diferenciação é fácil: podendo variar em gênero ou número, serão pronomes indefinidos; quando forem invariáveis, serão advérbios. Maurício estuda pouco. Ele dispõe de pouco tempo. No primeiro exemplo, qualquer que seja a modificação de gênero ou número introduzida na frase, "pouco" permanecerá invariável. No segundo exemplo, basta substituir "tempo" por "horas", para que tenhamos: Ele dispõe de poucas horas. Portanto, o primeiro é advérbio e o segundo é pronome indefinido. d) de interrogação - onde, como, quando e por que nas interrogações diretas ou indiretas: Onde vais? Como vais? Quando vais? Por que voltaste? Quero saber onde vais. Mandaram perguntar como vais. Nota: Não se deve confundir advérbio interrogativo com pronome interrogativo. e) de lugar - aqui, ali, aí, além, aquém, acima, abaixo, atrás, dentro, junto, defronte, perto, longe etc. f) de modo - assim, bem, mal, depressa, devagar, melhor, pior e a maior parte das palavras formadas de um adjetivo, mais a terminação "mente" (leve + mente = levemente; calma + mente = calmamente). g) de negação - não, tampouco. h) de tempo - agora, já, depois, anteontem, ontem, hoje, jamais, sempre, outrora, breve etc. Observação 1: Foi dito que o advérbio se refere ao verbo; acrescente-se, agora, que ele também pode referir-se a um adjetivo ou a outro advérbio. Ele trabalha muito. muito Þ trabalha Ele é muito trabalhador. muito Þ trabalhador Ele poderia trabalhar muito mais. muito Þ mais Observação 2: Também existem as chamadas locuções adverbiais que vêm quase sempre introduzidas por uma preposição: à farta (= fartamente), às pressas (= apressadamente), à toa, às cegas, às escuras, às tontas, às vezes, de quando em quando, de vez em quando etc. 7. Preposição É a palavra invariável que serve de ligação entre dois termos de uma oração ou, às vezes, entre duas orações: Ele comprou um livro de poesia. Ele tinha medo de ficar solitário. Como se vê, a preposição "de", no primeiro exemplo, liga termos de uma mesma oração; no segundo, liga orações. Preposições Simples - Eis a lista: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, durante, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Locuções Prepositivas Além das preposições simples, existem também as chamadas locuções prepositivas, que terminam sempre por uma preposição simples: abaixo de, acerca de, acima de, a despeito de, adiante de, a fim de, além de, antes de, ao lado de, a par de, apesar de, a respeito de, atrás de, através de, de acordo com, debaixo de, de cima de, defronte de, dentro de, depois de, diante de, embaixo de, em cima de, em frente de(a), em lugar de, em redor de, em torno de, em vez de, graças a, junto a (de), para baixo de, para cima de, para com, perto de, por baixo de, por causa de, por cima de, por detrás de, por diante de, por entre, por trás de. 8. Interjeições São palavras, sem valor sintático, que exprimem estados súbitos de alma: "ai!", "oh!", "socorro!" 9. Conjunções Palavras ou locuções invariáveis que ligam orações. Dividem-se em dois grupos: coordenativas e subordinativas. COORDENATIVAS Aditivas Tipo: e Relação: e, nem (= e não), também, que, não só... mas também, não só... como, tanto ... como, assim... como etc. Observação: Em geral, cada categoria tem uma conjunção típica. Assim é que, para classificar uma função ou locação conjuntiva, é preciso que ela seja substituível, sem mudar o sentido do período, pelo tipo. Por exemplo, o "que" somente será conjunção coordenativa aditiva, se for substituível pelo tipo "e": "Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és". Alternativas Relação: ou... ou, já ... já, seja... seja, quer... quer, ora... ora, agora... agora. Observação: As alternativas caracterizam-se pela repetição, exceto "ou" cujo primeiro elemento pode ficar subentendido. Adversativas Tipo: mas Relação: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, senão, não obstante. Observação: As alternativas, exceto "mas", podem aparecer deslocadas. Nesse caso, a substituição pelo tipo só é possível, se devolvidas ao início da oração: Esforçou-se muito; não logrou, contudo, êxito. Esforçou-se muito, contudo (=mas) não logrou êxito. Conclusivas Tipo: portanto Relação: portanto, logo, por conseguinte, assim, pois, então, por isso, por fim, enfim, conseguintemente, conseqüentemente. Explicativas Tipo: porque Relação: porque, pois, pois que, que, porquanto, já que, uma vez que, visto que, sendo que, dado que, como. SUBORDINATIVAS Causais Idem às explicativas. A diferenciação, na prática, faz-se examinando a oração anterior. Se esta tiver o verbo no imperativo, a conjunção será coordenativa explicativa: Fecha a janela, porque faz frio. Condicionais Tipo: se Relação: se, caso, contanto que, desde que, uma vez que, dado que, a não ser que, a menos que, suposto que, salvo se, exceto se. Concessivas Tipo: embora Relação: embora, conquanto, ainda que, posto que, mesmo que. em que, se bem que, por mais que. Conformativas Tipo: conforme Relação: conforme, consoante, segundo, como, da mesma maneira que. Consecutivas Relação: que (precedido de "tão", "tal", "tamanho" ou "tanto”), de maneira que, de modo que, de forma que, de sorte que, de molde que, de jeito que. Comparativas Relação: que, do que (precedidos de "mais", "menos", "maior", “menor", "melhor" ou "pior"), como (precedido de "tão", "tal" ou "tanto”), qual (precedido de "tal"), quanto (precedido de "tanto"), quão (precedido de "tão"). Finais Tipo: a fim de que Relação: a fim de que, para que, porque, que. Integrantes Relação: que, se Observação: O "que" a o "se" serão conjunções subordinativas integrantes, se a oração por eles iniciada responder à pergunta "Qual é a coisa que ... ?”, formulada com o verbo da oração anterior. Não sei se se morre de amor. - Qual é a coisa que não sei? - Se se morre de amor. Proporcionais Tipo: à proporção que Relação: à proporção que, à medida que, ao passo que. Temporais Tipo: quando Relação: quando, logo que, assim que, depois que, enquanto, ao tempo que, apenas, mal. Valor das conjunções Para lá de importante é ter domínio sobre o valor semântico (o significado) das conjunções, ou seja, é preciso saber que circunstâncias nos trazem as orações iniciadas por elas, relativamente à idéia expressa na oração à qual estão ligadas. Tais circunstâncias inferem-se, em geral, do próprio nome das conjunções. Por exemplo, na frase: "Estamos bem preparados, portanto teremos um bom desempenho", a conjunção (portanto) é conclusiva, e a oração iniciada por ela (negrito) expressa uma conclusão, decorrente do que se diz na oração anterior, isto é, do fato de estarmos bem preparados. Assim, as conjunções, além de ligar orações, indicam as seguintes circunstâncias: Aditiva - adição, soma, aproximação: As flores embelezam e perfumam o ambiente. Alternativa - alternância, exclusão: "Ou troteia, ou sai da estrada." Adversativa - adversidade, oposição: O Brasil é um país rico, mas os brasileiros são pobres. Conclusiva - conclusão, conseqüência, resultado: "Penso, logo existo." Explicativa - explicação, motivo: Trabalhemos, porque o trabalho dignifica. Causal - causa, razão: "Estou triste, porque não tenho você perto de mim." Condicional - condição: Se a chuva parar, iremos ao jogo. Concessiva - concessão (isto é: a oração iniciada por ela concede uma garantia de que a idéia da outra se realizará): Embora tenhamos pouco tempo, concluiremos o trabalho. Conformativa - conformidade, concordância: Devemos proceder conforme estabelece o regulamento. Consecutiva - conseqüência, efeito: Tem contado tantas mentiras, que ninguém acredita nele. Comparativa - comparação: O perfume de jasmim é tão saliente quanto o da rosa é discreto. Final - finalidade, resultado desejado ou preconcebido: Estudarei esse assunto, a fim de que possa compreendê-lo. Proporcional - proporção, medida: À proporção que estudava, compreendia melhor o assunto. Temporal - tempo: Quando voltares, visita-me. Integrante - a conjunto integrante inicia uma oração que integra o sentido (além de exercer uma função sintática) de um termo da oração anterior: Espera-se que venças. (sujeito de "espera-se") A verdade é que vencerás. (predicativo) Sei que vencerás. (objeto direto de "sei") Tudo depende de que estudes. (objeto indireto de "depende”) Tenho medo de que fracasses. (complemento nominal de "medo") 10. Verbo É a palavra com que se expressa uma ação (cantar, vender) ou um estado (ser, estar). Nota: Quanto à conjugação e emprego dos tempos, ver "Flexão Verbal". TESTES 1) Marque a opção em que há erro relativo ao emprego de pronome. a) Estive com Sua Excelência ontem, e ele nada me revelou sobre seu problema. b) Nada deves fazer sem eu estar presente. c) O sono ou a vigília, que me importa esta ou esse? d) Aviso-o de que chegarei a essa cidade no dia 10 de junho. e) Os tipos de artigos são estes: definidos e indefinidos. 2) Observe as palavras grifadas da seguinte frase: "Encaminhamos ao Diretor cópia autêntica do Edital nº 19/94." Elas são, respectivamente: a) verbo, substantivo e substantivo. b) verbo, substantivo e advérbio. c) verbo, substantivo e adjetivo. d) pronome, adjetivo e adjetivo. e) pronome, adjetivo e substantivo. 3) O pronome está empregado incorretamente em: a) É para mim fiscalizar aqueles volumes. b) Tudo ficou esclarecido entre mim e ti. c) Os herdeiros dividiram os bens entre si, sem desavenças. d) São muitas as pessoas de quem dependemos. e) Não há razão para eu ficar triste. 4) Aponte a frase em que o pronome demonstrativo está incorreto: a) Este veraneio está maravilhoso. b) Isso aí deve ser transportado com cuidado. c) Neste tempo, não havia os perigos de hoje. d) Isto é meu e possui valor estimativo. e) Aquele sujeito é teimoso e bravo. 5) Instrução: Para responder a esta questão, preencher adequadamente as lacunas e numerar a coluna A de acordo com a coluna B. Coluna A ( ) O candidato não consegue aprovação ( ) O candidato merece ser aprovado __ ( ) O candidato busca um local sossegado. ( ) O candidato terá sucesso. ( ) O candidato tem dificuldade em algumas matérias. Coluna B 1 - por mais que estude 2 - uma vez que estudou 3 - para que possa estudar 4 - assim que estudar Está correta a numeração da alternativa: a) 2,3,4,2,1 b) 3,4,4,1,2 c) 1,2,3,4,1 d) 3,2,1,4,3 e) 1.3,2,1,4 6) O período em que a segunda oração apresenta uma idéia de condição é: a) Os artistas devem trabalhar na solidão, uma vez que desejem uma visão mais profunda dos fatos. b) O jornalista tem de trabalhar dentro dos fatos, posto que tal cuidado acarrete dificuldades. c) O jornalista pode bem informar, já que participa dos fatos. d) Os artistas trabalham na solidão, até que consigam revelar o sentido profundo dos fatos. e) O jornalista vive no meio dos acontecimentos, de modo que pode bem informar. 7) Há uma relação de causa e conseqüência na alternativa: a) Quando submetidos à reação repressiva da sociedade, os meninos de rua têm vida curta. b) Caso não se iniciem na delinqüência, os meninos de rua não sobrevivem. c) Ainda que se entreguem à delinqüência, os meninos de rua têm vida curta. d) Como a ação da palmatória da necessidade é impositiva, os meninos de rua aderem ao crime. e) Sem que se dêem conta, os meninos de rua estão dominados pelas drogas. RESPOSTAS: 1- C 2- C 3- A 4- C 5- C 6- A 7- D FLEXÃO NOMINAL FORMAÇÃO DO PLURAL 1. REGRA GERAL Em palavra terminada por vogal acrescenta-se "s": Livro - livros, série - séries, pó - pós, café - cafés. 2. REGRAS ESPECIAIS a) Regra do "LEÃO e do CIDADÃO ALEMÃO". No plural, teremos: "Os leões e os CIDADÃOS ALEMÃES. Assim, as palavras terminadas em ÃO: - trocam ÃO por ÕES (plural mais freqüente: balões, botões, canções, corações... e os aumentativos: casarões, livrões); - acrescentam "s": cidadãos, cortesãos, cristãos, desvãos, irmãos, pagãos e as paroxítonas terminadas em "ão"(sótãos, órgãos); - trocam ÃO por ÃES: bastiães, cães, capelães, capitães, catalães, charlatães, escrivães, guardiães, pães, sacristães, tabeliães. Observação: Apresentam múltiplos plurais: alão - alões, alãos, alães; alazão - alazões, alazães; aldeão - aldeões, aldeães; vilão - vilões, vilãos; ancião - anciões, anciãos, anciães; verão - verões, verãos; castelão - castelões, castelãos; rufião - rufiões, rufiães; ermitão - ermitões, ermitãos, ermitães; sultão - sultões, sultãos, sultães. b) Regra dos AMORES às GRISES LUZES. Às terminações R, S ou Z acrescenta-se ES. Observação: Não-oxítonas terminadas em S são invariáveis: os pires, os atlas, os lápis, os ônibus. c) Regra do - AL, - EL, - OL -UL. As palavras com essas terminações formam o plural trocando o L por IS: bananais, papéis, faróis, pauis, azuis. d) Regra do ARDIL do RÉPTIL As palavras terminadas por IL: oxítonas trocam o L por S (funis, barris); paroxítonas trocam IL por EIS (fáceis, hábeis) . e) Regra do FOGO nos CORPOS (metafonia) Na passagem do singular para o plural, há palavras que trocam o timbre fechado da vogal tônica em aberto, como em: FOGO (ô) - FOGOS (ó) e CORPO (ô) - CORPOS (ó). É o que acontece com: abrolho, contorno, caroço, corcovo, corvo, coro, despojo, destroço, escolho, esforço, estorvo, forno, foro, fosso, imposto. jogo, miolo, olho, osso, ovo, poço, porco, posto, povo, reforço, socorro, tijolo, toco, torto, troco. f) Palavras terminadas em X são invariáveis: os tórax. 3. PLURAL DOS DIMINUTIVOS Para formar o plural dos diminutivos terminados em ZINHO e ZITO, proceda da seguinte forma: 1º) forme o plural da palavra primitiva; 2º) retire o "s"; 3º) acrescente "zinho" ou "zito"; 4º) recoloque o "s": marzinho ......... marezinhos cãozito .........cãezitos Assim formamos pãezinhos, florezinhas, anãezinhos, fogõezinhos, anzoizinhos etc. 4. PLURAL DOS COMPOSTOS Quanto ao plural dos compostos, podemos formular uma regra que é de enorme valor prático. Ei-la: Em princípio, variam as palavras do composto que forem variáveis isoladamente. cartas-bilhetes, amores-perfeitos, cabras-cegas, segundas-feiras, guarda-chuvas, sempre-vivas, grão-duques, bate-bocas, os ganha-pouco, os pisa-mansinho, os leva-e-traz, os vai-volta. Em "guarda-civil", "guarda-noturno" etc., "guarda" é substantivo; portanto, é palavra variável, motivo pelo qual temos "guardas- -civis", "guardas-noturnos" etc. Guarde bem essa regra, mas não se esqueça destas exceções importantes e fáceis de fixar:
Com a preposição na porta, o "s" não passa. chapéus-de-sol, pães-de-ló, pores-de-sol, mulas-sem-cabeça, cavalos-vapor (a vapor, de vapor), joões-de-barro. b) Quando o segundo elemento exprime idéia de fim ou semelhança, varia igualmente o primeiro: navios-escola, salários-família, peixes-boi, bananas-maçã. Observação: Em geral, esses compostos aceitam que se pluralize também o segundo elemento: navios-escolas, bananas-maças c) Pluralizam apenas o último elemento os compostos de dois ou mais adjetivos e os que denotam som de coisas: médico-cirúrgicos, sócio-político-econô-micos, luso-brasileiros, reco-recos, tique- -taques. Exceção: surdos-mudos. Observação: Os adjetivos compostos variam somente no último elemento também quanto ao feminino: obras sócio-poIítico-econômicas, salas médico-cirúrgicas. TESTES 1) Ocorre erro de flexão de número em: a) mesas-redondas b) pública-formas c) lugares-comuns d) quartas-feiras e) guarda-louças 2) Ocorre erro de flexão de número em: a) tabeliões prestativos b) anfitriões generosos c) ações vis d) conversações fúteis e) pasteizinhos gostosos 3) Marque a opção em que a forma plural apresenta incorreção: a) caráter - caracteres b) anfitrião - anfitriões c) jornalzinho - jornaizinhos d) bóia-fria - bóias-frias e) primeiro-ministro - primeiro-ministros 4) Marque a opção em que o adjetivo composto está flexionado incorretamente a) relações afetivo-sexuais h) manchas roxo-escuras c) soluções alcalino-terrosas d) discussões político-econômicas e) questão argentina-boliviana 5) Marque a opção em que uma das formas plurais está incorreta. a) charlatões álcoois b) cidadãos corrimãos c) reveses casaizinhos d) gravidezes guardiães e) tabeliães suéters RESPOSTAS: 1- B 2- A 3- E 4- E 5- E FORMAÇÃO DO FEMININO Os gêneros das palavras da Língua Portuguesa são o masculino e o feminino, conforme admitam o artigo "o" ou o artigo "a". Masculino Há palavras que só têm o masculino: o mar, o livro, o telefone, o papel. Atenção para estes masculinos: o caudal, o elã o champanha, o dó, o eclipse, o formicida, o grama (unidade de peso), o lança-perfume, o milhar, o pijama, o proclama, o saca-rolhas, o telefonema. Feminino Há palavras que só têm o feminino: a mesa, a flor, a luz, a parede. Atenção para estes femininos: a aguardente, a análise, a fama, a cal, a cataplasma, a coma, a dinamite, a faringe, a omoplata, a mó, a tíbia, a variante e os nomes terminados em "gem" (a ferrugem, a lavagem), exceto "personagem", que pode ser masculino ou feminino. Comum de dois gêneros Há palavras que, sem mudar a forma, tanto servem para indicar o sexo masculino como o sexo feminino, bastando mudar o artigo; por isso, chamam-se COMUNS DE DOIS: o artista - a artista, o dentista - a dentista, o jovem - a jovem, o estudante - a estudante, o doente - a doente, o camarada - a camarada, o mártir - a mártir, o selvagem - a selvagem. Sobrecomum As palavras que só têm uma forma e um único gênero, mas designam tanto o homem quanto a mulher, são chamadas SOBRECOMUNS: o cônjuge, a pessoa, o algoz, a testemunha, a vítima, a criança. Epiceno Há palavras que, como as sobrecomuns, só têm uma forma o um único gênero, mas servem para designar animais dos dois sexos. São os EPICENOS: o tigre, o jacaré, a cobra, a pulga. A distinção, na prática, se necessária, far-se-á da seguinte forma: o tigre macho, o tigre fêmeo; a cobra macha, a cobra fêmea; ou o macho do tigre, a fêmea do tigre. Biformes As palavras que têm uma forma para o masculino e outra para o feminino são BIFORMES. Estas, para a formação do feminino, obedecem a critérios diversos: 1) Terminação "o" - Trocam o "o" por "a": menino - menina, moço - moça, aluno - aluna, belo - bela. 2) Terminação "ão" - Trocam "ão" por: "ã": cidadão - cidadã, alemão - alemã, anão - anã, irmão - irmã; "oa": leão - leoa, leitão - leitoa, patrão - patroa, hortelão - horteloa, tabelião - tabelioa; "ona": chorão - chorona, pedinchão - pedinchona, valentão - valentona. 3) Terminação "e" - Trocam "e" por "a": chefe - chefa, gigante - giganta, monge - monja, parente - parenta; Mas há muitas que são comuns de dois: o amante - a amante, o cliente - a cliente, o doente - a doente, o habitante - a habitante, o ouvinte - a ouvinte, o servente - a servente. 4) Terminação "or", "ês", "l", "z" - Acrescentam "a": doutor - doutora, professor - professora, freguês - freguesa, inglês - inglesa, zagal - zagala, oficial - oficiala, juiz - juíza. 5) Não se enquadram nos casos anteriores: abade – abadessa ateu – atéia avô – avó barão – baronesa bispo – episcopisa imperador – imperatriz jogral – jogralesa judeu – judia ladrão – ladra maestro – maestrina conde – condessa cônsul – consulesa czar – czarina diácono – diaconisa dom – dona duque – duquesa embaixador – embaixatriz europeu – européia felá – felaína frade – freira galo – galinha grou – grua guri – guria herói – heroína ilhéu – ilhoa papa – papisa pitón – pitonisa poeta – poetisa príncipe – princesa profeta – profetisa rajá – rani rapaz – rapariga rei – rainha réu – ré sacerdote – sacerdotisa sandeu – sandia sultão – sultana taberéu – tabaroa varão – virago visconde - viscondessa 6) Casos em que o feminino é todo diferente do masculino: bode – cabra boi – vaca cão – cadela carneiro – ovelha cavaleiro – amazona cavalheiro – dama cavalo – égua compadre – comadre frei – sóror genro – nora homem – mulher javali – giranda marido – mulher padrasto – madrasta padre – madre pai – mãe patriarca – matriarca veado – cerva zangão - abelha 7) Mudam o sentido ao mudar o gênero: o cabeça (chefe) a cabeça (parte do corpo) o capital (dinheiro) a capital (cidade) o cisma (cisão da Igreja) a cisma (dúvida) o cura (padre) a cura (ato de curar) o grito (brado) a grita (gritaria) o lotação (ônibus) a lotação (capacidade) o moral (ânimo) a moral (decência) o poço (cavidade funda) a poça (cova rasa) Nota: O complemento da flexão nominal é a concordância nominal. Queira ver. FLEXÃO VERBAL CONJUGAÇÃO 1) Conjugações Em Português, há três conjugações: 1ª conjugação: Ar 2ª conjugação: Er, Or (poEr) 3ª conjugação: Ir 2) Modos Há três modos: INDICATIVO, SUBJUNTIVO, IMPERATIVO. 3) Formas Nominais Há três formas nominais: INFINITIVO, GERÚNDIO, PARTICÍPIO. 4) Tempos Há, basicamente, três tempos: PRESENTE, PRETÉRITO, FUTURO. QUADRO GERAL DOS MODOS E TEMPOS 5) Conjugação a) Formação do Presente do Subjuntivo BASE: 1ª pessoa do singular do presente do indicativo.
Exceção: Verbo SER na 2ª pessoa (singular e plural) do imperativo afirmativo, que são, respectivamente, SÊ (tu) e SEDE (vós).
e) Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo Três tempos derivam do pretérito perfeito do indicativo: o pretérito mais-que-perfeito do indicativo, o futuro do subjuntivo e o pretérito imperfeito do subjuntivo. A base para a formação desses tempos é a 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito.
f) Derivados do Infinitivo Impessoal Derivam do infinitivo impessoal o futuro do presente, o futuro do pretérito e o infinitivo pessoal.
6) Classificação Quanto à Tonicidade a) Formas rizotônicas: quando a vogal tônica está na raiz. b) Formas arrizotônicas: quando a vogal tônica está nas desinências (fora da raiz). 7) Classificação Quanto à Flexão a) Regulares: Quando o radical não sofre variações e as desinências seguem o paradigma. b) Irregulares: Quando sofrem variações no radical ou quando não seguem as desinências do paradigma (perder, ferir, dar etc.). Observação: Não são irregulares verbos que trocam letras por exigências ortográficas, como "agir" e "ficar". c) Anômalos: São os verbos "ser" e "ir", porque, na conjugação, trocam de radical. d) Defectivos: Quando não têm certas formas (abolir, falir, latir). e) Abundantes: Quando possuem duas ou mais formas equivalentes (suspender, entregar, matar). Observação: Com os auxiliares TER e HAVER, usa-se o particípio regular. (O diretor tem suspendido muitos alunos.) Com os auxiliares SER e ESTAR, usa-se o particípio irregular. (Os alunos foram suspensos.) 8) Verbo precaver-se É defectivo; possui apenas as formas arrizotônicas, nas quais é regular (precavemos, precaveis). 9) Verbo requerer A 1ª pessoa do singular do presente do indicativo é "requeiro" e, por conseqüência, o presente do subjuntivo fica: requeira, requeiras etc. E assim, os outros tempos derivados. 10) Verbo reaver Conjuga-se como HAVER, mas só nas formas em que há "v" (reavemos, reaveis). 11) Verbos terminados em EAR Recebem um "i" eufônico nas formas rizotônicas (passeio, passeias, passeia, passeamos, passeais, passeiam). 12) Verbos terminados em IAR (Regra do "Mário") Os verbos terminados em “iar” são regulares (adio, adias, adia, adiamos, adiais, adiam), exceto MEDIAR, ANSIAR, REMEDIAR, INCENDIAR e ODIAR (Mário), que se conjugam como os verbos terminados em "ear" nas formas rizotônicas (odeio odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam). 13) As Vozes do Verbo São: a) ATIVA: Um verbo está na voz ativa, quando o sujeito da oração pratica a ação expressa pelo verbo. O João comprou um abacaxi. Nós plantaremos a árvore. b) PASSIVA: Um verbo está na voz passiva, quando o sujeito da oração sofre a ação expressa pelo verbo. A árvore foi plantada por nós. Um abacaxi foi comprado pelo João. A voz passiva pode ser: ANALÍTICA: formada por um dos verbos "ser", "estar", "ficar" seguido de particípio: A casa foi alugada. SINTÉTICA ou PRONOMINAL: formada com verbo acompanhado do pronome oblíquo "se", que se chama, no caso, pronome apassivador: Aluga-se a casa. Vendem-se flores. Não se vê um amigo nestas paragens. REFLEXIVA: Temos a voz reflexiva, quando o sujeito pratica e ao mesmo tempo sofre a ação expressa pelo verbo da oração. Esta voz se forma com o verbo e um dos pronomes: me, te, se, nos, vos: Eu me feri. Nós nos ferimos. Tu te feriste. Vós vos feristes. Ele se feriu. Eles se feriram. Observação: É preciso observar bem se o sujeito apenas pratica, apenas sofre ou se pratica e ao mesmo tempo sofre a ação. Comparem-se as seguintes orações: Paulo nos vendeu a casa. Paulo foi ferido. Paulo feriu-se. No primeiro exemplo, Paulo praticou — e apenas praticou — a ação de vender. No segundo, Paulo sofreu — e apenas sofreu — a ação de ser ferido. No terceiro, Paulo não apenas praticou a ação, como também a sofreu. 14) Mudança de Voz a) Ativa para passiva analítica É possível passar a voz ativa de um verbo para a passiva, desde que tenha objeto direto. Bastará, então, transformar o objeto direto em sujeito da oração: Os cientistas conduzem o desenvolvimento. (sujeito) (objeto direto) O desenvolvimento é conduzido pelos cientistas. (sujeito) (agente da passiva) Mude a voz, mas não mude o tempo: cuidado importante que se deve dispensar verbo, no sentido de manter o tempo e o modo. b) Passiva analítica para ativa Evidentemente, trata-se apenas de inverter o processo anterior. O atleta foi aplaudido pelo público. (sujeito) (agente da passiva) O público aplaudiu o atleta. (sujeito) (objeto direto) c) Passiva analítica para passiva sintética ou vice-versa: Flores são vendidas. (passiva analítica) Vendem-se flores. (passiva sintética) Ouviam-se os sinos. (passiva sintética) Os sinos eram ouvidos. (passiva analítica) Observe-se que o sujeito não muda. 15) Emprego do Imperativo O imperativo serve para ordenar, estimular, suplicar, pedir favores, aconselhar: Menino, traga-me aqueles livros. Vai em frente, jovem, o vencerás. Ajudai-me, por favor! Empreste-me uma folha. Não te esqueças dos livros. Nota: Quando empregamos o imperativo, devemos atentar bem para a unidade de tratamento, isto é, o imperativo deverá corresponder à pessoa do tratamento usado e presente nos demais elementos (verbos ou pronomes) relacionados ao ser com quem falamos: João, faz(e) o favor de baixar tua voz . Não temais, quando procedeis com honestidade. Fazei o que vos digo, se quiserdes acertar sempre. Tu és um crápula. Sai daqui. Estuda, esforça-te, luta, sê vencedor. 16) Emprego do Futuro do Subjuntivo e Infinitivo Pessoal (diferença) Muitas ouvimos pessoas dizerem, por exemplo, "Se tu a veres, foge dela", colocando o infinito pessoal onde deveriam colocar o futuro do subjuntivo. A correção, entretanto, é fácil de fazer. O futuro do subjuntivo é usado em orações desenvolvidas, normalmente iniciadas por conjunção ou pronome. A conjunção será "se", "quando", "conforme" ou um sinônimo (caso, logo que, assim que, como etc.), e o pronome será "que" ou "quem". Se tu a vires, foge dela. Quando puderes, visita-me. A pessoa que dispuser do tempo pode falar. Farei conforme quiseres. O infinito pessoal emprega-se em orações reduzidas, isto é, sem aquelas conjunções ou pronomes: Ao veres a tentação, foge dela. Para ser vencedor, você deve evitar as tentações. TESTES 1) A forma correta do verbo SUBMETER-SE, na primeira pessoa do plural do imperativo afirmativo, é: a) submetamo-nos b) submeta-se c) submete-te d) submetei-vos e) submetam-se 2) ............ mesmo que és capaz de vencer; ........... e não ........... a) Mostra a ti - decide-te - desanime b) Mostre a ti - decida-te - desanimes c) Mostre a si - decida-se - desanime d) Mostra a ti - decida-te - desanimes e) Mostra a ti - decide-te - desanimes 3) Depois que o sol se ........... haverão de ............. as atividades. a) pôr - suspender b) por - suspenderem c) puser - suspender d) puzer - suspender e) pôr - suspenderem 4) Não se deixe dominar pelo mal da solidão. ................ a vida que há nas formas da natureza, ................ atenção à transbordante linguagem das coisas e .......... o mundo pelo qual transita distraído, com olhos muito atentos. a) Descobre - presta - vê b) Descubra - presta - vê c) Descubra - preste - veja d) Descobre - preste - vê e) Descubra - presta - veja 5) Se .......... a interferência do Ministro nos programas de televisão e se ele ........... não ocorreriam certos abusos. a) requerêssemos - interviesse b) requiséssemos - interviesse c) requizéssemos - interviesse d) requerêssemos - intervisse e) roquizéssemos - intervisse 6) Se ............ o livro, não ............ com ele: ............... onde combinamos. a) reouveres - fiques - põe-no b) reouveres - fiques - põe-lo c) reaveres - fica - ponha-o d) reouveres - fica - ponha-o e) reaveres - fique - põe-lo 7) Se eles ............ suas razões e ............. suas teses, não os ............. a) expuserem - mantiverem - censures b) expuserem - mantiverem - censura c) expuzerem - mantiverem - censures d) exporem - manterem - censures e) exporem - manterem - censura 8) Se o ........... por perto, ............: ele ............... o esforço construtivo de qualquer pessoa. a) veres - precavenha-se - obstrue b) vires - precavém-te - obstrui c) veres - precavém-te - obstrue d) veres - acautela-te - obstrui e) vires - acautela-te - obstrui 9) Se ele se ............ em sua exposição ............. bem. Não te ........... a) deter - ouça-lhe - precipites b) deter - ouve-lhe - precipita c) detiver - ouve-o - precipita d) detiver - ouça-o - precipita e) detiver - ouve-o - precipites 10) Os habitantes da Ilha de Nanja acreditam que, quando o Menino Jesus ............. e ............. todos em paz, haverá de abençoá-los. a) vier - os ver b) vir - os ver c) vier - os vir d) vier - lhes vir e) vir - lhes ver 11) Os pais ainda ........... certos principies, mas os filhos já não ............ neles e ............ de sua orientação. a) mantêm - crêm - divergem b) mantém - crêem - divergem c) mantêm - crêem - divergem d) mantém - crêem - divirgem e) mantêem - crêem divergem 12) Se todas as pessoas ............ boas relações e ............. as amizades, viveriam mais felizes. a) mantivessem - refizessem b) mantivessem - refazessem c) mantiverem - refizerem d) mantessem - refazessem e) mantessem - refizessem 13) ............ graves problemas que o .........., durante vários anos, no porto, e, com isso, impediram que ..........., em tempo devido, sua promoção. a) Sobreviram - deteram - requeresse b) Sobreviram - detiveram - requisesse c) Sobrevieram - deteram - requisesse d) Sobreviram - detiveram - requeresse e) Sobrevieram - detiveram - requeresse 14) Eu não ........... a desobediência, embora ela me ............ ; portanto, não ............ comigo. a) premio - favoreça - contes b) premio - favorece - conta c) premeio - favorece - conte d) premio - favoreça - conta e) premeio - favoreça - contas 15) Se ao menos ele ........... a confusão que aquilo ia dar! Mas não pensou, não se ............... e ................. na briga que não era sua. a) prevesse - continha - interveio b) previsse - conteve - interveio c) prevesse - continha - interviu d) previsse - conteve - interviu e) prevesse - conteve - interveio 16) A locução verbal que constitui voz passiva analítica é: a) Vais fazer essa operação? b) Você teria realizado tal cirurgia? c) Realizou-se logo a intervenção. d) A operação foi realizada logo. e) Qual foi o resultado do transplante.? 17) O seguinte período apresenta uma forma verbal na voz passiva: “A corrupção deveria ser punida de forma mais rigorosa." Qual a alternativa que apresenta a forma ativa correspondente? a) deveria punir b) puniria c) puniriam d) deveriam punir e) puniram 18) A oração "O alarme tinha sido disparado pelo guarda" está na voz passiva. Assinale a alternativa que apresenta a forma verbal ativa correspondente. a) dispara b) dispararia c) fora disparado d) tinham disparado e) tinha disparado 19) A oração "O engenheiro podia controlar todos os empregados da estação ferroviária" está na voz ativa. Assinale a forma verbal passiva correspondente. a) podiam ser controlados b) seriam controlados. c) podia ser controlado d) foram controlados e) controlavam-se 20) Assinale a oração que não tem condições ser transformada em passiva. a) As novelas substituíram os folhetins do passado b) O diretor reuniu para esta novela um elenco especial. c) Alguns episódios estão mexendo com as emoções do público. d) A memória do público grava com força determinados tipos das novelas. e) O autor extrai alguns detalhes do personagem de pessoas conhecidas. RESPOSTAS 1– A 2– E 3– C 4– C 5– A 6– A 7- A 8– E 9– E 10– C 11– C 12– A 13- E 14– A 15– B 16– D 17– D 18– E 19– A 20- C SINTAXE (FUNÇÕES SINTÁTICAS) Funções do substantivo e do pronome O substantivo e o pronome podem exercer dez funções sintáticas: seis relacionadas ao verbo (sujeito, predicativo, objeto direto, objeto indireto, agente da passiva e adjunto adverbial); quatro não-relacionadas ao verbo (adjunto adnominal, complemento nominal, vocativo e aposto). I - DE COMO SE RECONHECE O SUJEITO Queira ver no capítulo da "Concordância Verbal". II - DE COMO SE RECONHECE O PREDICATIVO 1º) É necessário que o verbo da oração seja um dos seguintes: ser, estar, permanecer, ficar, continuar, andar, parecer, virar. 2º) É necessário que haja um elemento não-proposicionado que expresse um estado do sujeito. Tal elemento expressa um estado, quando se pode dizer que ele é igual ao sujeito. Minha prima continua uma bela moça. (sujeito) (predicativo) (Minha prima = uma bela moça) Minha prima continua o enxoval (sujeito) (objeto direto) (Minha prima ¹ o enxoval) Observação: O predicativo poderá, eventualmente, estar preposicionado. Isso ocorrerá, quando o elemento preposicionado for substituível, sem quebra de sentido, por um adjetivo. Ele está com saúde. (=saudável) Sua atitude era de respeito. (=respeitosa) Nota: Predicativo não é a mesma coisa que predicativo do sujeito e predicativo do objeto. Essas funções veremos mais adiante. III - DE COMO SE RECONHECE O OBJETO Elimine-se, antes de qualquer coisa, a hipótese de haver predicativo, porque, havendo predicativo, não haverá objeto. Eliminada essa hipótese, será objeto o elemento (preposicionado ou não) que completar o sentido de um verbo de idéia incompleta. Observem-se os seguintes exemplos: 1º) Para alguns, democracia é sinônimo de desordem. Não há objeto, porque há predicativo (sinônimo). 2º) O seu amor, um cachorrinho, morreu naquela tarde chuvosa e fria. Não há objeto, porque o verbo tem sentido completo: O seu amor morreu. 3º) O hábito não faz o monge. Paulo gosta da sogra. Nesses casos "o monge" e "da sogra" são objetos, porque completam o sentido dos verbos "faz" e "gosta". O hábito não faz....... Paulo gosta....... OBJETO DIRETO: quando não vem precedido de preposição: o monge: OBJETO INDIRETO: quando vem precedido de preposição: da sobra. OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO: quando vem precedido de uma preposição dispensável: O leão matou ao caçador. (O leão matou o caçador.) OBJETO PLEONÁSTICO: quando aparece repetido, reforçando a idéia: Minhas idéias, defendo-as eu. (Eu defendo minhas idéias) minhas idéias – objeto direto as – objeto direto pleonástico Aos meus comandados, sempre lhes direi a verdade. (Sempre direi a verdade aos meus comandados.) aos meus comandados – objeto indireto lhes – objeto indireto pleonástico IV - DE COMO SE RECONHECE O AGENTE DA PASSIVA Será agente da passiva o elemento introduzido pela preposição POR (pelo, pela, pelos, pelas) ou DE (do, da, dos, das) que pratica a ação expressa por um particípio: Simone foi beijada pelo namorado. Ele era um palhaço querido das crianças. Não havendo particípio, é inútil procurar agente da passiva. V - DE COMO SE RECONHECE O AD- JUNTO ADVERBIAL Recolhidos o sujeito, o predicativo, os abjetos e o agente da passiva, na medida em que existam, classificar-se-ão como adjuntos adverbiais todos os substantivos (ou pronomes substantivos) que ainda se referirem ao verbo: Às duas horas da tarde, comprei um livro de poesias na Livraria dos Jesuítas. Sujeito: "eu" (subentendido); Objeto direto: "um livro de poesias"; Adjuntos adverbiais: "às duas horas da tarde" e “na Livraria dos Jesuítas”. VI - DE COMO SE RECONHECEM O ADJUNTO ADNOMINAL E COMPLEMENTO NOMINAL Havendo, na oração, um substantivo (ou um pronome substantivo) antecedido de preposição e não-relacionado ao verbo, ele ou será adjunto adnominal, ou será complemento nominal. Examine o amigo os exemplos subseqüentes: Meu tio comprou uma casa de madeira. (adjunto adnominal) O medo da morte às vezes faz a vida breve. (complemento nominal) Como se vê, "de madeira" e "da morte", além de estarem antecedidos de preposição, não se referem ao verbo. Referem-se, isto sim, às palavras "casa” e “medo", respectivamente. Se tivéssemos que "chutar" a classificação agora, "chutaríamos" entre adjunto adnominal e complemento nominal, o que nos daria, em cada caso, 50% de probabilidades de acertar. Entretanto essas possibilidades atingirão o máximo, se atentarmos para as diferenças que existem entre as duas funções. Ei-las:
Observação: Mostramos, a seguir, como se deve proceder para reconhecer a idéia: a) IDÉIA DE POSSE de = que pertence a O marido de Josefa. (O marido que pertence a Josefa.) b) IDÉIA DE MATÉRIA de = feito de Casa de madeira. (Casa feita de madeira.) c) IDÉIA DE FINALIDADE de = para Sala de visitas. (Sala para visitas.) d) IDÉIA DE PROPRIEDADE de = próprio para ou próprio de Livro de filosofia. (Livro próprio para filosofia.) Memória de prodígio. (Memória própria de prodígio.) É importante observar, por fim, que o adjunto adnominal e o complemento nominal sempre fazem parte de um conjunto que exerce outra função sintática. Assim, em “Meu tio comprou uma casa de madeira”, “de madeira” é adjunto adnominal pertencente ao objeto direto “uma casa de madeira”; em “O medo da morte às vezes faz a vida breve”, “da morte” integra o sujeito “o medo da morte”. VII - DE COMO SE RECONHECEM O VOCATIVO E, O APOSTO O vocativo e o aposto têm duas características comuns: a) não se referem ao verbo; b) não são preprosicionados: Sois, amigos, o futuro da Pátria! (vocativo) Chamaco, o jogador, era um artista. (aposto) As diferenças entre eles:
Observação: O vocativo pode ser deslocado para o início ou para o fim da frase ("Amigos, sois o futuro da Pátria!”), ao passo que o aposto acompanha sempre o elemento a que ele serve de explicação. VIII - PREDICADO Predicado é tudo o que se diz do sujeito. Logo, o predicado de uma oração será tudo, descontados o sujeito e o conetivo oracional, quando houver. a) CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO O predicado pode ser: NOMINAL: tratando-se de verbo, ser, estar, permanecer, ficar, continuar, andar, parecer ou virar e havendo relação de igualdade entre o sujeito e o núcleo seguinte: Helena era uma excelente moça. VERBO-NOMINAL: tratando-se de qualquer verbo e havendo a possibilidade de desdobramento, sem quebra de sentido da frase, numa locução formada por ele mesmo e um dos verbos da lista anterior: O guri saiu satisfeito. (O guri saiu e estava satisfeito.) Considero o guri inteligente. (Considero e ele parece inteligente.) VERBAL: Em todos os outro casos. Gostava muito do namorado. A moça desapareceu. b) PREDICATIVO, PREDICATIVO D0 SUJEITO E PREDICATIVO DO OBJETO Quando temos um predicado nominal, o predicativoserá chamado predicativo, porque ele sempre se refere ao sujeito e seria redundante dizer predicativo do sujeito, embora alguns gramáticas aceitem essa classificação. Todavia, se o predicado for verbo-nominal, o predicativo será do sujeito, caso se relacione ao sujeito da oração, e será predicativo do objeto, caso se relacione ao objeto da oração. Assim, nos exemplos "O guri saiu satisfeito" e "Considero Maria inteligente", "satisfeito" é predicativo do sujeito, porque se relaciona a "guri" que, no caso, é sujeito da oração; e "inteligente" é predicativo do objeto, porque se relaciona a "Maria", que, nosso caso, é objeto direto da oração. Observação: Tanto o predicativo do sujeito como o predicativo do objeto podem, excepcionalmente, vir procedidos das preposições "de", "em", "para", ou do conetivo "como"; esses elementos, entretanto, não devem ser considerados no desdobramento: Chamaram-no de mentiroso. Elegemos aquele homem para nosso chefe. Ungiram David em rei. O vigário escolheu Antoninho como sacristão. C) NÚCLEO DO PREDICADO Já vimos que predicado é tudo, menos o sujeito o conetivo oracional. E qual é o núcleo do predicado? 1º - No predicado verbal, o núcleo é apenas o verbo. 2º - No predicado nominal, o núcleo é apenas o predicativo. 3º - No predicado verbo-nominal, o núcleo é o verbo + o predicativo. FUNÇÕES SINTÁTICAS DO ADJETIVO Sintaticamente, o adjetivo exerce duas funções: a) Predicativo (predicativo propriamente dito, predicativo do sujeito ou predicativo do objeto) - nas mesmas condições estabelecidas anteriormente: A realidade é descomunal. (predicativo) O menino brinca tranqüilo. (predicativo do sujeito) Encontrei minha irmã pensativa. (predicativo do objeto) Chamaram-no de medroso. (predicativo do objeto) b),Adjunto adnominal - em todos os demais casos. Seus olhos verdes me encantam. Observação: Os pronomes adjetivos serão sempre adjuntos adnominais. FUNÇÕES SINTÁTICAS DO ARTIGO O artigo, em análise sintática, só pode ser adjunto adnominal. FUNÇÕES SINTÁTICAS DO NUMERAL Os numerais, sintaticamente, têm um comportamento semelhante aos pronomes: a) quando acompanham (diretamente ou não) um substantivo, somente poderão exercer a função de adjunto adnominal; b) quando não acompanham um substantivo, exercem todas as funções deste, nas mesmas circunstâncias: Dois foram à broca. (sujeito) Os últimos serão os primeiros. (predicativo) Ela teve dois. (objeto direto) Ela gosta dos dois. (Objeto indireto) Ela era amada pelos dois. (agente da passiva) Ela saiu com os dois. (adjunto adverbial) A cara dos dois era de tolerância. (adjunto adnominal) Ela era receptível aos dois. (complemento nominal) Treze, és o número da sorte. (vocativo) Um número, o treze, não me sai da cabeça. (aposto) FUNÇÕES SINTÁTICAS DO ADVÉRBIO Os advérbios, bem como as locuções adverbiais, funcionam única e exclusivamente como adjuntos adverbiais. FUNÇÕES SINTÁTICAS DA PREPOSIÇÃO Sintaticamente, as preposições, bem como as locuções prepositivas (que equivalem a uma proposição apenas), pedem exercer duas funções: a) conetivo vocabular (ou intervocabular), quando liga dois vocábulos; b) conetivo oracional (ou interoracional), quando liga duas orações. FUNÇÕES SINTÁTICAS DAS CONJUNÇÕES As conjunções, tal como as preposições, exercem a função de conetivos que ligam palavras (O fumo e a bebida fazem mal) ou orações (Não fumo nem bebo) CONCORDÂNCIA VERBAL |
à baila | à gandaia | à procura de | às tontas |
à bessa | à grande | à regalada | às vezes |
à bica | à guisa de | às apalpadelas | à superfície |
à bruta | à larga | às avessas | à testa de |
à busca de | à luz de | às boas | à toa |
à cata de | à maneira de | às carradas | à tona |
à custa de | à mão | às cegas | à traição |
à disposição | à míngua | às claras | à unha |
à espera de | à mercê de | às escondidas | à vela solta |
à força | à mostra | às ocultas | à vista |
à frente | à parte | às pressas | à vontade |
4. Em duas circunstâncias, a palavra feminina a substituir está subentendida:
a) Fui à Marco Polo
Refere-se à Globo.
b) Estava vestido à indiana.
Ainda há quem escreva à Vieira.
No primeiro caso, é uma palavra de natureza genérica (“empresa”, “livraria”, “companhia”, “construtora”, “oficina” etc.) a que pertence o nome próprio.
Assim:
Fui à empresa Marco Pólo
Refere-se à Livraria do Globo.
O artifício provaria:
Fui ao reduto Marco Polo.
Refere-se ao livreiro do Globo.
No segundo caso, subentende-se a palavra “moda”:
Estava vestido à moda indiana.
(Estava vestido ao jeito indiano.)
Ainda há quem escreve à moda de Vieira.
(Ainda há quem escreva ao estilo de Vieira.)
5. Crase antes de hora.
Caso interessante ocorre quanto à crase antes de horas, não por ser realmente um caso à parte, mas pelos inúmeros ditos e até escritos estapafúrdios que sobre isso surgem. Na realidade, não há nada de novo a acrescentar. O que foi dito até aqui vale também para esse caso. Assim, antes de horas, pode ou não haver crase, bastando aplicar os mesmos recursos:
Compareceu às 10 horas.
(Compareceu aos 10 minutos.)
À 1 hora, irá ao encontro.
(Ao 1º minuto, irá ao encontro.)
Virá daqui a uma hora.
(Virá daqui a um minuto.)
A reunião estava marcada para as 10 horas.
(“Para” é preposição. Item III).
Os bancos deveriam abrir das 10 às 16 horas.
(Os bancos deveriam abrir dos 10 aos 16 minutos.)
V - CASOS FACULTATIVOS
1. Antes dos Pronomes Possessivos
O emprego do artigo antes desses pronomes é facultativo.
Por isso, diz-se que a crase antes deles é facultativa. É, mas em certa circunstância e nada mais.
Comecemos por examinar estes exemplos:
a) Dirigiu-se humildemente a seu pai.
b) Disse não dever nada a seus irmãos.
c) Disse não dever nada a suas irmãs.
Pelas razões expostas no item II (1 e 5), em nenhuma dessas frases existe artigo, não se caracterizando, portanto, a crase. Se quisermos dispor da faculdade de usar os artigos, teremos:
a) Dirigiu-se humildemente ao seu pai.
b) Disse não dever nada aos seus irmãos.
E, obrigatoriamente:
c) Disse não dever nada às suas irmãs.
Na última frase, existe a preposição (quem deve, deve algo a alguém), e passou a existir o artigo, comprovado pelo s; portanto, existe a crase indicada.
Vejamos, agora, estes exemplos:
a) Por que vendeste a tua casa?
Não me interessam as tuas angústias.
Aqui, a indicação da crase nem é facultativa nem é obrigatória: é proibida, porque não há preposição, mas apenas artigos facultativamente usados. Tanto que poderíamos escrever:
a) Por que vendeste tua casa?
b) Não me interessam tuas angústias.
Examinemos, enfim, os exemplos seguintes:
a) Dirigiu-se humildemente a sua mãe.
b) Dirigiu-se humildemente à sua mãe.
Ambos estão certos, porque existe a preposição (quem se dirige, dirige-se a alguém), e o artigo é facultativo, sendo facultativa a indicação de crase.
Conclusão:
Para haver crase facultativa antes de possessivo, é preciso que ele esteja no feminino singular e que haja preposição. Nos demais casos, ou a crase é proibitiva ou é obrigatória.
2. Antes de Antropônimos (nomes de pessoas) Femininos
Sendo o uso do artigo facultativo antes dos nomes próprios de pessoas, é facultativo o uso da crase, bastando que o nome seja feminino e que haja preposição.
a) Pediu um empréstimo a Helena.
b) Pediu um empréstimo à Helena,.
Evidentemente, sem preposição não se admite crase.
Vi a Helena no cinema.
Neste caso, o que se pode fazer é não usar o artigo, mas jamais indicar crase.
Vi Helena no cinema.
O artifício de substituir por nome masculino funciona aqui da seguinte maneira: surgindo a ou ao, a crase é facultativa; aparecendo o ou nada, é proibida.
VI - CASO DOS TOPÔNIMOS (nomes de localidades)
Se o topônimo admite artigo feminino e houver preposição, haverá crase:
Referiu-se à França.
Mas se o topônimo não admite artigo, de forma nenhuma haverá crase:
Disse que iria a Paris.
O recurso para verificar se o nome da localidade admite ou não artigo é colocá-lo no início de uma frase qualquer, em função de sujeito.
A França possui muitos monumentos famosos.
A Bahia é a terra de Castro Alves.
Paris é centro cultural.
Santa Catarina progrediu muito.
França e Bahia admitem artigo; Paris e Santa Catarina rejeitam-no.
Observe bem que o fato de o nome da localidade admitir artigo não é a razão suficiente para a existência da crase;é imprescindível que haja também a preposição:
Percorreu a Itália de automóvel.
Fazia à Itália os maiores elogios.
Itália admite artigo (A Itália exporta gente), mas só no segundo exemplo há também a preposição.
Cumpre destacar que todo topônimo acompanhado de um elemento determinante admite artigo. Roma não admite artigo (Roma era dissoluta), porém, se colocarmos ao seu lado o determinante antiga ou dos césares etc., passará a aceitá-lo.
A Roma antiga era dissoluta.
A Roma dos césares era dissoluta.
Por conseguinte, há crase em frases como:
Referiu-se à Roma antiga.
Devemos muito à Roma dos césares.
VII - CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM O PRONOME DEMONSTRATIVO A(S) antes DE QUE, QUEM, QUAL, QUAIS E DE
Nada parece mais difícil aos leigos do que reconhecer a crase antes do que, quem, qual, quais (pronomes) e de (preposição). Isso é, todavia, talvez mais fácil do que nos outros casos. Bastará aplicar o mesmo artifício de substituição da palavra feminina por uma masculina, com a diferença de que, nesse caso, a palavra a ser substituída estará antes do a(s) e não depois.
Exemplos:
1) A rua a que nos dirigimos é paralela à que te referes.
(O rio a que nos dirigimos é paralelo ao que te referes.)
2) A casa de Maria é semelhante à que pretendo construir.
(O lar de Maria é semelhante ao que pretendo construir.)
3) A reunião à qual não compareceste terminou cedo.
(O encontro ao qual não compareceste terminou cedo.)
4) As obras recentemente iniciadas, às quais se destinou vultosa verba, serão concluídas antes do prazo.
(Os prédios recentemente iniciados, aos quais se destinou vultosa verba, serão concluídos antes do prazo.)
5) A sabedoria de certos homens é igual à dos burros.
(O saber de certos homens é igual ao dos burros.)
Observações:
1) No caso do que, ao aplicar o artifício, é preciso tomar cuidado para não substituí-lo por qual ou quais, pois isso dará solução errada.
Esta é a obra a que me dedico.
Artifício certo: Este é o livro a que me dedico.
Artifício errado: Este é o livro ao qual me dedico.
2) O de pode estar combinado com outras classes, o que em nada altera a regra.
Minha opinião é oposta à daqueles que fazem a guerra.
(Meu parecer é oposto ao daqueles que fazem a guerra.)
3) Antes de quem, que entrou aqui por uma questão didática, nunca aparece crase.
Esta é a moça a quem dedicou seus poemas.
(Este é o povo a quem dedicou seus poemas.)
VIII - CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM O A INICIAL DE AQUELE(S), AQUELA(S), AQUILO.
O pronome demonstrativo aquele e suas variantes pode contrair-se com a preposição :
a + aquele(s) = àquele(s)
a + aquela(s) = àquela(s)
a + aquilo = àquilo.
Como verificar a existência dessa preposição nas frases?
É só substituir aquele(s), aquela(s) ou aquilo por este(s), esta(s) ou isto. Se, na substituição, aparecer um a, será a preposição, comprovando a existência da crase.
O que dizer àqueles que não escutam?
(O que dizer a estes que não escutam?)
Àquela que vencer daremos uma viagem.
(A esta que vencer daremos uma viagem.)
Referiu-se àquilo como coisa certa.
(Referiu-se a isto como coisa certa.)
Se nada aparecer antes de este(s), esta(s) ou isto, não haverá crase “sobre” aquele(s) , aquela(s) ou aquilo.
Percorria aqueles caminhos com desenvoltura.
(Percorria estes caminhos com desenvoltura.)
Eram muito tristes aquelas cenas da guerra.
(Eram muito tristes estas cenas de guerra.)
Aquilo não era coisa que se fizesse.
(Isto não era coisa que se fizesse.)
TESTES
1) O Ministro informou que iria resistir ....... pressões contrárias ..... modificações relativas ..... aquisição da casa própria.
a) às - àquelas - à
b) as - aquelas - a
c) às - àquelas - a
d) às - aquelas - à
e) as - àquelas - à
2) A alusão ....... lembranças da casa materna trazia......... tona uma vivência .......... qual já havia renunciado.
a) às - a - a
b) as - à - há
c) as - a - à
d) às - à - à
e) às - a - há
3) Use a chave ao sair ou entrar ............................... 20 horas.
a) após às
b) após as
c) após das
d) após a
e) após à
4)....... dias não se consegue chegar .......... nenhuma das localidades ........ que os socorros se destinam.
a) Há - à - a
b) A - a - à
c) À - à - a
d) Há - a - a
e) À - a - à
Fique .......... vontade; estou........... seu inteiro dispor para ouvir o que tem ................ dizer.
a) a - à - a
b) à - a - a
c) à - à - a
d) à - à - à
e) a - a - a
6) No tocante............. empresa ......... que nos propusemos ........... dois meses, nada foi possível fazer.
a) àquela - à - à
b) aquela - a - a
c) àquela - à - há
d) aquela - à - à
e) àquela - a - há
7) Chegou-se .............. conclusão de que a escola também é importante devido ........merenda escolar que é distribuída gratuitamente......... todas as crianças.
a) à - à - à
b) a - à - a
c) a - à - à
d) à - à - a
e) à - a - a
8) A tese..............aderimos não é aquela........defendêramos no debate sobre os resultados da pesquisa.
a) a qual - que
b) a que - que
c) à que - a que
d) a que - a que
e) a qual - a que
9) Em relação ........... mímica, deve-se dizer que ela exerce função paralela ...... da linguagem.
a) a - a
b) à - à
c) a - à
d) à - aquela
e) a - àquela
10) Foi ......... mais de um século que, numa reunião de escritores, se propôs a maldição do cientista que reduzira o arco-íris ......... simples matéria: era uma ameaça ........poesia.
a) à - a - a
b) há - à - a
c) há - à - à
d) a - a - a
e) há - a - à
11) A estrela fica ........ uma distância enorme, ......... milhares de anos-luz, e não é visível ......... olho nu.
a) a - à - à
b) a - a - a
c) à - a - a
d) à - à - a
e) à - a - à
12) Estava .......... na vida, vivia ............ expensas dos amigos.
a) atoa - as
b) a toa - à
c) atôa - às
d) à toa - às
e) à toa - as
13) Estavam .......... apenas quatro dias do início das aulas, mas ele não estava disposto ............. retomar os estudos.
a) há - à
b) a - a
c) à - a
d) há - a
e) a - à
14) Disse ... ela que não insistisse em amar........ quem não ......... estimava.
a) a - a - a
b) a - a - à
c) à - a - a
d) à - à - à
e) a - à - à
15) Quanto ........ suas exigências, recuso-me ......... levá-las ........... sério.
a) às - à - a
b) a - a - a
c) as - à - à
d) à - a - à
e) as - a - a
16) Quanto .......... problema, estou disposto, para ser coerente ........... mesmo, .......... emprestar-lhe minha colaboração.
a) aquele - para mim - a
b) àquele - comigo - a
c) aquele - comigo - à
d) aquele - por mim - a
e) àquele - para mim - à
17) A lâmpada ............. cuja volta estavam mariposas ......... voar, emitia luz ......... grande distância.
a) a - à - à
b) à - a - à
c) a - à - a
d) a - a - a
e) à - a - a
18) Aquela candidata ............ rainha de beleza, quando foi ...... televisão, pôs-se ........ .roer as unhas.
a) à - à - a
b) à - a - à
c) a - a - à
d) à - à - à
e) a - à - a
19) Eis o lema ......... sempre obedecia: ódio .... guerra e aversão ...... injustiças.
a) à que - à - as
b) à que - à - às
c) a que - à - às
d) a que - à - as
e) a que - a - as
20) Faltou ....... todas as reuniões e recusou-se .........obedecer ............ decisões da assembléia.
a) a - a - as
b) a - a - às
c) a - à - às
d) à - a - às
e) à - à - às
21) Expunha-se....... uma severa punição, porque as ordens ........ quais se opunha eram rigorosas e destinavam-se .......... funcionárias daquele setor.
a) a - as - às
b) à - às - as
c) à - as - às
d) à - às - às
e) a - às - às
22) ........... alguns meses o ministro revelou-se disposto ......... abrir ........ discussões em torno do acesso dos candidatos e dos partidos .......... televisão.
a) A - a - as - à
b) Há - a - às - a
c) A - à - às - a
d)Há - à - as - à
e) Há - a - as - à
23) ............. Igreja cabe propugnar pelos princípios éticos e morais que devem reger......... vida das comunidades, enquanto ....... política deve visar ao bem comum.
a) A - à - à
b) À - a - a
c) À - à - a
d) À - à - à
e) A - a - a
RESPOSTAS
1- A 2- D 3- B 4- D 5- B 6- E 7- D 8- B 9- B 10- E 11- B 12- D 13- B 14- A 15- B 16- B 17- D 18- E 19- C 20- B 21- E 22- E 23- B
COLOCAÇÃO DOS
PRONOMES OBLÍQUOS
ÁTONOS
Lista:
me, te, se, o, a, os, as, lhe, lhes, nos, vos.
Posições:
PRÓCLISE: antes do verbo.
Nada se perdeu.
MESÓCLISE: no meio do verbo.
Dirigir-lhe-emos a palavra.
ÊNCLISE: depois do verbo.
Fugiram-nos as palavras.
I - REGRAS DE COLOCAÇÃO NAS FORMAS FINITAS
Nota: Formas finitas do verbo são todas as do MODO INDICATIVO, MODO SUBJUNTIVO E IMPERATIVO.
As formas infinitas são o GERÚNDIO, PARTICÍPIO E INFINITIVO (pessoal e impessoal).
PRÓCLISE
1. Estamos obrigados a colocar o pronome oblíquo em posição de próclise quando, antes e na mesma oração do verbo em que ele (o pronome) se apóia, existir qualquer uma das cinco classes gramaticais seguintes:
a) conjunção subordinativa;
b) pronome relativo;
c) pronome interrogativo;
d) pronome indefinido;
e) advérbio (não seguido de vírgula).
O homem produz pouco, quando se alimenta mal.
Próclise, porque, antes do verbo alimenta, está a conjunção subordinativa quando que a exige. Observe-se que esse quando está na mesma oração do verbo em que se apóia o pronome se.
1ª Oração: o homem produz pouco
2ª Oração: quando se alimenta mal
Veja-se, agora, este outro exemplo:
O homem produz pouco, quando, pela ausência de diversidade de culturas agrícolas e pela falta de orientação, se alimenta mal.
A palavra quando, embora não esteja imediatamente antes do verbo, continua a exigir próclise, porque está na mesma oração do verbo alimenta.
1ª Oração: O homem produz pouco
2º Oração: quando, pela ausência de diversidade de culturas agrícolas e pela falta de orientação, se alimenta mal.
Tomemos, finalmente, o seguinte exemplo:
O homem que trabalha realiza-se.
Não deve ser próclise? Não! O pronome relativo que, embora esteja antes do verbo realiza, não está na mesma oração deste:
1ª Oração: O homem realiza-se
2ª Oração: que trabalha
Concluímos, pois, que não basta a palavra de força atrativa estar antes do verbo em que se apóia o pronome oblíquo; é necessário também que pertença à mesma oração do verbo.
Se, antes do verbo, existir advérbio, este exigirá próclise, quando não estiver seguido de vírgula:
Aqui se resolvem todos os problemas.
Mas:
Aqui, resolvem-se todos os problemas.
Resulta disso que as frases negativas se constroem, quase sempre, com próclise:
Não nos negou apoio.
2. Se o sujeito estiver logo antes do verbo, a próclise será facultativa:
Ele se feriu. ou Ele feriu-se.
O homem se supera. ou O homem supera-se.
Isto nos interessa. ou Isto interessa-nos.
Eu te avisarei. ou Eu avisar-te-ei.
Nota: Essa faculdade não pode contrariar a REGRA 1. Se o sujeito for um pronome indefinido, a próclise será obrigatória:
Ninguém me convencerá.
Tudo se fez em prol da causa.
3. Faz-se próclise também nas orações optativas (orações que exprimem desejo):
Bons olhos o vejam!
Deus te ajude!
Bons ventos o levem!
MESÓCLISE
Respeitadas as regras estabelecidas para a próclise, far-se-á mesóclise, caso o verbo esteja no FUTURO DO PRESENTE (cantarei, procuraremos, direis, amará etc.) ou no FUTURO DO PRETÉRITO (cantaria, procuraríamos, diríeis, amaria etc.).
Procurar-te-emos no escritório.
Diante de uma platéia educada, cantar-se-ia melhor.
Os amigos sinceros lembrar-nos-ão um dia.
Ênclise
Nos demais casos.
II - REGRAS DE COLOCAÇÃO NAS FORMAS INFINITAS
GERÚNDIO
¾ precedido em “EM” ou de advérbio não-virgulado: PRÓCLISE
¾ demais casos: ÊNCLISE
Em o convidando, fez o governo justiça.
Usaremos essa técnica, pouco nos interessando o que a crítica possa dizer.
Ele falou francamente, revelando-nos a verdade.
INFINITIVO IMPESSOAL
¾ negativo ou precedido de qualquer proposição: PRÓCLISE OU ÊNCLISE
¾ demais casos: ÊNCLISE
Para te dizer a verdade, não sei se ele virá. ou
Para dizer-te a verdade, não sei se ele virá.
Sua intenção era não se contrariar. ou
Sua intenção era não contrariar-se.
INFINITIVO PESSOAL
- sempre PRÓCLISE
Para nos realizarmos, devemos seguir nosso ideal.
PARTICÍPIO
jamais aceita ÊNCLISE.
III - ÊNCLISE DOS PRONOMES “O”, “A”, “OS” e “AS”
1. Se a forma verbal termina por R, S ou Z, suprime-se esse R, S ou Z e antepõe-se L ao pronome oblíquo:
procurar + o = procurá - lo
dissestes + o = disseste - lo
diz + o = di - lo
2. Se o verbo termina por um ditongo nasal (ão, õe) ou por m, antepõe-se n ao pronome oblíquo:
dão + o = dão-no
repõe + o = repõe-no
dizem + o = dizem-no
3. Nos demais casos, nada varia.
Observação:
Ao colocar o pronome nos após as formas verbais terminadas em –mos, suprime-se o s:
dirigimos-nos = dirigimo-nos.
TESTES
1) Já ................ de que............ informados; portanto eles ............. tranqüilos.
a) os cientifiquei - os manteremos - devem sentir-se
b) cientifiquei-os - mantê-los-emos - se devem sentir
c) cientifiquei-os - os manteremos - se devem sentir
d) os cientifiquei - mantê-los-emos - devem-se sentir
e) os cientifiquei - manteremo-los - se devem sentir
2) .............................. do bolso os bilhetes que tu ..............................
a) Me desapareceu - me enviaste
b) Me desapareceram - me enviastes
c) Desapareceram-me - me enviaste
d) Desapareceu-me - me enviaste
e) Me desapareceu - enviaste-me
3) Embora não......... as reuniões sociais,................... bem, quando.....................
a) lhe agradassem - se portava - as freqüentava
b) lhe agradassem - portava-se - as freqüentava
c) lhe agradassem - portava-se - freqüentava-as
d) agradassem-lhe - portava-se - freqüentava-as
e) lhe agradassem - se portava - freqüentava-as
4) Em ....................... os bailes dos clubes, ...................... achar que ................ poucos festejos carnavalescos nesta ci-dade.
a) se excluindo - se poderia - fazem-se
b) excluindo-se - poderia-se - se fazem
c) se excluindo - poder-se-ia - se fazem
d) excluindo-se - poder-se-ia - fazem-se
e) se excluindo - poderia-se - se fazem
5) ........................ que tudo..................
a) Se diria - cansava-o
b) Diria-se - o cansava
c) Diria-se - cansava-o
d) Dir-se-ia - o cansava
e) Dir-se-ia - cansava-o
6) Quando............. todos os insucessos na vida das crianças e dos jovens, ............... indivíduos fracos. É bom que ............. apenas os insucessos mais traumatizantes.
a) se afastam - formam-se - se evitem
b) se afasta - forma-se - se evite
c) afastam-se - se formam - se evite
d) se afasta - formam-se - evitem-se
e) se afasta - se forma - se evite
7) Se esse sapato te incomoda, ................. logo, .................. fora.
a) tira-o - põe-no
b) tira-o - põe-o
c) tira-no - põe-no
d) tira-no - põe-lo
e) tira-lo - põe-o
8) O campo estava florido. Dois gaúchos............... silenciosos. Tudo parecia contribuir para ............. felizes e ........... tranqüilidade.
a) percorriam-o - fazer-los - transmitir-lhes
b) percorriam-no - fazê-los - transmiti-lhes
c) percorriam-no - fazer-los - transmiti-lhes
d) percorriam-o - fazê-los - transmitir-lhes
e) percorriam-no - fazê-los - transmitir-lhes
RESPOSTAS
1- A 2- C 3- B 4- C 5- d 6- a 7- a 8- E
PONTUAÇÃO
A VÍRGULA
I - Previsão de Perigo
Toda vírgula indica uma pausa, mas nem todas as pausas admitem vírgulas. Assim, mesmo que pareça haver pausa, é necessário cuidado para não pôr vírgula:
1) Entre o sujeito e o verbo e entre o verbo e os seus complementos, que são o predicativo, o objeto direto, o objeto indireto e o agente da passiva, na medida em que existam.
SUJEITO | VERBO | COMPLEMENTO(S) |
O desenvolvimento agrícola e industrial que se verifica no Brasil | tem sido | insuficiente para o atendimento das necessidades da população. |
Os raio alegres do sol | douravam | as copadas dos pinheirais. |
A preparação para o vestibular | exige | dos candidatos esforços redobrados. |
O comportamento ético do ser humano | obedece | aos ditames da consciência de cada um. |
A reforma agrária e a fixação do homem no campo | vêm sendo obstaculizadas | pela obsoleta estrutura fundiária do país. |
A DESORDEM NÃO PROVOCA VIRGULA
A inversão da ordem dessas funções não é motivo para separá-las por vírgula:
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
(Verbo) (sujeito)
de um novo heróico o brado retumbante."
(objeto direto)
2) Antes do E — a não ser que:
a) ligue orações de sujeitos diferentes:
Surgiram novas e revolucionárias idéias, e o mundo cresceu.
A esposa controla os gastos, e o marido cuida das cobranças.
b) seja repetido enfaticamente (polissíndeto):
As boas idéias se afirmam, e ganham adeptos, e fazem revoluções, e conquistam territórios.
c) tenha valor adversativo (= mas):
Fazia tudo errado, e não se envergonhava disso.
3) Antes do QUE, precedido ou não de preposição — a não ser que:
a) inicie uma oração explicativa ou causal (= porque):
Aproveitemos bem os momentos, que a vida é breve.
Ele passou a dedicar-se ao esporte, que tinha horror ao estudo.
b) inicie uma oração consecutiva (depois de "tão", "tal", "tamanho" ou "tanto"):
Tantas eram as incertezas, que resolveram abandonar o projeto.
A VIRGULA NÃO É ENTRE-VIRGULAS
Entre o sujeito e o verbo, ou entre o verbo e o seu complemento, ou, em tese, em qualquer outro lugar do período, podem-se colocar elementos que devem ser postos entre vírgulas, como se estivessem entre parênteses.
Os pássaros, na madrugada primaveril, entoavam hinos à natureza.
Os pássaros entoavam, na manhã primaveril, hinos à natureza.
Esperamos que, entre a intenção e a ação, não decorra tanto tempo.
CUIDADO PARA NÃO COLOCAR APENAS UMA VIRGULA, O QUE É PIOR DO QUE NÃO COLOCAR NENHUMA.
lI - Entre-Vírgulas
Colocam-se entre vírgulas, ou são isolados por uma vírgula no início ou no fim:
O VOCATIVO
Creio, abnegados alunos, que o esforço de vocês será recompensado.
"Deus te leve a salvo, brioso e altivo barco, por entre as vagas revoltas!"
"Colombo, fecha a porta dos teus mares."
"Levantai-vos, heróis do Novo Mundo."
O APOSTO
Todos aspiram à felicidade, árvore arreada de dourados pomos.
"O cavalo, grande amigo do homem, é sacrificado nos hipódromos."
Nós, os brasileiros, somos imprevidentes.
3) O ADJUNTO ADVERBIAL ANTECIPADO
O Brasil, lamentavelmente, enfrenta graves dificuldades.
Sabemos que, entre os participantes, há vários ativistas.
Durante o ano letivo, faremos várias alusões a isso.
Se o adjunto adverbial for curto, a virgulação é facultativa, isto é, depende de se desejar ou não dar-lhe ênfase:
Existiam, ali, muitas flores.
Existiam ali muitas flores.
Hoje, vive-se com medo.
Hoje se vive com modo.
4) A ORAÇÃO ADVERBIAL INTERCALADA OU ANTECIPADA(DESENVOLVIDA OU REDUZIDA):.
A nação, para que atinja suas metas, precisa da ajuda de todos.
Embora tenhamos muitos artistas, temos pouca arte.
Terminadas as explicações iniciais, passaremos aos exercícios.
O pobre rapaz, ao saber que fora traído, começou a chorar.
5) TODA EXPRESSÃO EXPLICATIVA, CONTINUATIVA, RETIFICATIVA, CONCLUSIVA
Esta alteração, por exemplo, poderia ser evitada.
Nós, por outro lado, estamos dispostos a colaborar.
O grupo estava muito descontente, isto é, reclamava em altos brados.
Estávamos, pois, irremediavelmente comprometidos.
A ORAÇÃO ADJETIVA EXPLICATIVA (NÃO-RESTRITIVA)
Os homens, que são mortais, deveriam ser menos materialistas.
A água, que é um líqüido vital, não deve ser poluída.
Neste Estado, onde faz tanto frio e chove tanto, o homem é mais tenaz.
Observação:
No fim - e apenas no fim - das adjetivas restritivas, se forem longas, ou se dois verbos se juntarem, é tolerável uma vírgula:
Os problemas que os grandes centros urbanos da mundo inteiro acumularam ao longo do seu alucinante crescimento, parecem-nos insolúveis.
As soluções que os técnicos apresentam, exigem recursos imensos.
7) O ADJETIVO EXPLICATIVO
Os adjetivos explicativos indicam um estado geral e podem ser antecipados, sem alterar o sentido da frase:
Os vencedores, alegres, deram a volta olímpica.
Alegres, os vencedores deram a volta olímpica.
Felizes, os vencedores subiram ao pódio.
A moça, serena e tranqüila, procurou seu lugar na sala.
Espera-se que ele, inteligente e honesto, combata a corrupção.
Os adjetivos meramente determinativos restringem e não é possível antecipá-los:
Os atletas solteiros concentraram um dia antes. (Não faria sentido dizer: Solteiros, os atletas concentraram um dia antes.)
8) AS CONJUNÇÕES ADVERSATIVAS E CONCLUSIVAS DESLOCADAS (Põe-se ponto-e-vírgula onde seria o lugar normal da conjunção.)
Os recursos existem; o homem, porém, não encontra soluções.
Dispomos de potencialidades imensas; conseguiremos, portanto, as soluções.
Estamos em crise; devemos, pois, economizar.
Observação:
As conjunções adversativas (exceto mas) o conclusivas (exceto logo), quando aparecerem em orações que iniciam períodos, igualmente devem ser virguladas:
Entretanto, devemos considerar que o homem é falaz.
Devemos considerar, entretanto, que o homem é falaz.
Portanto, a pena de morte merece o nosso repúdio.
A pena de morte, portanto, merece o nosso repúdio.
9) AS ORAÇÕES INTERCALADAS
Eu venho, disse ele, trazer a paz.
A poesia, explicou o poeta, é a vida metamorfoscada em versos.
Os nossos instintos, e só os inocentes não sabem disto, são os grandes condutores do nosso comportamento.
III - Vírgula Simples
Coloca-se vírgula:
1) ENTRE ELEMENTOS DE MESMA FUNÇÃO, ONDE NÃO HOUVER "E", “OU" ou “NEM"
A verdade, a justiça, a liberdade, a paz, a beleza e a bondade são aspirações dos jovens do mundo inteiro.
"Deixai que o mundo saiba que escolhestes o caminho da verdade, bondade, compaixão, honestidade, amor, perdão e reconciliação."
Trabalhemos com fé, com crença, com convicção.
Observação:
As conjunções "ou" e "nem", quando ligam orações, ou quando vêm repetidas numa enumeração, admitem vírgula:
Ou os homens acabam com as agressões, ou as agressões acabam com eles.
O Ministro não compareceu, nem mandou representante,.
Nem eu, nem tu, nem ela, nem ninguém será inteiramente feliz.
ENTRE AS ORAÇÕES EM GERAL
Faltei ao expediente, pois estava febril.
Lembro-me de ti, quando eu estou nos jardins, porque as flores roubam o teu perfume.
Entrei lentamente, pensando no que deveria dizer àqueles jovens, mas não encontrei palavras que traduzissem minha emoção.
3) PARA INDICAR A SUPRESSÃO DE UM VERBO (ZEUGMA)
Uns conquistam pela simpatia; outros, pela perseverança.
Eu tinha muitos vícios; ela, muitas virtudes.
As árvores fenecem na sombra; os homens, na miséria.
Observe-se que as vírgulas estão, respectivamente, no lugar dos verbos “conquistam”, “tinha” e “fenecem”. Observe-se, ainda, o ponto-e-vírgula entre as duas partes de cada período.
4) ENTRE O NOME DA LOCALIDADE E A DATA
Porto Alegre, 15 de novembro de 1993.
São Paulo, 31-3-64.
5) ENTRE O NOME DE UM LOGRADOURO E O NÚMERO DO PRÉDIO
Rua Dr. Flores, 327.
Av. Carlos Gomes, n.º 467.
Rua M, casa n.º 14.
6) ENTRE O NÚMERO DE UM DOCUMENTO E A DATA
A acentuação gráfica foi simplificada pela Lei n.º 5.765, de 20 de dezembro de 1971.
Em reposta ao seu Ofício n.º 235, de 22 de setembro último, comunicamos que ...
7) DEPOIS DO COMPLEMENTO, QUANDO, ANTEPOSTO, FOR REPETIDO POR UM PRONOME ENFÁTICO (PLEONASMO)
Aos pobres de espírito, tudo se lhes perdoa; aos espertos, tudo se lhes nega.
O chimarrão, os gaúchos gostam de tomá-lo de madrugada.
O PONTO-E-VIRGULA
Usa-se ponto-e-vírgula:
1) PARA SEPARAR PARTES EQUIVALENTES DE UM PERÍODO, BASTANDO QUE UMA DELAS JÁ CONTENHA VÍRGULA
As águas impulsionam as turbinas; as idéias, as massas.
"Uns trabalhavam, esforçavam-se, exauriram-se; outros folgavam, descuidavam-se, não pensavam no futuro."
2) FACULTATIVAMENTE, NO INÍCIO DAS ORAÇÕES ADVERSATIVAS E CONCLUSIVAS
Tenho a vaga impressão de que tudo está acabado; mas sempre resta uma
esperança.
Nosso território possui muitas reservas; logo, sabendo explorá-lo, superaremos as dificuldades.
Observação:
Como já vimos, se as conjunções adversativas ou conclusivas forem deslocadas, o ponto-e-vírgula é obrigatório:
Ele foi muito pressionado; não abandonou, porém, os amigos.
Tenho escassos recursos; não posso, por conseguinte, ajudar-te.
3) PARA SEPARAR OS ITENS DE UMA ENUMERAÇÃO
"Ao funcionário, além do vencimento, serão deferidas as seguintes vantagens:
I - ajuda de custo;
II - diárias;
III - auxílio para diferença de caixa;
IV - abono familiar, nos termos da legislação em vigor;
V - percentagens;
VI - gratificações."
OS DOIS PONTOS
Os dois pontos serão usados:
1) ANTES DAS CITAÇÕES (em geral, depois de "dizer", "responder", "perguntar" ou equivalentes)
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!"
Aristóteles respondeu a seus discípulos: "Meus antigos, não há amigos."
2) NAS ENUMERAÇÕES
As enumerações, em geral, vêm depois da frase que as anuncia; mas, às vezes, podem vir antes.
Estes são os meus amigos: os livros, as árvores, os alunos.
Os livros, as árvores, os alunos: eis os meus amigos.
3) ANTES DE UMA EXPLICAÇÃO, UMA SÍNTESE OU UMA CONSEQÜÊNCIA DO QUE FOI DITO
"Não sou alegre nem sou triste: sou poeta."
"Eu não tenho filosofia: tenho sentimentos.”
"O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde."
O TRAVESSÃO
I - TRAVESSÃO SIMPLES
Emprega-se:
1) NOS DIÁLOGOS, PARA INDICAR A MUDANÇA DE INTERLOCUTOR, E, FACULTATIVAMENTE, ANTES DE CITAÇÕES DE FALAS DE PERSONAGENS, DEPOIS DE DOIS PONTOS
— Meu nome é Rodrigo Cambará. Como é sua graça ?
— Juvenal Terra.
— Mora aqui no povo ?
— Moro.
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: — "Por que não vieram juntos ?"
2) PARA LIGAR PALAVRAS EM COMBINAÇÕES DESTE TIPO:
Ponte Rio—Niterói
Trajeto Osório—Tramandaí—Torres
3) EM SUBSTITUIÇÃO AOS DOIS PONTOS, COM O FITO DE REALÇAR:
"Só levo uma saudade — é dessas [sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas..."
II - TRAVESSÃO DUPLO
Emprega-se em lugar das vírgulas, com o objetivo de dar realce a uma intercalação (casos de entre-vírgulas, menos 1, 5 e 8):
"Você há de convir — disse a mãe ines-peradamente ofendida — que se trata de uma coisa rara."
"Somente a Ingratidão — esta pantera —
Foi tua companheira inseparável."
"Em cismar — sozinho, à noite — Mais prazer encontro eu lá."
PARÊNTESES
I - A rigor, no texto, os parênteses têm uma aplicação exclusiva: isolam expressões que não encaixam naturalmente na estrutura do período:
"Em outubro de 1930,
Nós fizemos (que animação!)
Um pic-nic com carabinas."
"Mulher proletária — única fábrica
que o operário tem (fábrica filhos)."
A videira tem (curiosa coincidência) longevidade igual à do homem.
2 - Podem (este uso é pouco freqüente) substituir as vírgulas ou o travessão duplo nas intercalações:
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso."
O bem-estar (no sentido social) refere-se à ausência de frustrações coletivas.
TESTES
1. A pontuação está correta em:
a) É esta creio eu, a fita que por motivos políticos, foi censurada.
b) É esta, creio eu, a fita, que por motivos políticos, foi censurada.
c) É esta creio eu, a fita, que, por motivos políticos, foi censurada.
d) É esta, creio eu, a fita que, por motivos políticos, foi censurada.
e) É esta, creio eu, a fita que, por motivos políticos foi censurada.
2. Assinale a frase correta quanto à pontuação.
a) O parágrafo único do artigo 37, também trata da isenção do imposto em caso semelhante ao estudado.
b) A mãe do soldado implorara piedade, confidenciou-me o tenente, o general porém, mandou executar a sentença.
c) Eu para não ser indiscreto retirei-me calmamente da sala, quando percebi que o assunto era confidencial.
d) Embora o doente não corresse mais perigo, os médicos resolveram mantê-lo em observação durante doze horas.
e) É alentador, o que os indicadores econômicos demonstraram: uma retomada do desenvolvimento em São Paulo, o maior parque industrial brasileiro.
3. Marque a opção em que há erro por falta ou emprego indevido de vírgula.
a) Quando precisar de mim, procure-me, amigo.
b) Encerrada a reunião, o coordenador dos trabalhos comunicou que o Senhor Governador se prontificara a reexaninar nossa proposta.
c) O inciso I do artigo 37 da Constituição prescreve que os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei.
d) Não temos a menor dúvida, de que, decorridos alguns meses, tudo voltará ao estado anterior.
e) Ainda não sabemos quando serão divulgados os resultados da prova.
4. Marque a opção em que há erro de pontuação, por falta ou emprego indevido de vírgula.
a) A nau do Estado singra em mar encapelado e pode naufragar antes de alcançar o porto.
b) Tu, até agora, foste meu soldado, e eu, teu capitão; desde este ponto, tu serás meu capitão, e eu, teu soldado.
c) A assembléia geral da companhia aberta pode autorizar a publicação de ata com omissão das assinaturas dos acionistas.
d) A inobservância dos incisos I e II do artigo 226 do Código Penal não gera nulidade dos autos de reconhecimento.
e) A alienação do controle da companhia aberta, dependerá de prévia autorização da Comissão de Valores Mobiliários.
5. Há erro, por falta ou uso indevido de vírgula, em:
a) Teus feitos, grande e imortal Ayrton Senna, jamais serão esquecidos.
b) Um cientista moderno chegou à conclusão de que a vida, na Terra existe por um triz.
c) A mulher aceita o homem por amor ao casamento, e o homem aceita o casamento por amor à mulher.
d) Vencemos; não fique, pois, tão triste.
e) Estou convencido de que a disparada da inflação guarda relação com a perda de confiança da sociedade nos governantes e nas instituições.
6. Considere o texto seguinte e as afirmações subseqüentes:
"Noel Rosa, não sei por que razão, evi-
tava o ponto do samba — o Café Nice — e preferia a Lapa, onde vivia o pessoal da madrugada."
I - Na frase, os travessões poderiam ser substituídos por vírgulas ou parênteses, sem prejuízo contextual da mesma.
II - Os travessões desempenham aqui a mesma função que exercem num diálogo escrito.
III - No caso específico desta frase, os travessões poderiam ser simplesmente abolidos, sem que isso resultasse em erro.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II o III.
e) I, II o III.
7. Assinale a alternativa em que falta um sinal de pontuação.
a) Aquela mãe só se preocupa com uma coisa: o futuro dos filhos.
b) Ela só gostava de autores antigos, tais como: Mozart, Chopin e Verdi.
c) Castro Alves (lamentavelmente, viveu pouco) é o criador imortal dos poemas "Navio Negreiro" e "Vozes da África".
d) Da sacada, descortinava-se tudo o rio, a montanha e o vale.
e) Não, amigo meu — eu conheço meus amigos — não faria isso.
8. Assinale a seqüência de sinais de pontuação que preenche corretamente os espaços numerados do texto.
"É através da dinâmica institucional 1 que se fabrica 2 quase sempre 3 o delinqüente juvenil. A instituição 4 ao invés de recuperar 5 perverte 6 ao invés de reintegrar e ressocializar 7 exclui e marginaliza 8 ao invés de proteger 9 estigmatiza."
9. A oração que deve ficas entre vírgulas encontra-se na alternativa:
a) Aqueles que manifestam suas idéias merecem apreço.
b) Os jovens em geral que são idealistas por natureza merecem apreço.
c) Os jovens brasileiros que lutam por seus ideais merecem apreço.
d) As pessoas de mais idade que se comunicam com os jovens merecem apreço.
e) As pessoas de mais idade que compreendem os jovens merecem apreço.
10. A frase em que há um sinal de pontuação mal empregado é:
a) Escola, meio salário mínimo por mês e participação nos lucros da lavoura: eis a remuneração do "agricultor mirim".
b) O "agricultor mirim" tem várias vantagens; escola, meio salário mínimo por mês e participação nos lucros da lavoura.
c) Escola, meio salário mínimo por mês e participação nos lucros da lavoura — tu-do isso recebe o "agricultor mirim ".
d) O "agricultor mirim" é bem remunerado: recebe escola, meio salário mínimo por mês e participação nos lucros da lavoura.
e) O "agricultor mirim" recebe escola, meio salário mínimo por mês e participação nos lucros da lavoura; não tem, pois, do que se queixar.
Respostas:
1– d 2– d 3– d 4– e 5– b 6– a 7– d 8– b 9– b 10– b
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
I - O QUE É INTERPRETAR TEXTOS
Já está vulgarizada a expressão "interpretação de textos", querendo significar, nas provas objetivas que hoje profusamente são feitas em exames e concursos em geral, o processo que consiste na identificação de idéias de um texto. No processo, buscam-se:
a) a idéia principal (ou básica);
b) as idéias secundárias;
c) o reconhecimento de palavras ou ex-
pressões que possam dar validade ao entendimento das idéias expressas no texto.
Num sentido mais amplo, interpretar um texto significa todo e qualquer trabalho que tenha motivação a partir do próprio texto, objetivando a compreensão do conjunto, das relações e das estruturas.
Disso, conclui-se que, na interpretação de um texto, o que interessa é o próprio texto.
E mais:
Tudo o que é necessário para justificar o nosso entendimento se encontra no texto ou dele se depreende.
2 - OS TIPOS DE QUESTÕES
São muito variados os tipos de questões de interpretação. A fim de podermos trabalhar dentro dos limites necessários aos objetivos a que nos propusemos, vamos enumerar três tipos:
a) Questões de sinônimos (ou antônimos)
É muito comum aparecerem questões envolvendo o conhecimento de sinônimos e, às vezes, de antônimos.
Vejamos um exemplo:
“Não há crime onde não houve aquiescência.”
Indicar, entre as alternativas, a que poderia substituir a palavra grifada, sem alteração do sentido da frase:
a) arrependimento
b) conhecimento
c) consentimento
d) intenção
e) premeditação
Resposta: C
LEMBRETE
É importante observar que há possibilidade de uma palavra estar empregada no sentido dicionarizado. Neste caso, temos o significado real.
Por exemplo:
Todos haveremos de morrer um dia.
morrer = finar-se, falecer, dizer adeus ao mundo, acabar, terminar, bater as botas etc.
Já no texto “Ele morre de amores pela filha do vizinho”, “morrer” adquire o sentido de “gostar muito de”, que é um sentido figurado, translato.
Vejamos num texto:
“Amara caminha para o piano. Seus dedos magros batem de leve nas teclas. Duas notas tímidas e desamparadas: mi, sol... Mas a mão tomba desanimada. O olhar morto passeia em torno, vê as imagens familiares: a cama desfeita, os livros da noite, empilhados sobre o mármore da cabeceira...”
A palavra morto, em "O olhar morto passeia...", significa:
a) falecido
b) matado
c) perdido
d) finado
e) acabado
A resposta é a letra C.
b) Questões de interpretação basea-das em frases ou partes do texto
Nesse tipo de questões, devemos escolher a alternativa cuja idéia está de acordo com o texto, eliminando as que contenham dados contrários, alheios, exagerados ou divergentes em relação ao texto.
“Parece muito difícil generalizar entre nós o uso do cheque. Brasileiro gosta mesmo é de receber aquele Santos Dumont de chapéu desabado e ar angélico, deslumbrado de tantos zeros em sua cédula de dez mil. Ou um melancólico Floriano, a garantir, atrás do bigode mongólico, a autenticidade de seus cem cruzeiros. Negócio de ver o freguês rabiscar uma ordem dirigida a um banco não apetece a ninguém. O talão pode ser furtado. O signatário pode não ser o próprio nem residir onde alega. A conta bancária pode estar gélida. A assinatura pode não conferir com os registros do banco. Enfim, uma porção de possibilidades indesejáveis se antepõem entre o papelucho e a ambiciosa moeda corrente nacional.”
Segundo o texto, brasileiro não gosta de receber cheque, porque:
a) normalmente o cheque não tem fundo.
b) o dinheiro vale mais do que o cheque.
c) somente o dinheiro em "moeda corrente nacional" inspira confiança.
d) o talão de cheques é normalmente falso.
e) em geral, a assinatura do cheque não confere com o registro bancário.
Resposta C, porque é a única que está da acordo com o texto.
c) Questões baseadas em síntese
Nesse tipo de questões, o trabalho consiste em reduzir o texto a uma só idéia: a idéia básica. Devemos, para tanto, escolher a opção que encerra essa idéia, descartando as que se refiram a apenas uma parte do texto e as que acaso acrescentem um aspecto alheio ao texto.
“O Japão, elevado à condição de terceira potência mundial, conserva ainda muita de sua milenar cultura, embora o influxo de outras civilizações, especialmente a norte-americana.”
Questão: A alternativa que melhor traduz a idéia básica do texto é:
a) A cultura japonesa sofre a interferência de outras civilizações.
b) Como terceira potência mundial, o Japão ainda é tradicional.
c) O tradicionalismo japonês é uma realidade, embora seja uma grande potência.
d) A elevação do Japão à condição de terceira potência mundial não alterou sua cultura.
e) Como terceira potência mundial, o Japão conserva suas tradições, mesmo sofrendo influência de outras culturas.
Resposta E, porque é esta que respeita o texto em toda a sua extensão.
ORIENTAÇÃO:
Com a finalidade de auxiliar o raciocínio de quem deve responder a questões de compreensão de textos, observe o seguinte:
1) Atenha-se exclusivamente ao texto.
2) Proceda através de eliminação de hipóteses.
3) Compare o sentido das palavras; às vezes, uma palavra decide a melhor alternativa.
4) Tente encontrar o tópico frasal, ou seja, a frase que melhor sintetiza o texto.
Para tanto, guarde as palavras:
INVERSÃO: as informações contidas
nas alternativas contradizem o texto.
2) FALTA: quando na alternativa faltam informações essenciais.
3) EXCESSO: quando na alternativa se encontram informações estranhas ao texto.
QUESTÕES DE INTERRUPÇÃO
1 - "O professor é o único profissional cujo fracasso é atribuído, automaticamente, a suas vítimas: se o aluno não aprende é que não estudou, jamais foi culpa do professor.”
Segundo o texto:
(A) Sempre que o aluno não aprende, o professor é um profissional fracassado.
(B) Quando o aluno não aprende, é a ele que se atribui o fracasso, e nunca ao professor.
(C) Todo aluno é, automaticamente, vítima dos seus professores.
(D) O professor jamais fracassa, porque ele é um gênio.
(E) Todo profissional está sujeito a fracasso em sua especialização.
2 - "Toda a máquina escolar é feita para garantir uma platéia (auditório) dócil ao professor, sem se indagar se o professor é um ator que mereça atenção. Qualquer ator adoraria dispor de uma máquina assim que, se não aplaude, pelo menos, não vaia."
No texto, o termo "máquina (repetido) refere-se a:
(A) uma certa organização, a uma certa estrutura.
(B) um mecanismo integrado e eficiente.
(C) um pensamento dominante no mundo moderno.
(D) um aparelho automático que aplaude.
(E) um disco com gravação de aplausos.
3 -"Os professores têm um auditório-cativo, por mais repugnante que sejam suas "aulas" para seus ouvintes. É evidente que as coisas não continuarão assim. No futuro, admitir-se-á (mesmo para os professores normais) que certos alunos não tolerem certas aulas, podendo fazer opções."
A conclusão aceitável, entre as propostas, que podemos tirar desse texto é:
(A) Futuramente, não haverá professores anormais.
(B) Atualmente, os professores têm um auditório certo, mesmo que suas aulas sejam péssimas.
(C) Para maus alunos, são necessários bons professores.
(D) Só os colégios ricos poderão oferecer opções.
(E) As escolas, no futuro, deverão modificar sua estrutura, dando ao aluno a possibilidade de escolha.
4 - "Só agora se percebe o absurdo de fazer todos os alunos aprenderem as mesmas coisas. A aprendizagem padronizada estimula o isolamento, porque priva da necessidade de comunicação: ninguém tem nada a dizer a ninguém."
O autor poderia continuar este texto, sem contradizer-se, como na alternativa:
(A) Quando todos aprendem as mesmas coisas, há muito mais possibilidades de troca de experiências.
(B) A aprendizagem padronizada é extremamente útil, porque, embora estimule o isolamento, impulsiona o progresso.
(C) Não se pode permitir ao aluno liberdade de pesquisa, uma vez que, nesse caso, ele estudará assuntos sem importância.
(D) Quanto mais diferentes os indivíduos mais possibilidades de transmitir uns aos outros sua experiência, pois comunicação significa tornar comum a experiência.
(E) Ninguém tem nada a dizer a ninguém, porque cada um aprendeu uma coisa diferente, e os desiguais não se entendem.
5 - No conjunto dos textos precedentes (releia-os em seqüência), extraídos do livro "Mutações em Educação Segundo M. Luhan", de Lauro de Oliveira Lima, percebe-se a intenção do autor de:
(A) desmoralizar a classe dos professores.
(B) elogiar o poder criativo dos alunos.
(C) criticar o sistema de ensino vigente.
(D) promover o ensino público.
(E) destacar a eficiente estrutura dos colé-gios atuais.
6 - "Gosto de afastar os" olhos de sobre a nossa arena política para ler em minha alma, reduzindo à linguagem harmoniosa e
candente o pensamento que me vem de improviso, e as idéias que em mim desperta a vista de uma paisagem ou do oceano, o aspecto, enfim, da natureza."(Gonçalves Dias).
Segundo o texto, o autor:
(A) prefere dar atenção aos temas políticos.
(B) detesta os temas políticos.
(C) diante da natureza, faz poesia, improvisada e inconseqüente.
(D) gosta de expressar em linguagem poé-tica os estados anímicos que a natureza inspira.
(E) gosta tão-somente de fazer poesia so-bre as paisagens e o oceano.
"A língua é a nacionalidade do pensamento como a pátria é a nacionalidade do povo. Da mesma forma que instituições justas e racionais revelam um povo grande e livre, uma língua pura, nobre e rica anuncia a raça inteligente e ilustrada. Não é obrigando-a a estacionar que hão de manter e polir as qualidades que porventura ornem uma língua qualquer; mas sim fazendo que acompanhe o progresso das idéias e se molde às novas tendências do espírito, sem contudo perverter a sua índole e abastardar-se."
7 - O autor defende a idéia de que:
(A) a língua deve evoluir, acompanhando o progresso cultural do povo.
(B) qualquer língua deve estacionar, se quiser manter e polir suas qualidades.
(C) quanto mais pura é uma raça, melhor é sua língua.
(D) todos os povos deveriam falar a mesma língua.
(E) há línguas que deveriam desaparecer.
8 - Segundo o texto, só não é válido afirmar que:
(A) um povo grande e livre tem instituições justas e racionais.
(B) um povo inteligente e culto tem urna língua pura, nobre e rica.
(C) a língua deve acompanhar a evolução, mas sem corromper-se.
(D) para acompanhar o progresso, justifica-se que a língua se corrompa.
(E) as qualidades de uma língua serão aperfeiçoadas pelo fato de obrigá-la a estacionar.
"Dizem todos, e os poetas juram e tresjuram que o verdadeiro amor é o primeiro: temos estudado a matéria e acreditamos hoje que não há que fiar em poetas: chegamos por nossas investigações à conclusão de que o verdadeiro amor, ou são todos, ou é um só, e neste caso não é o primeiro, é o último. O último é que é o verdadeiro, porque é o único que não muda.” (Manoel Antônio de Almeida - "Apud", como os anteriores textos, "Língua & Literatura", de Carlos Faraco e Francisco Moura.)
9 - Assinale a alternativa que não está de acordo com o texto.
(A) Na opinião geral, o primeiro amor é o verdadeiro
(B) Para o autor, todos os amores podem ser verdadeiros.
(C) Só quem teve um único amor é que teve um amor verdadeiro.
(D) Um só amor pode ser o verdadeiro: não o primeiro, nem o segundo, mas o último.
(E) Se o verdadeiro amor é um só - e não todos - então o verdadeiro é o último.
10 - A palavra "fiar"(4ª linha), no texto, significa:
(A) tramar fios.
(B) urdir, tecer intrigas.
(C) garantir, dar fiança.
(D) abonar, afiançar.
(E) confiar, acreditar
RESPOSTAS
1– B 2– A 3– E 4– D 5– C 6– D 7– A 8– D 9– C 10– E
PROVAS DE LÍNGUA PORTUGUESA COM RESPOSTAS COMENTADAS
PROVA I
Nas questões de números 1 a 8, cada um dos textos contém UM ERRO, que pode ser de natureza gramatical, de propriedade vocabular ou de adequação ao estilo culto e formal da língua. Identifique, entre os itens sublinhados, aquele que deve ser corrigido para que a sentença onde ele ocorre se torne correta e adequada.
1. "A ficção científica é, ainda que pareça paradoxal, um viés(1) previlegiado(2)
para retratar a pós-modernidade. Como uma época marcada pelo fim das grandes empresas o utopias pode pensar(3) o futuro? Em primeiro lugar, como catástrofe(4), um mundo em ruínas, saturado de lixo, onde(5) a mais sofisticada tecnologia convive com a decadência urbana absoluta." (M. Peixoto & M. Alalquiaga)
a) 3
b) 4
c) 5
d) 1
e) 2
2. Dispomos hoje de uma previsão nada confortável: estima-se(1) que, entre não votantes, votos nulos e em brancos(2), chegaremos a ter perto de 20 milhões. São cidadãos(3) que, diante da algaravia(4) dos candidatos, permanecem sem saber em quem votar(5).
a) 4
b) 5
e) 1
d) 2
e) 3
3. A(1) cerca(2) de uma dezena de matérias jornalísticas, só(3) na última edição do matutino de circulação nacional, acerca(4) das suspeitas de corrupção nas adjacências(5) do Governo.
a) 5
b) 4
c) 3
d) 2
e) 1
4. Estou me dirigindo àqueles(1) que pretendem reativar a usina de Angra dos Reis para dizer-lhes(2) que nós(3) não concordaremos com tal ação, e que ressacharemos(4) qualquer tentativa de tirar o direito de manifestarmo-nos(5).
a) 5
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4
5. Todo texto está aberto a uma atribuição de significados que depende da experiência prévia de leitura de quem o(1) lê. No entanto(2), qualquer significado que seja atribuído ao texto, independentemente de nós(3), ambíguo ou provisório, é sempre adequado, pois vai ao(4) encontro das expectativas(5) de um leitor específico.
a) 3
b) 4
c) 5
d) 1
e) 2
6. "Vão(1) para dez anos assisti de perto ao(2) trabalho criador de alguns doentes mentais; neles(3), o processo de pintar ou de criar se(4) fazia, realmente, sem controle consciente(5) ou intelectual." (M. Pedrosa - adaptação)
a) 4
b) 5
c) 1
d) 2
e) 3
7. A sociedade tem clamado contra a injustiça que aos pobres se fazem(1) de vedar-lhes(2) o acesso(3) às(4) universidades públicas, por não poderem(5) eles cursar escolas de boa qualidade e cursinhos preparatórios aos vestibulares.
a) 5
b) 4
c) 3
d) 2
e) 1
8. "Conforme prometemos, estamos enviando novas informações sobre a excursão(1) a Ouro Preto, e ratificando as que já foram enviadas. Embora tenha(2) havido duas desistências, conseguimos manter os preços. No entanto, se ocorrer(3) novas desistências, haverá necessidade de fazermos(4) o repasse para os demais alunos devido aos(5) compromissos já assumidos. " (Carta de uma escola aos pais)
a) 5
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4
9. Marque a única seqüência que, ao completar o trecho abaixo, atenda às exigências de coerência, adequação semântica e formulação de argumentos.
"O uso que se faz das madeiras nobres é outra prova de insensatez, agravando o desmatamento indiscriminado, em si mesmo uma aberração. Ocorre que, na ânsia de promover o aumento da nossa receita cambial,"
a) os empresários do setor madeireiro alinham-se aos ecologistas contra a extinção de madeiras nobres.
b) deixa-se de exportar essa madeira, para usá-la na indústria de marcenaria nacional
c) dificulta-se a exportação justamente para os países que mais remuneram essa madeira.
d) a indústria tem preferido desenvolver os projetos que exigem grande consumo de madeiras nobres.
e) facilita-se a exportação dessa madeira, em toras, o que é desvantajoso financeiramente, em relação à madeira elaborada.
Nas questões de 10 a 13, indique o conjunto de palavras que preencha de forma correta as lacunas do texto dado.
10. É pouco provável que o ministro se ........... a polemizar com os funcionários que ............ eram ............. Principalmente, como era o caso, se a razão não ............ do seu lado.
a) puzesse - lhe - subordinados - tivesse
b) dispusesse - dele - submissos - tivesse
c) dispusesse - lhe - subalternos - estivesse
d) pusesse - dele - inferiores - teria estado
e) dispuzesse - a ele - subservientes - tivesse estado
11. "Nos casos de administração prolongada e posologia ..........., ............ alterações .........., em alguns casos isolados. Essas alterações desapareceram completamente após a .......... do tratamento." (Bula de "Bactrím")
a) excessiva - observaram-se - hematológicas - suspensão
b) excessiva - observou-se - homeopáticas - suspensão
c) escessiva - percebeu-se - omeopáticas - interrupção
d) recessiva - foram notadas - ematológicas - interrupção
e) escessiva - observaram-se - hematológicas - suspensão
12. "Mas não foi .......... pelo entusiasmo que o texto coerente e exemplar de Moacir me provocou que redigi ............ artigo, ............ pela certeza da sua ............ (O. Niemeyer)
a) tãopouco - esse - mas também - importância
b) tão-somente - este - portanto - insignificância
c) tampouco - este - mas - importância
d) tão pouco - esse - porém - relevância
e) tão-só - aquele - contudo - insígnia
13. As conseqüências do interminável ........... da demanda urbana não há citadino que não as conheça na pele. É ............. a cobrança de pedágios ............ pelo ............ de veículos particulares ao centro das metrópoles.
a) inchaço - imprescindível - extorsivos - acesso
b) inchaço - imprescindível - extorsivos - ascesso
c) inchaço - imprescindível - extorsivos - assesso
d) inchaço - imprecindível - estorsivos - ascesso
e) inxaço - imprecindivel - estorsivos - acesso
14. Marque a frase em que o verbo está empregado no futuro do pretérito (frases extraídas da Folha de São Paulo, 05/10/89).
a) "0 exército dos EUA em horas poria Noriega para fora do Panamá."
b) "Em Santa Catarina, as concessionárias de transportes coletivos tiveram seus contratos prorrogados sem a necessidade de novas licitações".
c) "Um dos 84 deputados estaduais vai estar ausente da assinatura da Constituição paulista".
d) "A campanha de Brizola vai entrar em crise daqui a alguns dias".
e) "A visita de Gorbatchev poderá causar manifestações políticas".
15. Assinale a alternativa que apresenta incorreção na forma verbal.
a) Observa-se que muitos boatos provêm de algumas pessoas insensatas.
b) Se você quiser reaver os objetos roubados, tome as providências com urgência.
c) Prevendo novos aumentos de preços, muitos consumidores proveram suas casas.
d) O Ministro da Fazenda previu as despesas com o funcionalismo público, em 1989.
e) No jogo de domingo, quando o juiz interviu numa cobrança de falta, foi inábil.
16. Assinale a alternativa que apresenta o emprego correto dos sinais de pontuação.
Na Suíça, delegados de 103 países, grande parte deles com as vestes africanas, determinaram a proibição total da caça aos elefantes.
Na Suíça, delegados de 103 países, grande parte deles com as vestes africanas determinaram a proibição total da caça aos elefantes.
c) Na Suíça delegados de 103 países, grande parte deles com as vestes africanas determinaram a proibição total, da caça aos elefantes.
d) Na Suíça, delegados de 103 países, grande parte deles com as vestes africanas determinaram a proibição, total da caça aos elefantes.
e) Na Suíça, delegados de 103 países grande parte deles com as vestes africanas determinaram, a proibição total da caça aos elefantes.
17. Marque a alternativa incorreta quanto à regência verbal.
a) Na verdade, não simpatizo com suas idéias inovadoras.
b) Para trabalhar, muitos preferem a empresa privada ao serviço público.
c) Lamentavelmente, não conheço a lei que te referes.
d) Existem muitos meios a que podemos recorrer neste caso.
e) Se todos chegam à mesma conclusão, devem estar certos.
Nas questões 18 e 19, marque a opção que não completa, de forma lógica e gra-
maticalmente coesa, o trecho fornecido.
18. Até o ano 2000, a espécie humana terá aumentado cerca de 270 por cento em relação a 1900. Todo dia, 220 mil bebês vêm ao mundo. Apesar disso,
a) a proliferação humana é a maior ameaça ao ambiento do planeta.
b) o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera não tem atingido índices preocupantes.
c) o ritmo de crescimento da população mundial está diminuindo.
d) poucos países têm adotado o planejamento familiar.
e) não há motivos para se temer uma escassez de alimentos.
19. Todo ano, nessa época, São Paulo festeja o Santo Gennaro, padroeiro dos napolitanos. A rua San Gennaro é pequena e apresenta riscos para os freqüentadores das atividades. Em virtude disso,
a) as barracas ficarão espalhadas pelas calçadas das ruas adjacentes.
b) a assessoria da prefeitura entrou em entendimentos com a comunidade do bairro visando à transferência do local.
c) recomenda-se aos pais que a presença de crianças na festa não ultrapasse as 21 horas.
d) os festeiros definiram, para este ano, a realização dos festejos na rua San Gennaro.
e) a comunidade napolitana solicita seja indicado local alternativo para as festividades.
20. Considere o trecho abaixo.
" - Eu queria saber quem é que está no aparelho.
- No aparelho não está ninguém.
- Como não está, se você está me respondendo?
- Eu estou fora do aparelho. Dentro do aparelho não cabe ninguém.
- Engraçadinho! Então, quem está ao aparelho?
- Agora melhorou. Estou eu, para servi-lo."
(Carlos Drummond de Andrade)
Marque o par de verbos com problema
de regência idêntico ao do texto.
a) Meditar um assunto - meditar sobre um assunto
b) Sentar à mesa - sentar na mesa
e) Estar em casa - estar na casa
d) Assistir o doente - assistir ao doente
e) Chamar o padre - chamar pelo padre
Respostas com breves comentários (Prova I)
1) E - Erro de ortografia. "Privilegiado" (com "i") é a forma correta.
2) D - "Em branco " (singular) é o certo. Sem a preposição "em", estaria certo o plural, pois, nesse caso, concordaria com "votos" .
3) E - Trata-se da expressão "há cerca de " (com verbo "haver") em que o caráter verbal de "há" se evidencia pela possibilidade de substituição por "existe": "Existe cerca de uma dezena..."
4) E - Erro de ortografia. "Rechaçaremos" (do verbo "rechaçar") é o correto.
5) E - "No entanto" ( conjunção adversativa, sinônimo de "mas") indica idéia oposta, contrária. Como, no texto, a idéia é de conclusão, "portanto", "logo" ou qualquer outra conjunção conclusiva é que estaria certa.
6) C - Erro de concordância verbal. O sujeito não é "dez anos", que está precedido da preposição "para", mas a oração "(que) assisti de perto ao trabalho criador de alguns doentes mentais”. Quando o sujeito é uma oração substantiva, o verbo fica no singular.
7) E - Erro de concordância verbal. O sujeito não é "aos pobres" e, sim, o "que", cujo precedente é "a injustiça", com a qual "faz" deve concordar.
8) D - "No entanto, se ocorrerem novas desistências..." O sujeito é "novas desistências", e com ele deve concordar o verbo.
9) E - As outras são totalmente incoerentes.
10) C
11) A - No caso de "observaram-se", note-se que o sujeito é "alterações" (plural). O resto são questões ortográficas.
12) C - "Tampouco" (ver capitulo da ortografia); "este", porque o autor se refere ao artigo presente, aquele que está escrevendo.
13) A - Questão unicamente de grafia de palavras.
14) A - "Poria" é futuro do pretérito. "Tiveram" (letra B) é pretérito perfeito. "Vai estar" (letra C) e "vai entrar", embora indiquem um tempo futuro, estão no presente. "Poderá causar" é futuro do presente.
15) E - Trata-se do verbo "intervir". Conjuga-se como o verbo "vir"
16) A - Ver "Pontuação", parte inicial da vírgula.
17) C - Quem se refere, refere-se a alguma coisa. Portanto: "Lamentavelmente, não conheço a lei a que te referes."
18) A - Só haveria lógica se tivéssemos "a proliferação humana não é uma ameaça ao ambiente do planeta."
19) D - Contradiz a idéia do texto.
20) B - Brincadeira antiga, quando nos dizem que as pessoas educadas sentam na cadeira e não na mesa.
PROVA II
1. Leia
"Esforçando-se pela apropriação e conhecimento do universo, o homem encontra sempre embaraços e dificuldades de toda ordem, sendo a própria fraqueza, em face da soberania inalterável da natureza, e sua necessidade de luta, frente à complexidade dos fatos do cotidiano, as maiores destas dificuldades." (Álvaro Lins - Fragmentado)
Marque a opção que expressa, coerentemente, as idéias do texto.
a) O esforço do homem pela apropriação e conhecimento do universo resulta sempre de embaraços e dificuldades de toda ordem, em face da fraqueza humana em alterar a soberania da natureza e em minimizar a complexidade dos acontecimentos do dia-a-dia.
b) A necessidade de luta diante da complexidade dos fatos do cotidiano e a fraqueza humana em face da soberania adulterável da natureza encontram no homem impedimentos e dificuldades que motivam o seu esforço pela apropriação e conhecimento do universo.
c) O conhecimento e a apropriação do universo fazem com que o homem encontre sempre dificuldades e embaraços de toda ordem nos fatos do cotidiano, sendo as maiores dificuldades aquelas provocadas pelo esforço e fraqueza humana em face da alteração da soberania da natureza.
d) A posse e o conhecimento do universo fazem com que o homem se esforce em lutar contra a complexidade dos fatos e contra a própria fraqueza de alterar a soberania da natureza, resultando disto impedimentos e dificuldades de toda ordem encontrados por ele no cotidiano.
e) A fraqueza humana, diante da imutável supremacia da natureza, e a necessidade de luta, em face da complexidade dos acontecimentos do dia-a-dia, constituem as maiores dificuldades e obstáculos com que o homem depara, ao esforçar-se pela posse e conhecimento do universo.
2. Leia
"Não poderão ser consideradas, para os fins do disposto no parágrafo terceiro, a doença degenerativa, a inerente a grupo etário e a que não acarreta incapacidade para o trabalho." (Lei 6367 - Acidentes do Trabalho)
Assinale a alternativa falsa em relação ao texto.
a) A palavra "etário" significa "algo relativo à idade".
b) A palavra "inerente" significa "alheio a alguma coisa ou pessoa".
c) A palavra "degenerativa" significa "que faz perder as qualidades ou características primitivas".
d) A expressão "incapacidade para o trabalho" foi usada para generalizar impossibilidade física ou mental.
e) A expressão "para os fins do disposto no parágrafo terceiro" significa para a finalidade explicitada no parágrafo terceiro".
3. Assinale o item que contém erro de ortografia.
a) Na cultura oriental, fica desonrado para sempre quem inflinge as regras da hospitalidade.
b) Não conseguindo adivinhar o resultado a que chegariam, sentiu-se frustrado.
c) A digressão ocorreu por excesso de fatos ilustrativos em seu discurso.
d) Sentimentos indescritíveis, porventura, seriam rememorados durante a sessão de julgamento.
e) Ao contrário de outros, trazia consigo autoconhecimento e auto-afirmação.
4. O trecho abaixo contém um erro de natureza gramatical. Indique o item correspondente.
"Vê(1) Vossa Excelência como é fácil erguer este país... Desde que se cortem to-
dos aqueles empecilhos(2) que eu apontei no memorial, (...) desde que se corrijam(3) os erros de uma legislação defeituosa e inadaptável às condições do país, Vossa Excelência vereis(4) que tudo isto muda, que, em vez(5) de tributários, ficaremos com a nossa independência feita..."
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
5. Assinale o item que preenche corretamente as lacunas da frase:
"Em virtude de investigações psicológicas ........... que me referi, nota-se crescente aceitação de que é preciso pôr termo ........... indulgência e ............ inação com que temos assistido ........... escalada da pornoviolência."
a) à, a, à, a
b) a, à, à, à
c) a, a, a, à
d) à, à, a, a
e) a, à, a, à
6. Há erro de flexão no item:
a) "A pessoa humana é vivência das condições espaço-temporais."(L.M. de Almeida)
b) A família Caymmi encontra paralelo com dois clãs do cinema mundial.
c) Hábeis artesãos utilizam técnicas sofisticadíssimas no trabalho com metais.
d) Nos revés da vida precisa-se de coragem, para manter a vontade de ser feliz.
e) Ainda hoje alguns cânones da Igreja são discutidos por muitos fiéis.
7. A concordância nominal está incorreta no item:
a) "É um filme para aquelas pessoas que têm uma certa curiosidade sobre si mesmas." (Spielberg)
b) "Salvo alguns desastres, obtêm-se bons resultados, desde que não se tente filosofar no palco de maneira confusa." (T. Guimarães)
c) Ficavam bastantes contrariados com a negligência de algum companheiro durante os treinamentos.
d) A folhas vinte e uma do processo, encontra-se o comprovante de pagamento.
e) Estando o carnê e a procuração anexos ao processo, faltavam-lhe dados para explicar o caso.
8. Assinale o período que apresenta erro de concordância verbal.
a) As relações dos ecologistas com uma grande empresa que desrespeitava as normas de preservação ambiental começa a melhorar, para o beneficio da humanidade.
b) Até 1995, 50% de recursos energéticos e de matéria-prima serão economizados por uma empresa que pretende investir 160 milhões de dólares num projeto.
c) Hoje não só o grupo dos ecologistas carrega a bandeira ambientalista, mas também aqueles empresários que centram seus objetivos no uso racional de recursos naturais.
d) Os Estados Uinidos são o país mais rico e poluidor do mundo, entretanto não defendem a tese do "desenvolvimento sustentável", a exemplo de muitas nações ricas.
e) É preciso ver que águas contaminadas, ar carregado de poluentes e florestas devastadas exigem o manejo correto da natureza, num país povoado de miseráveis.
9. Há erro de regência verbal no item:
a) Algumas idéias vinham ao encontro das reivindicações dos funcionários, contentando-os, outras não.
b) Todos aspiravam a uma promoção funcional, entretanto poucos se dedicavam àquele trabalho, por ser desgastante.
c) Continuaram em silêncio, enquanto o relator procedia à leitura do texto final.
d) No momento, este departamento não pode prescindir de seus serviços devido ao grande volume de trabalho.
e) Informamos a V. S.ª sobre os prazos de entrega de novas propostas, às quais devem ser respondidas com urgência.
10. Assinale o item que apresenta a pontuação correta.
a) A hospitalidade tem dois aspectos: um geral, que se refere à convivência em sociedade e se confunde com o cerimonial e a etiqueta de cada povo; o outro, específico, que estabelece relações especiais entre anfitriões e convidados.
b) Baseadas no código de honra do deserto, as relações de hospitalidade árabe, dão ao hóspede direitos exorbitantes.
c) Os poetas árabes, que tanto cantaram as virtudes do perfeito anfitrião não dizem quase nada a respeito dos hóspedes.
d) Aquele que recebe a hospitalidade é ao mesmo tempo, um emir, um prisioneiro e um poeta, dizem os beduínos.
e) A hospitalidade no entanto, não é medida pela abundância da comida, mas é, particularmente, apreciada quando se pratica apesar dos meios limitados.
Respostas com breves comentários (Prova II)
1) E - Praticamente repete o texto, usando alguns sinônimos.
2) B - A palavra "inerente" significa "que está por natureza inseparavelmente ligado a alguma coisa ou pessoa".
3) A - O certo é "infringe", do verbo "infringir" (violar, transgredir), parônimo da "infligir" (aplicar castigo).
4) D - "Vossa Excelência"(pronome de tratamento) exige o verbo na terceira pessoa: "verá."
5) B - É fácil de comprovar, trocando os femininos por masculinos: "Em virtude de (procedimentos a que me referi... pôr termo ao requinte e ao apoio com que temos assistido) ao crescimento..."
6) D - O plural de "revés" é "reveses": "Nos reveses da vida..."
7) C - "Bastante" (= muito) é aí advérbio: fica invariável. "Bastante" concorda quando é adjetivo (=suficiente) : "Ele tinha motivos bastantes para reclamar."
8) A - "As relações ... começam a melhorar..."
9) E - Informar alguém de ou sobre alguma coisa, ou informar a alguém alguma coisa. Além disso, "as quais" (as novas propostas) é sujeito de "devem ser respondidas". A crase é absurda.
10) A - Em B, há vírgula entre sujeito e verbo. Nas demais, faltam vírgulas.
ESTRUTURA E
ORGANIZAÇÃO DA FRASE
Para compreensão do assunto, é indispensável o estudo dos conetivos oracionais, isto é, conjunções coordenativas, conjunções subordinativas e pronomes relativos.
COORDENAÇÃO
A oração coordenada divide-se em coordenada sindética e assindética.
Uma oração coordenada sindética pode ser introduzida por uma conjunção aditiva, alternativa, adversativa, conclusiva ou explicativa. Daí, as cinco possibilidade de classificação de uma oração coordenada sindética.
1 - Oração coordenada sindética aditiva:
2 - Oração coordenada sindética alternativa:
3 - Oração coordenada sindética adversativa:
4 - Oração coordenada sindética conclusiva:
5 - Oração coordenada sindética explicativa:
PRINCIPAL
Existe no período composto exclusivamente por subordinação. É facilmente localizável: é uma única que não vem introduzida por nexo oracional (desenvolvida) ou forma nominal do verbo.
Ex.: Tu sabes que eu tenho muitos livros, embora não os empreste.
SUBORDINAÇÃO
1 - Sempre que uma oração inicia por uma CONJUNÇÃO INTEGRANTE ou palavra equivalente, será denominada: Oração Subordinada Substantiva.
É a função que a oração subordinada substantiva exerce em relação à oração a que se liga.
a) Cumpre que auxilies teu irmão. Or. Subord. Subst. Subjetiva
b) Meu desejo é que ganhes o prêmio. Or. Subord. Subst. Predicativa
c) Os colegas afirmam que Antônio voltará. Or. Subord. Subst. Direta
d) Carlos necessita de que o ajudem. Or. Subord. Subst. Indireta
e) Tenho esperança de que o quadro vença. Or. Subord. Subst. Completivo-Nominal
f ) Corria um boato: que ele seria deputado. Or. Subord. Subst. Apositiva
2 - Sempre que uma oração subordinada inicia por conjunção subordinativa que não seja integrante, será denominada: Oração Subordinada Adverbial.
É o nome da conjunção subordinada que introduz a oração subordinada adverbial.
a) Dispensaram-no porque estava doente.
b) Trabalha como um escravo.
c) Nada percebeu, embora estivesse atento.
d) Irei, caso não chova.
e) Segundo afirmam, ele é fingido.
f ) Trabalhou tanto que adoeceu.
g) Tudo fiz para que ela se retirasse.
h) À proporção que avança, enxerga melhor.
i) Enquanto vivo, espero.
3 - Sempre que uma oração subordinada inicia por PRONOME RELATIVO, será denominada: Oração Subordinada Adjetiva.
É o acréscimo das palavras explicativa e restritiva.
a) O gelo, que é frio, tem muitas utilidades.
b) O homem que estuda compreende melhor a natureza.
A oração - que é frio - classifica-se como: Subordinada Adjetiva Explicativa
A oração - que estuda - recebe o nome de: Subordinada Adjetiva Restritiva
01 - O período: Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos, é
a) simples
b) composto por coordenação
c) composto por subordinação
d) composto por coordenação e subordinação
e) absoluto
02 - Transformando-se o período composto: "Ainda que estivesse cansado, prosseguiu na tarefa" em período simples, obtém-se a construção de mesmo sentido:
a) Devido ao cansaço, prosseguiu na tarefa.
b) Depois do cansaço, prosseguiu na tarefa.
c) Apesar do cansaço, prosseguiu na tarefa.
d) Conforme o cansaço, prosseguiu na tarefa.
e) Por causa do cansaço, prosseguiu na tarefa.
03 - Transformando o período por subordinação: "Quero que sejas feliz em minha ilha.", em período simples, obtém-se a construção.
a) Quero a tua felicidade em minha ilha.
b) Quero a sua felicidade em minha ilha.
c) Quero a vossa felicidade em minha ilha.
d) Quero-o feliz em minha ilha.
e) Quero-lhe feliz em minha ilha.
04 - A oração que lhe extraiam em - Exige que lhe extraiam, é Subordinada substantiva
a) subjetiva
b) predicativa
c) objetiva direta
d) objetiva indireta
e) apositiva
05 - O período que apresenta oração subordinada é
a) O vento parou, e o sol mostrou sua cara.
b) Pediam notícias aos que chegavam.
c) Pessoas de todos os naipes assombravam às portas, queriam espreitar o céu.
d) Ou as pessoas comentava, a falsa firmeza do tempo, ou pediam notícia dos acontecimentos.
e) O sol apareceu entre as nuvens.
06 - Assinale a alternativa que transforma o período dado em estruturas nominais equivalentes. O centro de acontecimentos culturais da cidade transferiu-se, ao criarem-se vários teatros novos no bairro universitário.
a) A transferência do centro de acontecimentos culturais da cidade devido à criação de vários teatros novos no bairro universitário.
b) A criação de vários teatros novos foi a conseqüência da transferência do centro de acontecimentos culturais da cidade para o bairro universitário.
c) O bairro universitário criou vários teatro novos para os quais o centro de acontecimentos culturais da cidade transferiu-se.
d) A criação de vários teatros novos no bairro universitário devido à transferência do centro de acontecimentos culturais da cidade.
e) A transferência dos teatros novos para o bairro universitário criou o centro de acontecimentos culturais da cidade.
07 - A frase em que há uma circunstância diferente das demais é:
a) Enquanto o menino crescia, o pai era muito tolerante.
b) Sempre que o menino fazia travessuras, mentia depois.
c) Deveria educar o menino para que ele vivesse melhor.
d) O menino era mais travesso quando o pai estava perto.
e) Desde que era criança, ele era muito arteiro.
08 - Em qual dos período abaixo não há oposição de idéias entre as orações?
a) Tenho estudado muito e não entendo as funções da crítica.
b) Sentiu desejos de fazer uma crítica violenta; a voz saiu-lhe rouca.
c) Ele é reconhecido em todos os círculos literários; logo, sua opinião pesa.
d) Foi duramente criticado; ignorou, entretanto, todas as críticas.
e) Aceitou as críticas; todavia não eram procedentes.
RESPOSTAS
01 - B
02 - C
03 - A
04 - C
05 - B
06 - A
07 - C
08 – C
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS, IDÉIAS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIAS
Ponto de vista do autor
A interpretação de um texto, para ser bem feita, pressupõe o reconhecimento dos elementos que o compõem.
Quando o texto possui uma natureza técnica e dissertativa' sua intenção é colocar ou comprovar uma idéia ao contrário de um texto literário, que procura provocar sentimentos. enredos.
Num concurso, o texto pode servir a dois objetivos distintos para a interpretação de texto através de respostas ou como proposta para a redação.
Quando se tratar de responder as questões interpretativas, há alguns elementos que são comuns aos textos e se apresentam. normalmente da seguinte forma
a) a idéia básica do texto
O que o autor pretende provar com este texto?
Se você interpretar corretamente, a resposta será a idéia básica. Ela pode estar claramente estampada na frase chave (se for um texto dissertativo), ou. então pode ser depreendida através da leitura de todo o texto.
b) os argumentos
O autor usa a argumentação com o objetivo de reforçar a idéia básica.
Os argumentos apresentam se como afirmações secundárias, idéias e afirmações que o autor usa para convencer o leitor quanto a validade de sua tese.
Muitas vezes, o autor também usa a exemplificação e as citações de outros autores como recurso argumentativo.
c) as objeções
Normalmente, o autor já conhece a contra argumentação e apresenta a para então rebatê la. É como se o autor estivesse tentando adivinhar as objeções que o leitor possa fazer quanto a validade de seu pensamento. Através desse recurso, o escritor pode tornar mais consistente e convincente a argumentação.
Além disso, a melhor forma de realizar um bom trabalho de interpretação é seguir estas etapas
1. Leitura atenta do texto, procurando focalizar o seu núcleo, a sua idéia central.
2. Reconhecimento dos argumentos que dão sustentação à idéia básica.
3. Levantamento das possíveis objeções à idéia básica.
4. Levantamento das possíveis exemplificações usadas para reforçar a idéia central.
A partir desse esquema, toma se mais fácil distinguir o essencial (a idéia básica) do secundário justificativas e exemplificações).
Interpretação
Num sentido amplo. interpretar um texto significa todo e qualquer trabalho que tenha motivação a partir do próprio texto, objetivando a compreensão do conjunto, das relações e das estruturas.
Ora sabe se que a verdadeira aprendizagem é realmente válida na medida em que se atinja, de modo permanente, a constituição de estruturas mentais. Embora a forma adotada pelos órgãos responsáveis na elaboração de provas (concursos, ...) possa merecer reparos, posto que as questões formuladas a partir de textos já vêm '.mastigadas", impedindo muitas vezes que o estudante reelabore o que leu. ainda assim esse tipo de avaliação propicia de modo positivo o exercício da inteligência, da relação, da empatia. pois o texto e. ao mesmo tempo, representação e interpretação de uma realidade.
O texto é ma apreensão da realidade.
Interpretar é o modo de ler. usufruindo o texto naquilo que ele tem de significativo. Para chegar a apreensão de tudo o que o texto oferece. há. naturalmente um caminho a seguir, Justamente esse trajeto é o grande problema do aluno
No entanto, o que ocorre com a interpretação de um texto nada mais é do que a reprodução de experiências que, diariamente. vivenciamos qualquer pessoa, de modo natural, é capaz, quando solicitada, de manifestar se positivamente em face de urna situação. Todavia, se essa mesma colocação for feita por meio de um texto, fatalmente haverá uma reação e a coisa em si, de simples passara a sei encarada como difícil.
SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES INFERÊNCIAS
Ao fazer uma interpretação de texto, é preciso ter muito cuidado para não se envolver emocionalmente; mantenha um distanciamento critico e objetivo em relação a mensagem
Ainda que você não concorde com o posicionamento do autor, não é o momento para discordar Procure ater se a informação apresentada, sem se deixar perturbar por outras idéias. As respostas às questões interpretativas exigem imparcialidade do leitor.
É preciso sempre considerar o significado da palavra dentro do texto e não o seu conteúdo individual.
Como deve ser de seu conhecimento uma mesma palavra pode ter muitos significados. Veja o caso de palavras como MANGA, PENA, etc.
Assim como elas, outras palavras também têm seu significado determinado conforme o objetivo do autor ou o "espírito" do texto.
Uma palavra sempre deve ser analisada em função de sua posição dentro do texto. O mesmo pode ser dito em relação as expressões.
DISCURSO (OU ESTILO) DIRETO, INDIRETO e INDIRETO LIVRE
Dispõem os autores, nas narrativas, de três formas de estilo para traduzir o pensamento das suas personagens:
1 - Discurso direto - quando o autor faz a personagem expressar-se com suas próprias palavras, exatamente como ela as teria dito. Nesse caso, se o simples dialogo não a torna evidente, o autor apresenta a personagem através de uma frase anterior, interior ou posterior a fala, usando um verbo como dizer, repetir, esclarecer, informar, contestar, bradar etc.
Exemplo:
Disse a mãe irritada a filha: "Toda mulher que tem uma criança conhece seu pai."
"Toda mulher" - disse a mãe irritada a filha - "que tem uma criança conhece seu pai."
"Toda mulher que tem uma criança conhece seu pai" - disse a mãe irritada a filha.
2 - Discurso indireto - quando o autor, com suas palavras, traduz o que a personagem teria dito. Nesse caso, não ha forma de diálogo, e o leitor toma conhecimento da idéia da personagem, mas não exatamente, de quais teriam sido as palavras dela.
Exemplo:
A mãe irritada disse à filha que toda mulher que tinha uma criança conhecia seu pai.
Outros exemplos:
Observem-se as mudanças nas formas verbais, na pontuação, nos pronomes e advérbios.
3 - Discurso indireto livre uma fusão dos anteriores. O autor põe as reflexões da personagem, mas não avisa o leitor através dos verbos utilizados no discurso direto e no discurso indireto puro.
Exemplos:
Viam maldade numa indagação lógica e natural, e pretendiam atirar-me a culpa. Velhas idiotas, que se danassem.
O professor não encontrava justificativas para tantas explicações. A quem interessariam esses conteúdos?
Eta vidinha miserável! Comia pouco, dormia mal, trabalhava muito e não amava.
REDAÇÃO OFICIAL
CORRESPONDÊNCIA OFICIAL – CONCEITOS
PRINCÍPIOS DA REDAÇÃO OFICIAL
CORRESPONDÊNCIA
Além do que você já viu sobre clareza, coerência, concisão, os seus textos, para serem bem aceitos, devem ser expressivos, naturais e objetivos. E não se esqueça de dar sempre um tratamento gentil, educado com quem você está se comunicando.
Então, chegou a hora de tratarmos dos tipos de correspondência com que você vai lidar no seu emprego, que pode ser classificada em três tipos:
. Particular se entre indivíduos (amigos, familiares, pessoas do convívio social), e pode apresentar diversos graus de formalidade, desde o caráter íntimo até um certo grau de formalismo.
. Empresarial se trocado entre empresas ou entre estas e pessoas físicas ou jurídicas.
. Oficial se entre órgãos do serviço público civil ou militar.
Independente do tipo de correspondência que mantenha, você não pode deixar de estar atento ao seu texto, verificando lhe a clareza, a concisão, a coerência, a adequação da linguagem e a correção gramatical, observando, enfim, se ele traduz seu pensamento, a mensagem que você quer transmitir.
Devido às características de nosso trabalho, iremos priorizar esses dois últimos tipos de correspondência, ou seja, a empresarial e a oficial.
Como você deve saber, a compra e a venda de mercadorias, antigamente, eram feitas de maneira direta e individual entre vendedor e comprador, ou mesmo entre produtor e consumidor. Com o progresso, a revolução industrial e o surgimento de novas tecnologias houve uma expansão comercial, e a negociação entre empresas se ampliou e intensificou. Assim, a correspondência empresarial veio facilitar essas transações a distância.
Por possuir normas fixas de elaboração, as correspondências empresarial e oficial não apresentam grandes dificuldades para quem precisa redigi ias. Existem mesmo alguns modelos impressos prontos para serem preenchidos. É claro, então, que se tratam de redações formais, que sequem normas predeterminadas. Alguns aspectos, contudo, podem ser modificados, e as organizações podem inovar, segundo suas necessidades, ou mesmo características particulares.
Você poderá estar se perguntando:
Se já existem modelos a serem seguidos, o que mais preciso aprender? Para que estudar esse assunto?
Bem, um modelo é uma forma de simplificar, tornar mais objetiva uma tarefa realizada constantemente. Mas, pense bem, será que os modelos dão conta da diversidade, da multiplicidade, da individualidade de cada empresa no seu dia a dia? É certo que não. Por isso, nada melhor do que alguém que seja capaz de analisar, discernir, ter iniciativas próprias diante de cada situação particular. Enfim, alguém que vá além do modelo, que tenha estilo próprio, objetividade, conhecimento suficiente para optar pelo tipo mais apropriado e eficiente de correspondência.
Os documentos redigidos por você serão a imagem de sua organização. Assim, a correspondência bem elaborada, além de utilizar linguagem concisa e direta, deverá seguir a estética moderna, mais agradável e facilitadora da leitura.
Atualmente, houve uma modernização gráfica, que visa sobretudo à economia de tempo. É interessante que você saiba que existem três modelos básicos de organização espacial dos elementos que compõem um documento: endentado, bloco e bloco compacto.
Dentre essas formas, a mais utilizada atualmente é a que seque o modelo de bloco compacto, pois, além de um melhor padrão estético, facilita a leitura.
Você deve estar interessado em conhecer melhor esses modelos de correspondência, não é mesmo? Então, vamos analisá los.
PRONOMES E EXPRESSÕES DE TRATAMENTO
TRATAMENTOS USUAIS
a) Vossa Excelência
Emprega se na correspondência dirigida aos seguintes destinatários:
Presidente da República (no caso, não se admite a forma abreviada);
Vice Presidente da República;
Ministros de Estado;
Secretário Geral da Presidência da República;
Consultor Geral da República;
Chefe do Estado Maior das Forças Armadas;
Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República;
Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República;
Secretários da Presidência da República;
Procurador Geral da República;
Governadores e Vice Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Chefes de Estado Maior das Três Armas;
Oficiais Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
Secretário Executivo e Secretário Nacional de Ministérios;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais;
Presidente, Vice Presidente e Membros da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal;
Presidente e Membros do Tribunal de Contas da União;
Presidentes e Membros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidentes e Membros das Assembléias Legislativas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Municipais;
Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal;
Presidente e Membros do Superior Tribunal de justiça;
Presidente e Membros do Superior Tribunal Militar;
Presidente e Membros do Tribunal Superior Eleitoral;
Presidente e Membros do Tribunal Superior do Trabalho;
Presidentes e Membros dos Tribunais de Justiça;
Presidentes e Membros dos Tribunais Regionais Federais;
Presidentes e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais;
Presidentes e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho;
Juízes de Direito, Juízes Federais; Juízes do Trabalho, Juízes Eleitorais, Juízes Militares e Juízes Auditores Militares;
Procurador Geral do Estado;
Membros do Ministério Público (Procuradores da República, Procuradores do Trabalho, Procuradores da justiça Militar, Promotores da justiça Militar, Procuradores de justiça; Promotores de Justiça,'Promotores de justiça Adjuntos) e da Defensoria Pública (Defensores Públicos).
Nota: Relação baseada no Manual de Redação da Presidência da República, na Lei Orgâ~ nica do Ministério Públíco, na Lei Orgânica da Defensoria Pública e na Constituição do Estado do Rio Grande do Sul (CERS/89).
Ao tratamento Vossa Excelência correspondem, em comunicações cerimoniosas, no vocativo e no endereçamento, as formas Excelentíssimo e Digníssímo (este último desnecessário, por ser a dignidade pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público):
Excelentíssimo Senhor Ministro:
A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal, Ministro da Justiça.
Em correspondência não cerimoniosa, é dispensável também a forma Excelentíssímo antes do vocativo:
Senhor Prefeito:
Nota Mesmo nas comunicações cerimoniosas, a tendência é restringir a forma Excelentissimo, no vocativo, a comunicações dirigidas a Chefes de Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Para juízes, existe o tratamento cerimonioso Merítissimo (dispensável):
(Meritíssimo) Senhor Juiz:
b) Vossa Senhoría
Emprega se na correspondência dirigida a destinatários não contemplados com tratamento específico e aos particulares em geral. Correspondem lhe, em comunicações cerimoniosas, no vocativo e no endereçamento, as formas flustríssimo e Mui(to) Digno (ambas, no entanto, perfeitamente dispensáveis):
(llustríssimo) Senhor Diretor:
A Sua Senhoria o Senhor Fulano de Tal, (Muito Digno) Diretor do Museu Estadual Júlio de Castilhos.
Senhor Delegado: Ao Senhor Fulano de Tal, Delegado Regional da Receita Federal.
Nota Excluídos, pois, os Chefes de Poder, que têm o vocativo precedido da forma Excelentíssímo, para as demais autoridades o vocativo consistirá no tratamento Senhor seguido do cargo respectivo.
d Vossa Magníficência
Emprega se na correspondência dirigida aos Reitores de Universidade. Corresponde lhe, no vocativo de comunicações cerimoniosas, a forma Magnífico:
Magnífico Reitor:
A Sua Magnificência o Senhor
Fulano de Tal,
Reitor da Universidade Federal de .....
Atualmente, o tratamento Vossa Magnifícêncía, aplicável a Reitores de Universidades, está sendo, aos poucos, substituído por Vossa Excelência (dispensando se a forma Excelentíssimo no vocativo e Dígníssimo no endereçamento):
Senhor Reitor:
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal,
Reitor da Universidade Federal de .....
d) Vossa Santídade
Emprega se na correspondência dirigida ao Papa. Corresponde lhe, no
vocativo, a forma Santíssímo (Padre):
Santíssimo Padre:
A Sua Santidade o Papa
e) Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima
Emprega se na correspondência dirigida aos Cardeais. Corresponde lhe, no vocativo de coffiunicações cerimoniosas, a forma Emínentíssimo ou Emi~ nentissímo e Reverendissímo:
Eminentíssimo Senhor Cardeal: ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal:
A Sua Eminência
Dom
Cardeal de ou
A Sua Eminência Reverendíssima
Dom .............................
Cardealde .......................
j) Vossa Excelência Reverendíssíma
Emprega se na correspondência dirigida aos Arcebispos e Bispos. Corresponde lhe, no vocativo de comunicações cerimoniosas, a forma Excelentíssímo e Reverendíssimo:
Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Arcebispo:
A Sua Excelência Reverendíssima
Dom ..........................
Arcebispo de ..................
g) Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssíma
Emprega se na correspondência dirigida aos Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Corresponde lhe, no vocativo de comunicações cerimoniosas, a forma Reverendissimo:
Reverendíssimo Monsenhor:
A Sua (Senhoria) Reverendíssima o Monsenhor Fulano de Tal.
lí) Vossa Reverência
Emprega se na correspondência dirigida a sacerdotes, clérigos e demais religiosos. Corresponde lhe, no vocativo de comunicações cerimoniosas, a forma Reverendo:
Reverendo Padre:
A Sua Reverência o Padre Fulano de Tal.
VOSSA (EXCELÊNCIA, ETC.) E SUA (EXCELÊNCIA, ETC.)
a) Emprega se'a formaVossa (Excelência, Senhoria, etc.) em relação à pessoa com quem se fala, a quem se dirige a correspondência:
Tenho a honra de convidar Vossa Excelência para .....
Comunicamos a Vossa Senhoria que .....
b) Emprega se Sua (Excelência, Senhoria, etc.) em relação à pessoa em quem se fala:
A placa comemorativa foi descerrada por Sua Excelência o Senhor Governador do Estado.
Em audiência concedida a um grupo de turistas gaúchos, Sua Santidade o Papa manifestou o desejo de visitar o Brasil.
OFICIO
I - CONCEITO
"Ofícios são comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre subalternos e superiores, e entre a Administração e particulares, em caráter oficial." (Meirelles, Hely Lopes - apud "Redação Oficial", de Adalberto Kaspary).
A luz desse conceito, deduzimos que:
1) Somente autoridades (de órgãos oficiais) produzem ofícios, e isso para tratar de assuntos oficiais.
2) O ofício pode ser dirigido a:
a - outras autoridades;
b - particulares em geral (pessoas, firmas ou outro tipo de entidade).
3) Entidades particulares (clubes, associações, partidos, congregações, etc.) não devem usar esse tipo de correspondência.
4) No universo administrativo, o ofício tem sentido horizontal e ver tical ascendente, isto é, vai de um órgão publico a outro, de uma autoridade a outra, mas, dentro de um mesmo órgão, não deve ser usado pelo escalão superior para se comunicar com o escalão inferior (sentido vertical descendente).
5) O papel utilizado é específico e da melhor qualidade.
6) O ofício esta submetido a certas normas estruturais, que são de consenso geral.
1 - Margens
a) Da esquerda - a 2,5 cm a partir da extremidade esquerda do papel.
b) Da direita - a 1,5 cm da extremidade direita do papel.
Nada pode ultrapassá-la, nem a data, nem o nome do remetente.
Para ser perfeitamente alinhada, não e permitido:
* Usar grafismo (tapa-margem);
* afastar sinal de pontuação da palavra;
* deixar espaço de mais de dois toques entre a última e a penúltima palavra;
* espaçar as letras de uma palavra.
2 - Timbre
Brasão (da Republica, estado ou município), em geral centralizado, a 1 cm da extremidade superior da folha, seguido da designação do órgão.
3 - Numeração
A dois espaços-padrão da designação do órgão.
O espaço-padrão interlinear do oficio e de 1,5 ou 2, conforme a marca da maquina.
Consiste em: Of. Nº ..., ou Of. Circ. Nº .... seguido do numero e, se for conveniente, sigla(s) do órgão expedidor.
No caso dos ofícios-circulares que não tenham uma numeração especifica, a palavra "circular" deve ser posta entre parênteses depois do número.
4 - localidade e Data
Coloca-se na mesma linha do número, desde que haja espaço suficiente, procurando fazer coincidir o seu fim com a margem da direita.
Cuidados especiais com a data:
Não se devem abreviar partes do nome da localidade que também não deve ser seguida da sigla do estado.
* O nome do mês não se grafa com letra maiúscula.
* Entre o milhar e a centena do ano não vai ponto nem espaço.
* Põe-se o ponto após o ano.
ERRADO - P.Alegre/RS, 18 de Junho de 1.985
CERTO - Porto Alegre, 18 de junho de 1985.
5 - Vocativo
Inicia a três espaços-padrão abaixo da data e a 2,5cm da margem esquerda.
Consiste simplesmente da expressão "Senhor(es)" seguido de cargo ou função do destinatario: Senhor Governador, Senhores Deputados, Senhor Gerente, Senhor Diretor-Geral, Senhor Chefe, etc.
Não ha unanimidade quanto à pontuação do vocativo; pode-se usar virgula, ponto ou dois pontos.
6 - Introdução
Praticamente inexiste. Vai-se direto ao que interessa: "Comunicamos...", "Solicitamos...", "Encaminhamos..." etc.
7 - Texto
Consiste na exposição, de forma objetiva e polida, do assunto, fazendo-se os parágrafos necessários. Estes podem ser numerados a partir do segundo.
8 - Fecho
Modernamente, usam-se apenas "Atenciosamente" ou "Respeitosamente", seguidos de vírgula. O alinhamento e o do parágrafo, ou coloca-se acima da assinatura. Não se numera.
9 - Signatário
Nome e cargo do remetente, encimados pela assinatura, sem traço, a direita do papel.
10 - Destinatário
Ocupando 2, 3 ou 4 linhas, seu final deve coincidir com a extremidade inferior do papel.
Ex.: A Sua Excelência o Senhor
Dr. Fulano de Tal,
DD. Governador do Estado do Rio Grande do Sul PORTO ALEGRE (RS)
Nos ofícios corriqueiros, dispensa-se o nome do destinatário.
Ex.: Ao Senhor Diretor do Colégio X PORTO ALEGRE (RS)
Importante: Caso o ofício ocupe mais de uma folha, o que acontece quando, em media, não cabe em 17 linhas, o destinatário permanece na primeira folha, indo para a ultima apenas o signatário.
Observação: Podem ainda constar no oficio o numero de anexos e as iniciais do redator e datilógrafo. (Veja-se o esquema.)
MEMORANDO
Memº nº ................... Porto Alegre, .... de .... de ....
Do:............................
Ao:............................
Assunto: Apresentação de funcionário.
Senhor ..................................
Apresento a V. Sª o Sr. Fulano de Tal, Escriturário, nível ......, designado pela Portaria nº ......, de ...... de ............... de .........., do Secretário da para servir nesse Departamento, a partir esta data.
Saudações.
Fulano de Tal,
Chefe do ............
Memº nº................... Local e data .....................
Para o Sr......................
Assunto: Solicita informação.
Solicitamos informar, com a possível urgência, a data em que assumiu suas funções, nesse Instituto, o Escrevente-Datilógrafo ........................ lotado nesta Diretoria.
Atenciosamente,
Fulano de Tal,
Chefe da.......................
Memº nº ............ Porto Alegre, ...... de ............. de .....
Senhor Professor:
Encaminhamos a V S", em anexo, cópia da Portaria nº ..... de que o designou para elaborar e corrigir as provas de Português e Redação Oficial do Concurso Público para o cargo de Oficial de Administração, a ser realizado por este Departamento.
Atenciosamente,
Fulano de Tal,
Diretor.
Ao Senhor Professor Fulano de Tal - N/C.
REQUERIMENTO
I - CONCEITO
É a correspondência através da qual um particular requer a uma autoridade pública algo a que tem ou julga ter direito.
Portanto, não utiliza papel oficial e não tolera bajulação.
1 - Margens
As mesmas do ofício.
2 - Vocativo
Coloca-se ao alto da folha, a partir da margem esquerda, não podendo ultrapassar os 2/3 da linha, caso em que deve ser harmoniosamente dividido. A localidade só deve constar, se a autoridade destinatária não estiver na da origem. Jamais se põe o nome da autoridade.
Exemplo:
Ilustríssimo Senhor Superintendente Regional do Departamento de Policia Federal PORTO ALEGRE (RS)
3 - Texto
Inicia com o nome completo do requerente (sem o pronome "eu"), a 2,5cm da margem, em destaque.
Quanto aos demais dados de identificação, que se põem em continuação ao nome, tais como nacionalidade, estado civil, filiação, lotação, endereço, números de documentos etc. , somente cabem aqueles que sejam estritamente necessários ao processamento do pedido.
Dependendo da circunstancia, e importante enumerar os motivos, dar a fundamentação legal e/ou prestar esclarecimentos oportunos.
Redige-se na terceira pessoa.
4 - Fecho
Põe-se abaixo do texto, no alinhamento do parágrafo.
Consiste numa destas expressões:
Nestes termos,
pede deferimento.
...............
Pede deferimento.
..............
Espera deferimento.
................
Aguarda deferimento.
................
Termos em que pede deferimento.
Qualquer uma pode ser abreviada com as iniciais maiúsculas, seguidas de ponto: P. D., A. D. etc.
5 - Local e data
Também no alinhamento do parágrafo. (Ver observações no ofício.)
6 - Assinatura
A direita da folha, sem traço e sem nome, se este for o mesmo do inicio.
III - MODELOS (Extraídos do livro "Redação Oficial", de Adalberto J. Kaspary)
Senhor Diretor do Colégio Estadual Machado de Assis:
FULANO DE TAL, aluno deste colégio, cursando a primeira série do segundo grau, turma D, turno da manhã, requer a Vossa Senhoria o cancelamento de sua matrícula, visto que fará um estágio profissional de três meses no Estado de São Paulo, a partir do dia 22 do corrente.
Termos em que pede deferimento.
Porto Alegre, 12 de maio de 1974.
Fulano de Tal
Senhor Diretor de Pessoal
da Superintendência dos Transportes do Estado do RS:
FULANO DE TAL, funcionário público estadual, ocupante do cargo de Auxiliar de Administração, lotado e em exercício no Gabinete de .Orçamento e Finanças, da Secretaria da Fazenda, matricula nº 110.287, no Tesouro do Estado, requer a Vossa Senhoria que lhe seja expedida certidão de seu tempo de serviço nessa Superintendência, a fim de anexá-la ao seu processo de Iicença-prêmio, já em andamento na Secretaria da Administração.
Espera deferimento.
Porto Alegre, 14 de março de 1975.
Fulano de Tal
Excelentíssimo Senhor Secretario da Administração do Governo do Estado do Rio Grande do Sul:
FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, com 26 anos, filho de.................... e de................ natural, de Gramado, neste Estado, residente e domiciliado nesta Capital, na Avenida João Pessoa, 582 - ap. 209, requer a Vossa Excelência inscrição no Concurso Público para o Cargo de Oficial Administrativo a ser realizado por essa Secretaria, conforme edita] divulgado no Diário Oficial de 14 do corrente, para o que anexa os documentos exigidos na citada publicação.
Nestes termos,
pede deferimento.
Porto Alegre, 24 de maio de 1974.
Fulano de Tal
RELATÓRIO
Senhor Diretor Geral
Encaminhamos a esta Diretoria Geral o presente relatório das averiguações efetuadas em nosso departamento com a finalidade de verificar irregularidades ocorridas no período de 01 de janeiro à 31 de dezembro de 2000.
Comunicamos a Vossa Senhoria que após as averiguações efetuadas constatamos o seguinte:
1) As compras efetuadas através de terceiros não apresentavam valores a maior;
2) As notas recebidas de fornecedores não conferem com as faturas pagas;
3) As mercadorias constantes nas notas foram entregues regularmente ;
4) Os pagamentos foram efetuados de acordo com as faturas apresentadas;
5) Após comparação entre as notas e as faturas verificou-se uma diferença de R$ 5.000,00;
6) Questionamos junto ao fornecedor para repor mercadorias referente a diferença apresentada.
Junto a este relatório encaminhamos a Vossa Senhoria cópia de toda a documentação necessária a sua apreciação.
Sem mais no momento.
Aguardamos seu despacho.
Fulano de Tal,
Chefe de Serviço.
PARECER
Processo nº ...........
Parecer nº ............
Lei nº 4.769-65. Interpretação. Os Conselhos Federal e Regionais dos Técnicos de Administração constituem uma única autarquia. O acervo decorrente da atuação da Junta Executiva e suas representantes administrativas se transfere ao Conselho Federal.
A Lei nº 4.769, de 9 de setembro de 1965, dispondo sobre o exercício da profissão de Técnico de Administração, criou os Conselhos Regionais e o Federal, sob a forma autárquica. Ademais, até que eles se formassem, determinou fosse constituída uma junta Executiva, através de decreto presidencial, para promover as medidas preparatórias necessárias à implantação do sistema. Essa Junta extinguir-se-ia com a formação do Conselho Federal, que lhe absorveria o acervo.
2. Com efeito, pelo Decreto nº 58.670, de 20 de junho de 1966, criou-se a citada junta Executiva, que, através da Resolução nº 4, se permitiu designar Juntas Administrativas para a organização dos Conselhos Regionais e, até que esses se formassem, representá-la no encaminhamento das medidas necessárias à fiscalização do exercício da profissão e ao registro dos Técnicos de Administração, na área de sua jurisdição.
3. Criados os Conselhos, suscitaram-se dúvidas sobre se cada um de per si constitui um ente autárquico, ou se a autarquia, no caso, compreende o Conselho Federal e os Regionais. Ainda sobre se os recursos antes arrecadados pelas Juntas Administrativas devam integrar o acervo da junta Executiva a ser absorvido pelo Conselho Federal, ou se se constituem em recursos dos Conselhos Regionais respectivos.
4. A clareza do texto legal, data vênia, não permite discussão. Os Conselhos foram criados - di-lo o art. 6º da citada Lei nº 4.769 - "constituindo em seu conjunto uma autarquia". Vale dizer, na espécie, a autarquia é um todo integrado pelos Conselhos Regionais e Federal.
5. Por igual, para promover os atos preparatórios à implantação do sistema, a lei determinou se constituísse uma junta Executiva. Até a criação dos Conselhos, portanto, o que existia era essa junta. As juntas Administrativas eram meras representantes, instrumentos de que se valia a Junta Executiva para tomar as medidas regionais necessárias ao fiel cumprimento de suas tarefas. O acervo decorrente da atuação da Executiva, nela compreendida, evidentemente, a de suas representantes administrativas, constitui todo ele o acervo de que trata o art. 19, § 2º. da Lei nº 4.769, tantas vezes citada, ou seja, o que deve ser absorvido pelo Conselho Federal.
Assim sendo, não há como pretender-se possa a arrecadação das juntas Administrativas em referência transferir-se aos Conselhos Regionais. A tanto, não permite a lei.
Sob censura.
Brasília, 16 de junho de 1970.
Fulano de Tal,
Consultor-Geral da República.
(Normas sobre Correspondência, Comunicação e Atos Oficiais - MEC)
Nota - A expressão sob censura, no final do parecer acima, indica que a matéria está sujeita à crítica ou aprovação de outrem. Às vezes aparece sob a forma latina: "sub censura".
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Leitura
O desenvolvimento humano e o avanço das civilizações dependem do progresso alcançado em suas atividades, a descoberta do fogo, a divisão do trabalho, as máquinas, as tecnologias; mas, acima de tudo, da evolução dos meios de receber comunicação e de se comunicar, de registrar o conhecimento e do desenvolvimento da escrita e fonética. O homem necessita comunicar para progredir, quanto mais avançada for a capacidade de comunicação de um conjunto de indivíduos mais rápida será a sua progressão. A capacidade de comunicação de um conjunto de indivíduos (uma tribo, um país, etc), é decorrente da sua cultura, portanto a comunicação e a cultura estão interligadas e uma impulsiona a outra.
O homem criou além do mundo natural um mundo artificial. Essa segunda natureza criada pelo homem recebe o nome de cultura.
Cultura é todo fazer humano que pode ser transmitido de geração a geração.
A linguagem é, portanto, um elemento da cultura de um povo.
Funções da Linguagem
Função Referencial ou Denotativa - é aquela que traduz a realidade exterior ao emissor. Ex.: os jornais sempre utilizam esse tipo de linguagem pois, relatam fatos verdadeiros, os livros didáticos, de história, geografia, etc., também usam essa mesma linguagem.
Função Emotiva ou Expressiva - é aquela que traduz opiniões ou emoções do emissor. Essa linguagem se caracteriza quando alguém expressa sua opinião sobre determinado assunto. Ex.: "Eu acho que aquele rapaz não está passando bem, parece que está com febre".
Função Fática - é aquela que tem por objetivo prolongar o contato com o receptor ou iniciar uma conversa, caracteriza-se pela repetição de termos. Ex.: "O que você acha dos políticos? - Olha, no meu ponto de vista, sabe, eu acho que,...bem...como eu estava dizendo, os políticos, sabe como é né? É isso aí".
Função Conativa ou Apelativa - é aquela que tem por objetivo influir no comportamento do receptor, por meio de um apelo ou ordem. As propagandas veiculadas na televisão são um bom exemplo desse tipo de linguagem. Ex.: "Compre o sabão espumante, que borbulha melhor do que qualquer outro!".
São características dessa função: verbos no imperativo, presença de vocativos; pronomes de segunda pessoa.
Função Metalingüística - é aquela que utiliza o código para explicar o próprio código. Um bom exemplo dessa função são os dicionários da língua portuguesa.
Função Poética - é aquela que enfatiza a elaboração da mensagem de modo a ressaltar o seu significado. Ao utilizar essa função o autor se preocupa com rimas e comparações bem escolhidas, dando importância fundamental à maneira de estruturar a mensagem. Embora seja mais comum em poesia, essa função pode aparecer em qualquer tipo de mensagem lingüística. Ex.: "sua alma sua palma" (provérbio), Gilberto Gil (nome de artista).
Significante e Significado
A lingüística, além da parte sonora, está carregada de um significado, uma idéia. Portanto, o signo lingüístico constitui-se de duas partes: o Significante que é o lado material (os sons da língua falada ou as letras na língua escrita), e o Significado que é o lado imaterial, ou seja, a idéia que é transmitida pelos fonemas (sons ou pelas letras).
a) "Comprei um geladeira nova!"
b) "Minha namorada está uma geladeira comigo!"
Note que o mesmo signo (geladeira) tem dois significados diferentes dependendo do contexto em que aparece, na frase a, geladeira significa um móvel destinado a manter seu interior em baixa temperatura, na frase b, geladeira pode significar frieza, desprezo, ausência de sentimentos. Deduzimos então, que o significante geladeira tem mais de um significado. No caso a, o signo está empregado em sentido denotativo.
Denotação - consiste em utilizar o signo no seu sentido próprio e único, não permite outra interpretação.
No caso b, a palavra está empregada em sentido conotativo, porque ao signo foi atribuído um novo significado.
Conotação - consiste em dar novos significados ao valor denotativo do signo. O valor denotativo ou conotativo do signo depende do contexto em que este signo se encontra. Ex1: João da Silva é negro. Ex2: Seu futuro será negro.
Sinomínia - Propriedade de duas ou mais formas lingüísticas apresentarem o mesmo significado:
Exemplos: coragem/destemor; ligeiro/lépido/rápido/veloz; tolo/bobo
Obs.: Não existe sinomínia perfeita, já que dificilmente um vocábulo substitui outro com perfeita equivalência de sentido. Quando dizemos que, alguém apresentou uma dúvida tola, não corresponde ao mesmo que dizer que, alguém apresentou uma dúvida boba. A palavra boba neste caso teria uma conotação mais vulgar.
Polissemia - Propriedade que uma mesma palavra tem de assumir vários significados dependendo do contexto em que ela ocorre. veja os exemplos que seguem:
Não dá para comparar água com vinho. (ser possível)
Quem dá aos pobres, empresta a Deus. (fazer doação de algo)
Dá pena de ver o estado daquele homem. (provocar)
Deu com a cara na porta. (bater)
Ela deu uma boa explicação. (apresentar)
NÍVEIS DE LINGUAGEM
Em português, temos vários níveis de linguagem, várias formas de dizer a mesma mensagem, uma vez que não falamos sempre do mesmo jeito. Para nos comunicarmos melhor e adequadamente, temos de levar em consideração alguns elementos que garantem a eficiência de nossa mensagem.
Exemplificando: se você conversa com um colega, um amigo, você fala de um modo. Usa uma linguagem. Se esse mesmo assunto for falado com uma autoridade, seu jeito de se comunicar será diferente. E mais, se esse mesmo conteúdo for dirigido a uma criança pequena, também você terá de mudar sua forma de comunicação.
Portanto, você teve de usar níveis de linguagem diferenciados para cada destinatário de sua mensagem.
Para efeitos didáticos, vamos considerar apenas dois níveis de linguagem, embora existam outros:
· o informal ou coloquial, usado mais comumente em conversas entre amigos, conhecidos mais íntimos;
· o formal ou culto, usado em situações de maior cerimônia, quando devem ser observadas as normas gramaticais.
Exemplos:
a) Aquela ali é uma perua. (nível informal ou coloquial)
b) Aquela senhora está muito enfeitada. (nível formal ou culto)
c) Houve uma grande confusão no colégio e muitos brigaram. (nível formal)
d) Aconteceu um rebu na escola e o pau quebrou. (nível informal)
Leia os dois textos apresentados a seguir:
São Paulo, 5 de setembro de 2003. Querida Mônica, Tô morrendo de saudade, mas ainda não será desta vez que vou conhecer seu novo refúgio. Não pude deixar o trabalho, pois meu chefe saiu de férias, e sobrou para mim. Aliás, com sempre, né? Para não lhe dar o cano por completo, estou mandando no meu lugar minha grande amiga Marli, que você não conhece, mas que vai adorar, com certeza. Ela é muito legal: bom papo, bem humorada, educada e culta. Excelente companhia. Tenho certeza de que vocês vão curtir muito essas férias juntas. O único risco é você daqui pra frente convidar só a Marli e não me convidar mais... Um beijão, Patrícia | São Paulo, 5 de setembro de 2003 Faculdades Unidas de Jardinópolis Departamento de Ciências Exatas Coordenadoria de Pós-graduação Prezada Coordenadora, Apresento-lhe Marli de Azevedo, que desenvolveu sua pesquisa de Mestrado sob minha orientação. Motivos de ordem pessoal a conduziram a optar por residir no interior do estado, razão pela qual, decidiu realizar seu doutoramento também do interior. Trata-se de pesquisadora muito competente, responsável e séria, o que me deixa tranqüilo para indicá-la à vaga de orientanda para doutoramento que a senhora oferece. Seu currículo lhe permitirá avaliar a magnitude de sua capacidade. Se julgar necessário, coloco-me à disposição para quaisquer esclarecimentos. Atenciosamente, _________________________ Prof. Dr.Ricardo Albuquerque. Coordenador de Pós-Graduação Universidade Estadual da Capital |
Podemos perceber durante a leitura que os dois textos tratam do mesmo tema: apresentam uma pessoa.
Entretanto, o primeiro é uma carta escrita por uma jovem dirigida a sua amiga; e o segundo, uma carta de recomendação enviada pelo coordenador de pós-graduação de uma instituição à coordenadora de outra instituição, indicando uma candidata à vaga de orientanda.
A diversidade de interlocutores e de situações de comunicação determina diferenças no uso da linguagem de cada texto.
Vamos fazer um levantamento das diferenças de linguagem que encontramos entre os textos e preencha o quadro abaixo:
Carta para a amiga | Carta de apresentação para a coordenadora |
Essas diferenças de situação envolvendo o tema, a forma de comunicação e os interlocutores são chamadas de registro e elas determinam diferentes níveis de linguagem: mais formal, menos formal; mais distante, menos distante.
Nós também escolhemos níveis de linguagem diferentes conforme as situações de comunicação em que nos encontramos. Assim é que não usaremos em uma carta para a namorada, por exemplo, o mesmo tipo de linguagem que utilizamos para redigir um requerimento à diretoria da Faculdade.
É importante estarmos conscientes da necessidade de adequação da linguagem às situações de interação e, especificamente, da importância da utilização de uma linguagem formal nos textos acadêmicos.
Não há dúvidas de que possuímos um conhecimento intuitivo a esse respeito, mas, muitas vezes, nos esquecemos dele e acabamos por produzir textos recheados de marcas de oralidade, o que pode prejudicar a avaliação de nossos trabalhos.
Por isso, é muito importante que compreendamos o que se entende por registro, para podermos identificá-lo em situações concretas e fazer uso dele, adequando nossa linguagem às situações, principalmente na vida acadêmica.
Precisamos levar em conta:
O leitor a quem nossos textos de dirigem, ou seja, nosso interlocutor na interação verbal;
o assunto sobre o qual versa o texto;
e o papel desempenhado pela língua.
Essa distinção permite diferenciar linguagem informal de linguagem formal.
LINGUAGEM INFORMAL | LINGUAGEM FORMAL |
Poder igual | Hierarquia de poder (não igual) |
Contato freqüente | Contato não freqüente |
Grande envolvimento afetivo | Pouco envolvimento afetivo |
Léxico coloquial (abreviações e gírias) | Léxico formal (formas não abreviadas e não emprego de gírias) |
Emprego de apelidos e diminutivos | Emprego de títulos |
Expressões de afeto e despreocupação com a polidez | Expressões de deferência e preocupação com a polidez |
Uso de expressões que indicam opinião | Uso de expressões que indicam sugestão |
Devemos ficar atentos para não utilizar, na redação de nossos textos na universidade ou na empresa, elementos próprios da linguagem informal e, portanto, inadequados à linguagem acadêmica ou empresarial.
Alguns dos enunciados abaixo estão em desacordo com a linguagem formal, ou seja, apresentam elementos próprios da linguagem informal. Identifique-os:
( ) A busca incessante do desenvolvimento econômico tem produzido impactos profundos sobre as populações locais dos países do sul, causando a destruição de suas fontes de subsistência
( ) As dificuldades econômicas de minha família e seu incentivo foram importantes para minha educação. Desde pequenininho, minha mãe falava que eu tinha que estudar se quisesse subir na vida.
( ) A novas políticas operacionais do BNDES, que definem as condições de financiamento do banco, em vigor desde anteontem, falam que os financiamentos ao setor de mídia terão que ser indiretos, ou seja, terão que ser intermediados por outro banco.
( ) Aprendi a não ficar só lamentando e correr atrás dos meus sonhos.
( )Como representante discente da pós-graduação junto ao colegiado do curso, tomei diversas decisões de interesse do curso, bem como analisei textos para publicação pela Editora Universitária.
PRINCIPAIS PROBLEMAS DA REDAÇÃO EMPRESARIAL
Na empresa, a escrita é coletiva, isto é, você não escreve em seu próprio nome, mas em nome da empresa para a qual trabalha. Por isso, deve pensar não em "eu", mas em "nós", a empresa.
Mesmo na comunicação interna, você deve considerar que se trata da empresa interagindo verbalmente com seus funcionários.
Apenas alguns relatórios ou notas serão assinados por você correspondendo a um compromisso pessoal, mas a maioria dos documentos diz respeito à empresa e exigem que você respeite os posicionamentos de sua empresa diante dos fatos relativos à correspondência, porque você está transmitindo uma mensagem no lugar de outrem, sua empresa.
Isso exige de você um esforço duplo: ao mesmo tempo em que você precisa apropriar-se da mensagem, colocando-se no lugar do locutor real, você não pode se esquecer do interlocutor, da outra empresa, preocupando-se com o modo como ela pensa, a forma como ela vai reagir ao conteúdo do texto produzido por você e enviado por sua empresa.
É preciso lembrar ainda que o texto empresarial não reflete apenas o trabalho de quem o redigiu, ele reflete toda a empresa.
É por isso que uma carta mal escrita, rasurada, mal formatada, sem clareza nem correção, por exemplo, representa uma empresa pouco confiável.
Daí a importância de você se preocupar com a clareza, concisão e correção ao redigir em nome de sua empresa, a fim de evitar uma imagem negativa de sua empresa.