Quais as diferenças entre gerenciamento de projetos em organizações públicas e privadas?

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Seja no setor público ou no privado, está mais do que provado que há uma relação direta entre a qualidade e a gestão de um projeto, de um lado, e a economia de recursos e comprometimento com os prazos de entrega, de outro.

Embora nos últimos anos o conceito de gerenciamento de projetos tenha sido ouvido mais frequentemente nas repartições públicas, ainda há muito o que fazer para equilibrar todas as demandas que envolvem um projeto: escopo, prazo de entrega, orçamento, expectativa dos gestores e do cidadão, de modo geral.

Caso o investimento no gerenciamento de projetos no setor público fosse regra, dificilmente teríamos notícias de casos como o do parque eólico de R$ 300 milhões destruído pelo vento no Rio Grande do Sul, do píer turístico de R$ 72 milhões que não pode receber navios por causa de uma ponte no Rio Grande do Norte ou mesmo das mais de 22 mil obras públicas inacabadas em todo o país.

Neste artigo, vamos falar sobre a importância do gerenciamento de projetos na administração pública e como algumas soluções podem ajudar a tornar realidade uma gestão pública mais eficiente. Boa leitura!

3 pontos para um bom gerenciamento de projetos no setor público

As empresas prestadoras de serviço para o setor público têm um papel importante ao levar as práticas de gestão de projetos para o setor público. Afinal, ações que tenham a ver com cumprimento de prazos, definição de escopo e economia de recursos serão um diferencial para a entrega de uma obra bem-feita e que garanta uma melhor rentabilidade para a empresa privada.

Gestão do tempo

Como os mandatos dos gestores são de quatro anos (com possibilidade de reeleição para mais quatro), há uma preocupação de prefeitos, governadores e presidentes para que os projetos sejam iniciados e concluídos dentro do mesmo mandato. Isso aumenta a necessidade de elaboração e controle maior do cronograma do projeto.

Definição do escopo

O escopo do projeto é o que determina como será a obra. Um projeto amplo demais necessita de um controle mais rigoroso e um cronograma igualmente amplo. Portanto, é essencial que ele seja bem definido.

Quem presta serviço para o setor público deve ficar atento ao contrato e elaborar em conjunto com o gestor um projeto que caiba no prazo e no orçamento disponíveis.

Controle de gastos

O controle de recursos deve ser redobrado já que uma obra pública lida com o dinheiro dos cidadãos e deve ser empregado com transparência. Em tempos de crise econômica, a falta de dinheiro compromete os investimentos governamentais, o que reforça a necessidade de melhor efetividade, eficácia e eficiência ao empregar os recursos.

Dificuldades para o gerenciamento de projetos no setor público

As contratações de obras no setor público seguem a Lei 8.666, também conhecida como Lei das Licitações. Criada em 1993, essa legislação surgiu como uma tentativa de limitar os gastos públicos e minimizar a corrupção em obras públicas por meio de uma modalidade que é, ainda, a mais utilizada pelos gestores: o menor preço.

Em tese, nesse tipo de licitação, vence a empresa que apresentar a proposta mais econômica. O problema é que, ao derrubar o preço para vencer o concurso público, a prestadora de serviços busca economizar ao longo do processo para garantir um lucro mínimo. Isso resulta em uma série de vícios que comprometem todo o processo, desde projetos mal elaborados até o uso de materiais de baixa qualidade.

Outra prática recorrente é a dos aditivos ao contrato, uma espécie de prorrogação automática por um período e custo determinado, o que muitas vezes acaba se traduzindo no estouro do orçamento de uma obra e no atraso da sua entrega.

Gerenciamento de projetos em contratos de longo prazo

A necessidade de um melhor gerenciamento de projetos públicos, bem como a falta de capacidade do poder público em manter determinados serviços, fez com que fosse regulamentado, em 2004, um novo modelo de contratação, que ficou conhecido como Parceria Público-Privada (PPP).

Essa modalidade, que tem sido utilizada em diversas áreas da administração pública, pode ser adotada em projetos cujos investimentos sejam superiores a R$ 20 milhões e com prazo de execução que varia entre cinco e 35 anos.

A PPP apresenta algumas vantagens, tanto para as prestadoras quanto para o poder público. Entre elas, estão a garantia da entrega da obra no prazo combinado (sob pena de multas e abatimento no pagamento do valor do contrato), o compartilhamento de responsabilidades entre os entes público e privado e a remuneração conforme o desempenho da empresa.

Isso garante uma melhor qualidade na entrega da obra e desobriga o setor público de realizar o gerenciamento do projeto, que deve ficar a cargo da parceira. Os órgãos públicos devem atuar na fiscalização e no cumprimento do que ficou estabelecido em contrato.

Gerenciamento de projeto é fator determinante

Neste artigo, mostramos que o setor público também deve buscar realizar um bom gerenciamento de projetos para alcançar melhor efetividade em suas obras. Afinal, se estamos lidando com dinheiro de impostos dos cidadãos, os serviços devem ser orientados pelo emprego correto da verba, entrega dentro do prazo e qualidade.

Portanto, para isso, é essencial que quem está prestando serviço para a administração pública saiba fazer um bom gerenciamento de projetos, a começar pelo contrato assinado com o governo.

Como as demandas do setor público são enormes, é preciso ter um contrato corretamente estruturado e um escopo de trabalho definido, para evitar brechas que resultem no alongamento do serviço prestado e, consequentemente, no estouro do prazo e dos recursos.

Afinal, a empresa foi contratada para quê? Essa pergunta deve ter uma resposta muito clara ao longo de todo o processo, para evitar quaisquer tipos de problemas.

O que mostramos neste artigo também é que, além do modelo de contratação imposto pela Lei das Licitações, a administração pública recorre cada vez mais às PPPs como forma de delegar não só a execução da obra, mas também a sua manutenção a uma parceira privada, deixando a cargo dela a gestão do projeto e focando na fiscalização do que foi assumido pela parceira.

Qual a melhor forma de gerenciar prazos, custos e projetos em uma obra pública? Tem alguma dica para compartilhar? Comente neste post e marque seus colegas de trabalho.

Qual a diferença da gestão de projetos em organizações privadas e públicas?

Enquanto a gestão pública atua diretamente com métodos de planejamento e práticas administrativas voltadas ao desenvolvimento econômico e social da população, a gestão privada está focada no desenvolvimento e fortalecimento de um negócio específico.

Qual a diferença entre uma organização pública e privada?

A principal diferença entre empresas privadas e públicas é que as empresas públicas podem gerar fundos emitindo ações para o público. As empresas privadas só podem emitir ações para acionistas existentes ou empregadores atuais.

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A diferença principal entre a gestão pública e a administração privada está no foco e fim de cada uma, enquanto administração pública está preocupada em lidar com o bem comum e o gestor público tem como função organizar as instituições públicas, geralmente trabalha na área governamental, cujo acesso se dá através de ...

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Redução de custos Ou seja, executar os serviços com qualidade e respeitando o orçamento público. Assim, ao gerenciar projetos com métricas e planejamento, fica mais fácil identificar gargalos ou excesso de gastos que devem ser modificados.