Quais fatores vêm contribuindo para o crescimento da economia chinesa?

A China é atualmente o país que mais cresce no mundo, por essa razão tem se destacado no cenário geopolítico mundial.

O país tem exercido grande influência política, militar e econômica no cenário regional e internacional graças a fatores determinantes, como grande extensão de seu território (ocupa o terceiro lugar em dimensão), elevadíssimo número de habitantes (cerca de 1,3 bilhão, o mais populoso do mundo) e dinamismo de sua economia (atualmente é a economia que apresenta maiores índices de crescimento em todo o planeta).

O país tem se despontado em razão do modo agressivo de sua aplicação política interna e externa. A política interna está vincula a uma extrema centralização do poder, que se encontra sob os domínios do único partido político do país, o Partido Comunista; que coíbe todo e qualquer tipo de movimento de caráter social (greves, manifestações, discursos, entre outros), caso ocorra, é rigorosamente interceptado pelo uso da força.

No âmbito internacional, a China está obtendo maior força e participação nas decisões políticas, tal fato levou o país a usufruir o direito de ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organizações das Nações Unidas).

Seu potencial militar tem contribuído para o incremento de sua influência internacional, pois o país detém um enorme exército (evidente no país mais populoso do mundo), além de possuir um numeroso e diversificado arsenal bélico, como bombas atômicas e mísseis. O país domina tecnologias espaciais, é fabricante de satélites artificiais e foguetes.

Diante desses aspectos, parece claro que a China possui praticamente todos os requisitos para se tornar uma grande potência mundial, senão a maior potência mundial.
Diversos estudos apontam que a China, no século XXI, será a principal potência; perspectiva alicerçada no índice de crescimento econômico, e no potencial político e militar do país.

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Quinta-feira, 08/02/2018, às 08:30,

País de cultura milenar, a China sempre impressionou o mundo por suas grandes façanhas. Hoje, o crescimento econômico chinês até mais a própria muralha chinesa – uma das grandes maravilhas do mundo. Muitos se perguntam como um país consegue fazer sua economia crescer muito anualmente, por quase três décadas seguidas. Tal fenômeno ocorreu, por exemplo, na Inglaterra durante a Revolução Industrial. Mas seria algo semelhante ao caso da China? A explicação para a mágica econômica chinesa e sua relação com a Revolução Industrial inglesa não vem da Cidade Proibida, mas das areias quentes do Caribe.

O vencedor do prêmio Nobel de economia de 1979, Sir William Arthur Lewis, nasceu no território britânico de Santa Lúcia, localizado no Caribe, no dia 23 de janeiro de 1915. Ele estudou em escola pública até conseguir uma bolsa de estudos para a London School of Economics, onde se graduou com honra em Comércio e fez um Ph.D. em Economia Industrial. Com essa boa formação, começou a dar aula e aos 33 anos já era professor titular da Universidade de Manchester. Seguiu lecionando e fazendo pesquisa nos campos de economia industrial, história da economia global e, na área em que foi pioneiro, economias em desenvolvimento.

Seu trabalho sobre desenvolvimento econômico trouxe uma abordagem diferente para explicar as fases iniciais desse processo. Assim, contribuiu não apenas para o entendimento, por exemplo, do crescimento econômico na revolução industrial, mas também para o planejamento da economia de países subdesenvolvidos, a fim de auxiliar no seu desenvolvimento.  Essa grande contribuição veio principalmente na forma de um modelo econômico criado por Lewis e usado para entender o crescimento industrial da Inglaterra no século XVIII. Tal modelo, hoje, pode nos ajudar a entender o crescimento chinês.

O modelo de Lewis foi chamado de modelo da economia dual, uma vez que a base dele era a ideia de que a mão de obra disponível na economia se divide entre um setor rural (setor de subsistência) e um setor urbano (setor capitalista). Uma diferença fundamental entre esses dois setores seria que enquanto o setor de subsistência divide igualmente entre os trabalhadores tudo aquilo que é produzido, o setor capitalista gera lucro. Além disso, há claramente uma diferença entre as atividades de cada setor: agrícola e industrial.

Partindo dessa economia dualista, Sir Arthur Lewis buscou explicar porque, durante os períodos iniciais da revolução industrial, os salários permaneciam constantes enquanto os lucros das indústrias subiam incrivelmente rápido, algo que parecia contraditório aos olhos da teoria neoclássica. A explicação encontrada foi a oferta ilimitada de trabalho do campo para a cidade: conforme a demanda por trabalho no setor urbano aumentava, trabalhadores do campo se mudavam para a cidade, de forma que esse aumento na oferta de trabalho era suficiente para manter os salários no mesmo nível. Os salários do setor urbano precisavam ser maiores do que os do setor rural apenas na medida em que o custo de vida da cidade era mais elevado. 

Os donos de fábricas não precisavam aumentar os salários para contratar mais mão de obra porque, pagando um pouco a mais que o salário do campo, haveria um incentivo para trabalhadores rurais se mudarem para a cidade para preencher as novas vagas de trabalho. Mas como pode a oferta de trabalho do campo ser ilimitada, se há uma quantidade finita de pessoas nesse setor? A questão é que havia um excesso de mão de obra no campo, isto é, havia trabalhadores que não estavam aumentando a produtividade no setor de subsistência.

Na medida em que o número de trabalhadores aumenta, a produção total aumenta inicialmente, mas cada trabalhador adicional contribui cada vez menos para um aumento dela, até um ponto em que adicionar alguém não aumenta a produção. O excesso de mão de obra no campo se dava justamente porque havia trabalhadores ali que não contribuíam para um aumento na produção, portanto poderiam sair sem prejudicar a produtividade do setor agrícola e, então, passar a contribuir para o crescimento da economia no setor industrial. Esse excesso também é chamado de desemprego disfarçado, já que os trabalhadores extras não estão efetivamente produzindo.

O modelo da economia dual, de forma simplificada, diz que a pobreza de certos países é devida ao desemprego disfarçado, ou seja, ao acumulo de um excesso de mão de obra em um setor de subsistência – caso da China até a década de 1970. Para reverter essa situação, é preciso ocorrer um aumento da demanda do setor capitalista, devido a uma mudança das preferências dos consumidores, a uma ação do governo ou ao mercado internacional. Assim, esse setor passaria a absorver mão de obra para de fato produzir e gerar crescimento econômico.

O grande crescimento econômico que a China tem apresentado nos últimos anos é um exemplo claro do processo descrito pelo modelo de Lewis. A enorme população chinesa estava majoritariamente na área rural do país até poucos anos atrás, ilustrando um cenário de grande miséria no país. Contudo, o país entrou em boom econômico marcado pelo grande crescimento industrial, gerando uma riqueza antes inimaginável. Com isso, as cidades passaram a atrair cada vez mais trabalhadores, tornando a China um país muito mais urbano. Dessa forma, à medida que o excesso de mão de obra do campo era absorvido pela cidade, a China passou a crescer a um ritmo impressionante, explicando porque o crescimento chinês é tão grande desde a década de 1980.

Lewis não deu uma fórmula para o crescimento econômico, mas sua abordagem diferente contribui para entender melhor alguns dos fatores que tanto favorecem quanto prejudicam as economias dos países, como a oferta ilimitada de mão de obra e o desemprego disfarçado. O caso da China pode ilustrar bem isso. O crescimento chinês, assim como o crescimento econômico da Inglaterra na Revolução Industrial, não é fruto de algum truque de mágica, mas da boa alocação da mão de obra entre os diversos setores de uma economia. 

Guilherme Gomes Luz, graduando em Economia pela Fundação Getúlio Vargas e consultor da Consultoria Júnior de Economia da EESP-FGV.

O que gera economia na China?

Principais setores econômicos Altamente diversificada, a economia chinesa é dominada pelos setores manufatureiro e agrícola. A China é o pais mais populoso do mundo e um dos maiores produtores e consumidores de produtos agrícolas.

Como foi o crescimento da economia chinesa?

O crescimento do PIB em relação ao trimestre anterior foi de 3,9%, superando também as expectativas de mercado de 3,5%. No segundo trimestre, caiu 2,6%. Uma pesquisa da Reuters previu que o crescimento econômico desaceleraria para 3,2% em 2022, bem abaixo da meta do governo de cerca de 5,5%.

Que fatores são determinantes para o crescimento da China no cenário internacional?

Seu potencial militar tem contribuído para o incremento de sua influência internacional, pois o país detém um enorme exército (evidente no país mais populoso do mundo), além de possuir um numeroso e diversificado arsenal bélico, como bombas atômicas e mísseis.